quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Brasil deve ganhar 17 mil novos milionários em 2014


Será o quinto maior aumento percentual do mundo, de acordo com a Wealth Insight; veja o top 10

Raul Junior/EXAME.com
Nota de 100 reais presa em garfo
Nota presa em garfo: Brasil deve ter mais de 200 mil milionários este ano

São Paulo - Mais de 17 mil brasileiros se tornarão milionários em 2014, de acordo com estimativas da consultoria Wealth Insight.

Isso significa uma alta de 8,9% em relação aos 194.300 milionários que o país registrou em 2013.
Será o quinto maior aumento percentual no mundo, atrás apenas de Indonésia, Índia, Nigéria e Estados Unidos.  

Os EUA lideram tanto em número absoluto de milionários (5,2 milhões) quanto em novos integrantes deste grupo em 2014 (496.945).

Chama a atenção o número de novos milionários nos países que formam os MINTs e no Reino Unido, que está crescendo no ritmo mais rápido em 6 anos.


Brasil


De acordo com estimativas do Credit Suisse, o Brasil tinha 221 mil milionários em outubro do ano passado e vai ganhar 186 mil nos próximos 5 anos - um aumento de 84%.

As discrepâncias entre a Wealth Insight e o Credit Suisse são provavelmente resultado de metodologias diferentes na hora de medir o valor de propriedades imobiliárias.

Cinquenta brasileiros são bilionários, de acordo com a Wealth X.

Veja o número de milionários e o aumento de um ano para o outro em cada país, de acordo com a Wealth Insight:
  País Número de milionários (2013) Número de novos milionários (2014) Crescimento no número de milionários
1 Indonésia 37.000 8.362 22,6%
2 Índia 251.000 42.921 17,1%
3 Nigéria 15.900 1.590 10,0%
4 Estados Unidos 5.231.000 496.945 9,5%
5 Brasil 194.300 17.293 8,9%
6 Turquia 94.100 8.000 8,5%
7 China 1.279.800 101.104 7,9%
8 México 145.000 10.150 7,0%
9 Reino Unido 675.100 44.557 6,6%
10 Rússia 159.600 7.661 4,8%

FGV/EESP aponta que taxa de câmbio apresenta desafios para o país

O levantamento revela ainda que “não é possível descartar movimentos mais fortes de depreciação da taxa de câmbio real ao longo de 2014 com uma eventual depreciação para além do equilíbrio da moeda brasileira".
A taxa de câmbio real do Brasil chegou muito perto do câmbio de equilíbrio ao fim de 2013. No entanto, a taxa mais depreciada lança um novo desafio para a formulação de uma política macroeconômica que concilie a aceleração da economia e uma possível pressão sobre a inflação. Estas são algumas conclusões de pesquisa realizada pelo Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo (FGV/EESP) e divulgada hoje no jornal Valor Econômico.

Segundo o estudo, a taxa de câmbio real ficou 13,4% valorizada em 2013, levando em conta a média anual, em relação a um câmbio de equilíbrio frente a uma cesta de moedas relacionadas aos principais parceiros comerciais do país. O desalinhamento médio de 2013 ficou muito próximo ao de 2012 – ano para o qual o mesmo cálculo indica câmbio médio anual valorizado em 14,2%. Os dados mensais, porém, mostram taxa mais próxima do equilíbrio ao fim de 2013, por conta de uma depreciação maior concentrada nos últimos meses do ano.

O levantamento aponta ainda que “não é possível descartar movimentos mais fortes de depreciação da taxa de câmbio real ao longo de 2014 com uma eventual depreciação para além do equilíbrio da moeda brasileira". De acordo com o coordenador do centro, Emerson Fernandes Marçal, há ainda necessidade de um ajustamento na evolução dos preços relativos entre os setores produtores de bens comercializáveis internacionalmente e os de bens não comercializáveis: ao contrário do que vem acontecendo nos últimos anos, os preços dos primeiros precisam ter variação maior que a dos não comercializáveis, a fim de amenizar a pressão sobre lucros e permitir às empresas investimento em produção e expansão.

Já com relação à economia doméstica, Marçal lança um alerta para o risco da desvalorização do câmbio real representar mais uma restrição à política de controle da inflação.

O que é taxa de equilíbrio?

