segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Financial Times: mais notícias ruins para o Brasil

O FT comentou a queda do IBC-Br - índice divulgado na última sexta-feira pelo Banco Central e que funciona como uma espécia de prévia do Produto Interno Bruto (PIB); o indicador caiu 0,3% em novembro.

A publicação britânica Financial Times voltou a destacar dados ruins da economia brasileira. Em um artigo entitulado "Mais notícias ruins para o Brasil" na área dedicada somente às economias emergentes, o FT comentou a queda do IBC-Br - índice divulgado na última sexta-feira pelo Banco Central e que funciona como uma espécia de prévia do Produto Interno Bruto (PIB). O indicador caiu 0,3% em novembro.
O artigo afirma que o mercado esperava um crescimento de 0,1% no indicador ao invés da queda registrada e explicou que o dado foi divulgado dois dias depois de o Banco Central aumentar a taxa básica de juros da economia para 10,5% ao ano. Aumentar juros segura a inflação, mas tende a desacelerar a economia.

O FT ainda disse que os sucessivos aumentos na taxa de juros não têm reduzido o ritmo da inflação, que tem subido muito mais pela desvalorização do real e gastos do governo.

sábado, 18 de janeiro de 2014

PARAGUAIOS RECEBERIAM R$ 0,10 POR PEÇA PRODUZIDA

Paraguaios têm o direito de trabalhar e viver no país. Basta solicitar autorização em consulados brasileiros. 

Nesta semana quatro ônibus foram flagrados com cidadãos paraguaios sem autorização para viajar no Brasil. As autoridades desconfiam que os passageiros estrangeiros voltavam para a capital paulista, onde trabalham em situação semelhante à escravidão, ou seja, ganhando muito a baixo de um salário mínimo, com carga horária acima da prevista em lei e vivendo em lugares degradantes.

“Existem várias denúncias sobre paraguaias domésticas. Também foram feitas várias ações de conscientização pela nossa gerência, no tocante a trabalhadores paraguaios ilegalmente da construção civil e reciclagem de lixo. Quando é uma questão de regularização é dado um prazo para a empresa se regularizar. Já em caso de trabalho de trabalho degradante é tomado outras medidas”, informou.

De acordo com Gilberto Monte Braga, gerente do Ministério do Trabalho e Emprego, os pedidos de trabalho por cidadãos paraguaios aumentaram nos últimos anos em Foz do Iguaçu, principalmente na área da construção civil.

O delegado-chefe da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, Ricardo Cubas, informou que a retirada de visto de estudante ou trabalho por estrangeiros, é um processo fácil no Brasil. Segundo explicou o delegado, a pessoa precisa fazer o pedido na embaixada brasileira no país em que estiver apresentando documentos e comprovante que já possui algum empregador interessado no Brasil.

Os estrangeiros podem ter a Carteira de Trabalho no Brasil, tanto na condição de fronteiriço ou acordo pelo Mercosul, que permite trabalhar em todo o território nacional. Para isso, primeiramente o cidadão deve pedir visto de permanência no consulado brasileiro, no país de origem.

Os paraguaios flagrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-277 no oeste do Paraná depois de entrarem ilegalmente no Brasil disseram aos agentes que receberiam R$ 0,10 por peça de roupa produzida em fábricas de confecção em São Paulo. O grupo de 137 estrangeiros estava em três ônibus abordados na tarde de quinta-feira (16/01) quando seguiam viagem para o estado vizinho. A Polícia Federal (PF) garantiu que vai investigar as suspeitas de aliciamento para o trabalho escravo no país.

A primeira abordagem foi feita no posto da PRF em Santa Terezinha de Itaipu. No ônibus de São Paulo (SP) estavam 48 paraguaios. Logo depois, na mesma rodovia, outros dois veículos do comboio, um com 41 e outro com mais 48 estrangeiros entre homens, mulheres e crianças com idade de 5 a 60 anos, foram abordados quando passavam por Céu Azul. Além de os paraguaios não terem o documento de entrada no país expedido pela PF, alguns veículos não tinham, por exemplo, a licença da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para o transporte de passageiros.

