terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Por que a Ambev não liga muito para o que você estudou


Descontente com seu curso universitário? Confira exemplos que podem ajudar quem não se vê trabalhando na área de formação





São Paulo – Bruno Morato, 22 anos, está fazendo estágio na Ambev, na área de marketing da Brahma, e estuda medicina na Universidade de São Paulo (USP). Carolina Fernandes, 34 anos, é gerente de expansão Premium na mesma empresa e se formou em hotelaria. Raphael Rizzo, 46 anos, acaba de ser promovido de gerente de cervejaria a diretor de brand experience também na Ambev, e sua área de formação é o jornalismo.

Além de trabalharem na mesma empresa há um outro ponto em comum entre essas três pessoas de diferentes gerações: o trabalho delas não tem absolutamente nada a ver com o que estudam ou estudaram na faculdade.

O mais emblemático é o caso do estagiário de marketing que faz medicina na USP. A princípio, a sua trajetória pode provocar certa estranheza. Mas basta conversar com Morato para perceber que o interesse em negócios e empreendedorismo é tão marcante em sua trajetória quanto o amor pela medicina.

Sua participação ativa na empresa júnior da faculdade de medicina da USP, aliás, foi um dos fatores que o aproximou ainda mais do mundo dos negócios, tornando possível o convite para estágio na Ambev. “Muitas pessoas não sabem mas há uma empresa júnior na área gestão de saúde dentro da faculdade de medicina da USP”, conta.

No entanto, confessa o jovem, no currículo do curso nenhuma matéria dá conta do tema. “Tive que buscar por fora, fazendo cursos, também fui conhecendo mais sobre a Fundação Estudar”, diz citando a organização sem fins lucrativos criada pelo empresário Jorge Paulo Lemann que oferece bolsas de estudo para graduação e pós-graduação e oferece treinamentos.

A falta de conhecimento acadêmico tradicional na área de negócios, portanto, não barrou sua entrada na maior cervejaria do país. Isso porque mais do que o curso de formação são as experiências de vida, valores e atitudes os aspectos de maior peso na avaliação da Ambev.  Deficiências de saber técnico são resolvidas por meio de uma ampla gama de treinamentos a que os funcionários da empresa têm acesso por meio, sobretudo, da Universidade Ambev.

“Na hora do recrutamento, levamos em conta aptidão e afinidade. O que a gente procura são pessoas que entendem o processo como se fossem donas e conseguem pensar no todo”, diz Fabíola Higashi Overrath, diretora de desenvolvimento de gente da empresa.

O sentimento de dona do negócio não falta à gerente de expansão, Carolina Fernandes. De acordo com ela, esse foi um dos principais aspectos que a colocaram em ascensão dentro da Ambev. “E também essa vontade aprender. A companhia é uma escola”, diz ela, que já passou por diversas áreas, sem que nunca a área de formação fosse uma questão limitante.

“Eu costumo falar: pode me colocar em qualquer área que vou atingir as metas”, afirma Caroline. Seu conselho de carreira? “Siga seu coração e procure uma companhia com que se identifique”, diz.

Há 20 anos na Ambev,  Raphael Rizzo, o novo diretor de brand experience, conta que se encontrou mais na companhia do que propriamente na carreira, de tão diversa que tem sido. “Hoje quando conto que sou formado em jornalismo, as pessoas até se assustam”, diz ele que já trabalhou nas áreas de marketing, trade marketing, vendas e até em gente e gestão.

A mobilidade, garante Rizzo, é oferecida a todos que se mostrarem interessados, mas não é obrigatória dentro da Ambev. “É mais você que deixa clara essa vontade do que a empresa apontar o dedo”, diz Rizzo.

Conversas sobre expectativa de carreira são comuns entre gestores e funcionários. “Existem processos formais de feedback e também informais. Na prática, essas mudanças são desenhadas em conversas entre gestor e funcionário”, diz Fabíola.

Já para os trainees são três variáveis na equação. “É um terço a vontade do trainee, um terço a vontade da área de gente e gestão e um terço a vontade do negócio, ou seja, onde está precisando de gente”, explica.

Para universitários descontentes com o curso de faculdade, esses exemplos podem ajudar a conter a ansiedade de quem não se vê trabalhando na área de formação. Cada vez mais as empresas valorizam diversidade de ideias e de experiências. “A formação diferente traz visão crítica diferente”, diz Fabíola.