Do ponto de vista do comércio e da produção de um país, a taxa de equilíbrio pode ser entendida como aquela que é neutra para exportadores, importadores e produtores domésticos, e que não favorece uma parte em detrimento de outras.

Clique e saiba mais sobre o estudo da FGV/EESP.

Petrobras é multada em R$ 10 mi pela Justiça do Trabalho


Estatal foi condenada por manter trabalhadores na refinaria de Duque de Caxias durante a greve

Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), a quarta maior da Petrobras

Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), a quarta maior da Petrobras (Paulo Araújo/Ag. O Dia)

A Justiça do Trabalho condenou a Petrobras a pagar 10 milhões de reais por danos morais coletivos por "prática de condutas antissindicais e violação ao direito de greve", por sua conduta durante uma paralisação na refinaria de Duque de Caxias (RJ), em 2009.

A decisão, da 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ), foi unânime e o valor deverá ser revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

A Petrobras foi multada por reter trabalhadores dentro da Reduc, para manter a unidade em funcionamento durante a greve. Os funcionários retidos haviam iniciado turno um dia antes de a greve ser deflagrada. A retenção foi constatada durante inspeção no local feita por procuradores do Trabalho.


Segundo o relator do acórdão, juiz Leonardo Dias Borges, funcionários tiveram frustrado "o exercício de sua liberdade de ir e vir, laborando até a exaustão, sem locais apropriados para descanso".

Além da indenização, a decisão determina que a Petrobras se abstenha de praticar atos que impeçam ou dificultem o exercício do direito de greve. Para cada obrigação descumprida, a multa aplicada será de 100 mil reais, segundo informou o TRT/RJ.

(com Estadão Conteúdo)

Brasil tem poucas razões para reeleger Dilma, diz The Economist


Em especial de 14 páginas, revista britânica aponta os erros cometidos pela administração da presidente que fizeram o Brasil desapontar o mercado e perder credibilidade

Presidente Dilma Rousseff

Presidente Dilma Rousseff: para The Economist, ainda há tempo de fazer reformas (Fernando Bizerra Jr./EFE)
 
Revista ironiza chamando a presidente de 'Dilma Fernández', que é o sobrenome de Cristina Kirchner
De um foguete, representado pelo Cristo Redentor, que apontava para o alto, imponente, para uma aeronave desgovernada nos céus, perto de colidir com o Corcovado. Essa é a comparação feita pela revista britânica The Economist ao tratar da evolução do Brasil nos últimos quatro anos. A edição distribuída na América Latina questiona se o Brasil, de fato, "estragou tudo", depois de ter sido, por um breve período, a estrela dos emergentes. Segundo a reportagem, a presidente Dilma Rousseff tem sido incapaz de enfrentar problemas estruturais do país e interfere mais que o antecessor na economia, o que tem assustado investidores estrangeiros para longe de projetos de infraestrutura e minado a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica. A The Economist é categórica ao afirmar: "até agora, eleitores brasileiros têm poucas razões para dar a Dilma um segundo mandato".

O especial de quatorze páginas sobre o Brasil é assinado pela jornalista Helen Joyce, correspondente da revista no país. "Na década de 2000, o Brasil decolou e, mesmo com a crise econômica mundial, o país cresceu 7,5% em 2010. No entanto, tem parado recentemente. Desde 2011, o Brasil conseguiu apenas um crescimento anual de 2%. Seus cidadãos estão descontentes - em julho, eles foram às ruas para protestar contra o alto custo de vida, serviços públicos deficientes e a corrupção dos políticos", informa a revista, que já chegou a pedir, com certa ironia, a saída de Guido Mantega do ministério da Fazenda.

Rodrigo Constantino: Economist pede mudança de rumo do governo
Leia também: Em NY, Dilma dá aula de como espantar investidores


​Em 2009, em meio à crise econômica mundial, a revista fez também um especial de quatorze páginas para ressaltar os anos de bonança do país, reproduzindo a imagem do Cristo decolando como se fosse um foguete. À época, a economia brasileira patinava, ainda sofrendo o impacto da turbulência nos Estados Unidos. Contudo, indicadores macroeconômicos estáveis acabaram contando mais, para a Economist, do que a retração econômica de 2009, de 0,2%.

