sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Repatriação pode incluir "abono" de 25% da multa



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Notas de real e dólar
Repatriação: quem tem dinheiro irregular pode escolher só declará-lo ou trazê-lo de volta ao Brasil
 
 
Igor Gadelha, do Estadão Conteúdo


Brasília - O novo texto do projeto que altera a lei de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior prevê que quem trouxer o dinheiro para o Brasil poderá receber de volta 25% da multa que pagar para regularizar o dinheiro.

O valor será devolvido por meio de um crédito não pecuniário dado pela Receita, após a comprovação de que os recursos já estão no País.

O programa de repatriação foi criado por meio de lei aprovada pelo Congresso no fim de 2015 e sancionada em janeiro deste ano pela então presidente Dilma Rousseff (PT).

Ele dá anistia tributária e penal a sonegadores em troca do pagamento de 15% de Imposto de Renda e 15% da multa. Ao pagar a tributação, o contribuinte pode escolher se manterá o dinheiro fora ou se trará de volta ao Brasil.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a devolução de parte da multa foi sugerida por senadores e incluído pelo relator da projeto na Câmara, deputado Alexandre Baldy (PTN-GO), com aval do secretário da Receita, Jorge Rachid. Inicialmente contrário às mudanças, Rachid passou a dialogar sobre as alterações com Baldy e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), principal fiador do projeto.

Outra mudança feita por Baldy no texto foi excluir o artigo que previa que os sonegadores poderiam retificar informações na declaração de repatriação, em caso de omissão ou erro.

Ou seja, ele manteve o que diz a lei em vigor: em caso de omissão ou erro detectado pela Receita, o contribuinte será excluído do programa. "Com tributação sobre a 'foto', o contribuinte não tem como errar. Mas, errou, será excluído", diz.

A "foto" a que Baldy se refere é o saldo que o contribuinte tiver em 31/12/2014. Caso não tenha recursos em conta nesta data, a tributação incidirá sobre o saldo no último dia de 2013 e assim por diante até 2011. A Receita pediu ao relator que estendesse esse prazo até 2010. "Pedimos um estudo à nossa assessoria técnica para ver se a Receita está certa. Se estiver, vamos incluir", diz o relator.

Negociação. O projeto que altera a repatriação deve ser votado na manhã de segunda-feira. Rodrigo Maia usa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para os gastos públicos para garantir a aprovação do projeto. Maia já afirmou que a PEC só será aprovada após a votação da repatriação, o que obriga o governo a ajudar a agilizar a votação do projeto.

Por outro lado, o presidente da Câmara também usa a repatriação para tentar agilizar a votação da PEC. A pedido dos governadores, o PT apresentou emenda para que parte da multa arrecadada com o programa seja destinada aos Estados. Maia tenta, então, negociar a aceitação da emenda, em troca de os opositores não obstruírem a votação da PEC. O PT, porém, resiste a aceitar o acordo, pois sabe que, mesmo aprovada no Congresso, o governo pode vetar a emenda.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A farra acabou; agora é hora de arregaçar as mangas...


A farra acabou; agora é hora de arregaçar as mangas...

Por Ronaldo Knack

Indignado, humilhado e roubado, o povo foi às ruas exigir o fim do ‘lulopetismo’ e a retirada de cena da quadrilha que tomou, pelas vias democráticas, as rédeas do país e o levou à bancarrota. No último domingo, este mesmo povo deu um recado duro à classe política, como admitiu o presidente Michel Temer.

Aqui, desta humilde e modesta trincheira, fomos dos primeiros a nos insurgir contra os desmandos e mal feitos impostos por Lula & Cia, sempre cobrando, com efeito, maior comprometimento das lideranças da cadeia produtiva sucroenergética que impulsionaram a debacle de um dos setores tidos como mais promissores do agronegócio brasileiro.
 
Não há de se creditar apenas aos governos Lula e Dilma a quebra do setor canavieiro, pois lideranças do setor e proeminentes empresários do mesmo, se lambuzaram ao tentarem ou puxar o saco dos mandatários de plantão ou então tirarem uma casquinha da roubalheira que tomou conta dos cofres públicos.
 