Foi isso que chamou a atenção da área de gente e gestão para o currículo de Morato. “ A visão crítica que ele tem, por exemplo, da administração pública, a gente não tinha aqui dentro”, conta.

Achar que a vida profissional será restrita ao campo do conhecimento transmitido na faculdade é um erro, segundo Morato, o jovem estudante de medicina e estagiário da Ambev. “Não considere a faculdade um limitante. Por agora pode ser que consiga fazer menos, mas depois que acabar o curso você terá de volta todo o mundo de possibilidades. Vai poder fazer o que quiser”, diz ele.
 
 

Samsung e Alibaba entram na disputa pela Via Varejo


Varejista, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, tem atraído o interesse de estrangeiros que querem entrar no país




São Paulo – As chinesas Alibaba e Suning, além da sul-coreana Samsung, entraram na disputa para comprar a Via Varejo, negócio de eletrodomésticos do Grupo Pão de Açúcar que inclui as marcas Casas Bahia e Ponto Frio, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A varejista vem atraindo atenção dos estrangeiros que visam a ingressar no Brasil. Além das companhias asiáticas, mostraram interesse a chilena Falabella, a sul-africana Steinhoff e a brasileira Lojas Americanas.

Segundo fontes, nenhuma oferta formal foi feita, mas há grupos que querem negociar com exclusividade. Esta fase do processo ainda é de tentativa de atrair uma quantidade variada de propostas, mas a definição do preço de venda não está clara, conforme fontes.

Considerado o atual valor de mercado, a fatia de 43,3% do GPA na Via Varejo chega a R$ 1,65 bilhão. O valor atual, porém, é consideravelmente mais baixo do que o da época da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em 2013.

A avaliação de pessoas próximas é de que dificilmente a companhia conseguiria, com a atual situação de mercado, atingir preços equivalentes aos de 2013.

Quando a Via Varejo fez sua oferta pública de units na bolsa, o GPA havia obtido mais da metade desse montante atual – quase R$ 900 milhões – ao vender uma fatia bem menor. Na época, a participação do GPA na empresa caiu apenas 9,1 pontos porcentuais, saindo de 52,4% para os atuais 43,3%.

Analistas têm chamado atenção para a expectativa de que a venda seja feita com um prêmio em relação ao valor atual, o que beneficiaria minoritários, dada a cláusula de 100% de tag along, que permite que eles vendam seus papéis nas mesmas condições.

Outro desafio em relação ao preço é que ele teria de compensar as eventuais perdas que o GPA terá ao abrir mão de sinergias que vinha obtendo entre seus dois negócios, o de varejo de alimentos e o de duráveis.

O conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar (GPA) autorizou, em reunião no dia 23 de novembro, a diretoria a iniciar o processo de venda da sua participação no capital da Via Varejo.

A decisão, segundo a empresa, está em linha com sua estratégia de longo prazo, de se concentrar no varejo alimentar

A transação vai marcar uma nova reviravolta na história de duas das maiores marcas do varejo de duráveis brasileiro: Ponto Frio e Casas Bahia. Desde a compra das Casas Bahia pelo GPA, em 2009 – à época ainda comandado pelo empresário Abílio Diniz -, a empresa passou por uma série de mudanças.

Foram cinco presidentes no período de quatro anos. Mais recentemente, a Via Varejo incorporou o negócio de comércio eletrônico, antes uma empresa independente.

Procurados, GPA, Lojas Americanas e Samsung não comentaram. Os demais citados como interessados não responderam até o fechamento da edição.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Senado ignora Marco Aurélio e vai esperar STF para afastar Renan


Senado não vai cumprir liminar até que o plenário do STF analise o caso

São Paulo – A mesa diretora do Senado decidiu nesta terça-feira (6) que irá esperar análise do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para cumprir a liminar que determina o afastamento de Renan Calheiros da presidência da Casa.

Na prática, isso significa que o Senado irá ignorar a decisão de ontem do ministro Marco Aurélio Mello (STF), que determinou o afastamento do peemedebista da chefia da Casa. Renan, que se tornou réu na semana passada, nem assinou a notificação da liminar.

O caso deve ser analisado nesta quarta-feira pelo plenário do Supremo. Com isso, pelo menos até o início da tarde de amanhã, Renan segue na presidência do Senado.