No domingo (12/01), um ônibus com 48 passageiros paraguaios foi abordado também na BR-277, em Céu Azul. Na ocasião, os estrangeiros voltaram ao país de origem após serem multados por entrar no Brasil ilegalmente. O motorista, brasileiro, e o ônibus de turismo, de São Paulo, foram liberados. Segundo a assessoria da PF, em 2013 foram flagrados na região quatro ônibus na mesma situação. Como não havia indícios de que os grupos tinha a intenção de trabalhar no país, foram autuados e voltaram ao Paraguai pela Ponte da Amizade, por onde haviam passado.

Segundo o delegado da PF em Foz do Iguaçu, Ricardo Cubas César, as suspeitas de uso de mão-de-obra ilegal serão investigadas. “Este tipo de contrato e de pagamento por peça de roupa produzida já demonstra uma situação irregular de trabalho, provavelmente escravo”, afirmou. “Serão investigados as empresas proprietárias dos ônibus, as pessoas que possivelmente estavam servindo como guias e principalmente as empresas que contrataram os trabalhadores”, apontou ao destacar que uma quadrilha especializada pode estar agindo na região.

Quanto à obrigatoriedade de os estrangeiros informarem a entrada no país, o delegado explicou que paraguaios, em função do Mercosul, têm o trânsito facilitado nos países no bloco, e precisam de visto apenas nos casos de permanência acima de 90 dias ou para estudo e trabalho. “Esta liberação precisa ser feita por meio do consulado do Brasil no país de origem.” Nos flagrantes de imigração irregular, se os estrangeiros se dispuserem a voltar voluntariamente, são acompanhados pela polícia até o ponto de fronteira mais próximo. “Caso contrário, é feito o procedimento formal de deportação”, observou César.

(Agências – 17/01/2014)

Região Sul tem maior aumento de exportações em 2013



Importação e Exportação / Logística
 
A Região Sul teve o maior crescimento das vendas externas entre as regiões brasileiras em 2013. De janeiro a dezembro do ano passado, os estados do Sul venderam 18,19% mais que em 2012. O total de exportações da região passou de US$ 44,015 bilhões, em 2012, para US$ 52,021 bilhões, em 2013, o que representou um crescimento da participação regional nas exportações totais do Brasil de 18,15% para 21,48%.

A segunda maior elevação das vendas externas (10,76%) foi do Centro-Oeste brasileiro (de US$ 25,621 bilhões para US$ 28,377 bilhões; de 10,56 % para 11,72% do total Brasil); seguido pela Região Norte, com 7,89% de aumento (de US$ 17,692 bilhões para US$ 19,088 bilhões; 7,29 % para 7,88%). O Nordeste registrou queda de 8,01% nas vendas externas (de US$18,773 bilhões para US$ 17,270 bilhões; 7,74 % para 7,13%) e o Sudeste também teve redução 8,68% das exportações em 2013 (US$ 133,520 bilhões para US$ 121,936 bilhões; 55,04% para 50,35%).

Em valores absolutos, os maiores exportadores foram: Sudeste (US$ 121,936 bilhões); Sul (US$ 52,021 bilhões); Centro-Oeste (US$ 28,377 bilhões); Norte (US$ 19,088 bilhões) e Nordeste (US$ 17,270 bilhões).

Estados

Entre os estados, o que teve maior crescimento das vendas externas, em relação ao ano anterior, foi o Rio Grande do Sul, que aumentou em 44,34% as exportações. Os embarques do estado passaram de US$ 17,385 bilhões para US$ 25,093 bilhões, elevando de 7,17% para 10,36% a participação nas vendas externas brasilerias. Em valores absolutos, os maiores exportadores foram São Paulo (US$ 56,317 bilhões; queda de 5,11% em relação a 2012 e participação de 23,25 % no total Brasil); Minas Gerais (US$ 33,436 bilhões; aumento de 0,57%; participação de 13,81% ); Rio Grande do Sul (US$ 25,093 bilhões; 44,34% de elevação; 10,36%); Rio de Janeiro (US$ 21,273 bilhões; queda de 26,04%; participação de 8,78%); e Paraná (US$ 18,239 bilhões; aumento de 2,99%;participação de 7,53%).

