sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Corte IDH terá presidente colombiano e vice brasileiro


Humberto Antonio Sierra Porto e Roberto de Figueiredo Caldas deverão presidir a Corte Internamericana de Direitos Humanos nos próximos dois anos

Leandra Felipe, da
Divulgação
Martelo durante julgamento da Corte Internamericana de Direitos Humanos (Corte IDH)

Martelo durante julgamento da Corte Internamericana de Direitos Humanos (Corte IDH)

Bogotá - A Corte Internamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), tribunal que compõe o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, elegeu hoje (28), na Costa Rica, os juízes que a presidirão nos próximos dois anos (biênio 2014-2015). A presidência da corte ficará a cargo do juiz colombiano Humberto Antonio Sierra Porto, e a vice-presidência com o brasileiro Roberto de Figueiredo Caldas.

Nascido em Cartagena, Antônio Sierra Porto já presidiu a Corte Constitucional colombiana e é advogado da Universidade Externado de Colômbia. Roberto Figueiredo é de Aracaju, capital do estado de Sergipe. É advogado da Universidade de Brasília, foi conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dirigiu várias entidades de defesa de direitos humanos no Brasil.

O atual presidente da Corte IDH, juiz peruano Diego García Sayán, encerra seu segundo mandato no tribunal, no próximo dia 31 de dezembro. Ele presidiu a 49ª Sessão Extraordinária da corte, ocorrida em Brasília, na primeira quinzena deste mês, quando foram ouvidas testemunhas do caso Rodríguez-Vera e outros contra a Colômbia.

Durante a audiência, o Estado colombiano reconheceu, pela primeira vez, a sua responsabilidade internacional no incidente de retomada do Palácio de Justiça, em Bogotá, em novembro de 1985, após a ocupação do local por integrantes do grupo guerrilheiro M-19. Com a ação militar, 13 pessoas desapareceram ou morreram.

Hermes tem pedido de recuperação aceito pela Justiça do Rio


Agora, a empresa tem dois meses para apresentar proposta de reestruturação

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Instalações do grupo Hermes e Comprafacil

CompraFácil: site de vendas pertence a Hermes, que pediu recuperação judicial

São Paulo - A Hermes teve seu pedido de recuperação judicial deferido ontem pela 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio. Atrás apenas de Natura e Avon, a terceira maior empresa em vendas por catálogos do país é dona do site CompraFácil.

De acordo com a lei 11.101, de 2005, a Hermes tem agora dois meses para apresentar um plano de reestruturação. Posteriormente, os credores da empresa terão 30 dias para avaliar e aprovar (ou não) a proposta.

Com receita superior a 2 bilhões de reais, 500.000 revendedores e 1.800 funcionários diretos, a Hermes acumula hoje uma dívida de 600 milhões de reais. Solicitada no último dia 18, a recuperação judicial havia sido antecipada pela coluna Primeiro Lugar, da revista EXAME de 13  de novembro. 

Carga tributária do Brasil é maior que em 17 países da OCDE

brasilia

Proporção dos tributos no Brasil em relação ao PIB foi maior do que em países como Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Espanha, Suíça e EUA  



Sandra Manfrini, da Agência Estado
 
BRASÍLIA - As receitas tributárias brasileiras cresceram "consideravelmente" nas últimas duas décadas em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e atingiram níveis superiores aos verificados em muitos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Essa é uma das constatações do documento Estatísticas sobre Receita na América Latina, divulgado nesta terça-feira, 13, pela entidade, que mostra que, em 2010, a proporção dos tributos no Brasil em relação ao PIB foi maior do que em 17 países da OCDE, incluindo Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Espanha, Suíça e Estados Unidos. 

"Historicamente, o Brasil tem sido o país da América Latina com a maior proporção de tributos em relação ao PIB durante o período de 1990-2009 (mas em segundo lugar depois da Argentina em 2010), mostrando percentuais semelhantes à média da OCDE, especialmente depois de 2004", diz o documento.

Segundo o estudo, em 2010, a relação entre a arrecadação de impostos e o PIB foi de 19,4% para os 15 países latino-americanos e de 33,8% para todos os países que integram a OCDE. Em relação especificamente ao Brasil, os impostos representaram 32,4% do PIB (ante 28,2% do PIB em 1990), ficando atrás apenas da Argentina (33,5%).

