Companhia estaria se preparando para voltar ao país após 5 anos com uma franquia do seu banco de investimentos
Entrada do banco UBS: banco suíço ativará as licenças concedidas pelo Banco Central após uma fase de testes operacionais
São Paulo - Quase cinco anos após ter deixado o país, o UBS recomeça na próxima semana a operar sua franquia brasileira de banco de investimentos,
segundo fontes a par do assunto, mas desta vez com planos que mal fazem
sombra ao outrora império no mercado de capitais na região.
Após uma fase de testes operacionais, a partir de quarta-feira, 12, o
banco suíço ativará as licenças concedidas pelo Banco Central, incluindo
a última, no ano passado, que o autorizou a operar no mercado de
câmbio.
O UBS não começará a prospectar clientes por enquanto, já que também
aguarda aprovações internas de sua matriz. Mas mesmo depois dela pouco
vai mudar. Duas ou três novas contratações, no máximo, devem se somar à
equipe atual, de 16 pessoas, e não há planos para aumentar o patrimônio
líquido no país, disseram fontes a par do assunto, que pediram para não
serem identificadas.
Consultado, o banco informou à Reuters que "seguirá a mesma estratégia
que vem sendo adotada pela instituição mundialmente -focar em wealth
management (gestão de fortunas) e investment banking, nas áreas de renda
variável, fusões e aquisições, assessoria financeira e pesquisa".
Além disso, o UBS tem pela frente um cenário bastante distinto daquele
em que chegou ao país em 2006, com a compra do Pactual, por cerca de 3,1
bilhões de dólares. Navegando na alta liquidez global, o banco foi um
dos expoentes da forte expansão do mercado de capitais brasileiro, que
de 2004 a 2007 levou mais de uma centena de empresas a se listarem na
Bovespa.
Agora, apertados por maiores necessidades de capital em suas matrizes e
com perspectivas econômicas mais adversas, grandes bancos estrangeiros
como Barclays, Goldman Sachs e Deutsche Bank estão reduzindo suas
equipes, ou simplesmente batendo em retirada, deixando o mercado sob
controle dos gigantes domésticos Itaú BBA e BTG Pactual.
O UBS, por exemplo, está esvaziando um dos andares que ocupa em um dos
edifícios da avenida Faria Lima, centro financeiro da capital paulista,
disseram as fontes.
As ofertas de ações no Brasil começaram 2014 no pior nível em mais de
uma década, no mais recente sinal de severa erosão da confiança dos
investidores no país.
Desde meados de 2010, quando voltou ao Brasil e comprou a corretora
Link Investimentos, o UBS se concentrou na gestão de fortunas. Mas a
atuação do banco tem se mostrado tímida desde que se desfez da unidade
brasileira Pactual --hoje BTG Pactual -- por cerca de 2,5 bilhões de
dólares, recursos usados para recompor sua base de capital duramente
atingida na esteira da crise criada com a quebra do norte-americano
Lehman Brothers.
Segundo outra fonte a par do assunto, o Banco do Brasil, que buscava um
sócio estrangeiro para formar um braço forte de banco de investimento,
chegou a discutir uma parceria com o UBS, mas as negociações não foram
adiante. Consultado, o BB não se manifestou sobre o assunto.
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