quinta-feira, 26 de novembro de 2015

STF autoriza incluir nome de advogado de Cerveró na Interpol




Ueslei Marcelino/Reuters
Ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, durante audiência no Congresso, em Brasília
Ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró: a Interpol já localizou o advogado nos Estados Unidos e deve ser preso pela polícia assim que o governo brasileiro encaminhar os documentos

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, autorizou a inclusão do nome do advogado Edson Ribeiro, na lista da Interpol, polícia internacional.

Edson Ribeiro é defensor do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e teve a prisão determinada ontem (26) pelo Supremo na operação que prendeu também o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Pactual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. 

A Interpol já localizou o advogado nos Estados Unidos e deve ser preso pela polícia assim que o governo brasileiro encaminhar os documentos necessários. 

De acordo com pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República (PGR), encaminhado ao STF, Edson Ribeiro participou das negociações em que o senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal.

Em um dos encontros - que foi gravado pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em um hotel em Brasília - o senador prometeu pagar R$ 50 mil mensais à família do ex-diretor para não ocorrer a delação premiada. 

"O Senador Delcídio Amaral contou com o auxílio do advogado Edson Ribeiro, que, embora constituído por Nestor Cerveró, acabou por ser cooptado pelo congressista. O advogado Edson Ribeiro passou, efetivamente, a proteger os interesses do Senador Delcídio Amaral em sua interação profissional com Nestor Cerveró e Bernardo Cerveró, mesmo depois de tomada por Nestor Cerveró a decisão de oferecer colaboração premiada ao Ministério Público Federal. O advogado Edson Ribeiro recebeu do Senador Delcídio Amaral, a certa altura das tratativas, a promessa de pagamento dos honorários que convencionara com Nestor Cerveró, cujo valor era de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais)", diz o documento da PGR. 

Segundo a PGR, o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, arcaria com os custos para não ter seu nome mencionado no acordo de colaboração ou para o ex-diretor desistir.

"Ao menos parte desses recursos seria dissimulada na forma de honorários advocatícios a serem convencionados em contrato de prestação de serviços de advocacia entre André Esteves e/ou pessoa jurídica por ele controlada com o advogado Edson Ribeiro".

Esteves está preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. 
Nestor Cerveró firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério público Federal no dia 18 de novembro deste ano.

Diferencial competitivo mudou, diz diretor do LinkedIn




São Paulo - Fragmentado, dinâmico e sustentado por redes de relacionamento. Assim será o mercado de trabalho do futuro - um tipo de ambiente que, aliás, já começa a se delinear no presente.

O diagnóstico é do norte-americano Brendan Browne, diretor global de aquisição de talentos do LinkedIn

Em entrevista exclusiva a EXAME.com, ele diz que dominar os conhecimentos exigidos pela profissão já não basta para se diferenciar da concorrência. Hoje, o mercado premia quem é capaz de se adaptar às mudanças - e rápido.
No futuro, o ritmo das transformações só deve aumentar. Por isso, avalia Browne, apostar em um networking forte e sustentável, inclusive por meio das redes sociais, será cada vez mais necessário para sobreviver à competição daqui para a frente.

Veja a seguir os principais trechos da conversa exclusiva com o diretor do LinkedIn:
EXAME.com - Em entrevista à revista The New Yorker, um dos fundadores do LinkedIn, Reid Hoffman, disse que no futuro o “guardião” do emprego de uma pessoa não será mais o seu empregador, mas sim a sua rede de contatos. Como explicar essa previsão?
Brendan Browne - No passado, dominar o conhecimento exigido para desempenhar uma função era o principal recurso de um profissional. Hoje, o maior diferencial competitivo é a capacidade de se adaptar. 

Por isso, é cada vez mais raro ver pessoas trabalhando por muitos anos numa mesma empresa, como era comum antigamente. Tanto empregadores quanto empregados precisam se desafiar constantemente para permanecerem competitivos e terem sucesso a longo prazo.

É por isso que a nossa rede de contatos funcionará cada vez mais como nossa "curadora": é por meio dela que estamos sendo expostos a novas tendências, tecnologias e áreas de conhecimento. É também o networking que nos permite acessar novas oportunidades de trabalho. Manter redes fortes é essencial para crescer e se dar bem no caminho que você escolheu.

