domingo, 29 de setembro de 2013

Mundo: OMC intensifica corrida para acordo comercial em dezembro!


O brasileiro Roberto Azevêdo, que assumiu o comando da organização no início deste mês: o novo comando promete renovar os ares na OMC.
O brasileiro Roberto Azevêdo, que assumiu o comando da organização no início deste mês: o novo comando promete renovar os ares na OMC.



O cumprimento da meta é visto como a última chance de restaurar a confiança na habilidade da OMC de reformar as regras comerciais do mundo.

Genebra – Negociadores da Organização Mundial do Comércio estão avançando nos trabalhos para chegar a um acordo comercial global no valor de centenas de bilhões de dólares, mas o prazo final é dezembro e o tempo está acabando, disse o novo chefe da OMC nesta sexta-feira.

O brasileiro Roberto Azevêdo, que assumiu o comando da organização no início deste mês, disse em comunicado que “a dinâmica mudou profundamente” na semana passada, marcando uma reviravolta em relação ao desânimo verificado no início deste trimestre.

“As delegações não estão mais falando umas sobre as outras, mas estão seriamente empenhadas em firmar compromissos sobre as questões que as dividem”, disse Azevêdo.

A corrida para garantir que um acordo seja alcançado durante a conferência ministerial em Bali, no fim do ano, não é somente uma oportunidade para reduzir os custos do comércio internacional de mercadorias, mas também representa o que muitos peritos vêem como a última chance de restaurar a confiança na habilidade da OMC de reformar as regras comerciais do mundo.

Christopher Wenk, diretor sênior de política internacional da Câmara de Comércio dos EUA, disse a repórteres em Genebra que os contornos de um acordo estão claros, mas que ainda tem que ver se a OMC conseguirá obter sucesso.

“Não há dúvidas de que há um sopro de ar fresco com o senhor Azevêdo assumindo”, acrescentou.
“Eles estão realmente negociando, o que é simplesmente fantástico. Eles não têm realmente negociado há algum tempo por aqui, então você pode realmente sentir o aumento na atividade.” Se não houver nenhum acordo em Bali, o risco para a OMC é que as grandes potências comerciais, as quais já estão gastando muito mais energia em acordos bilaterais do que nos esforços por um acordo global, desistam para sempre.
Isso, para alguns especialistas, poderia estimular o crescimento de blocos comerciais rivais e aprofundar as divisões, o oposto do que a OMC procura alcançar.

Azevêdo irá atualizar os 159 membros da OMC sobre o progresso das negociações na segunda-feira.

Fonte: Exame
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/omc-intensifica-corrida-para-acordo-comercial-em-dezembro

Criação de cooperativa aumenta faturamento de artesãs na Bahia


A piaçava, uma fibra vegetal, é a matéria-prima das peças.
Trançado de origem indígena ganha clientes Brasil afora.

Do PEGN TV



O trabalho feito com palha de piaçava gera emprego e renda em Porto Sauípe, na Bahia. Uma cooperativa de artesãs da região recebe cursos e capacitações para produzir acessórios e objetos de decoração.

As mãos ágeis das artesãs de Porto Sauípe parecem reger uma sinfonia sem fim. São horas e horas trançando a piaçava para criar bolsas, carteiras, cestos e tapetes. O resultado de tanto trabalho são obras originais que estão ganhando mercados pelo Brasil.

O local paradisíaco onde as peças são feitas fica no litoral norte da Bahia, a cerca de 80 quilômetros de Salvador, onde 35 mulheres fazem parte de uma associação de artesanato com a piaçava, uma fibra vegetal. A técnica de trançar esta palha vem dos índios tupinambás. O ofício resiste ao tempo passando de geração em geração.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) auxilia a comunidade há 14 anos promovendo cursos de capacitação para melhorar o design das peças e a qualidade de vida das artesãs.

“Antes a gente fazia só tapetes, chapéus e umas bolsinhas simples. Hoje não, hoje a gente faz vários modelos. (...) Agora mesmo nós já estamos criando uma coleção de couro com a palha para 2014”, conta Evanira dos Santos, uma das artesãs.

O apoio do Sebrae resultou na criação de uma cooperativa que integra nove comunidades da região e reúne cerca de 200 artesãs.

