sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Emergentes recebem mais de 60% dos investimentos externo no semestre

Por Leandro Manzoni | Valor
 
John Lund/Getty Images


SÃO PAULO  -  O último relatório da Unctad sobre a tendência do investimento global estima que o fluxo de investimento externo direto (IED) no primeiro semestre de 2013 foi de US$ 745 bilhões, um crescimento de 4% em relação ao mesmo período do ano passado. Fusões e aquisições e a retenção de lucros das filiais das empresas multinacionais impulsionaram o atual fluxo.

Houve uma queda do IED para os países desenvolvidos, que foi compensada com o aumento da entrada de capital estrangeiro nos emergentes, cuja participação IED global é de 60%, que representa um recorde.

A queda nos países desenvolvidos aconteceu principalmente pela menor recepção nos maiores países do grupo (Estados Unidos, França e Alemanha), com exceção do Reino Unido, que continua aumentando a atração de IED e se tornando o maior receptor no período.

Nos emergentes, o aumento foi impulsionado pelas aquisições realizadas na América Central e Caribe e pelo recorde de entrada de capital estrangeiro na Rússia. Apesar da pequena queda dos fluxos aos asiáticos, os países dessa região continua recebendo mais da metade do IED direcionado aos países emergentes, que equivale a um quarto do fluxo global.

A Unctad estima que o fluxo de 2013 continua próximo do de 2012, apesar da melhora das condições macroeconômicas nos países desenvolvidos. Além dos riscos relacionados à zona do euro e os problemas político em torno da política fiscal americana, a transição para um padrão de crescimento menor dos mercados emergentes e o consumo menor nos desenvolvidos pode ter um impacto negativo no fluxo de IED este ano. Para 2014, Unctad prevê um aumento do fluxo global.

Indústria desacelera no terceiro trimestre, nota IBGE

Por Valor
 
EBC



SÃO PAULO  -  Dados da produção industrial mostram que o setor registrou forte desaceleração entre o segundo e o terceiro trimestres. Depois de cair 0,3% de janeiro a março, ante o mesmo período do ano passado, a produção se recuperou com alta de 4,4% no segundo trimestre. Já no terceiro trimestre, o avanço foi de apenas 0,8%.

A única categoria de uso que manteve sinal positivo de produção no terceiro trimestre foi bens de capital, com alta de 16% ante o mesmo período em 2012. Em bens de consumo duráveis, houve queda de 2,5% no período, seguido por bens intermediários, com recuo de 0,4% e bens de consumo semi e não duráveis, com baixa de 0,2%.

No segundo trimestre, todas as categorias de uso mostraram aumento de produção, com destaque novamente para os bens de capital (17,9%), seguido por bens de consumo duráveis (8,2%), semi e não duráveis (2,7%) e bens intermediários (1,9%).

Para presidente do BNDES, calote da OGX é "acidente histórico"

Por Francine De Lorenzo | Valor
 
Regis Filho/Valor

SÃO PAULO  -  O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, classificou de "acidente histórico" o calote promovido pela OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista, e disse que o episódio não afeta a imagem do Brasil no exterior. 

“O mercado internacional sabe diferenciar perfeitamente. Acidentes acontecem, não só no Brasil, mas no mundo inteiro”, disse após participar do 5º Seminário de Renda Fixa e Derivativos de Balcão, promovido pela  Associação Br asileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) nesta sexta-feira em São Paulo. 

Segundo ele, os investidores do mercado de ações têm consciência dos riscos que esses papéis embutem. Exemplo de que a decadência do império de Eike Batista não afetou a percepção dos investidores em relação ao Brasil, disse Coutinho, foram as emissões de debêntures realizadas durante a crise das companhias do grupo X, que em sua avaliação foram bem sucedidas.  

De acordo com Coutinho, a recuperação judicial da OGX representa risco zero para o BNDES. “O BNDES não tem nenhuma exposição de crédito que não esteja garantida. Temos fianças bancárias, de instituições financeiras muito sólidas, que não serão afetadas [pelo calote]”,  disse ele, acrescentando que a exposição do banco à companhia de Eike Batista é pequena. 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Procura-se o mel e a abelha


  • Por Redação Paladar
Por Junior Milério

Especial para o Estado
A verdade é um ferrão: as abelhas estão ameaçadas. Um fenômeno ainda sem explicação está levando ao desaparecimento de colmeias inteiras. E junto com o mel, o sumiço das abelhas põe em risco não só os produtos diretos gerados por elas (geleia real, cera), mas lavouras e pomares que podem minguar na ausência das polinizadoras universais. O risco é geral, afeta diferentes países e independe da espécie de abelha.