EXAME.com - O networking nunca mais será o mesmo depois das redes sociais?
Brendan Browne -  Muita coisa mudou. A tecnologia está sempre transformando os nossos relacionamentos. O networking existe há muito tempo, mas antigamente estava limitado aos nossos contatos mais próximos e dependia muito das interações presenciais, físicas.

A internet e redes sociais como o LinkedIn diversificaram as possibilidades. Hoje, você pode acompanhar de perto o que está acontecendo nas vidas e carreiras dos seus contatos. Você pode descobrir conexões em comum. Pode compartilhar conteúdo e alimentar relacionamentos sem necessariamente estar com a outra pessoa.
EXAME.com - Como era estar desempregado antes da internet? Como é agora?
Brendan Browne -
A maior diferença diz respeito à escala. Antes das redes sociais, as oportunidades de emprego dependiam de você estar no lugar certo, na hora certa. Agora, quem procura trabalho tem infinitas formas de achá-lo. E, também, conta com algo ainda mais importante, que são as inúmeras maneiras de fortalecer a sua marca profissional.

Não à toa, os brasileiros têm usado intensamente as redes sociais para encontrar emprego. E eles podem fazer muito mais para se apresentar da melhor forma possível a um empregador, construindo sua presença online de forma estratégica.
EXAME.com - Objetos como cartões de visitas, currículos e cartas de recomendação continuarão existindo no futuro?
Brendan Browne - Continuarão existindo, mas sempre evoluindo. Um perfil no LinkedIn pode ser visto como a evolução de um CV convencional. É um documento vivo, que pode ser melhorado todos os dias, no mesmo ritmo da sua carreira. A tradicional carta de recomendação pode ser o comentário que um contato escreve no seu perfil online. 

No futuro, tudo isso pode ter uma aparência completamente diferente. O fato é que hoje estamos fortemente atrelados às nossas redes - e elas são muito valiosas. Os membros do LinkedIn estão usando o site cada vez mais para mostrar portfólios, apresentações, produções próprias. Compartilhar tudo isso com os seus contatos é uma forma de se diferenciar e criar a sua própria marca no mercado.
EXAME.com - A internet funciona como uma vitrine: mesmo empregados, somos constantemente tentados a espiar vagas abertas em outras empresas. Isso não estimula a troca excessiva de emprego, ou o famoso comportamento “pula-pula”, sobretudo entre os mais jovens?
Brendan Browne -
Para mim, toda essa visibilidade cria uma competição muito saudável. Empregador e funcionário são estimulados se importarem mais um com o outro. Afinal, as empresas conseguem encontrar talentos mais facilmente hoje em dia, e pessoas talentosas também podem achar empregos mais facilmente.

Nessa dinâmica, cabe às empresas criar propostas de valor atraentes para os funcionários - tanto para recrutar quanto para reter talentos. Isso é ótimo para os profissionais, e também para as empresas e os seus acionistas. Todos saem ganhando.
EXAME.com - Está surgindo uma nova relação entre recrutadores e candidatos graças à tecnologia? 
Brendan Browne - Sim. É uma relação mais transparente. As empresas querem profissionais alinhados à sua cultura e aos seus valores, enquanto as pessoas querem ambientes de trabalho que as façam felizes.

Uma pesquisa do LinkedIn mostra que 45% dos profissionais querem saber mais sobre a cultura de uma empresa no seu primeiro contato com um recrutador.

O que nós percebemos é que, quando um candidato compartilha dos valores do seu empregador, ele trabalha melhor e fica mais tempo no emprego. Por isso, quanto mais se puder verificar a sintonia entre as duas partes, melhor será para elas no futuro.
EXAME.com - Recentemente, o LinkedIn anunciou que pretende criar o chamado “Economic Graph”, um mapa da economia global formado pelas conexões digitais entre pessoas, empresas, competências e vagas. Caso um projeto de mapeamento como esse se torne viável, qual será o seu impacto sobre as relações de trabalho do futuro?
Brendan Browne -
O objetivo do LinkedIn é criar oportunidades econômicas para cada membro da força de trabalho. Nosso plano é usar os dados que temos e trabalhar com governos e universidades para preparar profissionais com as competências de que o mundo precisa.
O passo seguinte é unir as pessoas às oportunidades certas para elas. Na nossa visão, isso impulsionará o desenvolvimento econômico global. É ambicioso, mas acreditamos que temos os recursos para fazer isso acontecer.