Anúncio publicado nas edições dos principais jornais do país nesta última quarta-feira (5) e patrocinado pelo governo federal mostra um pouco do que resultou esta safadeza que inclui políticos ligados à base governamental e bandidos e ladrões travestidos de ‘empresários’:
 
‘Entre 2003 e 2013, o BNDES empregou a juros subsidiados R$ 323 bilhões para a construção de infraestrutura em outros países, sendo que 76% foram para Cuba, Angola, Argentina e Venezuela. 

Enquanto isso, o Brasil permanece com a infraestrutura precária’
 
‘Prejuízos bilionários na Petrobras: R$ 21,5 bilhões em 2014 e R$ 34,9 bilhões em 2015’
 
‘Prejuízos bilionários na Eletrobras:R$ 6,2 bilhões em 2013, R$ 3,0 bilhões em 2014 e R$ 14,4 bilhões em 2015’
 
‘Refinaria Abreu e Lima: orçada em US$ 2,4 bilhões, já custou mais de US$ 18 bilhões e continua inconclusa’
 
‘Os maiores fundos de pensão de empresas estatais – Postalis (dos funcionários dos Correios), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil) – acumularam perdas de R$ 113,5 bilhões nos últimos cinco anos. Isso é prejuízo para os trabalhadores dessas empresas, que terão suas aposentadorias diminuídas ou contribuições aumentadas para cobrir a perda’
 
‘O gasto do Ministério da Educação subiu 285% acima da inflação entre 2004 e 2014, mas as notas dos estudantes no exame do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) praticamente não cresceram. Muita despesa e pouco resultado’
 
Enquanto notórios ladrões mofam em cadeias graças a coragem do Juiz Sérgio Moro e da brilhante equipe de representantes do Ministério Público Federal e da Polícia Federal – dentre eles Marcelo Odebrecht, José Dirceu, Antonio Palocci, José Vaccari e José Carlos Bumlai, dentre outros – é iminente a prisão do chefe desta quadrilha e de todos os outros que enriqueceram às custas da falência do País.
 
Não será nada fácil a difícil missão de Michel Temer para conseguir aprovar as reformas no âmbito do Congresso Nacional. Haja vista os recuos nas questões que envolvem as reformas da previdência e a trabalhista que estão sendo postergadas para o próximo ano.

Ao mesmo tempo, o setor produtivo e o mercado financeiro torcem para que o presidente tenha pulso firme e imponha aos deputados federais e aos senadores a responsabilidade que todos têm para que o país volte à sua estabilidade social e econômica, saindo desta letargia colocada a partir dos erros sucessivos provocados por Lula e Dilma.

Das nossas lideranças deve ser exigido, cada vez mais e com maior vigor, que sejam criativas, ousadas e que tenham a coragem de mudar as nossas instituições de tal sorte que possam colocar nos trilhos os setores mais atingidos pelas crises instaladas pela falta de competência e honestidade dos nossos governantes.

 (Ronaldo Knack é Jornalista e Bacharel em Direito e Administração de Empresas. É também fundador e presidente do BrasilAgro; ronaldo@brasilagro.com.br)


Verizon quer desconto de US$1 bi em compra do Yahoo






Andrew Harrer/Bloomberg
20º Yahoo!
Yahoo: representantes da Verizon e do Yahoo não comentaram o assunto
 
Da REUTERS


A Verizon Communications está pressionando por um desconto de 1 bilhão de dólares no acordo pendente de 4,8 bilhões de dólares para comprar o Yahoo, noticiou o jornal The New York Post, citando fontes.

A equipe do Yahoo está resistindo duramente a quaisquer tentativas de negociar uma redução no preço da empresa, disse o jornal.
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No mês passado, o Yahoo disse que pelo menos 500 milhões de contas foram invadidas por hackers em 2014 e em comunicado a Verizon disse que estava ciente da infiltração, mas tinha informações limitadas sobre o assunto.