Com relação à estrutura tributária, o documento destaca que o porcentual de impostos indiretos e particularmente o ICMS é relativamente alto no Brasil na comparação com os demais países da OCDE. A avaliação feita é de que as elevadas receitas provenientes da tributação indireta no Brasil estão ligadas a quatro formas distintas de ICMS, que são arrecadados pelos Estados, o que torna o sistema complexo.

No caso da tributação direta, o estudo mostra que as receitas tributárias de impostos sobre os rendimentos e lucros têm desempenhado um papel secundário como fonte de receita na América Latina, mesmo com a tendência de alta observada de 1990-2010. Essas tributos também cresceram no Brasil, mas, segundo o levantamento, em ritmo mais lento que a média na região.

As receitas de impostos sobre a renda da pessoa física foram consideradas "especialmente baixas". Em contrapartida, as contribuições para a previdência contribuem com uma proporção significativa das receitas tributárias totais do Brasil nas últimas duas décadas, atingindo níveis próximos aos da OCDE. "Em certa medida, isto é explicado pela grande variação nos regimes de previdência da América Latina. A previdência representa a maior parte das receitas em países que têm regimes públicos e mistos, como Brasil, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai e Uruguai", diz o documento.

Os impostos sobre rendimentos e lucros no Brasil atingiram 6,9% do PIB em 2010, ante 4,8% nos países da região e 11,3% nos países da OCDE. As contribuições previdenciárias representaram 8,4% do PIB no Brasil no mesmo ano (3,6% nos países latino-americanos e 9,1% nos integrantes da OCDE).

O estudo ainda observou uma tendência de crescimento da participação das contribuições sociais e trabalhistas no total da arrecadação de impostos do Brasil entre 1990 e 2010, com níveis superiores ao da média da região e entre países da OCDE. Segundo o levantamento, em 2010, a proporção média do total de receitas geradas pelos impostos diretos, contribuições sociais, previdenciárias e trabalhistas em relação ao PIB foi de 16,2% no Brasil, de 20,8% nos países da OCDE e de 8,5% na região latino-americana. A tributação sobre propriedade no Brasil atingiu 1,9% do PIB em 2010, ficando próxima aos níveis dos países da OCDE (1,8%) e acima dos países da região (0,8%).

Tablets e uísque batem recorde na Black Friday do Walmart


Consumidores foram em busca de gadgets e entretenimento, segundo dados da promoção revelados pela empresa

Veja
uísque
Uísque: um dos produtos mais desejados no Black Friday, segundo o Walmart

São Paulo - O Walmart, que começou sua Black Friday às 6 da manhã da quinta-feira (promoção que ganhou o nome de "Mega Dia"),  colheu bons frutos da decisão de antecipar o saldão: segundo a empresa, alguns itens alcançaram recordes anuais de vendas, como tablets e uísque.

No primeiro dia, o destilado vendeu a mesma quantidade alcançada em um mês inteiro em toda a categoria de bebidas quentes. Para os tablets, o desempenho foi semelhante: apenas as primeiras vinte quatro horas do evento venderam quantidade similar a todo o mês de novembro. 

Em relação a 2012, a empresa destacou também o departamento de telefonia, que cresceu aproximadamente 120% em relação ao 1º dia do ano passado. Já na categoria de utilidades domésticas, só no primeiro dia de promoção, o Walmart cresceu 22% comparado com o 1º dia do evento do ano passado, com destaques para sanduicheiras, cafeteiras, mixer e panelas de arroz.

Outro item que foi destaque de vendas foi a piscina de 2420 litros, por R$ 99,00. A venda desse item representou 35% do total dos itens da categoria no Mega Dia. 

Roubini diz que cidades brasileiras vivem bolha imobiliária


Em texto publicado hoje, ele afirma que bolhas imobiliárias estão surgindo ao redor do mundo - inclusive nos "principais centros urbanos" brasileiros


Evan Kafka/EXAME.com
Nouriel Roubini, economista
Nouriel Roubini, economista presidente da consultoria RGE Monitor

São Paulo - O economista Nouriel Roubini, famoso por prever a crise financeira de 2008, acaba de publicar um artigo no Project Syndicate em que afirma que bolhas imobiliárias estão aparecendo em grandes centros urbanos do Brasil, Turquia, Índia e Indonésia.

