quinta-feira, 7 de maio de 2015

Técnicas de manipulação da população


Publicado por Luiz Flávio Gomes 

 
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Tcnicas de manipulao da populao


“A religião é o ópio do povo” (Marx). A política e a ideologia cumprem o mesmo papel (assim como outras paixões populares, como o futebol, por exemplo). Nos países de capitalismo exageradamente desigual, como o Brasil (atenção: o capitalismo é o melhor sistema econômico que o humano já inventou, mas ele ainda não aprendeu em todo planeta a distribuir a riqueza sem muita miséria paralela), os donos do poder (donos econômicos, financeiros, administrativos e políticos), para ocultarem a situação de injustiça brutal do sistema, frequentemente usam um truque: manipulam os sentimentos mais profundos, mais pré-históricos e mais animalescos da população, para continuarem explorando-a parasitariamente (assim como para permitir que suas bandas podres acumulem riquezas ilicitamente, por meio da criminalidade organizada).

A população explorada, espoliada, irada, indignada e desesperançada, que não tem acesso a nenhum padrão de qualidade de vida, quando “ferida” em seus brios, em suas convicções ancestrais, magicamente esquece suas degradantes privações materiais, sociais, intelectuais, vitais e culturais; os demagogos sabem como ninguém fazer com que a população precarizada se anestesie diante da sua péssima condição de vida, sua falta de perspectivas futuras. O engodo está em saber manipular os valores tradicionais, os moralismos familiares, a demonização das drogas, os ódios aos menores das ruas, aos camelôs etc. A população, quando inflamada em suas paixões mais primitivas, cai facilmente no conto do vigário. É dessa forma que os donos do poder canalizam a distribuição da riqueza para eles (sem gerar revoluções violentas).

O estratagema é infalível: é preciso divertir a patuleia e, ao mesmo tempo, envenenar as massas rebeladas, mexer com seus brios e seus “valores” sagrados ou profanos. É assim que os privilégios são mantidos muitas vezes com o dinheiro público (financiamento “amigo” junto ao BNDES, políticas fiscais de incentivo, escolas excelentes somente para as elites, medicina boa para quem tem dinheiro etc.). O dinheiro de todos custeiam as benesses de alguns. A mais perfeita manipulação ideológica consiste em fazer com que a classe média e o espoliado (o fracassado, o excluído, o desgraçado, o explorado, o usuário dos serviços públicos) sonhe em ser como o dominador (Lima Barreto). Os políticos populistas sabem disso muito bem. Para assumirem o poder, chegam a jogar o povo contra os donos do poder. Depois, como se sabe historicamente, são os interesses destes que vão predominar.

Veja, por exemplo, o que dizia o aloprado Juán Domingo Perón (em 1955): “Ou lutamos e vencemos para consolidar as conquistas alcançadas ou a oligarquia as destroçarão no final. Oferecemos a paz, e eles rejeitaram. Agora vamos oferecer a luta. E eles sabem que quando nós nos decidimos lutar, lutamos até o final. Esta luta que iniciamos nunca vai terminar até que nos tenham aniquilado e massacrado”. Esse tipo de visão que divide o mundo em dois está presente na tradição da América Latina (veja Fernando Mello, El País). Tanto de baixo para cima como de cima para baixo. Os populistas demagogos, para conquistarem o poder, jogam o povo contra os donos do poder. Os donos do poder, por sua vez, se servem da democracia populista, do Estado, do Direito, da Justiça e, sobretudo, dos políticos para subjugarem o povo e espoliá-lo (até à medula) por meio da má distribuição da renda, do capital, dos bons salários, da educação de qualidade, das relações sociais, do equilíbrio emocional, da cultura, dos prazeres, dos privilégios, das hierarquias, do acesso ao bem-estar etc.

É preciso manipular ideologicamente a ira das massas rebeladas, sobretudo pelos meios de comunicação, para contar com a força delas para a preservação dos privilégios das classes dominantes. O ódio delas não pode se voltar contra estas últimas (isso é perigoso!), sim, contra outros marginalizados, oprimidos (daí a guerra da polícia contra os pobres e vice-versa, o ódio contra os menores manipulado midiaticamente etc.). Essa é uma das formas de explicar o apogeu das bancadas fundamentalistas (da bala, da bíblia etc.) dentro do Parlamento brasileiro.