BOMBA! Dilma sanciona lei inconstitucional que abrirá as porteiras do Brasil para o terror: que venham!

Publicado por Leonardo Sarmento
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Visto é um documento emitido por um país dando a um certo indivíduo permissão para entrar no país por um certo período de tempo e para certas finalidades. Muitos países requerem a posse de um visto válido como condição de entrada para estrangeiros, mas há exceções.

Entrar em um país sem um visto válido, isenção válida ou realizar atividades não cobertas por um visto (por exemplo, trabalhar com um visto de turismo), resulta na transformação do indivíduo num imigrante em situação ilegal, geralmente sujeito à deportação ao seu país natal, atividade que é muito comum principalmente nos EUA.

Um visto pode ser negado por várias razões, algumas das quais provocadas pelo próprio solicitante. Duas das diversas possibilidades para se negar o visto são a existência de ficha criminal e revelar-se potencial risco à segurança do país de destino.

Pois bem, a digníssima presidente Dilma Rousseff sancionou projeto de lei que dispensa a necessidade de visto para a entrada de estrangeiros no Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

A liberação de entrada de estrangeiros não estará condicionada a aquisição de ingressos para as competições esportivas da Olimpíada, segundo o texto, e a permanência em território brasileiro terá duração máxima de 90 dias, quando passará a estar ilegal no país. Por ocasião da Copa do Mundo de 2014 a liberação da entrada estava condicionada a aquisição de ingresso.

A isenção de visto será aplicada para quem chegar ao Brasil até 18 de setembro de 2016. Os Jogos Olímpicos do Rio acontecem de 5 a 21 de agosto, e serão seguidos pelo Jogos Paraolímpicos de 7 a 18 de setembro.

Dilma ao sancionar lei referida por certo é capaz de garantir a segurança dos Jogos Olímpicos de 2016, capacidade por certa que deve revelar-se superior à revelada por países como os estados unidos, a França, Inglaterra...

Ao que indica a sanção presidencial da lei em comento, o problema de segurança pública instalado no país com ataques com facas (armas brancas) ou mesmo armas de fogo que nos acompanham diuturnamente deve ser algo absolutamente superado e controlado por ações de inteligência de nossas preparadíssimas forças policiais e o país deve estar apto ao enfrentamento, inclusive do terror.

Enquanto países secundários como o EUA, França, Inglaterra, Reino Unido (união política) (...), enfim, o mundo cria dificuldades para a entrada em seus países como medida absolutamente necessária para evitar o terror e dificultar o aviltamento das incolumidades de seus territórios, Dilma demonstra que o o terrorismo não se constitui em uma ameaça ao Brasil, mesmo em um período em que receberá países alvos do terror.

Com a sanção presidencial, o Brasil afirma ao mundo que o país, independentemente de soluções protetivas do seu território, como é exemplo emblemático a exigência de visto de entrada para não nacionais, é um país absolutamente preparado e paradigma em matéria de segurança de grandes eventos, que os treinamentos que nossas forças policiais recebem das polícias Norte Americana, em verdade, seriam as nossas forças policiais, nossas inteligências em segurança pública que auxiliariam o crescimento das forças policiais Yankees.

Cremos porém, que em completo descompasso às indeléveis garantias de segurança fornecidas pelo Brasil, por certo sancionada pela presidente, haverá reflexo político nas comunidades internacionais, em especial em relação aos países que participarão dos Jogos Olímpicos de 2016 e que não parecem ter tamanho a segurança na luta contra o terrorismo.

Não sabemos se o passado da nossa presidente tenha lhe dado a expertise da forma como administrar o terror ou se a entrada de terroristas seria boa medida para fortalecer as forças contra um possível procedimento de “impeachment”, quando ofertariam novas “táticas de resistência” ao exército de Stédile, mas o que podemos apontar é o orgulho de representarmos o único país que se diz capaz de enfrentar o terror, e nestes termos, que se abram as porteiras!