No Brasil, a ameaça é ainda mais preocupante, pois o ambiente é especialmente favorável à produção de méis. Há por aqui tanto os méis de Apis mellifera, aquela amarela e preta, com ferrão, trazida pelos jesuítas no final do século 19 para o Rio de Janeiro, como um patrimônio único e incalculável do ponto de vista gastronômico, de méis produzidos por centenas de espécies nativas, de nomes populares que vão de jataí a mamangava. Esses méis podem desaparecer antes mesmo de serem devidamente conhecidos. Antes de serem reconhecidos e liberados para a venda.

FOTO: Celio Messias/Estadão
Para entender a gravidade do caso, tome como exemplo a abelha canudo, típica da América tropical. Segundo o Slow Food Brasil, essa espécie é responsável pela polinização de 80% da flora na Amazônia. Manejadas por índios sateré-maués, as abelhas canudo produzem um “mel fluido, saboroso e aromático, com grande potencial gastronômico”, como explica o professor de história da gastronomia do Senac, Sandro Dias. Se elas sumirem, vão junto o mel, o saber fazer indígena e o guaraná amazônico, que é polinizado por elas.

Os desdobramentos do eventual sumiço das abelhas são tema do documentário Mais que Mel, que estreia amanhã no Brasil. Dirigido pelo cineasta suíço Markus Imhoof, o documentário percorre o mundo em busca de colmeias para tentar explicar a situação das abelhas e sua importância na dieta humana. As viagens ao longo de cinco anos retratam um cenário preocupante e ainda sem solução.

Ninguém sabe a causa exata do sumiço. Estresse, desmatamento, uma doença desconhecida, manejo apícola inadequado e uso de pesticidas são suspeitos… Mas certeza não há.

FOTO: Felipe Rau/Estadão

O fenômeno corresponde a uma rápida perda da população de uma colmeia, que inexplicavelmente não volta à colônia. Na União Europeia, agrotóxicos associados ao sumiço desses insetos foram temporariamente banidos. No Brasil, algumas medidas preventivas estão em análise. Os técnicos do Ibama estão estudando a situação desde 2010 (já registraram dois casos) e alertam para o risco de que a síndrome afete colmeias por aqui.

O custo da substituição das abelhas na função de polinizadoras seria inviável para a agricultura, não há dúvidas. A abelha tem a anatomia ideal para penetrar nas flores e carregar grande quantidade de pólen em uma única e longa viagem.

SBM: Petrobras tende a elevar afretamento de plataforma

Por Sabrina Valle

O diretor da SBM no Brasil, Philippe Levy, disse nesta quinta-feira, 31, que a Petrobras, por falta de caixa, tende a elevar, significativamente, o afretamento de plataformas nos próximos três a quatro anos, em detrimento de equipamento próprio. A solução é cerca de duas vezes mais cara do que a construção própria, disse.
 
De acordo com Levy, o afretamento é uma vantagem para a Petrobras por não demandar investimento próprio, com o pagamento feito apenas quando a plataforma opera e dá resultado, numa espécie de aluguel. "Custa mais, mas no fim do dia é bom negócio", disse na conferência de petróleo OTC, no Rio.

A SBM tanto constrói plataformas para venda quanto para afretamento. A empresa prevê que a relação entre plataformas construídas para venda (turn-key) quanto para afretamento no Brasil passe de 80% no primeiro caso, e 20% no segundo, para 30%-35% e 60-65%, invertendo a relação.

A SBM tem sete plataformas operando com a Petrobras e outras três em construção para a companhia (Ilha Bela, Maricá e Saquarema). Levy diz que o afretamento é visto como uma oportunidade maior de negócio para a SBM. Para Libra, ele disse que a Petrobras tenderá a investir em plataformas de sua propriedade. Levy lembra que a contratação, prevista para começar em três anos, coincidirá com um momento em que a companhia terá maior produção de petróleo e mais caixa para investimento.

O conteúdo local médio da SBM é de 65% no Brasil, disse. De acordo com Levy, seria possível construir no Brasil até 75% das unidades, embora fosse ser mais custoso e menos competitivo. "Fazer no Brasil é obviamente mais caro do que no exterior", disse. "Quando temos 65% para entregar, não fazemos 70%, ou 75%, porque custa mais."

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Avon termina trimestre no vermelho


Por Adriana Meyge | Valor
 
Gregory Bull/AP

SÃO PAULO  -  A companhia americana de venda direta Avon registrou prejuízo de US$ 5,5 milhões no terceiro trimestre, ante lucro líquido atribuído aos acionistas de US$ 31,6 milhões no mesmo período do ano passado. 

A receita líquida da multinacional caiu 8%, somou US$ 2,26 bilhões. 
O total de unidades vendidas foi 7% menor do que um ano antes e o número de revendedoras encolheu 3%. 

A venda de produtos beleza foi a que mais caiu, seguida por artigos de casa e moda. 