P. S. Participe do nosso movimento fim da reeleição (veja fimdopoliticoprofissional. Com. Br). Baixe o formulário e colete assinaturas. Avante!
Professor
Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas] ]

Os principais desafios do mercado jurídico brasileiro: Tecnologia e Processo Eletrônico


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Este é um artigo que será publicado em Junho em uma revista especializada de gestão e marketing jurídico na Argentina e que particiono em 5 artigos menores para este nosso espaço.

Curta um artigo diferente sob o prisma dos desafios do mercado jurídico brasileiro!

Hoje, tecnologia e processo eletrônico.

Tecnologia

Guarde bem esta frase: Tecnologia somente vale a pena se for útil. Não adianta ter o melhor software do mercado se você for usar menos 30% dele.

Aliás, muitos clientes me demonstram esta realidade, a trocar softwares que usam 30% a 40% por outros que usarão uma média acima dos 80%. Só nos últimos 5 anos, mais de 70% dos meus projetos aconteceram com esta realidade presente.

Quer dizer, não se preocupe em comprar o mais caro ou que tem mais recursos. O que realmente importa quando o assunto é software jurídico é o que realmente ele faz que é útil e presta para o seu negócio. O resto não servirá a você, mas para outros clientes. Então, não é útil.

Outro ponto essencial: Suporte. Se for longe, não atender com brevidade, esqueça. Lembre-se da regra dos contratos: Porque se faz um contrato? Para quando der tudo errado. Se fosse para quando tudo está bem, não seria necessário.

Com um mercado de software aquecido, com inúmeros para escolher, qual o melhor? Aquele que melhor se adapta a sua gestão. Primeiro pense em gestão, depois em sistema. Se inverter esta ordem, não irá funcionar.


Processo Eletrônico


Para muitos o maior problema do mundo. Na verdade, apesar de concordar que o processo eletrônico tem suas mazelas, temos que lembrar que o mesmo é o meio de se comunicar com o judiciário e não uma mudança na advocacia em si.

Precisamos compreender mais sobre java, certificação digital, navegadores? Sim.

Precisamos mudar nossa forma de advogar? Depende.

Precisamos depender do processo eletrônico? Não.

Você precisa gerenciar o seu escritório independente do processo eletrônico. O software do processo eletrônico pertence ao judiciário e não a você. Então, não dependa do judiciário – que pode excluir, mudar, acabar com dados – dependa de você, sua gestão e sua tecnologia.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Christine Lagarde pede moderação no salário de executivos



Yuri Gripas/Reuters
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em fórum What's Next for the Global Economy: A Look Ahead at 2015", em Washington
Lagarde: "O que se precisa é de uma cultura que leve os banqueiros a fazer o que é certo, inclusive quando ninguém está olhando", diz a diretora.
 
Da AFP


Washington - A diretora geral do FMI, Christine Lagarde, pediu, nesta quarta-feira, maior moderação nos salários dos executivos de empresa, especialmente dos bancos.

"Os incentivos vinculados a práticas de compensação devem mudar, para que as recompensas não estejam atreladas a ações de curto prazo e tomadas de risco excessivas", disse Lagarde em um fórum em Washington.

"Os pacotes de compensação podem se estruturar para favorecer os desempenhos a longo prazo e a solidez da empresa", acrescentou.

Lagarde apontou a possibilidade de que se apliquem sistemas em que as instituições financeiras cancelem o pagamento a executivos cujas ações gerem maus desempenhos da empresa e a obriguem a buscar ajuda governamental.

Também disse que é preciso dar mais poderes aos acionistas sobre a remuneração dos dirigentes.
Lagarde afirmou que estudos do FMI sobre 800 bancos de 72 países mostraram que os que permitem que seus acionistas se pronunciem sobre as remunerações dos dirigentes passou de 10% em 2005 a 80% atualmente.

Advertiu que modificar os acordos de pagamento e endurecer a regulação não são o suficiente para reduzir os riscos excessivos assumidos pelos bancos, como os que causaram a crise financeira de 2008.

"O que se precisa é de uma cultura que leve os banqueiros a fazer o que é certo, inclusive quando ninguém está olhando", ressaltou.

