São Paulo - A Ser Educacional disputou a compra da Estácio até o último minuto e foi derrotada pela Kroton, mas acredita ter saído da briga como uma vencedora.

"[Estar junto] com a Estácio seria um bom projeto. [Ficar] sem ela, também é muito bom. Com os dois maiores concorrentes fora do mercado [de fusões e aquisições] nos próximos dois anos, teremos mais espaço para transações de grande e médio porte", disse o presidente da empresa, Jânyo Diniz, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (5).

O conselho de administração da Estácio aceitou a compra pela Kroton no começo de julho. A transação, porém, ainda precisa ser aprovada por acionistas e por órgãos reguladores, o que pode levar meses.

Na visão de analistas consultados por EXAME.com, o negócio entre os dois grupos dá origem a um gigante "inalcançável", mas a Ser Educacional não se sente intimidada.

A companhia interpreta que a união das competidoras atraiu novas opções a serem exploradas e, inclusive, já iniciou conversas para futuras associações.

"Estamos avaliando as possibilidades e esperamos ter novidades para o mercado no decorrer dos próximos períodos", afirmou Diniz.

Segundo ele, a Ser está interessada em ativos tanto do nicho presencial quanto de ensino a distância (EAD).
 

Crescer para todos os lados


A empresa aposta ainda na expansão orgânica. No primeiro semestre, abriu seis unidades do segmento presencial, principalmente no Nordeste, um acréscimo de 250 novos cursos. Outras 19 estão previstas para os próximos dois anos.

Também anunciou que, entre 2018 e 2020, deve inaugurar mais 20 campi.

O avanço em ensino a distância é mais um dos pilares. Atualmente, o grupo tem 400 novos polos de EAD em fase de aprovação pelo Ministério da Educação.
 

Resultado


A Ser Educacional teve um lucro líquido de 63,759 milhões de reais no segundo trimestre, um salto de 30,1% ante o mesmo período do ano passado.

A receita líquida cresceu 6% na mesma comparação, para 289,6 milhões de reais.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em 91,001 milhões de reais de abril a junho, um aumento de 16% ante o segundo trimestre de 2015.

A margem Ebitda ajustada passou de 28,7% para 31,4%. Já a margem líquida subiu de 17,9% para 22%.

A dívida líquida em 30 de junho somava 285,4 milhões de reais. Com isso, a alavancagem ficou em 0,89 vezes o Ebitda em 12 meses, abaixo do índice de 0,95 apresentado em no fim de 2015.

O ticket médio para graduação presencial foi de 678,86 reais, 7,7% superior aos 630,53 reais registrados no segundo trimestre do ano anterior.
 

Carteira


A rede de universidades encerrou o primeiro semestre com 152.434 alunos nas modalidades presencial e EAD, 1,7% acima do mesmo período de 2015.

Se retirada da comparação uma parcela de 8.300 estudantes que se matricularam no começo de 2015 e abandonaram os cursos até julho daquele ano porque não conseguiram acesso ao FIES, o crescimento seria de 7,7%.

O número de vagas para o financiamento oferecidas pelo Governo Federal à instituição para o segundo semestre foi de 5.700, aumento de 24% frente o mesmo intervalo de 2015.

A quantidade de inscritos para essas cadeiras atingiu 20.500, contra 11.700 nos seis últimos meses do ano passado.