quarta-feira, 23 de setembro de 2015

BC aumenta intervenção, mas dólar ainda encosta em R$ 4,15




thinkstock
Dólar
Dólares: o BC vendeu no início da tarde 4,4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, da oferta de até 20 mil
 
Bruno Federowski, da REUTERS


São Paulo - Após o dólar encostar em 4,15 reais, por conta de preocupações com a situação econômica e política no país e temores externos, o Banco Central intensificou a intervenção no câmbio nesta quarta-feira com leilões de linha e de swaps.

As ações reduziram momentaneamente a escalada da moeda norte-americana, que retomou o movimento e avançava cerca de 2 por cento sobre o real, Às 13:31, o dólar avançava 1,78 por cento, a 4,1261 reais na venda. Na máxima da sessão, subiu 2,27 por cento, a 4,1457 reais, imediatamente antes do anúncio do BC.

Pouco depois da divulgação do comunicado, a moeda norte-americana chegou a diminuir o avanço a 0,89 por cento, mas o alívio perdeu força em seguida.
"Uma atuação como essa deveria segurar um pouco, mas a volatilidade está muito grande", resumiu o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "O mercado está perdido e corre para o dólar".

O BC vendeu no início da tarde 4,4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, da oferta de até 20 mil.

E realizará durante a tarde leilão de venda de até 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra e, na quinta-feira, outra oferta de até 20 mil swaps cambiais. Todos esses leilões, segundo assessoria de imprensa do BC, não são para rolar contratos já existentes.

Desde abril, o BC não fazia leilão de swap sem ser para rolagem. O BC também deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro nesta manhã, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos.

Ao todo, já rolou o equivalente a 7,179 bilhões de dólares, ou cerca de 76 por cento do lote total, que corresponde a 9,458 bilhões de dólares.

O quadro político e econômico preocupante no Brasil tem levado a fortes turbulências nos mercados financeiros e não dão trégua.

Logo cedo, o dólar chegou a recuar quase 1 por cento após a decisão do Congresso Nacional nesta madrugada de manter os vetos da presidente Dilma Rousseff e evitar maior pressão nas contas públicas. Mesmo assim, o mercado seguia temeroso.

"O veto mais importante é o do aumento (de salários dos servidores do) Judiciário e não sabemos quando ele vai ser analisado", disse o operador de uma corretora nacional, referindo-se ao veto que, se derrubado, vai gerar gastos de 36 bilhões de reais até 2019, segundo cálculos do governo.

Citando riscos aos planos fiscais do governo no curto prazo e a grande probabilidade de novos rebaixamentos da nota de crédito do Brasil, o Credit Suisse passou a projetar que o dólar deve atingir 4,25 reais em três meses e 4,50 reais em doze meses, contra 3,65 e 4,10 reais, respectivamente.

Também pela manhã, o mercado azedou após o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi afirmar que os riscos ao cenário de inflação e economia na Europa aumentaram devido à desaceleração dos mercados emergentes.

"(Draghi demonstrou) preocupação com a perspectiva de crescimento global e a apreensão com o Brasil continua", resumiu o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Brasil prevê déficit menor em transações com exterior





asafta/Thinkstock
Moedas em balança
O Brasil acumulou nos oito primeiros meses deste ano um superávit na balança comercial de US$ 6,333 bilhões
 
Da EFE


 Rio de Janeiro - O Brasil fechará 2015 com um déficit de US$ 65 bilhões em suas transações com o exterior, abaixo do saldo vermelho de US$ 81 bilhões inicialmente previsto, segundo uma projeção divulgada nesta terça-feira pelo Banco Central, por causa da recessão e da valorização do dólar.

O BC informou que revisou para baixo sua projeção para o déficit em conta corrente este ano, pelo menos até agosto, e pelas despesas do Brasil no exterior terem sido menores do que projetavam.

O déficit na balança entre os recursos que o Brasil envia ao exterior e os que recebe de fora do país caiu de US$ 65,248 bilhões entre janeiro e agosto do ano passado para US$ 46,148 bilhões no mesmo período deste ano, segundo os dados divulgados hoje pelo Banco Central.
Isso diminuiu a projeção do BC para o déficit na balança de conta corrente este ano em 37,2%, para US$ 65 bilhões, o equivalente a 3,71% do Produto Interno Bruto (PIB).

