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Banco do Brasil: banco quer se desfazer de ativos para reforçar capital e adiar necessidade de repasse do governo
Aline Bronzati, do Estadão Conteúdo
São Paulo - O Banco do Brasil iniciou conversas com o JPMorgan para eventualmente contratá-lo como assessor na venda da fatia que detém no banco argentino Patagonia, apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O contrato ainda não teria sido fechado, conforme fonte. O movimento vai
na direção da estratégia de desinvestimentos da instituição para
reforçar o seu capital, antecipada pelo Broadcast, no mês passado.
Também não estaria definido, segundo fonte, se o BB deve se desfazer da
totalidade das ações que possui do Patagonia ou se apenas parte delas.
O banco anunciou a compra de 51% do argentino em 2010. Na época,
desembolsou US$ 479,6 milhões pelo Patagonia na esteira do seu processo
de internacionalização.
Para os bancos locais, um possível interessado poderia ser o Santander
que tem apetite por crescer na Argentina e, inclusive, teria feito
oferta pela operação local do Citi.
O Bradesco sequer integrou o HSBC e tem restrições pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para fazer aquisições. Já o
interesse do Itaú Unibanco está voltado para Chile e Colômbia. Em abril
último, concluiu a fusão com o chileno CorpBanca.
Desde que adquiriu o Patagonia, porém, o foco do BB mudou. A pedido do
governo, voltou-se mais para a economia local no intuito de estimular a
atividade doméstica. Foi, inclusive, em parceria com a Caixa Econômica
Federal, indutor da política de redução de juros no Brasil.
Agora, o banco quer se desfazer de ativos para reforçar o seu capital e,
assim, postergar uma eventual necessidade de injeção de capital por
parte da União.
O assunto voltou com a nomeação de Paulo Caffarelli, escolhido pela equipe econômica do governo atual para comandar o BB.
Além de sua fatia no banco Patagonia, conforme antecipou o Broadcast,
outros possíveis desinvestimentos podem ocorrer na área de cartões e na
de administração de recursos de terceiros e ainda na participação que
possui no Votorantim.
"Há tempos o BB quer sair da Votorantim e nunca conseguiu avançar sua estratégia na América Latina", diz uma fonte.
No caso de cartões e administração de recursos, a ideia do BB seria
vender uma fatia bem menor do que a da oferta pública inicial de ações
(IPO, na sigla em inglês) da área de seguros, de acordo com a fonte a
par das negociações.
Na mesa, estuda-se algo entre 5% e no máximo 10%, segundo a mesma fonte.
Quando abriu capital, a BB Seguridade, que concentra os negócios de
seguros, previdência e capitalização do BB, vendeu 33,75% de suas ações.
Procurados, o BB e o JPMorgan não comentaram.