Para a revista, a falta de ação do governo Dilma é a principal razão para o chamado "voo de galinha" do país, jargão usado para denominar situações em que países ou empresas têm um crescimento disparado, mas que não se sustenta. "A economia estagnada, um estado inchado e protestos em massa significam que Dilma Rousseff deve mudar de rumo", informa a publicação.

O texto reconhece que outros emergentes também desaceleraram após o boom que teve o auge em 2010 para o Brasil. "Mas o Brasil fez muito pouco para reformar seu governo durante os anos de boom", diz a revista. Um dos problemas apontados pela reportagem é o setor público, que "impõe um fardo particularmente pesado para o setor privado". Um dos exemplos é a carga tributária que chega a adicionar 58% em tributos e impostos sobre os salários. Esses impostos são destinados a prioridades questionadas pela Economist. "Apesar de ser um país jovem, o Brasil gasta tanto com pensões como países do sul da Europa, onde a proporção de idosos é três vezes maior", diz o texto que também lembra que o Brasil investe menos da metade da média mundial em infraestrutura.


Problemas antigos - A publicação reconhece que muitos desses problemas são antigos, mas Dilma Rousseff tem sido "relutante ou incapaz" de resolvê-los e criou novos "interferindo muito mais que o pragmático Lula"."Ela tem afastado investidores estrangeiros para longe dos projetos de infraestrutura e minou a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica, induzindo publicamente o presidente do Banco Central a cortar a taxa de juros. Como resultado, as taxas estão subindo, atualmente, mais para conter a inflação persistente", diz o texto. "A dívida bruta subiu para 60% ou 70% do PIB - dependendo da definição - e os mercados não confiam na senhora Rousseff", completa o texto. A Economist chega a ironizar, chamando a presidente de "Dilma Fernández", que é o sobrenome de Cristina Kirchner, presidente da Argentina.

Apesar das críticas, a revista demonstra otimismo com o futuro a longo prazo do Brasil. "Felizmente, o Brasil tem grandes vantagens. Graças aos seus agricultores e empresários eficientes, o país é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo", diz o texto, que menciona também o petróleo da camada pré-sal. A publicação elogia ainda a pesquisa em biotecnologia, ciência genética e tecnologia de óleo e gás em águas profundas. Além disso, lembra que, apesar dos protestos populares, o Brasil "não tem divisões sociais ou étnicas que mancham outras economias emergentes, como a Índia e a Turquia".

A Economist afirma que a presidente Dilma ainda tem tempo para começar reformas necessárias, fundindo ministérios e cortando gastos públicos, caso esteja disposta a colocar a "mão na massa". Mas, diante do atual cenário, a revista afirma que, ainda que a presidente esteja com foco no possível segundo mandato, os "eleitores brasileiros têm poucas razões para dar a ela a vitória".

Lei que eleva punição a empresas corruptas começa a valer nesta quarta



A Lei Anticorrupção, que permite ao governo apurar denúncias e punir com multas de até R$ 60 milhões empresas envolvidas em fraudes de contratos públicos, entra em vigor nesta quarta-feira (29) sem a regulamentação de seus artigos. 

Com as novas regras, União, Estados e municípios têm autonomia para abrir processos contra empresas suspeitas de corromper a administração pública brasileira ou internacional ou de tentar atrapalhar investigações. 

A lei inova ao permitir também que as empresas sejam punidas mesmo que os donos não tenham conhecimento das irregularidades. 

Contudo, detalhes como prazos do processo administrativo, critérios para definir o valor de multas e mecanismos de controle interno a serem exigidos das empresas ainda dependem de um decreto para regulamentar a lei. 

A regulamentação precisa ser assinada pela presidente Dilma Rousseff, que está em viagem ao exterior. É com base nesse texto que Estados e municípios também irão estabelecer sua regras para seguir a nova lei.
O texto com a regulamentação da lei federal, que traz os detalhes das novas regras, tem 40 itens e está praticamente pronto. 

Editoria de Arte/Folhapress
"A regulamentação não é condição para a vigência da lei", afirma o ministro Jorge Hage (Controladoria-Geral da União), ponderando que o detalhamento das regras facilita a aplicação da lei. Hage espera que, até o início da próxima semana, a regulamentação seja divulgada. 