O Brasil passa ainda a mensagem ao mundo de que o país está absolutamente aberto aos refugiados que desejarem conhecer as belezas do país. Certamente teremos um carnaval mais miscigenado e emocionante, com novas técnicas ainda mais impactantes de bombas para comemorarmos, isso sem contar com os festejos de final de ano, com delirantes e estrondosas pirotecnias. Em especial o Rio, quem sabe o tráfico (com uma mão de obra ainda mais inserida até a morte pela causa), por certo nossas polícias agradecerão o legado olímpico em coro com a sociedade. O tráfico certamente precisará incorporar novos métodos de combates para que não reste desimportante, irrelevante, e se torne apequenado como mera nota de rodapé dos noticiários.

Finalizamos na certeza de que caso não revertida a inebriante sanção presidencial, as olimpíadas nos deixarão como herança modelos novos e bem mais contundentes de práticas criminosas; e que venha o terror!

E depois críticos colocam em xeque a democracia que se vive neste país? Somos o país mais democrático do mundo, defendemos a isonomia de tratamento, aqui o terrorista não é discriminado e tem lugar no coração do e muitos brasileiro, ao menos no coração de nossa capitosa presidente...

No tocante a possibilidade de insurgir-se contra referida sanção presidencial entendemos que a lei já nascera inconstitucional já de cara com base no art. incisos VI e VIII e caput da Constituição Republicana. Desta feita, à nosso sentir tem cabida ADI (Ação Direita de Inconstitucionalidade) com pedido liminar para que se suspenda a execução da norma até que o Supremo Tribunal Federal pronuncie-se sobre o mérito.

A legitimidade para cumprir este papel, por pertinência de objetivos, caberia melhor a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), mas para isso deverá retirar-se o véu vermelho do PT e, de fato, cumprir um de seus principais objetivos estatutários, qual seja, a defesa dos interesses da sociedade.

Lembremos que a Constituição deve ser interpretada nos termos das nossas realidades presentes para que apresente a possibilidade de obtenção de sua maior eficácia possível.



Professor constitucionalista
Professor constitucionalista, consultor jurídico, palestrante, parecerista, colunista do jornal Brasil 247 e de diversas revistas e portais jurídicos. Pós graduado em Direito Público, Direito Processual Civil, Direito Empresarial e com MBA em Direito e Processo do Trabalho pela FGV. Autor de algumas...

http://leonardosarmento.jusbrasil.com.br/artigos/260404372/bomba-dilma-sanciona-lei-inconstitucional-que-abrira-as-porteiras-do-brasil-para-o-terror-que-venham?utm_campaign=newsletter-daily_20151126_2355&utm_medium=email&utm_source=newsletter

PF apura tráfico de urânio para grupos extremistas





Getty Images
Urânio
Urânio: os suspeitos podem ter fornecido o urânio para radicais extremistas para ser enriquecido e usado na produção de energia nuclear usada em atos terroristas
 
Marília Assunção, do Estadão Conteúdo
especial para AE, do Estadão Conteúdo

Goiânia - Uma operação da Polícia Federal concentrada em Goiás e que ocorre nesta quinta-feira, 26, em mais seis Estados, investiga uma quadrilha suspeita de tráfico intenso de pedras preciosas e minérios como o urânio. Cinco pessoas foram presas em Goiás.

Os suspeitos podem ter fornecido o urânio para radicais extremistas para ser enriquecido e usado na produção de energia nuclear usada em atos terroristas.

A PF ainda não divulgou os nomes dos presos nem os locais das prisões. Os suspeitos responderão, entre outros crimes, por usurpação de matéria-prima pertencente à União e formação de organização criminosa. As penas, somadas, podem chegar a 37 anos de prisão.
Ao todo foram expedidos 58 mandados contra empresários e comerciantes do ramo de pedras preciosas e de minérios. Goiás é grande produtor de ambos. São 10 mandados de prisão temporária, 19 de busca e apreensão e 29 conduções coercitivas.

Em torno de 200 agentes da PF estão envolvidos na operação em Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Pará, Pernambuco e Tocantins.
 

Rota


A polícia informou que os produtos saíam do Brasil com destino a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, passando por Portugal, Bélgica e Israel, antes de chegar ao grupo extremista para quem o contrabando estava direcionado, cujo nome não foi divulgado ainda. As investigações duraram cerca de dois anos.