Senadores norte-americanos acusaram o Yahoo de atraso "inaceitável" na descoberta do ataque e pediram que o órgão regulador dos mercados nos Estados Unidos (SEC) investigasse se a empresa e seus executivos cumpriram suas obrigações de informar investidores e o público sobre o ataque.

Representantes da Verizon e do Yahoo não comentaram o assunto.

Fundo do Bradesco compra 30% de empresa de ar-condicionado




Divulgação
Loja da Multi-Ar, vendedora de ar-condicionado em Araçatuba
Loja da Multi-Ar, vendedora de ar-condicionado em Araçatuba

São Paulo – Com a esperança no reaquecimento da economia, a 2bCapital, gestora de private equity do Bradesco, comprou uma participação de 30% em uma companhia de vendas de ar-condicionado, a Multi-Ar. 

Enquanto a Multi-Ar ganha fôlego para crescer, a gestora busca investir em empresas com rápido potencial de crescimento.
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A gestora 2bCapital foi criada em 2009 com uma parceria com o Banco Espírito Santo com capital inicial de R$ 500 milhões. O banco português saiu em 2014.

Depois de comprar a varejista Aramis e a CorpFlex, empresa de soluções em nuvem, o fundo investiu na Multi-Ar, principalmente pelo avanço acelerado da empresa nos últimos anos.

Nos últimos anos, ela multiplicou o faturamento de R$ 20 milhões em 2009 para R$ 300 milhões no ano passado.

Ela começou bem pequena: Tiziano Pravato criou um serviço de manutenção autorizada da Brastemp em Assis, interior de São Paulo em 1978. Ele consertava fogões, geladeiras e outros eletrodomésticos e começou a abrir lojas. Na época, sua empresa se chamava Gelo Som e, em 2005 comprou a Multi-Ar, assumindo a marca.

Quatro anos depois, entrou no mundo on-line, principal motor de crescimento dos últimos anos. Além de abrir um canal de vendas no site, a Multi-Ar também passou a oferecer aparelhos de 14 fabricantes no marketplace de empresas como Casas Bahia e Extra.com.br.

Com as vendas pela internet e uma rede de parceiros para a instalação em todo o Brasil, o faturamento cresceu 50% ao ano, em média.

No intervalo, a empresa abriu 3 centros de distribuição e os filhos, Tiziano Pravato Filho e Bruno Pravato, entraram no negócio como diretor de operações e de serviços, respectivamente. Hoje, mais de 40% das vendas já vêm das regiões nordeste, norte e centro-oeste, onde a empresa não atuava há poucos anos.

A partir de 2013, começaram a buscar um novo salto de crescimento: a chegada de um investidor. A gestora 2bCapital ganhou o processo e trará capital para expandir.

Mais do que isso, ajudará a empresa familiar a profissionalizar a sua gestão. "Queríamos um sócio minoritário com profissionais experientes do mercado para compor o nosso conselho", afirmou Tiziano Pravato Filho.

"Investir em governança sai caro", disse o executivo, que espera que o fundo ajude a melhorar processos de governança e auditoria. A empresa ainda quer abrir novas lojas no Nordeste e estuda um modelo de franquias.

O trabalho não será fácil. Apesar de ser um país tropical, o mercado de ar-conducionado no Brasil ainda é incipiente: apenas 15% dos imóveis têm o equipamento. Líder do setor, a Multi-Ar tem apenas 5% de participação. 

"Esperamos a volta do calor e o reaquecimento da economia para aumentar nossa participação", acredita o diretor.



BC diz que Brasil vive recessão mais severa da história




REUTERS/Ueslei Marcelino
Sede do Banco Central em Brasília
BC: de acordo com Goldfajn, a deterioração nas contas públicas levou as expectativas para a dívida bruta a 80% - 90% do PIB


O Brasil está experimentando a recessão mais severa de sua história, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, no Encontro Anual do Fundo Monetário Internacional, em Washington, nos Estados Unidos.