Em comunicado, a executiva-chefe da Avon, Sheri McCoy, disse que o terceiro trimestre foi difícil. “Nosso desempenho teve impacto negativo de fatores macroeconômicos desfavoráveis e da fraqueza contínua em algumas áreas de nossos negócios, particularmente a América do Norte”. 

A executiva reafirmou, porém, sua confiança de que a companhia caminha na direção certa. “Algumas áreas de nosso negócio estão se estabilizando, e estamos progredindo em direção a nossas metas de três anos.” 
A companhia conseguiu ganhar margem bruta no período, passando de 61,3% para 62,5%. 

Em comunicado, a companhia citou a operação do Brasil – uma das maiores do grupo no mundo - apresentou crescimento pelo quinto trimestre consecutivo. As vendas no país cresceram 13%, mas o impacto cambial, reduziu o avanço em dólares para 1%.

Seguro-desemprego pode exigir curso de qualificação já no 1º pedido

Por Edna Simão e Thiago Resende | Valor
 
Claudio Belli/Valor

BRASÍLIA  -  (Atualizado às 16h15) Após divulgar resultados fiscais piores que o esperado pelo mercado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que estuda medidas para reduzir os gastos com seguro desemprego e abono salarial.

Segundo o ministro, essas despesas devem ficar entre R$ 45 bilhões e R$ 47 bilhões neste ano, o que representa quase 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

“O governo está sempre preocupado em cumprir as metas fiscais e reduzir as despesas públicas. Estamos estudando uma maneira de reduzir uma das despesas importantes que temos tido: a despesa com seguro-desemprego e abono salarial”, disse Mantega.

O ministro anunciou que está em estudo a exigência de qualificação profissional logo no primeiro pedido de seguro desemprego. Hoje, isso acontece no segundo pedido do benefício, explicou Mantega.


Menos rotatividade


“Apesar de o emprego aumentar, está aumentando a rotatividade. Um problema da economia brasileira. Vamos tomar medidas para diminuir a rotatividade”, afirmou.

“Vamos incentivar a qualificação”, o que eleva o salário a ser recebido, frisou. Sobre os gastos com seguro-desemprego, o ministro ressaltou: “Temos urgência em reduzir essa despesa ou pelo menos impedir que continue crescendo”.

De manhã, foi divulgado que o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou um déficit primário de R$ 10,473 bilhões em setembro – o pior resultado para o mês da série histórica iniciada em 1997.
Pouco depois, o Banco Central (BC) informou que o resultado primário do setor público consolidado foi deficitário em R$ 9,048 bilhões – também o maior resultado negativo para meses de setembro da série iniciada em 2001.


Cursos


O ministro da Fazenda afirmou que o governo tem disponibilizado vagas para qualificação profissional dos trabalhadores.  Segundo ele, somente no Sesi/Senai são ofertadas 4 milhões de vagas por ano. “Já estamos aumentando os cursos de qualificação fortemente”, frisou o ministro.

Fraudes

Se aprovada a exigência de qualificação profissional para o trabalhador logo no primeiro pedido de seguro-desemprego, as fraudes para receber o benefício irão diminuir, segundo expectativa do governo, disse Mantega.

A medida, segundo Mantega, vai diminuir a ocorrência de fraudes, pois não é permitido trabalhar com carteira assinada quando o trabalhador está no curso profissionalizante após ser demitido. O ministro explicou que há casos de irregularidades em que o trabalhador recebe o seguro-desemprego e continua no emprego.

O objetivo do governo é melhorar as condições dos trabalhadores, ao dar “mais chances para se obter um novo emprego em breve”, disse o ministro.


Sindicatos


Mantega também disse que vai convocar as centrais sindicais para discutirem, a partir da próxima semana, medidas para redução dos gastos com seguro-desemprego e abono salarial.

O ministro ressaltou que o resultado do superávit primário em setembro foi influenciado por “despesas excepcionais”, que não deverão se repetir nos próximos meses. Ele citou, como exemplo, parte das despesas de 13º salário dos aposentados pagas em setembro, que darão um alívio em dezembro, e o auxílio a CDE que deve ser menor que R$ 2,5 bi nos próximos meses. “Algumas despesas estão tomando envergadura”, afirmou o ministro, referindo-se às despesas com abono salarial e seguro-desemprego. 


Abono salarial


Segundo Mantega, a despesa do abono está subindo expressivamente e deve chegar a R$ 24 bilhões neste ano. “Estamos estudando medidas para atenuar esse pagamento elevado”. Mantega explicou que a despesa com abono salarial cresce atualmente em 17% no ano devido à vinculação ao salário-mínimo, que subiu muito nos últimos anos.  O assunto também deverá ser discutido na reunião das centrais sindicais, segundo o ministro.

(Edna Simão e Thiago Resende | Valor)