O Brasil fechou ano passado com um déficit recorde em suas transações com o exterior de US$ 103,597 bilhões, o equivalente a 4,42% do PIB.

A notável melhora na balança de conta corrente foi atribuída a recessão da economia brasileira, que reduziu a demanda do país por produtos e serviços externos, e à forte desvalorização do real em relação ao dólar, que diminuiu significativamente as despesas dos brasileiros no exterior.

"A taxa de mudança e a fraca atividade econômica são dois fatores que têm influência direta nas contas externas", admitiu em entrevista coletiva o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

O encarecimento dos produtos estrangeiros e a recessão provocaram uma forte queda das importações e permitiram que o Banco Central elevasse sua projeção para a balança comercial este ano desde os US$ 3 bilhões inicialmente calculados para US$ 12 bilhões.

O Brasil acumulou nos oito primeiros meses deste ano um superávit na balança comercial de US$ 6,333 bilhões, contra o déficit de US$ 889 milhões no mesmo período do ano passado.

Como consequência do encarecimento do dólar, as despesas dos turistas brasileiros no exterior caíram 25,13%, de US$ 17,201 bilhões entre janeiro e agosto do ano passado para US$ 12,879 bilhões nos primeiros oito meses de 2015.

O Banco Central também reduziu sua projeção para o investimento estrangeiro direto este ano dos US$ 80 bilhões inicialmente previstos até 65 bilhões, suficiente para financiar o déficit brasileiro em conta corrente.

Segundo dados do Banco Central, o investimento estrangeiro direto acumulado nos primeiros oito meses do ano caiu de US$ 65,433 bilhões em 2014 para US$ 42,169 bilhões em 2015.

O Brasil recebeu ano passado US$ 96,9 bilhões estrangeiros para projetos produtivos no país. 

Governo publica parte das medidas fiscais de 2016, com CPMF





Ueslei Marcelino/Reuters
Congresso Nacional
Congresso: também foram publicadas quatro mensagens da presidente Dilma Rousseff ao Congresso
 
 
 
 





Brasília- O governo federal publicou, em edição extra do Diário Oficial da União nesta terça-feira, parte das medidas de ajuste fiscal de 2016, entre elas a medida provisória que eleva o Imposto de Renda sobre ganho de capital.

Na edição, também foram publicadas quatro mensagens da presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional, mas sem muitos detalhes. Segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil, uma delas é a 
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria a CPMF.

Odebrecht tenta anular provas da Lava Jato, diz MPF




REUTERS/Rodolfo Buhrer
Marcelo Odebrecht
Marcelo Odebrecht, presidente da construtora: maior construtora do país estaria se articulando para anular provas da Lava Jato
 
 
Julia Affonso, do Estadão Conteúdo
Ricardo Brandt e Fausto Macedo, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves se declarou impedido para julgar mandado de segurança impetrado pela Construtora Norberto Odebrecht, em que a defesa pede a suspensão do uso de documentos pela Operação Lava Jato enviados pela Suíça sobre contas secretas no exterior.

O nome do ministro teria surgido em material apreendido pela força-tarefa nas buscas relacionadas a um dos executivos da OAS, uma das empreiteiras do cartel alvo da Lava Jato. Ele não é investigado no caso.

Por meio do mandado de segurança, a maior empreiteira do País quer que o STJ determine ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que forneça detalhes sobre a cooperação entre autoridades brasileiras e suíças.
A tentativa faz parte de mais uma ofensiva jurídica da empreiteira que busca anular os processos da Operação Lava Jato, maior escândalo de corrupção descoberto pelo Ministério Público Federal envolvendo contratos da Petrobrás e um cartel formado pelas maiores empresas do País.

Na avaliação do procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato, a Odebrecht busca anular as provas sobre pelo menos cinco contas secretas abertas em nome de empresas offshores e que teriam sido usadas pela empreiteira.

Deltan classificou a ação como um ato de ‘desespero’ da empresa. Ele destacou que a Odebrecht, publicamente, tem se manifestado sobre sua disposição em colaborar com as investigações, mas, paralelamente, age para anular provas, o que atingiria toda a Lava Jato, pelo menos em relação ao processo em que são acusados seus principais executivos.
 
