segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Pilgrim’s Pride compra Moy Park da JBS por US$ 1,3 bilhão


Transação é avaliada em cerca de 1 bilhão de dólares e será financiada por uma combinação de uso de caixa, crédito e notas de financiamento subordinadas

 







São Paulo – A processadora de carne de frango norte-americana Pilgrim’s Pride informou que comprou a Moy Park da brasileira JBS por 1,3 bilhão de dólares.

O negócio será financiado por uma combinação de uso de caixa, crédito e notas de financiamento subordinadas, disse a Pilgrim’s. A transação avalia o capital da Moy Park em cerca de 1 bilhão de dólares, segundo a empresa.

Em nota, a Pilgrim’s esclareceu que a operação foi aprovada unanimamente por um comitê especial “formado inteiramente por diretores independentes eleitos para o conselho em votação controlada por acionistas não filiados à JBS”.

Em 2009, a JBS tornou-se acionista majoritária da Pilgrim’s ao adquirir uma fatia controladora por 2,8 bilhões de dólares.

Segundo o presidente-executivo da Pilgrim’s, Bill Lovette, a compra da Moy Park está alinhada com os objetivos de expansão global da companhia.

“A aquisição nos dá acesso aos atraentes mercados do Reino Unido e Europa, o que é um avanço em nossa estratégia de diversificação de portfólio para nos tornarmos mais globalizados enquanto reduzimos a volatilidade em nosso negócio”, afirmou Lovette em comunicado.

A Moy Park fornece 25 por cento da carne de frango consumida na Europa Ocidental, informa o site da empresa, que é uma das 10 maiores empresas alimentícias do Reino Unido, tendo 13 unidades de processamento e produção na Irlanda do Norte, Inglaterra, França, Países Baixos e Irlanda.

A Moy Park está entre os ativos colocados à venda pela JBS para ajudar sua holding, a J&F Investimentos, a pagar por uma enorme multa após a companhia se envolver em um grande escândalo de corrupção no Brasil.

Em 20 de junho, a JBS anunciou um plano de desinvestimentos que a permitiria levantar até 6 bilhões de reais.

 http://exame.abril.com.br/negocios/pilgrims-pride-compra-moy-park-da-jbs/

Ibovespa bate recorde histórico e chega aos 74 mil pontos


Ás 10h47, o índice da bolsa brasileira subia 1,23%, aos 73.981,07 pontos, com ajuda dos mercados externos

 


São Paulo – A Bovespa abriu em alta firme na manhã desta segunda-feira, 11, renovando máximas até alcançar o nível dos 74 mil pontos.

Mais cedo, o Ibovespa ultrapassou seu recorde histórico intraday, de 73.920 pontos, e às 10h47 subia 1,23%, aos 73.981,07 ponto, com ajuda dos mercados externos que operam de forma favorável e sem muitas percepções negativas domésticas no radar.

A despeito dos sinais mistos vindos das cotações externas dos futuros dos petróleo, as ações ON e PN da Petrobras operavam em alta superior a 1,5%, às 10h33.

Outras blue chips, subindo mais de 1%, também impulsionavam o Ibovespa que, no mesmo horário, tinha alta de 1,11%, aos 73,887,62 pontos.


 http://exame.abril.com.br/mercados/ibovespa-bate-recorde-historico-e-chega-aos-74-mil-pontos/

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O consumidor deve consentir

O pesquisador Anindya Ghose revela as armadilhas que o marketing no segmento móvel pode reservar para as empresas

 

Por Antenor Savoldi Jr

 

antenor@amanha.com.br
O pesquisador Anindya Ghose revela as armadilhas que o marketing no segmento móvel pode reservar para as empresas


A economia móvel – da qual fazem parte, entre outros, o 5G e os carros conectados – deverá responder por 4,5% do PIB da América do Norte até 2020, de acordo com o grupo comercial de operadores móveis GSMA. Isso equivale a US$ 1 trilhão. Contudo, embora as pessoas e as empresas estejam gastando cada vez mais com aparelhos móveis e com tecnologia, os anunciantes ainda não surfam nessa onda. É a opinião de Anindya Ghose (foto), professor de Informações, Operações, Ciências da Gestão e Marketing da Universidade de Nova York, que escreveu recentemente um novo livro: Tap: Unlocking the Mobile Economy (Toque para Destravar a Economia Móvel, em tradução livre). 

Em entrevista à Universia Knowledge@Wharton – serviço disponibilizado pela Wharton, Escola de Administração da Universidade da Pensilvânia, e pela Universia, rede de universidades que tem o apoio do Banco Santander, Ghose fala sobre o comportamento que tanto empresas quanto consumidores devem adotar nesse novo ambiente. Confira a seguir a entrevista, em versão editada.