Veja no site os dados da balança comercial de estados e regiões, no endereço: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1078&refr=1076

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC

Petróleo brasileiro: previsões de Ano Novo


Tanto Washington quanto Agência Internacional de Energia sonham com Pré-Sal e nossas exportações de combustíveis. Que há por trás disso? 
 
por André Garcez Ghirardi — publicado 17/01/2014 17:29

Para os EUA, interessa – e muito – ter disponível mais um grande exportador de petróleo, principalmente na vizinha América do Sul, com ambiente político estável e aberto à presença de empresas norte-americanas 



A Previsão


Como é de costume, a Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou em novembro seu Panorama Mundial de Energia 2013 (World Energy Outlook), com projeções para produção e uso das diversas fontes energéticas até 2035. Para o Brasil, esta edição doOutlook tem interesse especial, porque traz um capítulo especial sobre o futuro papel do país no comércio mundial de energia.

Reconhecida como uma das principais fontes de informação sobre oferta e demanda de energia em todo mundo, a AIE nasceu em 1974, para se ocupar especificamente da garantia de abastecimento de petróleo aos países da OCDE (EUA, Europa Ocidental, Turquia, Japão, Coréia do Sul, Austrália e Nova Zelândia).

Em suas próprias palavras, a Agência foi criada em resposta à crise de 1973-74 no mercado mundial de petróleo, com a função de coordenar a liberação de estoques de emergência detidos pelos países membros da OCDE, caso ocorra interrupção de grande porte no fornecimento mundial de petróleo. Ainda hoje, embora tenha diversificado seu espaço de atuação, a AIE tem como seu foco principal a segurança de suprimento de energia que significa, essencialmente, a segurança de suprimento de petróleo.

Sempre atenta às futuras fontes de oferta e demanda de petróleo, a AIE prevê que a produção no Brasil atingirá 6 a 7 milhões de barris por dia em 2035. Para aquele mesmo ano, prevê que o consumo interno do Brasil será de 3,5 milhões de barris por dia em 2035. Prevê, portanto, que haverá um excedente exportável de petróleo brasileiro da ordem de 3 milhões de barris por dia em 2035.


Os Planos



O horizonte das previsões da AIE vai além do que tratam os documentos oficiais brasileiros sobre a produção e consumo de petróleo. O atual Plano de Negócios da Petrobras (PNG 2013-17) projeta produção diária de 4 milhões de barris de petróleo em 2020. Nada afirma além de 2020, menos ainda sobre 2035. Por outro lado, considerando que neste momento a companhia produz cerca de dois milhões de barris por dia, o plano da Petrobras anuncia aumento de 100% na produção de petróleo num horizonte de sete anos. O que torna pelo menos plausível o número previsto pela AIE para 2035. Se a companhia vai dobrar a produção nos sete anos entre 2013 e 2020, é razoável imaginar que possa agregar outros 50% em quinze anos mais. A competência técnica existe. O petróleo, também.

A projeção oficial do governo brasileiro foi publicada através do Ministério de Minas e Energia (MME), no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2022). Nele o ministério projeta disponibilidade de excedente exportável de petróleo a partir de 2014, iniciando com média diária de 170 mil barris, ultrapassando um milhão de barris em 2018, e atingindo máximo de 2,3 milhões de barris em 2021. Há um declínio do excedente exportável a partir de 2022, último ano disponível na publicação. Ou seja, a projeção pública mais atualizada feita pelo MME não chega a 2035 e, dentro do horizonte contemplado, prevê exportação máxima de 2,3 milhões de barris por dia.

Consideradas em conjunto, essas informações nos dizem que, para que se realizem as previsões da AIE a respeito das exportações de petróleo do Brasil, seria necessário aumentar a produção diária brasileira em cerca de um milhão e meio de barris entre 2022 e 2035. Para isso, seria necessário oferecer outras áreas para exploração e produção; seriam necessárias outras licitações. Considerando que a demanda doméstica estaria plenamente atendida, essas licitações, se acontecerem, atenderão exclusivamente o mercado de exportação. Nos termos da lei, é do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a competência para deliberar sobre licitações para exploração. Tanto para decidir se há ou não nova licitação, quanto para determinar o número de blocos ofertados e sua localização.