Na manhã de hoje, a Advocacia do Senado entrou com um recurso e um mandado de segurança contra a liminar

 

O que um especialista em Previdência aprova (ou não) na reforma


“Os pontos centrais têm que ser inegociáveis. A fixação de uma idade mínima é crucial e está razoável”, diz Paulo Tafner, especialista no tema




São Paulo – A reforma da Previdência enviada ao Congresso hoje acerta na maior parte dos pontos, mas exagerou na questão das pensões.

É o que diz Paulo Tafner, técnico aposentado do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), onde estudou o tema por décadas.

“Os pontos centrais têm que ser inegociáveis. A fixação de uma idade mínima é crucial e está razoável”, diz ele.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) define a idade mínima de aposentadoria em 65 anos com 25 anos de contribuição.

Nada muda para quem já recebe o benefício ou já tiver completado as condições de acesso durante a tramitação.

Homens com 50 anos ou mais e mulheres com 45 anos ou mais estarão sujeitos a regras de transição.

A idade mínima de aposentadoria deve ser ajustada de acordo com a evolução da expectativa de vida do brasileiro definida pelo IBGE.

Por enquanto estão previstos dois ajustes de um ano até 2060, disse Caetano, o que elevaria a idade mínima para 67 anos.

Ele elogia a decisão de “desconstitucionalizar” a questão com altas automáticas: “Vários países estão fazendo isso”.

Sua principal crítica à proposta do governo é o novo cálculo do valor pago à viúva ou ao viúvo, que será de 50% do valor do benefício recebido pelo contribuinte que morreu com um adicional de 10% para cada dependente do casal.

“É uma reedição do que o [ex-ministro no governo Dilma] Joaquim Levy propôs. É uma economia boba, um pouco exagerada e que deve ser motivo de revisão”

Ele diz que colocaria o beneficio básico 60% com 15% adicionais para os 2 primeiros dependentes menores e 10% para o terceiro ou seguinte.

“No momento que a viúva mais precisa, você imagina tirar esse recursos. Isso reflete o Brasil de anteontem porque as pessoas terão cada vez menos filhos. O número de casais com 4 filhos é absolutamente irrisório”.

No entanto, ele vê como positivas outras medidas como vedar o acúmulo de pensão, com o princípio de que a pessoa escolha apenas pela maior:

“É um bom principio, porque tinha gente que recebia duas ou três pensões”, diz Tafner.

Ele também vê como positiva a ideia de que o aposentado por invalidez possa ser reaproveitado em outra função sem perder o benefício e sem precisar deixar a força de trabalho, como hoje exige a lei.

“Um cirurgia que passa a ter tremores na mão, por exemplo, não pode mais fazer cirurgias mas pode se tornar um clínico”, diz ele.

A reforma também propõe que a aposentadoria rural tenha regras mais parecidas com a urbana, mas a alíquota de contribuição será definida posteriormente.

“O trabalho rural é completamente diferente do que era antes, então é natural que você tenha maior similitude com as regras do setor urbano.”

Ele nota que a força de trabalho rural hoje é de apenas 10% do total e que a Justiça é responsável por forçar a concessão de dois a cada três aposentadorias do setor rural.

Isso acontece porque mesmo com os critérios mais frouxos hoje em vigor, o trabalhador não consegue provar os requisitos.

E mesmo que a decisão seja revertida posteriormente, os recursos não são devolvidos, já que são considerados de usufruto imediato.
 

Localiza dispara 7% após comprar Hertz Brasil


Localiza comprou a Hertz por 337 milhões de reais de reais




São Paulo – As ações da Localiza registravam ganhos de 7% na manhã desta terça-feira (6). Os papéis eram comercializados na casa dos 34 reais.

O mercado repercute a compra da Localiza pela Hertz Brasil. O valor do negócio foi estimado em 337 milhões de reais correspondente ao valor do patrimônio líquido mais a dívida da companhia, que será liquidada após o fechamento da transação.

Em fato relevante, a Localiza informou que o  valor final da aquisição será definido de acordo com o balanço da Hertz Brasil a ser levantado na data de fechamento do negócio.

Com a aquisição, a Localiza Fleet assumirá uma frota de cerca de 9.200 carros da Hertz Brasil, que inclui cerca de 3.700 carros no negócio de gestão de frotas.