Pela importância que têm os smartphones e o segmento móvel na economia americana, o valor de US$ 1 trilhão movimentado pela economia mobile ainda está aquém do esperado?Sim, creio que a adoção tem sido mais lenta do que esperávamos. Se analisarmos o consumo de quem usa esses aparelhos e o montante real de dinheiro que está sendo despejado ali, veremos que há, efetivamente, uma grande diferença. Por exemplo, em relação ao ano passado, o consumidor estava gastando uma média de 25% do seu tempo diário nesses aparelhos. Mas os anunciantes estavam destinando apenas 12% dos seus dólares em anúncios na economia móvel. Há um grande descompasso no setor e uma ineficiência que leva a um potencial enorme de monetização. 


De que maneira as empresas poderiam diminuir esse descompasso?
O segredo aqui é o equilíbrio. Em outras palavras, o marketing móvel é uma estratégia poderosa da qual outras formas de marketing – anúncios em TV direta, frames, pop-ups e até mesmo mecanismos de busca – nem sequer chegam perto. Contudo, a realidade é que, no mundo digital, muita gente acha a publicidade em aparelhos móveis uma coisa cansativa e invasiva. As pessoas não gostam nem um pouco desses anúncios que atrapalham a navegação ou a experiência de consumo. Isso acontece por dois motivos. Em primeiro lugar, as marcas não têm informações suficientes sobre as preferências do consumidor, por isso mostram a ele uma porção de anúncios, mandam-lhe inúmeras ofertas como se estivessem jogando dardos no ar, na esperança de que algum acerte o alvo. O que acontece, porém, é que as pessoas se sentem sufocadas e incomodadas com essas ofertas e as ignoram.


O que deve ser feito para evitar esse desgaste?
Nesses casos, a solução é criar um equilíbrio ideal, para que o número de ofertas seja menos frequente do que é atualmente, e ao mesmo tempo mais relevante e mais bem direcionado. É por isso que falo de comunicação dupla entre consumidor e marcas. Se o consumidor quiser partilhar mais informações sobre si mesmo, as marcas poderão usar o meio móvel como uma espécie de recepcionista ou mordomo, em vez de perseguir o consumidor.


Hoje temos informações sobre o comportamento do consumidor e, teoricamente, deveríamos direcionar as coisas de que ele gosta, aumentando o índice de resposta. No entanto, não estamos vendo isso. O que você considera um bom exemplo de marketing móvel?
O que está acontecendo se deve, em grande parte, à desconexão entre as preferências do consumidor, profissionais de marketing e marcas no tocante ao que as pessoas querem, quando querem e como querem. Há várias razões para isso. O atual ecossistema de tecnologia publicitária está extremamente fragmentado. Há centenas de players no ecossistema, e cada um deles basicamente cria e armazena dados em silos próprios. Está cada dia mais difícil juntar os dados dos perfis desses consumidores. De vez em quando, algumas marcas conseguem fazê-lo, e quando isso acontece, os retornos são enormes e numerosos.


E o papel do consumidor?
As pessoas, em geral, receiam que seus dados sejam usados. Sempre que há algum sucesso, isso se deve ao fato de que a empresa se norteou por dois princípios: aviso e consentimento. É preciso que as marcas avisem o consumidor sobre a forma com que pretendem usar seus dados móveis e em que contexto. Consentimento significa que elas precisam dar ao consumidor uma escolha, isto é, se eles querem ou não tirar proveito dessas ofertas. Portanto, aviso e consentimento são os mantras a que o profissional de marketing deve recorrer. Depois que passamos a aplicar essa estratégia aos nossos estudos e projetos, tivemos um tremendo sucesso.


Você é um dos autores de um estudo sobre como as pessoas reagem à publicidade em espaços extremamente confinados.
Esse foi um estudo que fiz em parceria com Michelle Andrews, da Emory, e  Xueming Luo, da Temple University.  Analisamos o que chamo de uma das forças da economia móvel, a “aglo-meração”. Qual o grau da aglomeração [física] no contexto imediato de proximidade do consumidor? Fizemos uma experiência de campo de grande escala nos metrôs lotados de uma cidade grande da China em que trabalhamos com a variação do aglomerado em relação ao tempo. Em seguida, mandamos ofertas de vários produtos e serviços às pessoas em seus smartphones. À medida que o nível de aglomeração no contexto imediato das pessoas aumentava, elas se mostravam mais propensas a aceitar e a resgatar as ofertas que chegavam aos seus celulares.


Que mecanismo estaria por trás disso?
O que acontece é que, quando estamos rodeados de estranhos, não gostamos de tomar a inciativa de dizer “olá”. Procuramos nosso telefone, e praticamente mergulhamos nele. Aquele aparelho se torna nosso espaço privativo. É nosso espaço de fuga. Nos 20 ou 30 minutos que as pessoas passam no trem diariamente, elas mergulham ostensivamente em seu aparelho móvel e dão às marcas uma atenção total. Se, durante esses 20 ou 30 minutos, elas conseguirem descobrir o que você deseja, é provável que prestem mais atenção às mensagens e, consequentemente, aceitem as ofertas feitas.