Ainda se discute a redação de alguns pontos do decreto. Os técnicos sugeriram, por exemplo, que um processo de punição deverá durar em média 180 dias e que as empresas serão obrigadas a ter código de ética e a dar transparência às doações para políticos e partidos. 

A nova lei também prevê que o governo firme um acordo de leniência com as empresas que toparem colaborar com a investigação. Apesar de o auxílio reduzir em até dois terços o valor da multa, a empresa será obrigada a ressarcir o dano causado ao patrimônio público. 

"Não vai ser fácil, mas o peso das penas me dão esperança de que o acordo de leniência vai funcionar", diz Hage. 

Pela lei, a administração pode aplicar multa de até 20% do faturamento bruto da empresa ou, quando não for possível esse cálculo, de R$ 60 milhões. 

Segundo o ministro, as leis atuais preveem "multas ridículas" contra as empresas que fraudam licitações, desviam recursos ou recebem pagamentos indevidos. 

As punições mais severas, segundo Hage, são sempre contra pessoas que cometem os atos de corrupção. 


'PENA DE MORTE'

 
A nova lei será aplicada de forma conjunta com as outras já em vigor, permitindo suspender novos contratos com o poder público, declarar uma empresa inidônea e aplicar multas mais altas, independentemente do valor do contrato. 

Em casos mais graves, a lei permite ainda que o governo vá à Justiça para pedir a dissolução de empresas corruptas ou suspensão parcial das atividades das companhias. A medida está sendo chamada pelo mercado de "pena de morte" empresarial.

Brasil não deve cumprir meta contra analfabetismo




São Paulo - O Brasil tem 13,9 milhões de analfabetos adultos, segundo levantamento feito entre 2005 e 2011 pela Unesco, no Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, que será divulgado nesta quarta-feira, 29. O número é maior do que a população de São Paulo, 11,8 milhões, e de todo o Estado do Rio Grande do Sul, 11,1 milhões. O País está entre os dez que concentram a maior parte (72%, no total) do número de analfabetos adultos do mundo, que é de 774 milhões, junto com Índia, China, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, Etiópia e Egito.

"Esse indicador mostra a parte, mas não o todo. Além de ter uma herança de analfabetos, o sistema educacional brasileiro tem produzido ainda mais analfabetos", afirma a pesquisadora em Educação da USP e doutora em Educação por Harvard, Paula Louzano. "Oito por cento das pessoas que têm ensino médio completo podem ser consideradas analfabetos funcionais, segundo o último relatório do Inaf (indicador de analfabetismo funcional)."

Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, o alto número de analfabetos no País influencia as gerações seguintes. "Em uma família em que um membro é analfabeto, há um contexto menos favorável à educação dos filhos", afirma. No entanto, para Priscila Cruz, do Todos pela Educação, resolver o problema do analfabetismo entre adultos não é tarefa fácil. "É preciso admitir que é uma área muito difícil de se conseguir resultados, pois não existe uma lei que obrigue o adulto a frequentar a escola."

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012 mostram que, no segundo ano do governo Dilma Rousseff, a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais parou de cair. Em 2011, era de 8,6%. Chegou a 8,7% em 2012, mais longe de cumprir a meta firmada na ONU de 6,7% até 2015.

Segundo a Declaração de Dacar "Educação para Todos", elaborada pela Cúpula Mundial da Educação em 2000 e que compõe os objetivos do Relatório da Unesco, os países deveriam reduzir o analfabetismo em pelo menos 50% até 2015. "O Brasil também não vai atingir essa meta", afirma a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero Gomes. Ela afirma que o País precisa observar se os recursos para a educação estão de fato sendo bem empregados. "Além da redução no analfabetismo, o Brasil precisa alcançar uma melhor qualidade de ensino e corrigir as distorções idade/série."

Mundo

O cenário da educação em todo o mundo até o ano que vem, quando expira o prazo estabelecido pela Convenção, não é positivo. Nenhuma das metas globais do documento serão atingidas até 2015, segundo o relatório. De acordo com os dados, 57 milhões de crianças estão deixando de aprender simplesmente por não estarem na escola. Além da falta de acesso, a falta de qualidade é o que mais compromete a aprendizagem. Para alcançar os objetivos estabelecidos, que vão desde a universalização do ensino primário (1.º ao 5.º ano do ensino fundamental) à redução dos níveis de analfabetismo dos adultos, o documento pede aos governos que redobrem os esforços para todos os que enfrentam desvantagens - seja por pobreza, gênero, local de residência ou outros fatores.

