sábado, 8 de março de 2014

Mulher ainda gasta quase dobro do tempo em trabalho doméstico que homem


Mulher passa roupas (foto: BBC)

Mulheres trabalham em média oito horas por dia, sendo mais de quatro serviço doméstico

Uma pesquisa internacional mostrou que mesmo nos países desenvolvidos as mulheres passam quase duas vezes mais tempo que os homens realizando serviços domésticos e atividades não remuneradas.

O estudo foi realizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) por conta da comemoração neste sábado do Dia Internacional da Mulher. Ele leva em conta 26 dos 34 países que fazem parte do órgão.

A entidade somou o tempo que as mulheres passam realizando trabalhos remunerados e atividades não pagas (que incluem tanto o serviço doméstico propriamente dito como cuidar de membros da família, fazer compras para a casa ou serviço voluntário).

A conclusão apontou para uma média de oito horas diárias de trabalho realizada por elas. Para os homens, essa média de tempo é de sete horas e 45 minutos.

As jornadas totais de trabalho dos dois gêneros têm portanto praticamente a mesma duração. Porém, as mulheres realizam uma quantidade maior de trabalho não remunerado e por isso têm rendas menores, segundo o estudo.

Das oito horas diárias de trabalho das mulheres, quatro horas e 30 minutos são dedicadas a atividades não remuneradas (sendo quase três horas apenas para serviço doméstico propriamente dito).

Já os homens dedicam duas horas de 21 minutos para atividades não remuneradas (sendo uma hora e 15 minutos cuidando da casa).

A pesquisa se refere a pessoas com idades entre 25 e 64 anos.

“Nos últimos 50 anos, as mulheres reduziram as horas de atividades não remuneradas e aumentaram as horas de trabalho pago. Os homens têm feito mais afazeres domésticos e cuidam mais dos filhos, mas eles não assumiram isso plenamente e, por isso, a desigualdade em relação à utilização do tempo é ainda grande em todos os países”, afirmou a OCDE.

Segundo a organização, as diferenças no acesso a carreiras profissionais de homens e mulheres estão sendo reduzidas lentamente.

“Mas ainda existe uma grande lacuna em relação ao trabalho não pago, mostrando claramente que os homens ainda relutam em participar das atividades da casa em muitos países”, disse a organização.

Diferenças entre países

Há diferenças nas características do trabalho entre os países estudados.
Os homens japoneses são os que menos realizam trabalhos não remunerados, somente 62 minutos por dia ( 24 para serviço doméstico).

Por outro lado, holandeses e canadenses são os que mais dedicam tempo para a casa: uma hora e 20 minutos.

As mulheres mexicanas e turcas, de acordo com a pesquisa, despendem a maior parte de sua jornada em atividades não remuneradas: mais de seis horas por dia, sendo quase cinco horas em afazeres do lar.
Os homens mexicanos, por sua vez, fazem pouco mais de uma hora de trabalhos domésticos.

Brasil

 

No Brasil, que não integra o estudo da organização, a situação é semelhante à da média dos países da OCDE.

As brasileiras também dedicam muito mais tempo do que os homens para tarefas do lar - mais do que o dobro.

De acordo com dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgados em 2012, as mulheres brasileiras gastam, em média, 26,6 horas semanais em afazeres domésticos, enquanto os homens dedicam apenas 10,5 horas.

“O conceito de trabalho normalmente desconsidera o trabalho doméstico não remunerado. O estudo evidencia a importância dessa atividade, tanto do tempo que se gasta com ele como de sua relevância para a reprodução da vida social e econômica”, disse o Ipea.