Goldfajn disse que, no último ano e meio, o Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas no país) caiu 7% e a taxa de desemprego chegou a 12%, depois de ter ficado em 6% em 2013.
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Ao mesmo tempo, a inflação atingiu 11% no final de 2015 e espera-se que termine 2016 levemente acima de 7%.

“Estes desenvolvimentos foram equivalentes a um choque de oferta, e os efeitos da desaceleração global foram ampliados pela adoção de políticas internas distorcidas. A economia brasileira sofreu uma crise de confiança gerada por problemas fiscais”, disse.

De acordo com Goldfajn, a deterioração nas contas públicas levou as expectativas para a dívida bruta a 80% - 90% do PIB.

“Adicionalmente, eventos políticos e não econômicos agravaram a falta de confiança. Mais recentemente, a incerteza política diminuiu e o novo governo está avançando em uma agenda de política econômica ampla”, destacou.
 

Estratégia política


Goldfajn disse que o governo está seguindo uma estratégia política que já provou ser sucesso anos atrás, passada na responsabilidade fiscal, metas de inflação e regime cambial flutuante (com taxas de câmbio definidas no mercado).

O presidente do BC destacou que o governo atual tem forte compromisso com reformas estruturais que garantam a sustentabilidade da dívida pública ao longo do tempo.

Ele citou a emenda constitucional que limita os gastos públicos, em análise pelo Congresso Nacional, e lembrou que o governo enviará uma proposta de reforma previdenciária aos parlamentares em breve.

“Além da política fiscal, a nova administração vai avançar em uma agenda ampla de reformas estruturais para aumentar a produtividade e o crescimento de longo prazo. A agenda inclui iniciativas para fomentar o investimento em infraestrutura, privatização e reforma trabalhista”, acrescentou.
 

Inflação


O presidente do Banco Central disse, ainda, que a evolução dos preços indica que está em curso um processo desinflacionário, mas ainda é incerta a velocidade da desinflação.

Ele reafirmou que o BC está comprometido a levar a inflação para a meta mantendo-a estável, o que ajudará na recuperação da confiança e do crescimento econômico.

Goldfajn destacou que esse compromisso é para todo o período em que há meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional, o que inclui 2017. No próximo ano, o propósito do BC é fazer a inflação convergir para o centro da meta de 4,5%.

Segundo Goldfajn, a economia tem mostrado sinais de estabilização depois de contrair por seis trimestres e a confiança em recuperação já cresceu.


Plano Nacional da Cultura Exportadora é lançado em SC



Marcos Pereira também apresentou o Brasil Mais Produtivo

Da Redação
redacao@amanha.com.br

 Ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira


O Plano Nacional da Cultura Exporta¬dora (PNCE) e o Programa Brasil Mais Produtivo foram lançados oficialmente em Santa Catarina nesta quinta-feira (6), em Florianópolis, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), com a participação do ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira (foto). No caso do Mais Produtivo, que deverá atender 3 mil indústrias de todo o país, 280 das quais em Santa Catarina, ele antecipou que está em estudo a ampliação do programa e em breve será anunciado o aumento do número de vagas para 2017. O ministro também informou que ainda este ano será lançada a versão piloto do Brasil Mais Produtivo Eficiência Energética, ação que será aplicada em todo o país no ano que vem. Nesta sexta-feira (7), Pereira apresentará o programa  na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). 

Aos empresários presentes, o ministro declarou que a indústria brasileira tem passado por momentos difíceis. “Os números do setor não têm sido favoráveis. A recuperação da confiança do setor produtivo é vista como realidade e estamos saindo da crise. Recebemos um País completamente desestruturado, sub-representado no comércio internacional e com problemas gravíssimos, mas estamos trabalhando para fazer a inserção das nossas empresas no comércio internacional, especialmente aquelas que ainda não exploraram esse mercado”, afirmou. Pereira lembrou que o Brasil é a nona economia do mundo, mas ocupa a 25ª posição em comércio exterior. “Vemos uma discrepância. Precisamos mudar isso urgentemente. Nessa linha foi lançado o Plano Nacional da Cultura Exportadora e o Brasil Mais Produtivo, que já estão em funcionamento”, declarou. O ministro disse ainda que há um empenho para colocar o Brasil novamente nos trilhos e avançar. 