O texto, intitulado "De volta para as Bolhas Imobiliárias", diz que o que está acontecendo atualmente em muitos países é como "um replay em câmera lenta" do que ocorreu na crise financeira americana, mas por uma série de outros motivos.

Nas economias avançadas, o problema é de taxas de juros extremamente baixos e muita liquidez. A combinação de crescimento e inflação baixos com um excesso de dinheiro no mercado leva a uma valorização excessiva de ativos como imóveis.

Ele cita Canadá, Nova Zelândia, França, Alemanha e vários outros países europeus como exemplos de países vítimas deste processo. Os sinais: aumentos constantes de preços em relação à renda total e de dívida imobiliária em relação a dívida total.

No caso dos emergentes, "a situação é mais variada".  Países com maior renda per capita, como Israel e Hong Kong, estão inflando a bolha ao deixarem suas taxas de juros muito baixas para evitar valorização de suas moedas.

Brasil, Turquia, Índia e Indonésia são citados como países de alta inflação, acima da meta do Banco Central. Em comum, urbanização acelerada que faz com que demanda por imóveis supere a oferta - empurrando os preços para cima.

Ele afirma ainda que as bolhas "não estão prestes a estourar por enquanto, porque as forças que as alimentam ainda estão em plena operação". Segundo ele, as autoridades de regulação estão mais atentas desta vez, mas enfrentam constrangimentos políticos para lidar com a questão.

Os piores e melhores investimentos de novembro


Dólar é o melhor investimento do mês e títulos públicos que acompanham variação da Selic se sobressaem na renda fixa, superando a poupança

Getty Images
Notas de cem dólares
Notas de cem dólares: Com pessimismo estrangeiro em relação ao Brasil, o dólar se fortaleceu frente ao real

São Paulo – O melhor investimento do mês de novembro foi o dólar comercial, que registrou valorização de 5,37%. E entre os investimentos de renda fixa, que são mais conservadores, os títulos do Tesouro Direto que acompanham a variação da Selic, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), tiveram o melhor desempenho, fechando o mês com alta de 0,79%.

Veja na tabela a seguir as performances das aplicações financeiras e dos indicadores de mercado em novembro e no acumulado do ano.
Aplicação Desempenho em novembro Desempenho no ano Fechamento em
Dólar comercial 5,37% 13,57% 28/11/2013
Fundos Multimercado Macro* 1,01% 6,27% 25/11/2013
LFT (vencimento em 07/03/2014)* 0,79% 7,36% 29/11/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2014)* 0,79% 6,37% 29/11/2013
LTN (vencimento em 01/01/2014)* 0,79% 6,32% 29/11/2013
Selic* 0,78% 7,38% 28/11/2013
CDI* 0,74% 7,19% 27/11/2013
Fundos referenciados DI* 0,72% 7,26% 25/11/2013
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* 0,70% 3,58% 29/11/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* 0,68% 3,33% 29/11/2013
LFT (vencimento em 07/03/2017) 0,66% 7,26% 29/11/2013
IPCA (estimativa do Banco Central)** 0,65% 5,82% 22/11/2013
Poupança antiga 0,54% 5,76% 28/11/2013
Poupança nova* 0,54% 5,16% 28/11/2013
Fundos de Renda Fixa* 0,41% 5,94% 25/11/2013
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 0,40% 5,55% 22/11/2013
Fundos Multimercado Multiestratégia* 0,39% 4,11% 25/11/2013
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,32% 3,87% 25/11/2013
Fundos de ações Ibovespa Ativo* -0,36% -2,11% 25/11/2013
Fundos de ações livres* -1,04% 1,68% 25/11/2013
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) -1,18% -10,62% 28/11/2013
LTN (vencimento em 01/01/2017)* -1,55% --- 29/11/2013
Fundos de ações Small Caps* -1,62% -10,22% 25/11/2013
Fundos de ações dividendos* -2,63% -2,17% 25/11/2013
Ouro -3,16% -15,98% 28/11/2013
Ibovespa -3,27% -13,90% 29/11/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2023)* -6,20% -9,44% 29/11/2013
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* -8,70% -24,69% 29/11/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* -13,57% -33,04% 2911/2013
Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) Últimos 30 dias até a data de fechamento
(**) Expectativa de inflação para o ano de 2013 e para o mês de novembro, segundo o Boletim Focus do Banco Central, divulgado no dia 22/11/2013.
 