Os homens brasileiros desocupados efetuam um pouco mais de tarefas do lar (quase 13 horas por semana), mesmo assim bem menos do que as mulheres com atividade econômica (22 horas), afirma o instituto.

sexta-feira, 7 de março de 2014

ANS esclarece prazo sobre queixa contra plano de saúde


O anúncio divulgado pela ANS foi a respeito da adoção da metodologia de solução de conflitos entre clientes e operadoras

ABr
Cartões de planos de saúde

Cartões de planos de saúde: a partir de 19 de março de 2014, reclamações do tipo não assistencial feitas aos canais de atendimento da ANS serão enviadas às operadoras de planos

São Paulo - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) esclareceu nesta terça-feira, 14, que não houve ampliação de prazo para solução de queixas de beneficiários de planos de saúde.

O anúncio divulgado pela ANS foi a respeito da adoção da metodologia de solução de conflitos entre clientes e operadoras, que já era praticada para as queixas sobre cobertura assistencial (como recusa de atendimento, descumprimento de prazos máximos para procedimentos), agora também para os casos de reclamações sobre os assuntos não assistenciais (como reajuste, quebra de contrato).

Com isso, a partir de 19 de março de 2014, todas as reclamações do tipo não assistencial feitas aos canais de atendimento da ANS serão enviadas para as operadoras de planos de saúde, que terão dez dias úteis para resolver a dificuldade do cliente. 

No caso de queixas de natureza assistencial, o prazo para as operadoras resolverem o problema continua sendo de 5 dias.

Justiça anula obrigação de fidelidade em planos de saúde


Operadoras não podem mais exigir fidelidade contratual mínima de um ano dos associados de planos de saúde coletivos

Fábio Grellet, do
ABr
Cartões de planos de saúde

Cartões de planos de saúde: Instituída em 2009 pela Agência Nacional de Saúde (ANS), a norma que impunha essas condições foi considerada nula pela Justiça

Rio - As operadoras de planos de saúde não podem mais exigir fidelidade contratual mínima de um ano dos associados de planos de saúde coletivos, e também estão proibidas de cobrar taxa correspondente a duas mensalidades caso o cliente queira rescindir o contrato.

Instituída em 2009 pela Agência Nacional de Saúde (ANS), a norma que impunha essas condições foi considerada nula pela Justiça Federal, em decisão de primeira instância divulgada nesta sexta-feira, 7. A ANS ainda pode recorrer.

A ação coletiva que pediu a anulação dessa regra foi proposta pela Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado do Rio (Procon-RJ). Para o órgão, a regra contraria o Código de Defesa do Consumidor.

O juiz Flavio Oliveira Lucas, da 18ª Vara Federal do Rio, concordou com as alegações do Procon-RJ e atendeu seu pedido. A ANS também foi condenada a divulgar a decisão judicial, publicando seu conteúdo em jornais de grande circulação por quatro dias, além de pagar custas processuais e honorários advocatícios.

Na decisão, o juiz critica a norma da ANS. "A medida acaba por impor ao consumidor um dever de fidelidade irrestrita, restringindo, irregularmente, o direito de livre escolha estatuído no Código de Defesa do Consumidor. A situação coloca o consumidor em desvantagem exagerada, viabilizando (...) cláusulas que propiciem às operadoras um ganho ilícito, no caso de multas no valor de dois meses", escreveu o magistrado. A ANS informou que não foi notificada oficialmente sobre a sentença, mas vai recorrer "em razão do entendimento equivocado a respeito da norma".

UBS reabre um tímido banco no Brasil, dizem fontes


Companhia estaria se preparando para voltar ao país após 5 anos com uma franquia do seu banco de investimentos

Aluísio Alves e Guillermo Parra-Bernal, da
fabric
Entrada do banco UBS, acusado de crimes financeiros

Entrada do banco UBS: banco suíço ativará as licenças concedidas pelo Banco Central após uma fase de testes operacionais

São Paulo - Quase cinco anos após ter deixado o país, o UBS recomeça na próxima semana a operar sua franquia brasileira de banco de investimentos, segundo fontes a par do assunto, mas desta vez com planos que mal fazem sombra ao outrora império no mercado de capitais na região.