Segundo Lagarde, incluir mais mulheres nos cargos de direção das empresas pode contribuir.

"Que haja mais mulheres líderes. Isso também ajudaria. Muitos estudos mostram que a liderança feminina é mais inclusiva", afirmou.

Finalmente, a diretora lembrou que 2 bilhões de pessoas no mundo ainda não têm conta bancária, motivo pelo qual deve-se lutar contra a "exclusão financeira".

Empresa chinesa de drones terá investidor do Vale do Silício


Robyn Beck/AFP
Um drone DJI Innovations DJI Phantom 2 Vision é apresentado na CES de Las Vegas em 5 de janeiro de 2014
Drone DJI: empresa disse que conversas continuam com outros potenciais parceiros e investidores
 
Da REUTERS

Washington - A fabricante de drones SZ DJI Technology, da China, assegurou um dos maiores investimentos até agora de uma empresa de capital de risco do Vale do Silício que foi uma das primeiras apoiadoras de companhias como Facebook e Dropbox.

A companhia sediada em Shenzhen, uma líder global na venda de drones comerciais e para lazer, disse nesta quarta-feira que a Accel Partners concordou em investir 75 milhões de dólares na companhia para ajudar a financiar sua expansão.

A DJI disse que conversas continuam com outros potenciais parceiros e investidores, mas que nenhuma outra parceira é esperada no curto prazo. Detalhes do acordo com a Accel são esperados nas próximas semanas.

"O investimento, um dos maiores individuais da Accel e faz parte de um esforço mais amplo entre as duas organizações para auxiliar os esforços de expansão global da DJI", disse a companhia chinesa em comunicado.
 
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Vista por rivais europeias e norte-americanas como uma fabricante de baixo custo de drones, com seus modelos mais populares de aeronaves não tripuladas precificados por volta de 1.200 dólares, a DJI disse que pretende desenvolver drones mais sofisticados para clientes industriais.

A empresa estima que detém cerca de 70 por cento do mercado mundial de drones comerciais e uma porção ainda maior do mercado voltado a consumidores.

Segmento premium é receita do lucro da Ambev



Divulgação/Ambev
Planta da Ambev
Ambev: bebidas de maior valor agregado, ainda que sejam mais caras para produzir, têm um preço médio final mais alto


São Paulo - Cervejas premium e artesanais e bebidas à base de malte são a receita para o crescimento da Ambev. O lucro, no primeiro trimestre do ano, foi de 2,97 bilhões de reais, alta de 14% em relação ao mesmo período no ano anterior.

No Brasil, ainda que o volume de vendas tenha crescido apenas 0,4% no primeiro trimestre de 2015, em comparação com o mesmo período no ano passado, as receitas subiram 10,7%.
As bebidas de maior valor agregado, ainda que sejam mais caras de serem produzidas, têm um preço médio final mais alto. 

“O preço [do segmento premium] influencia o crescimento da receita”, afirma o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Nelson Jamel, destacando o crescimento da Budweiser.

Os lançamentos recentes são um exemplo do foco premium, como a Skol Beats Senses, bebida à base de cerveja que pode ser misturada com gelo.

No ano passado, a Ambev adquiriu a mineira Wäls. O negócio deu à empresa sua primeira cerveja artesanal, um caminho que ela já vinha abrindo com o lançamento da Bohemia Reserva, da Jabutiba, da Bela Rosa e da Caá-Yari.

Outro destaque é a Corona, cerveja mexicana lançada no fim do ano passado. A partir de março, ela passou ser vendida em pontos de venda específicos.

Com a joint venture com a Whirpool em março deste ano, a Ambev planeja criar bebidas não alcóolicas que possam ser feitas em casa. “No futuro, a Guaraná Antártida pode ser preparada em casa, na máquina B.Blend”, afirmou Jamel.

Apesar do desenvolvimento de produtos diferentes, “ainda não saímos no nosso negócio, que é cerveja”, assegura o diretor financeiro.

De acordo com ele, “procuramos endereçar as necessidades dos consumidores que não são preenchidas pelas cervejas tradicionais”, com sabores mais adocicados, que lembrem brindes ou coquetéis.