Defesa. O advogado Pedro Serrano, que representa a Odebrecht, declarou que o grupo não pretende anular as provas documentais enviadas pela Suíça ao Brasil.

Serrano disse que o objeto do mandado de segurança ajuizado no STJ busca simplesmente obter uma certidão com informações sobre a tramitação dos documentos de Genebra.

"Não se pede anulação de nada, apenas queremos saber se houve cooperação e como ela foi realizada", afirmou Serrano.

"O objeto do mandado de segurança não é anular prova nenhuma", reafirmou Pedro Serrano. "Dentro do exercício do direito garantido pela Constituição queremos obter pura e simplesmente uma certidão sobre como transcorreu a cooperação, se houve cooperação com a Suíça, como foi a tramitação desses documentos para verificarmos se foi dentro da legalidade ou não."

O advogado assinalou que, inicialmente, a Odebrecht solicitou a certidão no âmbito administrativo diretamente ao ministro Cardozo. "Ele (o ministro) negou e agora fomos à Justiça contra esse ato. Não se pede anulação das provas, apenas uma certidão sobre como os documentos foram enviados. É uma verificação de informação oficial, nada mais que isso. O mandado de segurança não pede anulação de documento nenhum."

Impeachment não está sendo avaliado pela agência Moody's


Scott Eells/Bloomberg
Homem de terno falando ao celular passa em frenta à sede da agência de classificação de risco Moody's
Moody's: "Se houver um processo formal de impeachment, pode mudar a dinâmica (de avaliação da economia brasileira)", disse o analista sênior da agência
 
Altamiro Silva Junior, do Estadão Conteúdo

Nova York - O analista sênior de rating soberano da agência de classificação de risco Moody's, Mauro Leos, disse nesta terça-feira,22, que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não está no cenário-base da agência.

"Se houver um processo formal de impeachment, pode mudar a dinâmica (de avaliação da economia brasileira)", disse durante apresentação em seminário sobre o Brasil, destacando que não seria um evento positivo para o país, porque introduz um elemento de incerteza no que aconteceria no pós-impedimento de Dilma.

Leos contou que esteve em São Paulo recentemente e várias pessoas o abordaram para destacar que o impedimento de Dilma seria positivo para o Brasil, ponto que o analista discordou. Após o impeachment, se criaria um cenário de incertezas, disse ele.

O analista da Moody's afirmou que um dos principais pontos hoje para se avaliar o Brasil é a habilidade do governo de alcançar um consenso mínimo no Congresso. E isso parece não estar acontecendo este ano, completou.

No caso do orçamento para 2016, Leos frisou que até agora não se viu a capacidade de se chegar a um acordo, o que tem pesado negativamente na confiança dos agentes, com índices em níveis historicamente baixos.
 

CPMF


Leos considera ainda que será difícil a presidente Dilma conseguir avançar no ajuste fiscal sem a aprovação da CPMF no Congresso. A avaliação dele é que há muita incerteza sobre se a medida será ou não aprovada e as chances são de 50% de passar e 50% de não passar.

"É difícil ver o orçamento sem a CPMF, porque é muito difícil no curto prazo ajustar o gasto (do governo). Não é a solução mais eficiente, mas é a possível e a única, dada a situação como está", disse.

"Não há evidências de que o governo está conseguindo chegar perto de um acordo para o pacote fiscal. Outras alternativas (ao pacote) seriam assustadoras." Leos frisou que a oposição está jogando forte, o que ajuda a elevar a incerteza.

Para se avançar em uma agenda positiva de longo prazo, Leos frisou que é preciso que o Brasil avance no curto prazo no ajuste fiscal. Sem isso, não se criam as bases para um crescimento mais sustentável à frente e o desenvolvimento de projetos de infraestrutura.

O governo, por exemplo, precisa evitar um déficit primário em 2016, pois seria o terceiro ano seguido de indicador negativo.

Questionado sobre a Petrobras, o analistas da Moody's frisou que há alguns bancos médios em risco, mas ele não vê chances de os problemas na empresa originarem problemas para o setor financeiro a ponto de se criar um "risco sistêmico".

Para ele, a Petrobras tem tido mais impacto na atividade econômica e prejudicando também seus fornecedores.