Como parte da aliança estratégica entre as companhias, a Localiza e a Hertz Corp estabelecerão um acordo global de longo prazo, por meio da celebração de um Brand Cooperation Agreement que inclui, entre outros, o uso da marca combinada Localiza Hertz no Brasil e a utilização, pela Hertz, da marca Localiza nos principais aeroportos dos Estados Unidos e da Europa, considerados destinos de entrada de clientes brasileiros.


Senado entra com mandado de segurança contra afastamento de Renan


O mandado argumenta que o afastamento traz “enorme risco para a manutenção do andamento normal dos trabalhos legislativos"


A Advocacia do Senado Federal ingressou nesta terça-feira (6) com um mandado de segurança com pedido de liminar e um agravo regimental, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a decisão de caráter liminar do ministro Marco Aurélio Mello, deferida na ADPF 402/2016, que afastou da Presidência da Casa o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Assinado pelo advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, o mandado de segurança argumenta que o afastamento traz “enorme risco para a manutenção do andamento normal dos trabalhos legislativos”.

O texto destaca a votação em segundo turno da proposta de emenda à Constituição que estabelece um teto de gastos para a União (PEC 55/2016) que está prevista para ocorrer a partir da sessão deliberativa desta terça-feira (6).

Ministro do STF afasta Renan da presidência do Senado






Mello atendeu a um pedido feito pela Rede Sustentabilidade


Por Agência Brasil



 Ministro do STF afasta Renan Calheiros do cargo de presidente do Senado


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello decidiu afastar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do cargo da presidente. O ministro atendeu a um pedido liminar feito pela Rede Sustentabilidade nesta segunda-feira (5). O pedido de afastamento foi feito pelo partido após a decisão proferida pela Corte na semana passada, que tornou Renan réu pelo crime de peculato. De acordo com a legenda, a liminar era urgente porque o recesso no Supremo começa no dia 19 de dezembro, e Renan (foto) deixará a presidência no dia 1º de fevereiro do ano que vem, quando a Corte retorna ao trabalho. “Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para afastar não do exercício do mandato de Senador, outorgado pelo povo alagoano, mas do cargo de Presidente do Senado o senador Renan Calheiros”, decidiu o ministro Marco Aurélio.

No mês passado, a Corte começou a julgar a ação na qual a Rede pede que o Supremo declare que réus não podem fazer parte da linha sucessória da Presidência da República. Até o momento, há maioria de seis votos pelo impedimento, mas o julgamento não foi encerrado em função de um pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Até o momento, votaram a favor de que réus não possam ocupar a linha sucessória o relator, ministro Marco Aurélio, e os ministros Edson Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Celso de Mello. Em nota divulgada na sexta-feira (2), o gabinete de Toffoli informou que o ministro tem até o dia 21 de dezembro para liberar o voto-vista, data na qual a Corte estará em recesso.


Votações
 

O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que o afastamento de Calheiros da presidência do Senado não prejudicará votações consideradas importantes para o governo, como a proposta de emenda à Constituição 55, que cria um teto de gastos para as despesas públicas nos próximos 20 anos. “Existe um calendário acertado com o Renan, com toda a Mesa Diretora, com os líderes e com os partidos. Esse calendário será respeitado, independentemente de quem esteja presidindo a sessão”, minimizou Jucá. Com o afastamento de Renan, quem assume a presidência do Senado é o vice, senador Jorge Viana (PT-AC), que tem posição contrária à PEC do Teto de Gastos. Como presidente, ele tem a prerrogativa de pautar as matérias que serão votadas pelo plenário da Casa.

Logo após a decisão do STF, o líder da minoria no Senado, Lindberg Farias (PT-RJ), informou que pediria ao novo presidente da Casa o adiamento da votação da PEC. Segundo ele, diante da instabilidade institucional, não há clima para votação da proposta. Para Jucá, no entanto, prevalecerá o acordado com as lideranças antes do afastamento do colega de partido da presidência da Casa. “Iremos cumprir o acordado com os senadores e com o país. Portanto, o calendário de votar o segundo turno da PEC no dia 13 e promulgar no dia 15 está mantido, independentemente de qualquer decisão judicial”, reiterou o líder do governo no Congresso.

Já o vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcício Perondi (PMDB-RS), disse acreditar que o afastamento de Renan compromete a votação da PEC do Teto de Gastos. “Foi uma decisão irresponsável. Tem de ter noção do quadro fiscal. O afastamento compromete a PEC. Isso é não ter visão”, reclamou Perondi.


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