Segundo ele, a prioridade é a aprovação da PEC do limite de gastos, seguidas pelas reformas da previdência e a trabalhista.

Em seu discurso, Glauco José Côrte, presidente da Fiesc, fez um panorama do comércio exterior catarinense e chamou a atenção para a importância do PNCE e das iniciativas da FIESC para ampliar o número de micro e pequenas no comércio internacional. Ele citou como exemplo a criação da Câmara de Desenvolvimento da Micro e Pequena Indústria. Côrte destacou ainda que o Brasil Produtivo é uma excelente iniciativa de apoio ao aumento da produtividade da indústria brasileira. 

O presidente da Fiesc lembrou que as rápidas intervenções, de baixo custo, e as técnicas de manufatura enxuta aumentarão em pelo menos 20% a produtividade das pequenas e médias que participam desse programa, que foi formulado em Santa Catarina, Estado que também foi pioneiro na implantação do projeto-piloto. “A Fiesc e suas entidades alinham-se aos esforços do governo brasileiro, particularmente do Ministério e da CNI, no sentido de ampliar a inserção catarinense no comércio internacional e de tornar a indústria catarinense cada vez mais competitiva”, declarou. 


Cultura exportadora

O Plano Nacional da Cultura Exporta¬dora (PNCE) tem o objetivo de aumentar o número de empresas que operam no comércio exterior, além de promover o crescimento das exportações de produtos e serviços, com ênfase em bens manufaturados e com maior fator agregado. A meta do MDIC é instalar comitês gestores do PNCE em todos os Estados brasileiros até o fim de 2016. 

O PNCE possui o apoio em âmbito nacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios, e é desenvolvido em cinco etapas – sensibilização, inteligência comercial, adequação de produtos e processos, promoção comercial e comercialização – que constituem a trilha da internacionalização, ou o caminho para uma empresa exportar, principalmente. O Plano contempla três te¬mas transversais para o direcionamento das empresas: financiamento, qualificação e gestão.

Brasil Mais Produtivo

O programa atenderá em Santa Catarina empresas dos setores metalmecânico, vestuário e calçados, móveis e madeiras e alimentos e bebidas. O objetivo é melhorar em pelo menos 20% a produtividade dos processos tratados. A iniciativa prevê consultorias do SENAI para a implementação de lean manufacturing (produção enxuta), atacando os sete tipos de desperdícios mais comuns: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. Voltado a pequenas e médias empresas, o Brasil Mais Produtivo tem um investimento de R$ 3 mil pelas companhias beneficiadas – outros R$ 15 mil, que integram o valor total da consultoria, são subsidiados. O SENAI/SC já está envolvido desde a fase piloto, em 2015, quando o programa foi implantado em oito estabelecimentos do Estado. A instituição também capacitou os 546 consultores do SENAI em todo o País que vão integrar o trabalho.