Os investigadores apontam que a organização criminosa é formada por duas células. Uma atua fortemente na comercialização ilegal de pedras preciosas, composta em sua maioria por empresários do ramo e pequenos comerciantes de joias.

A outra célula seria composta por autônomos e pequenos empresários que comercializariam, mediante fraude, títulos da dívida pública e moeda estrangeira, em transações financeiras envolvendo bancos venezuelanos. Os investigadores suspeitam que a movimentação com moedas e títulos estaria vinculada aos processos de lavagem de dinheiro do grupo criminoso.

A operação foi batizada de "Soldner" em referência a mercenários "para quem o valor do dinheiro é capaz de suprimir os próprios valores morais", divulgou a PF.

Fitch vê Brasil vulnerável a rebaixamento em 2016




Brendan McDermid/Reuters
Sede da Fitch Ratings em Nova York, Estados Unidos
Sede da Fitch Ratings: a agência já cortou o rating de 12 economias emergentes
 
Marc Jones, da REUTERS


Londres - Os mercados emergentes deverão enfrentar outra onda de rebaixamento de ratings para o próximo ano, com o Brasil sob risco de ter um corte para grau especulativo e a região da África e Oriente Médio recebendo potencialmente uma "perspectiva negativa", disse o principal analista de ratings soberanos da agência de classificação de risco Fitch, James McCormack, em entrevista.

Os preços deprimidos das commodities combinados com o crescimento global medíocre e a aproximação da primeira elevação dos juros nos Estados Unidos em quase uma década estão se mostrando uma ameaça para os ratings dos países em desenvolvimento, disse McCormack à Reuters.

A agência já cortou o rating de 12 economias emergentes exportadoras de commodities neste ano, e 14 países, incluindo grandes nomes como Brasil, Rússia, África do Sul e Nigéria estão atualmente sob alertas de rebaixamento --ou perspectivas negativas na linguagem da agência de rating. O próximo ano parece que terá uma história similar.
Em outubro a Fitch cortou a nota de crédito do Brasil para "BBB-", último degrau que garante o grau de investimento, e agora todas as atenções estão voltadas para ver se ela segue a S&P e corta a nota do Brasil para grau especulativo.

"Creio que é um padrão em que vamos continuar vendo no próximo ano", disse McCormack.
Em setembro, a Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil ao cortar o rating do país para "BB+" ante "BBB-", e sinalizou que pode colocar o país ainda mais para dentro do território especulativo, ao manter a perspectiva "negativa" para a nota de crédito brasileira.

Tal movimento pode retirar mais de 20 bilhões de dólares de valor dos títulos brasileiros, prevê o JPMorgan.

"O Brasil parece ser o mais vulnerável (a perder o grau de investimento)", disse McCormack, citando a falta de consolidação fiscal do país como a maior causa de preocupações.

"Vamos olhar para isso novamente no começo de 2016. Quando as coisas estão se deteriorando, precisamos acompanhar com maior frequência. Faz apenas poucos meses (desde o último rebaixamento em outubro), mas até o momento nós não vimos de fato nenhuma melhora."

As expectativas de que o dólar continuará a subir quando a taxa de juros dos EUA começar a ser elevada também são importantes para os ratings de mercados emergentes.

"Historicamente não há relação entre o rating médio dos mercados emergentes e a taxa de juros do Fed, mas há uma relação bem próxima entre o dólar e o rating médio dos mercados emergentes", completou McCormack.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Em delação, Cerveró diz que André Esteves pagou propina a Collor


Preso nesta quarta-feira (25) no âmbito da Operação Lava Jato, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, foi acusado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró de ter pago propina ao senador Fernando Collor (PTB-AL). Para evitar essas acusações, tentou corromper Cerveró, aponta a Procuradoria Geral da República.

Segundo o pedido de prisão da PGR, Cerveró relatou "pagamento de vantagem indevida ao senador Fernando Collor, no âmbito de contrato de embandeiramento de 120 postos de combustíveis em São Paulo, que pertenciam conjuntamente ao Banco BTG Pactual e a grupo empresarial denominado Grupo Santiago".