“Nós começamos a organizá-las de forma que elas pudessem compreender que a gestão é importante num processo para que elas pudessem alcançar outros mercados e aumentar a sua produtividade e qualidade do produto”, explica Hirlene Pereira, do Sebrae de Salvador (BA).

A matéria-prima deste artesanato é encontrada na mata. Às vezes, as mulheres andam quilômetros para achar a piaçaveira, uma palmeira nativa da Bahia. A fibra é longa, resistente e maleável. O material pode ser usado também na fabricação de vassouras, cobertura de quiosques e até no enchimento de assentos para carros.

As artesãs só colhem a parte central da piaçava. Elas quebram e vão tirando a palha, uma por uma. As mais verdes não servem, então, elas só colhem as mais amarelas.

Valdimira Silva, a dona Vavá, aprendeu a fazer o artesanato com a avó e repassou o conhecimento para as filhas. Ela trabalha há 60 anos e, até hoje, participa das expedições atrás da piaçava.

“Eu trabalho com isso desde os sete anos de idade. Aí eu trabalhava, casei, tenho 10 filhos. Criei com isso aqui”, conta a artesão.

Depois da colheita, as artesãs colocam a fibra numa panela com água para cozinhar ou tingir. Elas esperam a palha secar e começam o trançado. Todo este empenho passou a agregar valor ao produto após as capacitações do Sebrae.

A base de todo o trabalho é uma fita. Uma artesã experiente demora um dia inteiro para fazer um rolo de 15 metros de comprimento, por exemplo. Este tamanho é suficiente para a confecção de apenas uma bolsa. É por isso que, hoje, a cooperativa define o preço do produto conforme o tempo gasto na fabricação e a complexidade do trançado.

A melhoria da gestão do negócio impulsionou os ganhos das associações que participam da cooperativa.
“Nós temos, em baixa estação, um faturamento de R$ 10 mil por mês e, na alta estação, temos um faturamento de R$ 30 mil por mês”, explica Evanira.

Além de impulsionar as vendas, o projeto ajudou a elevar a auto-estima das artesãs. “Orgulhosa de saber que os meus trabalhos estão indo além do meu lugar, estão indo longe.”

Hoje, os produtos fabricados por estas mulheres estão à venda na sede da associação, em cidades próximas e em seis estados.

A melhoria da qualidade do produto abriu novas portas para as artesãs. Em uma rodada de negócios elas conquistaram um importante cliente: uma rede de lojas de móveis e artigos de decoração. E hoje, as peças em Porto Sauípe já podem ser encontradas no maior centro econômico do país.

Um porta pratos artesanal, por exemplo, está nas prateleiras da Tok&Stok da capital paulista e em mais de 30 filias pelo Brasil. O produto faz parte de uma linha ecológica e social da empresa. O sousplat custa R$ 29.

“Um grande diferencial foi trabalharmos, em primeiro lugar, a cooperação e o associativismo entre elas, porque aumentou sua capacidade produtiva. A melhoria da qualidade, trabalhando também o design, desenvolvimento de novos produtos, assim como participação em rodadas de negócios e aprender a comercializar o produto efetivamente”, diz Hirlene, do Sebrae.

CONTATOS:
SEBRAE
Central de Relacionamento: 0800-570-0800
www.sebrae.com.br

COOPERATIVA DOS ARTESÃOS DO PORTO SAUÍPE
Contato: Dir. Cooperativa – Evanira Gonçalves dos Santos
Avenida Beira Mar, S/N
Porto Sauípe / BA – CEP: 48180-000
Celular: (71) 9107-3923

Cliente da Cooperativa
Tok&Stok – Pinheiros
Avenida Eusébio Matoso, 1231.
São Paulo/ SP – CEP: 05423-080
Telefone: 3583-4700

THE PRICE IS WRONG! REPORTAGEM DA REVISTA 'THE ECONOMIST' MOSTRA QUE OS PREÇOS NO BRASIL SÃO ABSURDOS! É O EFEITO DO GOVERNO DO PT!