A Pergunta



A diferença entre a previsão da AIE e as projeções do governo brasileiro nos remete à pergunta: interessa ao Brasil exportar tanto petróleo? Uma pergunta fundamental para a vida do país, e que terá de ser respondida repetidamente pelo CNPE, enquanto durar o ciclo exportador de petróleo que deverá ter início neste ano de 2014. Resumo aqui, de forma muito simplificada, duas posições divergentes sobre a resposta a essa pergunta fundamental. Uma é favorável à expansão das exportações de petróleo em toda extensão possível. Outra, vê necessidade de expansão controlada das exportações de petróleo.

A primeira corrente de opinião vê nas exportações de petróleo uma atividade essencialmente benéfica para o Brasil: elas permitem o crescimento das importações necessárias para sustentar a expansão do consumo interno, sem causar déficit na relação comercial do Brasil com o mundo. Além disso, as exportações de petróleo vão ajudar a conter a inflação, pois tendem a valorizar o real – ou seja, barateiam os produtos importados, cujo preço é fixado em dólares. Segundo essa corrente, quanto mais petróleo o Brasil exportar, melhor será para a condição material da população.

A segunda corrente de opinião vê potenciais benefícios na exportação de petróleo, mas vê também possíveis ameaças para a diversidade do parque industrial brasileiro, com possíveis efeitos negativos sobre emprego e renda. Por isso, favorece a definição do excedente exportável de petróleo em função de uma política industrial que considere, sim, a necessidade de abastecimento doméstico de combustíveis. Mas que atue para que o grande volume de receitas de exportação não destrua a competitividade dos produtos brasileiros. Segundo essa corrente de pensamento, a expansão acelerada da exportação de petróleo poderia resultar numa valorização cambial exagerada, fruto de receitas concentradas num único setor dominante da pauta de exportações. Nessa visão, a exportação exagerada de petróleo seria aquela que agrava a perda de diversidade da indústria brasileira, de sua capacidade de colocar seus produtos no mercado mundial, e de sua capacidade de absorver mão-de-obra. Isto é, aprofunda um processo de regressão (primarização) da inserção do Brasil na economia mundial.

O debate sobre a desindustrialização da economia brasileira já se instalou desde a abertura comercial na década de 1990. Mas recentemente, ele ganhou complexidade com a perspectiva de o país tornar-se um grande exportador de petróleo e, por causa disso, enfrentar um novo ciclo de valorização da moeda e encarecimento dos produtos brasileiros. Existem argumentos sólidos dos dois lados do debate. Portanto, tudo indica que esse dilema permanecerá em pauta pelo resto do século XXI.



Com Atua o Principal Cliente



Em sua visita ao país em março de 2011, o presidente dos EUA explicitou que seu país desejava tornar-se o melhor cliente do petróleo brasileiro. Isso faz todo sentido, já que os EUA são os maiores importadores de petróleo do mundo. Para eles, interessa – e muito – ter disponível mais um grande exportador de petróleo, principalmente em se tratando de um país da vizinha América do Sul, em sua esfera de influência direta, com ambiente político estável e aberto à presença de empresas norte-americanas.

Mas há um elemento aparentemente contraditório nessa boa disposição norte-americana para importar petróleo brasileiro. Ela precisa ser considerada, por quem se interessa pelo tem. Os EUA são a potência hegemônica mundial, e berço de grande parte da indústria do petróleo, possuidores de toda capacidade técnica e financeira para exploração e produção de petróleo e todos os seus derivados. No entanto, a despeito dessa inegável competência, 87% das áreas federais dos EUA, inclusive a quase totalidade da plataforma continental, permanece fechada à exploração petroleira. A informação oficial é que nas duas costas há “baixo potencial de recursos ou baixo apoio para novas potenciais concessões”. Na costa leste, as regiões designadas Mid-Atlantic eSouth-Atlantic estão anunciadas como passíveis de “estudos sísmicos potenciais”, com a ressalva de que não haverá concessões para tais estudos antes de 2017.