O delator disse que ouviu do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos que Collor recebeu de R$ 6 milhões a R$ 10 milhões de propina no caso.

Esteves teve acesso a documento sigiloso saído da cela do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, referentes à sua delação premiada, quando teria tomado conhecimento das acusações.

Esse foi um dos motivos para o pedido de prisão do banqueiro pela Procuradoria Geral da República.

Após investigações, a PGR apontou que Esteves havia se comprometido com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), também preso nesta quarta, a fornecer pagamento mensal de R$ 50 mil a Cerveró para ele excluir o BTG Pactual e o parlamentar da sua delação premiada.

Em depoimento prestado aos procuradores, Bernardo Cerveró –filho do ex-diretor da estatal e quem aparece na gravação da conversa que deu base à prisão de Delcídio– declarou: "O senador passou a fazer referências a André Esteves, que é 'quem entraria com a grana', isto é, que daria suporte financeiro para família do depoente".
 

DOCUMENTO


Na reunião gravada pelo filho de Cerveró com Delcídio e o advogado Edson Ribeiro, o senador conta que foi informado pelo banqueiro que ele havia conseguido um documento com anotações manuscritas de Cerveró, que estava dentro de sua cela. Esteves lhe mostrou o material.

"O banqueiro André Esteves está na posse de cópia de minuta de anexo do acordo de colaboração premiada ora submetido à homologação, com anotações manuscritas do próprio Nestor Cerveró. Essa informação revela a existência de perigoso canal de vazamento, cuja amplitude não se conhece: constitui genuíno mistério que um documento que estava guardado em ambiente prisional em Curitiba/PR, com incidência de sigilo, tenha chegado às mãos de um banqueiro privado em São Paulo/SP", escreveu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no pedido de prisão ao STF.

Quando é informado do vazamento do documento, Bernardo afirma que deve ter sido tirado da cela de Cerveró, porque não é o mesmo documento que havia sido entregue à PGR, já que possuía anotações manuscritas do ex-diretor.

Na reunião, Delcídio diz que vai falar com André Esteves sobre o acordo, sem especificar detalhes.
"Eu cheguei lá, sentei com o André, falei 'ó André, eu tô com o pessoal. É, eu já conversei com a turma. Já falei com o Edson, vou conversar com o Bernardo", diz o senador, ainda segundo a conversa gravada.
 

André Esteves não participou dessa reunião, ocorrida em 4 de novembro, mas Delcídio intermediou para que ele fosse à nova reunião para tratar do assunto, no último dia 19. "É importante que ele veja vocês", diz o senador.

"Se ele vai falar amanhã com o André, vamos ser procuradores terça ou quarta-feira no máximo", comentou o advogado Edson Ribeiro com Bernardo, no fim da reunião.

Em nota, o BTG diz que vai colaborar com as autoridades para esclarecer os fatos investigados.

Fechar, cortar ou podar?


Para as grandes redes, não é mais tempo de arriscar. Qualquer ferida no resultado em tempos como esses pode se tornar uma grande inflamação nas contas da empresa. Por isso, quem pode está encerrando a temporada de riscos ou apostas

iStock


Olá amigos. De uma conversa com alguns varejistas sobre o atual cenário de gestão que vivemos, saiu o tema desse artigo. É incrível como o cenário do varejo mudou drasticamente nos últimos meses.

De um primeiro trimestre onde se ensaiava de maneira passiva uma saída para a crise, aguardando uma nova informação ou notícia que indicasse uma retomada para um melhor entendimento de como seria o ano como um todo, e a partir das notícias e indicadores que foram saindo e tomando o rumo contrário, indicando cada vez mais um cenário de retração do consumo, o varejo como um todo, ainda de alguma forma, buscou criar alguma atitude positiva que pudesse contagiar não somente seus consumidores, mas também suas equipes de colaboradores.

Frases como “Nossa empresa decidiu não participar da crise” ou “não conhecemos essa palavra”, criando um tom de força e atitude, foram trabalhadas por marcas e por líderes e personalidades do nosso mercado. Na boa intenção dessa iniciativa, para enfrentar a crise, tínhamos que ser proativos.