 
 
Depois de uma capa perguntando se o Brasil havia "estragado tudo", a revista britânica “The Economist” voltou à carga com uma reportagem sobre os preços elevados no país. O texto, intitulado "O preço está errado", foi publicado neste sábado no site da revista, e começa com a mesma referência usada pelo “New York Times” em reportagem de julho, no auge dos protestos nas ruas, à "pizza de queijo de US$ 30" encontrada em São Paulo. O objetivo, aparentemente, é explicar por que os produtos e serviços são tão caros, depois de listar as já conhecidas distorções da economia brasileira, principalmente em relação aos países mais avançados.
 
A revista destaca que um quarto de hotel sem janelas na orla do Rio pode ter diária de US$ 250, os carros e eletrodomésticos de maior porte (como geladeiras e fogões) custam cerca de 50% a mais que nos demais países e o Big Mac sai 72% mais caro que a média. O poder aquisitivo dos brasileiros é também colocado em xeque. Segundo "The Economist", os mexicanos conseguem comprar 45% mais do que no exterior. No Brasil, o poder aquisitivo quase se equipara.
 
A complexidade e o peso da carga tributária, que representa cerca de 36% do PIB e faz o tempo necessário para uma empresa calcular seus impostos devidos ser de 2,6 mil horas, dez vezes mais do que a média global estão entre os principais motivos apontados pela revista britânica.
 
"Ao permanecer nas sombras (informalidade), um varejista pode mais do que triplicar sua margem, mas ao custo de abrir mão de investimento e economia de escala", afirma a revista, citando um relatório da McKinsey de sete anos atrás. "Um regime simplificado para pequenas firmas introduzido desde então persuadiu muitos a se registrarem, mas os ganhos resultantes de eficiência são limitados por um novo problema: muitas firmas 'Peter Pan' que não estão dispostas a crescer e perder seus privilégios".
 
Também há críticas para a "rigidez" da legislação trabalhistas, que encarece contratações e demissões e favorece processos trabalhistas - foram 3,2 milhões no ano passado. O mesmo ocorre com os problemas de infraestrutura, como as más condições das estradas e a limitada malha ferroviária, que encarecem o frete.
 
"The Economist" aponta que, com os preços estratosféricos, uma solução dos brasileiros é parcelar intensamente as compras, e não se preocupar com o custo total da compra - basta ter o dinheiro para pagar as parcelas. A outra saída é o aeroporto.
 
"Os brasileiros respondem às acachapantes diferenças de preços com surtos de compras no exterior. Turistas brasileiros gastaram US$ 22,2 bilhões em países estrangeiros no ano passado, um recorde, e parece que (os gastos) vão subir ainda mais este ano", afirma o texto.
 
Citando artigo de Regis Bonelli e Julia Fontes, Fundação Getúlio Vargas, a revista argumenta que o país tem dificuldades com a produtividade, que é equivalente a 18% da produtividade nos EUA - uma piora de 1 ponto percentual, enquanto a China ganhou 11 pontos percentuais na comparação. E encerra em tom de conselho:
 
"O relatório anual do Banco Mundial sobre fazer negócios em vários países parece uma lista de tarefas de produtividade para o Brasil: simplifique a abertura de empresas; corte e organize as taxas; aumente a poupança e o investimento domésticos. Para mais dicas, o país pode se voltar para um dos poucos setores onde a produtividade cresceu consistentemente em anos recentes: a agricultura".
 

sábado, 28 de setembro de 2013

Abrir e fechar empresas deve ficar mais fácil no ano que vem



Publicado por Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (extraído pelo JusBrasil) - 1 dia atrás
15
O governo federal promete facilitar, até o fim de 2014, a abertura e fechamento de um negócio. A promessa é que a espera deixe de ser de meses e passe para algo perto de cinco dias, com a adoção de um registro único baseado no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

Com isso, a expectativa é concentrar nas juntas comerciais todas as atividades necessárias à abertura de empresas.

"Já existe base legal para isso, só depende de consenso entre municípios, Estados e União", afirma José Levi, assessor jurídico da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE). Ele cita o exemplo dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraíba, que já contam com algum nível de integração entre os órgãos.

A ideia é que esse cadastro único esteja em pleno funcionamento até o fim do ano que vem, quando o governo quer também colocar no ar um portal de empreendedores. "No site, o interessado responderá a uma série de perguntas e o programa vai avaliar se ele é de baixo ou alto risco. Se ele for de baixo risco, terá o alvará de imediato", diz Levi.