Após uma fase de testes operacionais, a partir de quarta-feira, 12, o banco suíço ativará as licenças concedidas pelo Banco Central, incluindo a última, no ano passado, que o autorizou a operar no mercado de câmbio.

O UBS não começará a prospectar clientes por enquanto, já que também aguarda aprovações internas de sua matriz. Mas mesmo depois dela pouco vai mudar. Duas ou três novas contratações, no máximo, devem se somar à equipe atual, de 16 pessoas, e não há planos para aumentar o patrimônio líquido no país, disseram fontes a par do assunto, que pediram para não serem identificadas.

Consultado, o banco informou à Reuters que "seguirá a mesma estratégia que vem sendo adotada pela instituição mundialmente -focar em wealth management (gestão de fortunas) e investment banking, nas áreas de renda variável, fusões e aquisições, assessoria financeira e pesquisa".

Parte desse conservadorismo deve-se às mudanças --nenhuma boa-- que o grupo vem enfrentando desde que pediu a licença ao BC há cerca de três anos, entre elas o maior rigor regulatório europeu, que vai exigir bilhões de euros em capital novo, e acordos para encerrar processos, entre eles o que acusa o banco de participar num esquema com outras instituições para manipular a taxa Libor.

Além disso, o UBS tem pela frente um cenário bastante distinto daquele em que chegou ao país em 2006, com a compra do Pactual, por cerca de 3,1 bilhões de dólares. Navegando na alta liquidez global, o banco foi um dos expoentes da forte expansão do mercado de capitais brasileiro, que de 2004 a 2007 levou mais de uma centena de empresas a se listarem na Bovespa.

Agora, apertados por maiores necessidades de capital em suas matrizes e com perspectivas econômicas mais adversas, grandes bancos estrangeiros como Barclays, Goldman Sachs e Deutsche Bank estão reduzindo suas equipes, ou simplesmente batendo em retirada, deixando o mercado sob controle dos gigantes domésticos Itaú BBA e BTG Pactual.

O UBS, por exemplo, está esvaziando um dos andares que ocupa em um dos edifícios da avenida Faria Lima, centro financeiro da capital paulista, disseram as fontes.

As ofertas de ações no Brasil começaram 2014 no pior nível em mais de uma década, no mais recente sinal de severa erosão da confiança dos investidores no país.

Desde meados de 2010, quando voltou ao Brasil e comprou a corretora Link Investimentos, o UBS se concentrou na gestão de fortunas. Mas a atuação do banco tem se mostrado tímida desde que se desfez da unidade brasileira Pactual --hoje BTG Pactual -- por cerca de 2,5 bilhões de dólares, recursos usados para recompor sua base de capital duramente atingida na esteira da crise criada com a quebra do norte-americano Lehman Brothers.

Segundo outra fonte a par do assunto, o Banco do Brasil, que buscava um sócio estrangeiro para formar um braço forte de banco de investimento, chegou a discutir uma parceria com o UBS, mas as negociações não foram adiante. Consultado, o BB não se manifestou sobre o assunto.

Governo antecipa R$ 1,2 bi para distribuidoras de energia


Os recursos são uma antecipação do orçamento de R$ 9 bilhões, previsto para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)

Sabrina Craide e Wellton Máximo, da
Dado Galdieri/Bloomberg
Cabos de transmissão de energia elétrica próximos a usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu

Cabos de transmissão de energia elétrica: prazo para distribuidoras pagarem garantias no mercado de curto prazo vence na próxima terça-feira

BBrasília - O Tesouro Nacional decidiu antecipar R$ 1,2 bilhão para as concessionárias de distribuição de energia elétrica até a próxima terça-feira (11), para neutralizar as despesas das empresas.

A informação foi dada hoje (7) pelos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda. Os recursos são uma antecipação do orçamento de R$ 9 bilhões, previsto para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Além do custo mais alto da energia com o uso de termelétricas, as distribuidoras não conseguiram contratar toda a eletricidade necessária nos últimos leilões do governo, por falta de oferta, e por isso precisaram comprar energia no mercado de curto prazo, que custa mais caro, para abastecer os consumidores. 