Ao apresentar a estratégia exploratória em seu próprio mar territorial, os EUA declaram que não pode haver um procedimento geral de licenciamento para todas as áreas (“one size fits all”), sendo necessário considerar fatores tais como novas informações sobre recursos potenciais, maturidade da infraestrutura de apoio, inclusive ativos para resposta de emergência, e (vagos) interesses regionais. No caso da costa do Atlântico, sua exclusão do plano de concessões deveu-se, entre outros fatores, a considerações feitas pelo Departamento de Defesa. O American Petroleum Institute queixa-se dessas restrições para atuação da indústria petroleira em território norte-americano, e considera altamente nocivo para o país que quase todas as áreas federais permaneçam fechadas para exploração.

Queixa-se igualmente de que vigoram há quarenta anos, nos EUA, leis que proíbem a exportação de petróleo sem licença prévia, notadamente o Energy Policy and Conservation Act, de 1975, e o Export Administration Act, de 1979. A despeito da crescente pressão dos produtores entusiasmados com a bonança do óleo não-convencional, não há nenhuma movimentação política de grande porte pedindo o fim do veto dos EUA às exportações de petróleo. Numa sociedade radicalmente avessa à presença do governo no mundo dos negócios, essa interferência estatal tão flagrante e longeva é a comprovação concreta de que, em se tratando de comércio de petróleo, a estratégia de Estado se sobrepõe aos interesses imediatos de negócio.

Em resumo, o país que mais conhece a indústria petroleira e que se propõe ser o melhor cliente das exportações do petróleo produzido no mar do Brasil restringe a exploração em sua própria plataforma continental e proíbe a exportação de petróleo produzido em seu território. Uma contradição a ser considerada pelo CNPE ao definir o futuro das exportações brasileiras de petróleo.



Previsão de Quem?



Para concluir, lembro ao leitor que a Agência Internacional de Energia foi concebida e instituída por ação pessoal de Henry Kissinger. Era ele o Secretário de Estado dos EUA quando, em 1973, os membros árabes da OPEP (OAPEP) impuseram um embargo formal ao fornecimento de petróleo para os EUA e Holanda (por ser Amsterdam o principal porto de comercialização de petróleo), em retaliação ao apoio norte-americano a Israel, em guerra contra Síria e o Egito. Foi a primeira vez em que o petróleo foi usado como arma política. A essa ação política corresponderam reações também políticas dos EUA e aliados, entre elas a criação da AIE. Ou seja, a AIE nasceu como organismo político, para defender os interesses dos EUA e aliados no mercado mundial de petróleo. Há quem diga que isso é coisa de um passado distante, e que hoje a atuação da AIE é principalmente técnica, e que as previsões da AIE sobre oferta e demanda de petróleo nada têm de político, e são exclusivamente técnicas. É. Pode ser.
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Goldman, Julianna; Dantas, Iuri – “Obama tells Rousseff he wants U.S. to be among Brazil’s best customers”. Bloomberg News, 20 março 2011.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A turma do ITA revoluciona a energia

13/01/2014 

 Três colegas da turma de 1977 lideram os projetos de energia eólica no Brasil, que devem movimentar R$ 37 bilhões até 2018.

Foi do quintal do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), especificamente do alojamento H8, projetado por Oscar Niemeyer, que saíram alguns dos principais personagens do recente sucesso da energia eólica no Brasil. Da turma de 1977, pelo menos três amigos sucumbiram ao apelo da fonte renovável, que até 2018 vai acrescentar investimentos de R$ 37 bilhões ao País.
Bento Koike se tornou o segundo maior produtor mundial de pás com sua Tecsis, Odilon Camargo virou o maior medidor de ventos do Brasil e Mário Araripe, um grande investidor e desenvolvedor de projetos.

A história começou num trabalho de graduação na segunda metade da década de 70, no rastro do choque do petróleo que assombrava o mundo e obrigava governos a buscar novas tecnologias para reduzir a dependência pelos combustíveis fósseis. No Centro Tecnológico Espacial do ITA, as novidades pipocavam: a Embraer iniciava a produção do Bandeirante, o motor a álcool estava em pleno desenvolvimento e o projeto do lançador de satélites havia começado.