Segundo ele, a ideia é que o portal seja uma alternativa às juntas. "O empreendedor poderá ir até a junta comercial da sua localidade ou usar o portal, que vai congregar todas as juntas." O assessor jurídico afirma que já há recursos aprovados para a construção do site.

Propostas. Ainda neste ano, o governo conta com a aprovação do Projeto de Lei Complementar 237/2012. A proposta atualiza o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. "Ele dá força às mudanças que propomos", resume Levi.

Criada em abril, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa é responsável por conduzir essas iniciativas e dar apoio às empresas de pequeno porte. Para especialistas, esse conjunto de projetos, ao mesmo tempo em que mostra um esforço de desburocratização, expõe as dificuldades em se fazer negócios no País.

"É um esforço do governo (de desburocratização) que está funcionando, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido enquanto não houver uma reforma tributária", diz Carla Munhoz, sócia do escritório Dias Munhoz. A advogada vê as mudanças como positivas, mas destaca algumas ressalvas. "Tenho a impressão que o governo está atacando do lado mais fácil."

Para Walfrido Warde, presidente da Comissão de Estudos de Registro Empresarial do Instituto dos Advogados de São Paulo, a burocracia para o registro e a complexidade e custo das formas societárias são hoje os maiores entraves ao empreendedorismo no País.

"É importante discutir como deve ser o trabalho de uma junta comercial e facilitar o registro, além de digitalizar tudo que for possível", diz Warde. Mas, na avaliação dele, é importante também facilitar o dia a dia do empresário. "As formas societárias têm de ser mais fáceis de manejar. Não podemos pressupor que o empresário seja um expert em direito", afirma.

Warde cita o Projeto de Lei 4.303/2012, que propõe a criação das sociedades anônimas simplificadas. Segundo ele, a proposta deve facilitar e baratear a administração das sociedades anônimas de pequeno porte e, poderá, no limite, incluí-las no âmbito do Simples Nacional (regime tributário que unifica o recolhimento de impostos das três esferas do governo).

Fonte: O Estado de S.Paulo

Temendo protestos na Copa, patrocinadores já apelam a Dilma


O risco de protestos durante a Copa do Mundo de 2014 assusta os patrocinadores do evento...
Temendo protestos na Copa, patrocinadores já apelam a Dilma

A presidenta Dilma Rousseff recebeu Itaú e Ambev para falar sobre plano 'anti-protestos'

O risco de protestos durante a Copa do Mundo de 2014 assusta os patrocinadores do evento. Assusta tanto que dois deles foram até a presidenta Dilma, na semana passada, para uma reunião de emergência: em pauta, um pedido para que o governo intervenha para evitar que as manifestações atrapalhem o Mundial.

Segundo apurou o ESPN.com.br, o encontro entre a presidenta e os patrocinadores aconteceu em Brasília, na quinta-feira da semana passada. À mesa, estavam representantes do banco Itaú e da Ambev, gigante do ramo de bebidas e alimentos. As duas empresas patrocinam tanto a Copa do Mundo quanto a Confederação Brasileira de Futebol.

Os patrocinadores queriam garantias de que o governo tentará coibir os protestos e manifestações durante a Copa e pediram um plano de ação neste sentido. O plano será desenvolvido em reuniões mensais até o início do Mundial, envolvendo outros patrocinadores.

Uma pessoa ligada às partes envolvidas no encontro disse ao ESPN.com.br que as empresas deixaram o encontro com a promessa de que o governo dará início a campanhas tentando promover uma "Copa da Paz". A presidenta afirmou que trabalhará para que o clima de protestos da Copa das Confederações não atrapalhe o Mundial.

Dos representantes das empresas, a presidenta Dilma ouviu um discurso preocupado. A Ambev e o Itaú afirmaram que fazem uma aposta de altos valores na Copa do Mundo e pediram garantias de que não teriam prejuízos por causa de eventuais manifestações. A presidenta prometeu fazer "tudo o que for preciso" para que não haja protestos.

Itaú e Ambev justificaram suas preocupações baseados nos protestos de junho, durante a Copa das Confederações. Os bancos foram alvo de depredação em várias capitais brasileiras; a Ambev foi atingida indiretamente - uma das campanhas da Brahma, marca da empresa, utiliza a frase "Imagina a festa" e chama os detratores do Mundial de pessimistas.