Para esse ano, a empresa não comentou sobre a possibilidade de compras de outras cervejarias artesanais, como fez com a Wäls no ano passado.

“Acreditamos que temos um portfólio de marcas fortes e pretendemos lançar produtos nossos, mesmo”, diz Jamel.

terça-feira, 5 de maio de 2015

GIC negocia aquisição da Rede D’Or por R$ 3 bilhões




Divulgação
Quarto do hospital de alto padrão da Rede D'Or
Hospital da Rede D'Or: GIC pode comprar fatia de 7% detida pelo BTG Pactual e outra fatia de 7% pertencente à família Moll
 
Cristiane Lucchesi e Jonathan Levin, da Bloomberg


São Paulo - O GIC Pte, fundo soberano de Singapura, pode anunciar a aquisição da Rede D’Or São Luiz SA em cerca de 1 mês, segundo duas pessoas com conhecimento direto do assunto, que pediram para não ser identificadas porque as negociações são privadas.

O GIC pode comprar fatia de 7 por cento detida pelo Grupo BTG Pactual e outra fatia de 7 por cento pertencente à família Moll, controladora e fundadora da companhia, disseram as pessoas.

Em 27 de abril, o Carlyle Group acertou a compra de fatia minoritária de 8,3 por cento na Rede D’Or por cerca de R$ 1,75 bilhão, em um aumento de capital que confere à companhia um valor de R$ 21 bilhões, de acordo com uma pessoa familiarizada ao assunto que pediu para não ser identificada porque o acordo é privado.

O BTG, o GIC, a Rede D’Or e a família Moll se recusaram a fazer comentários.

A família Moll teve uma participação diluída e manteve controle da rede de hospitais e laboratórios após a transação do Carlyle, segundo o comunicado conjunto enviado por e-mail pela Rede D’Or e pelo BTG em 27 de abril.

O acordo confere um valor de cerca de US$ 4,5 bilhões para a fatia majoritária da família Moll.
O BTG converterá os debêntures em ações, disse a S&P em relatório em 28 de abril.

Empresas de educação perdem R$ 10 bilhões na Bolsa


REUTERS/Neil Hall
Investidor lamenta queda nas ações
Governo afirmou ontem que os gastos com o Fies para este ano acabaram


São Paulo - Se no ano passado, as ações das educacionais eram as queridinhas dos investidores, este 
ano, a situação é completamente diferente.

Para ter uma ideia, em 2014, as ações da Kroton tiveram valorização de mais de 75%. Neste ano, os papéis acumulam perdas de 32%. No caso da Estácio, a queda acumulada neste ano é de 20%.

O valor de mercado das companhias derreteram na Bolsa. Segundo um levantamento da consultoria Economatica, à pedido de Exame.com, juntas, a Estácio, Kroton e Anima somam perdas de 10 bilhões de reais. 

Segundo os dados, valor de mercado da Kroton passou de 25,14 bilhões de janeiro deste ano para 17,99 bilhões de reais em abril, uma queda de 28,44%.

A Estácio teve uma desvalorização de 21,69%. O valor de mercado da companhia passou de 7,42 bilhões de reais para 5,81 bilhões de reais. 

No caso da Anima, a situação é ainda mais dramática. O valor de mercado da empresa passou de 2,92 bilhões de reais para 1,62 bilhões de reais do começo do ano até agora, ou seja, 44,52%.

Fies


As companhias têm sido impactadas diretamente pelas mudanças no Fies. O motivo, de acordo com o operador de mesa da Gradual Investimentos, Paulo Cabral Bastos, é que receita destas companhias estão diretamente atreladas ao programa de financiamento do governo.


Apesar das mudanças serem negativas, Bastos acrescenta que elas eram esperadas já que o o governo iniciou o processo de ajuste fiscal. “Estava claro que afetaria os programas de créditos subsidiados.”

Ontem, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou que não há mais recursos disponíveis para o Fies. Neste ano, foram gastos 2,5 bilhões de reais.

“Apesar de ruim para as companhias, a confirmação de que não haverá recursos do Fies farão com que as projeções fiquem mais certeiras.  Agora é certeza que não haverá mais recursos. Mesmo assim, ainda não é possível saber se as ações cairão ainda mais", finaliza Bastos.