Renda fixa

Com as repetidas altas da taxa Selic - que foi elevada mais uma vez nesta semana, passando de 9,5% para 10% ao ano -, os investimentos que se beneficiam pela tendência de elevação da taxa, como a poupança, os fundos referenciados DI e alguns títulos do Tesouro Direto, tiveram resultados positivos no ranking mensal.

As Letras Financeiras do Tesouro, títulos públicos cujo rendimento acompanha a variação da Selic, tiveram o melhor rendimento entre as aplicações de renda fixa, que são mais conservadoras. “A LFT registra alta não só pela previsível elevação da Selic, que se concretizou no final do mês, mas pela perspectiva de continuação da alta dos juros futuros”, explica Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos.

A LFT é uma boa opção para quem busca uma alternativa de investimento conservadora, fora da poupança. Diferentemente de outros investimentos títulos públicos, o investidor não corre o risco de ter grandes prejuízos ao resgatar uma LFT antes do prazo de vencimento.

As Letras do Tesouro Nacional (LTN) e as Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F) com vencimentos curtos também tiveram bom desempenho. Segundo Bittencourt, a alta dos títulos é relacionada mais uma vez às perspectivas sobre o comportamento dos juros no futuro.

“Imaginava-se que o ciclo de juros de curto prazo terminaria, por isso os títulos curtos não foram tão afetados e os longos foram”, diz o diretor da Apogeo.

Ele esclarece que, como os títulos com prazo longo vendidos atualmente prometem remunerações altas, os títulos vendidos anteriormente com taxas mais baixas sofrem quedas. E como a previsão é de que os juros não subam mais tanto no curto prazo, os títulos com vencimentos mais próximos não ficam em grande desvantagem em relação aos títulos atualmente vendidos no mercado: suas taxas são compatíveis com a baixa expectativa de alta dos juros no curto prazo.

Com a Selic acima de 8,5% ao ano, a poupança nova passa a ter a rentabilidade da poupança antiga, de 0,5% ao ano, mais a taxa referencial (TR), que fica próxima a zero. Mesmo sendo um investimento mais conservador, a caderneta obteve um rendimento razoável, de 0,54%, superando os fundos de renda fixa e alguns títulos do Tesouro.

Apesar da tabela de rendimentos mensal mostrar algumas quedas entre os títulos do Tesouro Direto, o momento é extremamente favorável para investir nesses papéis. As Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) com vencimentos longos, por exemplo, apresentam queda no mês porque elas sofrem o efeito da marcação a mercado, que reflete a rentabilidade que os títulos teriam se fossem vendidos antes do vencimento.

No entanto, se o investidor comprar uma NTN-B agora pensando em carregá-la até o vencimento, a remuneração oferecida é muito maior do que a da poupança. Todas as NTN-Bs disponíveis para compra neste momento, oferecem juros acima de 6% ao ano, mais a variação da inflação.

Dentre os títulos públicos apresentados na tabela, estão disponíveis para compra: a NTN-B Principal com vencimento em 2035 e a NTN-B com vencimento em 2050, a LFT com vencimento em 2017, a LTN com vencimento em 2017 e a NTN-F com vencimento em 2023.
Renda variável




O dólar fechou o mês com o melhor rendimento do ranking, com alta expressiva de 5,37%. Os dados ruins de contas do governo impulsionaram a valorização da moeda ante o real. Nesta quinta-feira (28), foi anunciado que o superávit do Governo Central em outubro foi de 5,436 bilhões de reais, inferior ao piso das projeções, que era de 6 bilhões de reais, pior resultado para o mês desde 2004. A divulgação aprofundou o mau humor estrangeiro em relação ao Brasil, que já vinha sendo motivado pelos temores de corte no rating nacional por agências de classificação de risco.

O Ibovespa, principal índice de referência da Bolsa, fechou em queda de 3,27%. Segundo Paulo Bittencourt, fatos muito objetivos afetaram o desempenho do índice. “A perspectiva de um PIB enfraquecido para 2013 e 2014, os dados de baixo superávit primário e a deterioração nas contas fiscais brasileiras acabaram empurrando para baixo todo o movimento de recuperação do índice esboçado a partir de setembro e outubro”, afirma.