Outro motivo que causa preocupação na Ambev é a possibilidade que as manifestações atinjam um dos principais projetos da empresa durante o Mundial - as áreas de convivência para torcedores, no modelo das Fan Fests da Fifa, que a Ambev pretende criar para a Copa.

Veja fotos dos protestos com cartazes nas arquibancadas durante a Copa das Confederações
Cartazes de protesto chegam às arquibancadas (© Reuters)
Anterior

EUA questionam ações de programas sociais brasileiros

Comércio exterior


A Casa Branca foi à OMC pedindo transparência do Brasil sobre quanto o governo tem de fato usado em esquemas de distribuição de alimentos que foram expandidos nos últimos anos

A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de posse do Ministro de Estado das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado

Os EUA pediram que o governo de Dilma forneça dados completos sobre quanto foi usado para comprar a produção local e o detalhamento dos setores beneficiados (Ueslei Marcelino/Reuters)
 
O governo dos Estados Unidos questiona os programas sociais e de ajuda alimentar a famílias pobres no Brasil, sob a suspeita de que sejam estratégias e mecanismos de subsidiar de forma indireta a agricultura e produtores rurais, violando regras internacionais.

Na quinta-feira, a Casa Branca foi à Organização Mundial do Comércio (OMC) cobrar transparência do Brasil sobre quanto o governo tem de fato usado em esquemas de distribuição de alimentos que foram expandidos nos últimos anos. O governo americano questiona até mesmo o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que estabelece fundos para a merenda.

Não se trata, por enquanto, de uma disputa comercial nos tribunais da OMC. Tanto o governo dos EUA quanto o do Canadá levantaram o debate durante reuniões regulares do Comitê de Agricultura da OMC. Ottawa e Washington já haviam questionado outros aspectos dos incentivos fiscais que o Brasil dá a seus produtores.

A cobrança de Washington é direcionada ao programa expandido no Brasil em 2009, quando a merenda escolar passa a utilizar um volume maior da agricultura familiar. Por lei, governos municipais e estaduais são obrigados a usar no mínimo 30% dos recursos repassados pelo governo federal para alimentação escolar para comprar produtos da agricultura familiar.

Na época, o Ministério do Desenvolvimento Agrário disse que a lei da merenda escolar abriu mercado a produtos com dificuldades de comercialização. Cerca de 3 bilhões de reais já foram usados para atender a 44 milhões de crianças na rede pública. A suspeita, porém, é de que essa seria uma forma indireta de apoio ao produtor agrícola.

Dados — O governo americano pediu que o Brasil forneça dados completos sobre quanto foi usado para comprar a produção local e o detalhamento dos setores beneficiados. Os EUA pediram explicações do Brasil sobre o fato de que o volume de dinheiro público no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tenha crescido de forma substancial em 2010 e solicitou que o país reapresente seus cálculos de quanto gasta à OMC.

O Itamaraty justificou que não havia por que reapresentar os dados e disse que o aumento era apenas resultado de uma contabilidade que passou a incluir os gastos do Ministério do Desenvolvimento Social. 

Comunicados do governo indicam que, em dez anos, o PAA recebeu 5 bilhões de reais em investimentos. A presidente Dilma já indicou que seu governo comprou 830 mil toneladas de alimentos, com investimentos de 1,75 bilhão de reais. Para 2013, a previsão de investimento é de 1,4 bilhão de reais.

O governo do Canadá também insistiu em obter detalhes de como funciona o Plano Brasil Maior e o fato de que produtores estariam sendo beneficiados por isenções fiscais. Ottawa pediu uma explicação do Brasil sobre o impacto financeiro dessa ajuda governamental. 
(com Estadão Conteúdo)

Cresce diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil

Mercado de trabalho


Relação entre os salários de trabalhadores de ambos os gêneros caminhava para o equilíbrio desde 2008, mas indicador recuou em 2012