O Brasil, porém, é citado como exemplo quando comparado com outros países, por ter receitas fiscais mais elevadas, que ajudam a explicar como investe dez vezes mais do que a Índia, por criança, na educação primária, por exemplo. A prioridade a escolas da área rural, e com maior ênfase dada a grupos indígenas altamente marginalizados, foi citada no documento como experiência que tem resultado em melhora nos números da educação, assim como as reformas que melhoraram as taxas de matrícula e aprendizagem na Região Norte. O relatório também afirma que bônus coletivos a escolas, como os que existem no Brasil, que recompensam as instituições de ensino, podem ser uma forma eficiente de melhorar os resultados da aprendizagem. As informações são do jornal  

O Estado de S. Paulo.

Dilma oferece mais R$ 701 milhões para financiar porto cubano

 
Ao lado do ditador cubano, Raúl Castro, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira um investimento adicional de US$ 290 milhões (R$ 701 milhões) na zona econômica especial do porto de Mariel, dos quais 85% virão de crédito do BNDES e os restantes 15% serão a contrapartida do governo cubano. 

"O Brasil quer se tornar parceiro econômico de primeira ordem de Cuba", disse Dilma. Raúl agradeceu à presidente "por ajudar neste projeto transcendental para a economia nacional". 

A Folha apurou que o financiamento anunciado por Dilma ainda não havia dado entrada no BNDES e está sob negociação em nível ministerial. O crédito seria para a retroárea do porto, como pátios de estocagem. Em nota, o PSDB cobrou transparência sobre a operação.

Dilma em Cuba

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O presidente cubano, Raúl Castro e Dilma Rousseff apertam as mãos durante a inauguração do porto de Mariel 
 
O Brasil já fornecera um crédito de US$ 802 milhões (R$ 1,92 bilhão) para a construção do porto de US$ 957 milhões, inaugurado nesta segunda por Dilma. 

Dos US$ 802 milhões iniciais, US$ 682 milhões (R$ 1,63 bilhão) foram entregues à Odebrecht, que lidera as obras, e outros US$ 120 milhões (R$ 288 milhões) a outras empresas brasileiras. 

Em seu discurso, Dilma afirmou que Cuba sofre "um embargo econômico injusto". Ela também comemorou a reintegração do país a organismos internacionais: "Somente com Cuba nossa região estará completa." 

O embargo dos EUA a Cuba vigora desde os anos 1960. Dentre as medidas, proíbe a venda de produtos com mais de 10% de componentes americanos para a ilha. 

Dilma afirmou ainda que já há empresas brasileiras interessadas em investir na zona econômica especial. No fim de março, a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) vai levar a Cuba uma missão de empresários interessados em investir. 

Segundo a Folha antecipou, a Odebrecht estuda instalar uma fábrica de transformação de plásticos no local. O porto de Havana está transferindo suas atividades para Mariel e passará por revitalização, nos moldes de Puerto Madero, em Buenos Aires. 

De Mariel, que fica a 45 km de Havana, Dilma seguiu para o Palácio da Revolução, sede do governo cubano. No almoço, ela e Raúl comeram perna de cabrito recheada com queijo feta e aspargos, além de musse de maçã com merengue. 


MAIS MÉDICOS

 
Dilma agradeceu ao governo e ao povo cubano pelo programa Mais Médicos que disse ser "amplamente aprovado" pela população brasileira. Hoje haverá uma cerimônia para marcar o embarque de mais 2.000 médicos cubanos ao Brasil nesta semana. 

Segundo Dilma, o Brasil "acredita e aposta no potencial econômico e social de Cuba".
"Mesmo submetida a um injusto embargo econômico, Cuba será um dos três maiores volumes de comércio do Caribe, desempenho que aumentará substancialmente, com a entrada em funcionamento do porto e da zona especial de desenvolvimento de Mariel", disse Dilma. 

As gruas do porto estavam enfeitadas com bandeiras do Brasil e de Cuba. O porto terá capacidade inicial de 1 milhão de contêineres por ano e quando estiver concluído serão 3 milhões, com capacidade para receber navios Super Pós Panamax.