- See more at: http://www.amanha.com.br/posts/view/2925#sthash.rB6PuW1K.dpuf


Plano Nacional da Cultura Exportadora é lançado em SC

Marcos Pereira também apresentou o Brasil Mais Produtivo

Da Redação

redacao@amanha.com.br
Ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira
O Plano Nacional da Cultura Exporta¬dora (PNCE) e o Programa Brasil Mais Produtivo foram lançados oficialmente em Santa Catarina nesta quinta-feira (6), em Florianópolis, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), com a participação do ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira (foto). No caso do Mais Produtivo, que deverá atender 3 mil indústrias de todo o país, 280 das quais em Santa Catarina, ele antecipou que está em estudo a ampliação do programa e em breve será anunciado o aumento do número de vagas para 2017. O ministro também informou que ainda este ano será lançada a versão piloto do Brasil Mais Produtivo Eficiência Energética, ação que será aplicada em todo o país no ano que vem. Nesta sexta-feira (7), Pereira apresentará o programa  na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Aos empresários presentes, o ministro declarou que a indústria brasileira tem passado por momentos difíceis. “Os números do setor não têm sido favoráveis. A recuperação da confiança do setor produtivo é vista como realidade e estamos saindo da crise. Recebemos um País completamente desestruturado, sub-representado no comércio internacional e com problemas gravíssimos, mas estamos trabalhando para fazer a inserção das nossas empresas no comércio internacional, especialmente aquelas que ainda não exploraram esse mercado”, afirmou. Pereira lembrou que o Brasil é a nona economia do mundo, mas ocupa a 25ª posição em comércio exterior. “Vemos uma discrepância. Precisamos mudar isso urgentemente. Nessa linha foi lançado o Plano Nacional da Cultura Exportadora e o Brasil Mais Produtivo, que já estão em funcionamento”, declarou. O ministro disse ainda que há um empenho para colocar o Brasil novamente nos trilhos e avançar. Segundo ele, a prioridade é a aprovação da PEC do limite de gastos, seguidas pelas reformas da previdência e a trabalhista.
Em seu discurso, Glauco José Côrte, presidente da Fiesc, fez um panorama do comércio exterior catarinense e chamou a atenção para a importância do PNCE e das iniciativas da FIESC para ampliar o número de micro e pequenas no comércio internacional. Ele citou como exemplo a criação da Câmara de Desenvolvimento da Micro e Pequena Indústria. Côrte destacou ainda que o Brasil Produtivo é uma excelente iniciativa de apoio ao aumento da produtividade da indústria brasileira.
O presidente da Fiesc lembrou que as rápidas intervenções, de baixo custo, e as técnicas de manufatura enxuta aumentarão em pelo menos 20% a produtividade das pequenas e médias que participam desse programa, que foi formulado em Santa Catarina, Estado que também foi pioneiro na implantação do projeto-piloto. “A Fiesc e suas entidades alinham-se aos esforços do governo brasileiro, particularmente do Ministério e da CNI, no sentido de ampliar a inserção catarinense no comércio internacional e de tornar a indústria catarinense cada vez mais competitiva”, declarou.
Cultura exportadora
O Plano Nacional da Cultura Exporta¬dora (PNCE) tem o objetivo de aumentar o número de empresas que operam no comércio exterior, além de promover o crescimento das exportações de produtos e serviços, com ênfase em bens manufaturados e com maior fator agregado. A meta do MDIC é instalar comitês gestores do PNCE em todos os Estados brasileiros até o fim de 2016.
O PNCE possui o apoio em âmbito nacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios, e é desenvolvido em cinco etapas – sensibilização, inteligência comercial, adequação de produtos e processos, promoção comercial e comercialização – que constituem a trilha da internacionalização, ou o caminho para uma empresa exportar, principalmente. O Plano contempla três te¬mas transversais para o direcionamento das empresas: financiamento, qualificação e gestão.
Brasil Mais Produtivo
O programa atenderá em Santa Catarina empresas dos setores metalmecânico, vestuário e calçados, móveis e madeiras e alimentos e bebidas. O objetivo é melhorar em pelo menos 20% a produtividade dos processos tratados. A iniciativa prevê consultorias do SENAI para a implementação de lean manufacturing (produção enxuta), atacando os sete tipos de desperdícios mais comuns: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. Voltado a pequenas e médias empresas, o Brasil Mais Produtivo tem um investimento de R$ 3 mil pelas companhias beneficiadas – outros R$ 15 mil, que integram o valor total da consultoria, são subsidiados. O SENAI/SC já está envolvido desde a fase piloto, em 2015, quando o programa foi implantado em oito estabelecimentos do Estado. A instituição também capacitou os 546 consultores do SENAI em todo o País que vão integrar o trabalho.