O prazo para as distribuidoras pagarem as garantias no mercado de curto prazo vence na próxima terça-feira (11).

Segundo a nota divulgada hoje, o governo avalia as alternativas de solução para os problemas enfrentados pelo setor elétrico, mas não informou se pretende emitir títulos da dívida pública ou abrir crédito especial no Orçamento. 

O texto diz que o governo deve anunciar as devidas providências, “com a brevidade que o caso requer”, até o dia 9 de abril, que é a data que as distribuidoras devem fazer a liquidação financeira no mercado de curto prazo.

No ano passado, o governo também autorizou aporte de recursos na CDE, para diluir o impacto dos custos adicionais com o acionamento das usinas termelétricas, que produzem energia mais cara. 

As usinas foram acionadas por causa do período de poucas chuvas e a baixa no nível dos reservatórios das hidrelétricas. A CDE é um fundo do governo federal, usado para universalizar a energia elétrica no país e financiar a redução na conta de luz dos brasileiros.

The Economist mostra como iPhone no Brasil é caro


Uma matéria da revista inglesa discute a diferença de preços do aparelho da Apple entre os países da América Latina

Reprodução
iPhone

iPhone: segundo a reportagem, a culpa é do Custo Brasil. Fazer negócios no país, de acordo com a publicação, não é simples

São Paulo - O preço salgado do iPhone no Brasil não faz sentido não apenas para os brasileiros.

Um modelo 5S de 16GB que custa R$ 2.519 (US$ 1.076) em um país cuja renda média mensal, nas regiões metropolitanas, é de pouco menos de R$ 2 mil também deixou o pessoal da The Economist chocado.

Uma matéria da revista inglesa discute a diferença de preços do aparelho da Apple entre os países da América Latina. O mais “caro” é o aparelho brasileiro.

Segundo a reportagem, a culpa é do Custo Brasil. Fazer negócios no país, de acordo com a publicação, não é simples.

Tarifas e impostos estaduais e federais sobre as importações dificultam a vida do consumidor, que acaba pagando um preço exorbitante pelo smartphone.

Um consultor ouvido pela revista calcula que um aparelho estrangeiro que é vendido por R$ 1.000 numa conversão sem impostos acaba transformado num produto de R$ 2.017 quando importado. 

Mesmo com os incentivos fiscais para empresas fabricarem os gadgets no país, os aparelhos ainda custam mais do que nos Estados Unidos. Os motivos? Altos custos trabalhistas e aluguéis comerciais caros.

Temos que reeleger Dilma para Lula voltar em 2018, afirma Rui Falcão


 
 
Por Letícia Casado | Valor
 
 
Folhapress


SÃO PAULO  -  O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que é preciso reeleger a presidente Dilma Rousseff agora para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva volte à presidência em 2018. “Temos que reeleger Dilma para Lula voltar em 2018”, afirmou durante evento na capital paulista. “Acho que a volta de Lula em 2018 faria bem ao Brasil.”

De acordo com o presidente do PT, a candidatura do senador Lindbergh Farias no Rio de Janeiro está mantida, independentemente das pressões recentes. Falcão disse que o partido vai ter candidaturas nos três principais colégios eleitorais do pais, São Paulo, Minas Gerais e Rio, porque isso ajuda a fortalecer a reeleição de Dilma Rousseff.

Sobre a crise entre PT e PMDB, ele disse estar otimista com o desenlace, mas se posicionou contra a concessão de novos ministérios ao partido. Disse que a reivindicação por mais espaço é o que atrapalha as votações na Câmara e, por isso, se alinha com Dilma nesta opção, de não abrir mais espaço à legenda aliada.

Rui Falcão observou, contudo, que está aberta a possibilidade de fazer concessões ao PMDB com cargos em estatais.