Mas à medida que os meses estão passando, e infelizmente não trazendo nada que indique uma retomada no curto prazo, as empresas estão buscando entender não como crescer, mas sim, como se manter salutares até o final de 2016.

Sim, boa parte das empresas já jogou a toalha e dá como certa a estagnação do mercado em 2016. Economistas apontam que a retomada do consumo só se inicie em 2017, e tem gente já batendo forte que levaremos uma década até que se recupere o poder de consumo da população de dois, três anos atrás.

Diante de um cenário como esse, estamos lendo constantemente notícias sobre grandes redes fechando lojas por todo o Brasil. De outro modo, todas estão revendo drasticamente seus planos de expansão. Mas o que isso significa de fato?

Recentemente foi anunciado que uma grande rede, por exemplo, estaria cortando custos, fechando mais de 50 lojas. Só não esquecem que a mesma rede conta hoje com mais de 1000 lojas. Todas as redes estão pensando não somente nas unidades que poderiam abrir, mas também nas que hoje se encontram abertas. A palavra de ordem é rentabilidade.

Nas últimas semanas, parece que o varejo todo está caminhando para o mesmo lado. A ordem é enxugar as gorduras, reduzir as estruturas de modo a só manter os pontos lucrativos.

Durante os últimos anos, assistimos a uma expansão desenfreada de algumas redes, cadenciadas principalmente pela expansão duramente criticada de shoppings no Brasil. É óbvio que havia campo para crescimento, mas da noite para o dia surgiram empreendimentos colossais bem distintos da realidade de consumo que pudesse ser absorvida pelo mercado. O retrato disso foram shoppings que ainda estão longe de se discutir sua maturidade, uma vez que ainda nem ao menos “pegaram” força de mercado. Corredores vazios, poucas lojas abertas (e muitos tapumes enfeitando corredores), e as que se encontram abertas, com dificuldades de operação.

Nesse cenário, as redes antes chamadas de âncoras, ganharam privilégios, como condomínios e alugueis com valores risíveis ou até mesmo gratuitos, na experiência de que uma vez instalados no shopping, auxiliariam na atratividade do empreendimento.

Com o novo cenário da economia, já escutei de profissionais do mercado histórias de pontos que tiveram que ser fechados, mesmo com valores operacionais baixos. Mesmo nessas condições, ainda existem lojas que estão fechando – como diz o jargão empresarial, no vermelho.

Para as grandes redes, não é mais tempo de arriscar. Qualquer ferida no resultado em tempos como esses pode se tornar uma grande inflamação nas contas da empresa. Por isso, quem pode está encerrando a temporada de riscos ou apostas. Lojas que não apresentam resultados ou que possuem custos muito altos para os dias de hoje, estão sendo fechadas, tal como deveria acontecer.

É difícil se pensarmos em pessoas e empregos. Mas se alguns são sacrificados, muitos têm seus empregos salvos, pelo menos por enquanto.

Usando a metáfora do título deste artigo, para que uma planta cresça forte, às vezes é necessário cortar os galhos mais fracos para que a planta cresça com mais força. Eu acredito que esse é o momento que os grandes estão vivendo. Não se trata de corte. É poda.

Talvez fique a lição sobre o crescimento fomentado e pouco planejado que tivemos. Todos quiseram aproveitar as oportunidades, e alguns realmente aceitaram loucuras na ânsia de expandir facilmente seus horizontes. Agora é hora de replanejar.

Para os médios e pequenos, no cenário de crise, há de fato pouco a se podar sem que de fato se corte algo vital ao negócio. Se hoje já há pouca gordura, ainda há espaço de crescimento para pequenos que consigam se posicionar de maneira diferenciada junto à concorrência ou a seu mercado.

Eu acredito que em algum momento lá na frente, ainda difícil de ser apontado, todos da cadeia de varejo, pequenos, médios, grandes e principalmente os shoppings não só terão aprendido novas lições, assim como quem sobreviver sairá com sua organização e gestão fortalecidos, e capaz de rapidamente crescer novamente.

Os negócios vão voltar a florescer, porém, antes da próxima primavera, ainda veremos um inverno pela frente.


http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/fechar-cortar-ou-podar/91450/?utm_source=MailingList&utm_medium=email&utm_campaign=News+-+24%2F11%2F2015