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Novos ares


A política e a sociedade estão em descompasso, o que atrapalha a necessária correção de rumos da economia; há razões, no entanto, para algum otimismo
Zeina Latif

A política e a sociedade estão em descompasso, o que atrapalha a necessária correção de rumos da economia e avanço em uma agenda progressista. Há razões, no entanto, para algum otimismo.
A crise econômica sem precedentes abalou alicerces. Empresas enfrentam problemas financeiros e chefes de famílias perdem o emprego. O impacto, no entanto, não se limita às dificuldades cotidianas que tiram o sono de muitos. O fracasso da agenda econômica de Dilma – de intervencionismo, indisciplina fiscal e experimentalismo descuidado – vem também chacoalhando antigas convicções e despertando aqueles que discordavam dos rumos do país, mas estavam acomodados.
Uma brisa liberalizante começa a aliviar o ar contaminado por uma busca de paternalismo estatal pela classe empresarial e pela sociedade. Há um reconhecimento crescente de que o atual gigantismo estatal, que distingue o Brasil das experiências bem-sucedidas de países pares, sufoca o crescimento e o avanço nos indicadores sociais.
O discurso das lideranças tradicionais da indústria que deram apoio à agenda econômica de Dilma, aos poucos, perde espaço para a visão de novas lideranças que apontam os equívocos daquela agenda e sua incompatibilidade com o crescimento sustentado da economia. Defendem a disciplina fiscal e uma agenda estruturante de redução do custo-Brasil, com aprimoramento institucional e maior racionalidade e zelo na ação estatal.
Alguns que apoiaram o velho modelo de Dilma, felizmente, mudam de opinião e outros que foram preteridos na agenda de estímulos setoriais digerem as duplas perdas, de antes e de agora, e pedem uma agenda econômica horizontal.
Enfim, o setor produtivo, que promoveu um sofrido e expressivo ajuste, com corte de custos, demissões e reestruturações internas, quer agora garantias de que o país não passará por esta experiência novamente. Querem seguir adiante, e numa trajetória menos acidentada e com menor risco de retrocessos.
A sociedade talvez ainda não compreenda a urgência da reforma fiscal e da previdenciária. Mas o descontentamento e o desejo de mudança são inquestionáveis. Não parece haver espaço para a “política velha”, sem transparência e diálogo. Hoje uma campanha eleitoral como a de 2014, provavelmente, não teria espaço.
Infantilizou-se a relação com a sociedade, hoje mais conectada e participativa.
A atitude da classe política, no entanto, não ajuda. O governo anterior não admitiu os erros e o novo governo ainda não tem conseguido expor para a sociedade a herança recebida e as graves distorções no campo fiscal, e assim explicar a necessidade de ajuste. Essas posturas podem adiar o amadurecimento do país, mas não o impede.
O país está mudando, o que por si só já é de grande importância. O movimento em direção a reformas modernizantes parece inevitável. O que não sabemos é a sua velocidade.
Isso dependerá em boa medida da política. É crucial que a política esteja conectada com o processo amadurecimento em curso e consiga conduzir essa transição para que o país supere mais rapidamente a resistência de setores organizados que não desejam ajustes; ou quando os desejam, são apenas para os outros.
Será que a política conseguirá reagir à altura ao clamor por mudanças? Haverá postura responsável com o futuro do país ou a classe política ficará presa a interesses paroquiais imediatistas? Como será a atuação da oposição: de revanchismo e visão ideológica, batendo na mesma tecla de velhas bandeiras do passado, ou terá discurso e atuação responsáveis e antenados com a sociedade em mutação? Quando a crise de lideranças, apontada unanimemente por analistas políticos, será superada com a desejada renovação na política?
A concorrência na política existe e é uma variável crítica para a renovação, substituindo políticos com ideias obsoletas por outros mais capazes de compreender os novos anseios da sociedade por transparência, responsabilidade com a coisa pública e igualdade. Radicalismos de esquerda e de direita, possivelmente, vão ficar no lugar que lhes cabe: na margem.
Há um abismo entre sociedade e política, especialmente em tempos de Lava-Jato. O tempo da sociedade e da política não estão sincronizados. O abismo, no entanto, tende a se estreitar. É uma questão de tempo. À luz das transformações recentes, talvez não seja tanto tempo assim.
http://economia.estadao.com.br/blogs/zeina-latif/novos-ares/