Embora fossem assuntos instigantes, os três engenheiros seguiram horizontes bem diferentes. Cada um a seu tempo, apostaram no desenvolvimento da energia eólica no Brasil. Camargo e Koike sempre estiveram juntos no longo caminho até o sucesso, desde a construção de um aerogerador na tese final do curso do ITA. Araripe chegou por último no setor (em 2006), quando a fonte de energia começava a deslanchar.

Se hoje dizem que os engenheiros tiveram sorte, eles lembram que até meados da década passada falar de energia eólica soava como poesia. A fonte renovável não tinha competitividade nem interesse por parte do governo brasileiro, que só pensava nas grandes hidrelétricas. A virada ocorreu em 2009, no primeiro leilão de eólica. Com a crise internacional, o consumo de energia recuou no mundo todo e os projetos de novas usinas foram paralisados, deixando as fábricas de equipamentos com a capacidade ociosa elevada, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.

Como o Brasil saiu rapidamente da crise e o consumo de energia passou a crescer, os fabricantes globais se voltaram para o País, montaram fábricas, criaram competição no setor e aprimoraram a tecnologia. O preço da energia caiu de R$ 300 o MWh para algo em torno de R$ 100. Com o apetite apresentado pelos investidores, o governo resolveu repetir a receita nos anos seguintes.

No ano passado, não teve pra ninguém - nem mesmo para as hidrelétricas. Foram contratados 2,3 mil MW, um recorde, diz a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (AbeEólica), Elbia Melo. Segundo ela, o País fechou o ano com 3,6 mil MW de capacidade instalada - 3% da matriz elétrica. Até março serão 7 mil MW e, em 2018, 13 mil MW - 8% da matriz.

"A sinalização dada com os leilões foi fundamental para o investidor apostar no setor. Hoje temos nove fábricas (de equipamentos) no País", diz a executiva. A chegada de multinacionais permitiu o avanço da tecnologia para aproveitar melhor o vento e dar mais competitividade à fonte de energia - que hoje só perde para a energia hídrica. Elbia lembra que o potencial do Brasil aponta para 350 mil MW que ainda podem ser explorados - sinal de que os três engenheiros ainda terão muito trabalho pela frente


Fonte: O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Brasil: Deputados analisam projeto que propõe incentivos fiscais a usinas de fonte renovável!


Solar e Eólica

A Câmara dos Deputados está avaliando projeto de lei que concede incentivos fiscais à instalação de usinas de energia solar ou eólica.
 
Pela proposta, bens de capital e os materiais de construção utilizados nas unidades ficariam isentos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto de Importação (II).

Além disso, o texto define a aceleração da depreciação dos bens adquiridos para os empreendimentos de geração de energia renovável em um quinto do tempo previsto na legislação do Imposto de Renda.

O deputado Júlio Campos (DEM-MT), autor da proposta, acredita que o incentivo à produção de eletricidade a partir das fontes solar ou eólica é uma obrigação para o desenvolvimento de um plano de expansão da oferta de energia limpa no país.

Fonte: Petronotícias

Mundo: Futura presidente da CPLP quer melhorar relacionamento entre os países lusófonos!


Países Lusófonos

Economista de Cabo Verde quer nações de língua portuguesa com maior conteúdo empresarial.

A economista de Cabo Verde, Georgina Melo, que vai assumir em fevereiro próximo a direção geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) revelou que uma das suas principais tarefas será melhorar o relacionamento entre estas nações, proporcionando maior conteúdo social e empresarial aos seus empreendimentos.

Em entrevista prestada à imprensa de Portugal, Georgina Melo disse já ter conversado sobre os seus objetivos com o Secretário-Geral da CPLP, Murade Isaac Murargy, de Moçambique, e que ele está de pleno acordo com os seus planos. Ela  substituirá o diplomata Hélder Vaz, de Guiné-Bissau, na direção geral da CPLP.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, sediada em Lisboa, foi criada em 17 de julho de 1996. Atualmente, possui oito países membros (Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste) e três associados, as Repúblicas da Guiné Equatorial, Senegal e Maurícia.

Em 2005, os países membros da CPLP decidiram estabelecer a data de 5 de maio como o Dia da Cultura Lusófona.

Fonte: Diário da Rússia