Saiba como o botão "não curtir" afeta sua empresa na web


Jonathan Leibson/Getty Images
Facebook não curtir
Não curti: Facebook está trabalhando em novo botão para a rede social
 
Marcos Hiller, da Endeavor


Em uma recente sessão de perguntas e respostas realizada na sede do Facebook em Menlo Park, Califórnia, Mark Zuckerberg finalmente assumiu que o botão “não curtir” (ou “dislike”) pode brotar a qualquer momento em nossas timelines. Muito mais que um mero novo botão que aparecerá no Facebook de mais de 1,4 bilhão de terráqueos, essa novidade carrega um aspecto bastante simbólico e que exige de nós algumas reflexões bastante pertinentes.

Hoje em dia, quando alguém ou alguma marca publica algo no Facebook – um texto, uma foto, uma música, um vídeo, um selfie – temos hoje a opção de clicar o botão “curtir” ou simplesmente não fazer nada. E o fato de não fazer nada diante de uma publicação não significa que não curtimos. Mas também pode significar sim uma forte reprovação.

O “não curtir” ainda é uma grande incógnita, mas reuni aqui algumas suposições. Não sabemos como o botão vai ser integrado ao algoritmo e aplicado à plataforma, mas sabemos que ele muda alguma coisa. Por isso, os questionamentos são inevitáveis: Que benefício (ou estrago) esse novo recurso pode trazer? As marcas tenderão a ficaram mais criteriosas em suas postagens? O que muda no marketing da minha empresa?


1. Mais opinião com menos esforço


Uma característica da dinâmica atual do Facebook é que nós não precisamos dizer o porquê de estarmos dando um like em uma determinada publicação. Apenas damos um like ou não damos. E é por meio de nossos nossos likes, por conta de nossas expressões de gosto, que falamos para os demais usuários que nós somos, que nós não somos, quem gostaríamos de ser. Eu sou aquele cara que curte aquela fanpage, ou sou aquele indivíduo que curte aquele artista, ou então, eu sou aquele usuário que não dá “like” naquele seriado, naquela marca, etc.

Vivemos em um mundo onde os nossos likes são usados como estratégias que nos singularizam diante dos demais. E os likes dos demais em nossas postagens também nos agrada, certo? Ele preenche algum tipo de vazio ou espécie de incompletude. Na pessoa jurídica, a lógica é a mesma. Como empreendedores à frente de uma marca, então, o like é praticamente uma validação: “minha empresa é interessante”, “estou causando identificação”, “estou impactando pessoas (e potenciais clientes) de alguma forma”.

Mas se chega mesmo o botão “dislike” ou “não curtir”, pode vir junto também um medo de reprovação: “minha empresa não é relevante”, “não estou atingindo as pessoas certas”, “estão descontando nas minhas postagens uma infelicidade quanto a meu produto/serviço”.
 
Isso porque é mais fácil clicar em um botão que escrever um comentário negativo.

Quer dizer: hoje, alguém precisa se incomodar bastante para dedicar seu tempo escrevendo um parágrafo descontente embaixo de um post. Num futuro próximo, com menos esforço, mais pessoas podem dizer “não gostei” em um clique. E um número de dislikes (em comparação ao número de likes) pode chamar mais atenção e ficar mais em evidência do que comentários negativos.
 

2. Mais agilidade com métricas e hipóteses


A grande sacada é que o tópico 1 tem também suas vantagens! Números são sempre mais fáceis de mensurar e feedbacks de clientes são um verdadeiro presente para a empresa. Se mais gente pode opinar negativamente em um clique, o “não curtir” pode ser uma excelente ferramenta para reforçar uma cultura de testes. “Como assim?” Vamos lá:

O facebook já dá alguns números às marcas com páginas recorrentemente alimentadas: alcance orgânico, alcance pago, likes, comentários, compartilhamentos. Ou seja, você pode extrair dados sobre quem viu e quem se engajou, mas os indiferentes e os insatisfeitos acabam se misturando em um grupo só. O “dislike” separa bem esses dois perfis para cada postagem feita.

Se você tem uma audiência de 1000 pessoas e 200 dão “like”, hoje essa conversão significa sucesso. 

Mas se você descobre que das 1000 pessoas, 200 dão “like” e outros 200 dão “dislike”, a referência de sucesso muda.
 