Depois do dólar, os fundos multimercados tiveram o melhor resultado na renda variável. Esse tipo de fundo pode investir em qualquer aplicação, usando as mais diversas estratégias.

Para Bittencourt, a alta de 1% no mês pode ser explicada pelo bom aproveitamento que os gestores fizeram das atuais circunstâncias de mercado. “O gestor desses fundos toma como base certos fundamentos macroeconômicos e opera de acordo com o que está achando que vai acontecer. Certamente esses gestores devem ter feito posições contra o real e se beneficiaram com isso”, conclui. 

Sob nova política de preços, Petrobras reajusta gasolina


Companhia anunciou elevação média do preço da gasolina nas refinarias no país em 4% e do diesel em 8%

Sabrina Lorenzi e Gustavo Bonato, da
Christian Castanho/Quatro Rodas
Abastecimento em posto da Petrobras
Abastecimento em posto da Petrobras: reajuste entrará em vigor às 0h de 30 de novembro

Rio de Janeiro/São Paulo - A Petrobras anunciou nesta sexta-feira elevação média do preço da gasolina nas refinarias no país em 4 por cento e do diesel em 8 por cento, já atendendo aos princípios de uma nova política de preços da estatal.

O reajuste entrará em vigor às 0h de 30 de novembro, segundo fato relevante.
Tanto um reajuste pontual dos combustíveis quanto uma nova metodologia de precificação da gasolina e do diesel eram aguardados com ansiedade pelo mercado, porque podem dar fôlego financeiro à empresa, que sofre com um caixa apertado e alto endividamento.

No entanto, o comunicado da petroleira não sinalizou claramente como funciona a nova política de preços.
"Por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia", disse a empresa.

O Conselho da Petrobras esteve reunido em São Paulo nesta sexta-feira, com a presença de seu presidente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da presidente-executiva da estatal, Maria das Graças Foster.

Segundo documento após o encontro do Conselho, a metodologia pretende assegurar que os indicadores de endividamento e alavancagem da Petrobras retornem aos limites estabelecidos no Plano de Negócios 2013-2017 em até 24 meses, considerando o crescimento da produção de petróleo e a aplicação da política de preços de combustíveis.

O plano atual da estatal prevê alavancagem menor que 35 por cento. No encerramento de setembro, a relação entre dívida e patrimônio líquido estava em 36 por cento.

Outro objetivo da Petrobras é alcançar a convergência dos preços no Brasil com as referências no exterior em prazo compatível, mas sem "repassar a volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico", segundo a companhia.

Uma fonte com conhecimento do tema disse, sob condição de anonimato, que a Petrobras não fará reajustes imediatamente após o preço do petróleo subir ou recuar no exterior, mas deverá aguardar por algum período para então repassar a variação ao mercado doméstico.

O lucro da Petrobras no terceiro trimestre veio bem abaixo da previsão de analistas, com queda de 39 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, com impacto principalmente da importação elevada de derivados por um preço acima do praticado no Brasil.

No fim de outubro, a diretoria da Petrobras apresentou ao Conselho uma proposta de metodologia de preços prevendo reajustes automáticos e periódicos de combustíveis, mas enfrentou resistência dentro do governo, por ser vista como uma maneira de indexar a economia.
Efeito na Bomba e Inflação 




A Petrobras não divulgou uma expectativa de qual será o impacto do reajuste nos postos de combustíveis.
A economista Basilik Litvac, da MCM Consultores, calcula um aumento da gasolina de 2,8 a 3 por cento e do diesel de 6 por cento na bomba. Na inflação oficial, o impacto total da alta dos combustíveis deve ser de 0,12 ponto percentual no IPCA de dezembro.

As projeções da economista estão alinhadas com as de um representante do setor de petróleo, que disse à Reuters que o reajuste da gasolina terá impacto de 3 por cento ao consumidor, enquanto o do diesel deverá variar de 6 a 7 por cento na bomba.

É o segundo aumento da gasolina em 2013, depois dos 6,6 por cento nas refinarias em janeiro. Para o diesel, trata-se do terceiro reajuste, após os aplicados em janeiro e março, de 5,4 e de 5 por cento, respectivamente.