Talita Fernandes
MERCADO DE TRABALHO - Em São Paulo, o objetivo da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho - SERT- localizada no Poupatempo Sé, é aproximar o trabalhador das novas oportunidades do mercado, fomentando a geração de trabalho e renda
Pnad: rendimento médio mensal passou de 1 425,00 reais em 2011, para 1 507,00 reais, no ano passado (Reinaldo Canato)


Pela primeira vez desde 2007, a diferença entre a renda mensal média de homens e mulheres no Brasil ampliou-se em 2012. É o que indica a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira. O salário das mulheres correspondeu a 72,9% do redimento masculino no ano passado. Em 2011, essa proporção era de 73,7%. Ou seja, a diferença era levemente menor. A útima vez que a diferença entre os gêneros se ampliou foi há seis anos, quando a proporção ficou em 71,4%, ante 71,6% de 2006. A renda média mensal masculina no ano passado foi de 1 698,00 reais, e das mulheres, de 1 238,00 reais.

O rendimento médio mensal do brasileiro acima de 15 anos - descontados os efeitos da inflação - teve alta de 5,8% em 2012, na comparação com o ano anterior. De acordo com a pesquisa, a renda passou de 1 425,00 reais em 2011, para 1 507,00 reais, no ano passado.  

A pesquisa mostrou ainda que houve aumento do rendimento médio mensal real em todas as esferas da pirâmide de renda. Contudo, a diferença dos ganhos dos 10% com menor renda para aqueles que correspondem a 1% da maior faixa de renda ficou ainda maior: em 2011, a população do topo da pirâmide ganhava 84 vezes mais que os 10% com menor renda. Em 2012, essa comparação passou para 87 vezes. Os ganhos das pessoas entre os 10% com menor renda aumentou de 202,00 reais, em 2011, para 215,00 reais, em 2012, enquanto o rendimento médio da população de maior renda (que corresponde a 1% do total) passou de 17 048 reais em 2011, para 18 889 reais no ano passado. 

O aumento de renda foi visto em todas as regiões do país, segundo a Pnad. Na região Nordeste a alta ficou mais evidente: 8,1% - trata-se, porém, da região com o menor rendimento médio do país, de 1 044 reais, seguida pela região Norte, cuja renda média é de 1 192 (alta de 2,1% na comparação com 2011). A renda média da população do Sul do país aumentou 5,8%, para 1 639,00 reais, e a do Sudeste, 6%, para 1 707,00 reais. O Centro-Oeste, apesar de ter tido o segundo menor aumento de renda, de 2,1%, tem a população com maior ganho médio, de 1 803 reais.

Taxa de ocupação — O aumento da renda é resultado, entre outros fatores, do aumento da taxa de ocupação da população ativa (os brasileiros acima de 15 anos aptos para trabalhar). Segundo a Pnad, em 2012, a população ocupada totalizou 93,9 milhões de trabalhadores, aumento de 1,6%, na comparação com os resultados de 2011. O Norte foi a região com maior aumento desse contingente, de 2,7%; enquanto a região Sul apresentou o menor crescimento de pessoas empregadas, de 0,7%. As regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste tiveram alta de 1,9%, 1,4% e 1,8%, respectivamente, na taxa de ocupação.

Jovens 'desocupados' - A taxa de pessoas ativas com emprego cresceu na maior parte das faixas etárias, com exceção do intervalo entre 20 a 24 anos - cujo número absoluto de pessoas ocupadas passou de 10,734 milhões em 2011, para 10,591 milhões no ano passado - e 25 a 29 anos, que passou de 12,270 milhões para 12,079 milhões.  

Já a taxa de desocupação ficou em 6,1% em 2012, segundo a Pnad, mostrando queda em relação ao dado de 2011, de 6,7%. Na região Sul foi observada a menor taxa de desocupação, 4,1% e, na Nordeste, a maior, 7,6%.

Em termos absolutos, o contingente de pessoas que não estavam ocupadas e buscaram se inserir no mercado de trabalho foi de 6,2 milhões, queda de 7,2% em relação de 2011. 

Carteira de trabalho — O número absoluto de trabalhadores formais no setor privado foi de 35,0 milhões, aumento de 1,1 milhão de trabalhos (3,2%) com carteira assinada ante 2011. Em termos proporcionais, não houve variação dos empregados formais entre todos do setor privado: eles correspondiam a 74,6% do total, mesmo patamar de 2011.