Essa possibilidade pode servir até para receber logo um “não” para uma pergunta que, em outros tempos, precisaria de um investimento de pesquisa para ser respondida.

Pode parecer desencorajador, mas nos permite entender, muito mais rapidamente, o que funciona ou não. E nos obriga a conhecer melhor nosso público, esmiuçar o que ele espera de nossas marcas e entregar maior valor. Ainda assim, todo cuidado é pouco. Não queremos “dislikes’ demais – o que nos leva ao tópico 3:
 

3. Mais relevância e assertividade


É especialmente aqui que o empreendedor redobra a atenção. O algoritmo do Facebook, que é muito bem construído, modula e modela a forma como nossa timeline nos é apresentada. Ou seja, toda vez que pegamos nosso celular e apertamos o ícone do Facebook (fazemos esse ato centenas de vezes ao dia, certo?), o algoritmo seleciona cerca de 1500 publicações que ele entende que serão interessantes para nós naquele momento e, logicamente, tudo isso baseado no nosso comportamento passado e também fundamentalmente por conta de nossos likes. Isso significa que vemos no nosso Facebook não necessariamente o que queremos ver, mas sim o que o Facebook entende que será interessante para nós naquele momento.

Toda e qualquer interação nossa com o Facebook se transforma em um log de programação lá dentro e isso é armazenado e entendido pelo algoritmo. Se curtimos algo, o Facebook guarda esse dado. Se damos check-in em determinado local, ele armazena onde estivemos – além do que escrevemos, o que conversamos no chat, se paramos um post com o dedo na tela de nosso smartphone… Sim, o Facebook está olhando, monitorando e arquivando tudo isso.

Um “não curtir” certamente também entraria na memória do algoritmo, apesar de não sabermos como. Dependendo das decisões do Facebook para o novo recurso, é algo que possa manchar toda a estratégia digital de uma marca.
 
Sem dúvidas, precisaremos pensar duas vezes antes de postar algo.

A chegada desse botão pode trazer uma boa prática ainda não executada por muitas empresas, que é ser extremamente criterioso e sempre buscar relevância antes de qualquer publicação. E para saber o que é relevante, tem que saber também para quem se escreve. Antes de postar, o empreendedor deve se perguntar mil vezes: isto é relevante para os fãs da minha página? O conteúdo é realmente muito bom ou é mais do mesmo?

O fato é que o botão “não curtir” está vindo e cada um de nós desenvolve (consciente ou inconscientemente) uma estratégia de uso e de apropriação de redes sociais online como o Facebook. 

Vejo a vinda do botão “não curtir” como algo bastante saudável para o Facebook. Todos precisaremos ser mais criteriosos antes de cada postagem. Isso tende a dar uma oxigenada em nossas timelines de coisas pouco relevantes aos nossos olhos. Afinal receber um “não curtir” em algo que publicamos fará aflorar em nós um novo sentimento que nosso sensório ainda não conhece no mundo digital. E todo o marketing digital muda junto. Já imaginou?

Após onda de arrastão, moradores prometem vingança nas redes




Tânia Rêgo/ABr
Cariocas aproveitam praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro: no último domingo, grupo parou ônibus para agredir jovens
 
 
 
São Paulo – Depois de uma onda de arrastões nas praias da zona sul do Rio de Janeiro, no último final de semana, algumas pessoas se organizaram nas redes sociais para promover a “justiça com as próprias mãos”.

Num dos eventos, os organizadores pedem que os participantes levem tacos de beisebol, soco inglês e spray de pimenta para “limpar a zona sul”. 

Em outra página, a linha 474, que liga a zona norte à orla, é chamada de “inferno do Rio”. 
“Linha 474 aterroriza a Zona Sul da Cidade Maravilhosa, com pessoas que vão à praia com o intuito de apenas criar baderna e desordem”, aparece na descrição da página. 

Enquanto alguns internautas chamam a página de “fascista”, outros apoiam o teor das postagens. “A guerra está declarada Z.S [Zona sul] X Z.N [Zona norte]”, diz um dos seguidores. 

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o conteúdo das mensagens, segundo apurou o jornal Extra
 

Linchamento


No último domingo (20), um grupo deteve um ônibus e quebrou janelas até alcançar os passageiros. Um jovem sem camisa foi pego e espancado enquanto policiais tentavam impedir que outros três jovens fossem linchados.