Mesmo sendo bombardeado por uma grande variedade de anúncios em meu celular, não significa que compre alguma coisa. Como o marketing deve vencer isso?
Observamos que o uso do celular resulta em cerca de 2% ou 3% de conversões finais, mas ele é responsável por até 40% das vendas. Devido a essa disparidade, muitos profissionais de marketing veem com ceticismo o segmento móvel, já que sua preocupação é saber até que ponto esse segmento funciona como gatilho imediato de conversão. Contudo, com frequência, a pessoa tem de ser exposta a um anúncio em seu smartphone ou tablet, mas pode ficar off-line ou ir até o PC para fazer a compra.


Há produtos ou serviços mais adequados ao marketing móvel ou a uma campanha publicitária?
Em meu livro, falo de várias indústrias diferentes em que observamos grandes ganhos no segmento móvel: varejo, serviços bancários ao consumidor, indústria hoteleira, linhas aéreas, viagens e turismo, comércio eletrônico etc. Esses são alguns dos setores que conquistaram em boa medida o segmento de aparelhos móveis e de aplicativos móveis entre consumidores e marcas. Alguns dos estudos de caso bem-sucedidos com que nos deparamos são oriundos dessas indústrias. Não demora muito, porém, prevejo que esse não será um fenômeno só de B2C (da empresa para o consumidor). É algo que penetrará também o mundo das empresas (B2B). É só uma questão de tempo. Parte do meu livro é dedicada a essas nove forças que estão moldando a economia móvel. Começo falando do contexto, que é um tipo de superforça: por que seu cliente está aqui, o que ele quer e como se sente. Mas há também outros fatores como localização e tempo, clima e aglomerado, conforme mencionei. Para um varejista que esteja tentando conquistar um consumidor, ele precisa basicamente compreender esse conceito de “marketing de momento”. Quanto melhor você conhece o contexto do consumidor, seu “por que, o que e como”, e quanto melhor conhecer algumas outras forças, melhor você poderá combinar esses dados. A soma das partes é maior do que o todo. O que vimos com o passar do tempo é que esses varejistas que seguem o mantra do “aviso e consentimento”, e então combinam essas duas forças, têm uma taxa de resgate de 30% em suas ofertas móveis, diferentemente do que ocorre com a taxa genérica de resgate de 1%.


Estamos em mais uma transição na tecnologia móvel. Quando o celular apareceu pela primeira vez, as pessoas tinham sites para mobile. Agora, temos um aplicativo para toda empresa com que me relaciono. Você está vendo ou prevendo alguma coisa interessante sobre a evolução da interface móvel que seja importante para nós conhecermos?
Imagino que, no futuro, haverá equipamentos que terão aspecto de aparelho móvel ou se integrarão a eles. Haverá um ecossistema em que teremos realidade virtual e realidade aumentada embutidas nos aparelhos móveis. Haverá aparelhos variáveis que se tornarão semimóveis, e se integrarão aos aparelhos móveis. Haverá também coisas que serão agregadas à nossa casa, como o Google Home ou o Amazon Echo. Esses aparelhos funcionarão em sintonia com os aparelhos móveis. O mais fascinante é que em alguns anos, aproximadamente, à medida que essas coisas internas e os smartphones se tornarem cada vez mais comuns, haverá a oportunidade para as grandes e pequenas empresas tirarem proveito dos nossos dados comportamentais.


Você se preocupa com o grau de conexão a que estaremos sujeitos e com o volume de dados que tornaremos disponíveis?
Eu diria que minha principal preocupação, ou apreensão, ou o conselho que eu daria às empresas, é que fiquem atentas a esse equilíbrio. Conforme você disse, há evidências de que o consumidor está disposto a se manifestar e partilhar informações, mas é preciso que sejamos muito responsáveis, além de ganhar a confiança dele. Nós, como consumidores, estamos dispostos a lhe dar a oportunidade de ganhar nossa confiança, mas se você cometer um erro, você a perderá. Há uma linha muito tênue entre agir como recepcionista e se tornar alguém que persegue o outro. Este é o meu conselho às empresas: sejam extremamente cuidadosas ao trilharem essa linha. A boa notícia é que, se você olhar para o copo d’água meio cheio, há evidências suficientes agora, conforme observamos ao longo dos anos, de que quando as empresas trilham essa linha com cautela, o retorno do consumidor é imenso.


Há desvantagens em toda essa tecnologia?
Sim, sem dúvida. Sempre brinco com meus amigos que o celular está nos tornando preguiçosos. É verdade. Tudo o que temos e de que precisamos está basicamente em forma de aplicativo no smartphone. Não faz muito tempo, eu tinha de sair de casa, caminhar alguns quarteirões para comprar um litro de leite. Agora, basta pedir na Amazon Prime. O leite chega à minha porta em meia ou uma hora. Existe esse aspecto. Há também o aspecto da conectividade, conforme você mencionou, que é aquele de um mundo sem celular. Eu provavelmente tentaria me apresentar a um estranho em um ambiente social e procuraria conversar com ele. Agora, não tenho mais o incentivo para fazê-lo porque tudo o que me interessa está nesse aparelho.


Há um artigo interessante segundo o qual o celular dá emprego a cerca de 2,3 milhões de pessoas atualmente. Obviamente, à medida que isso for crescendo, o número de postos de trabalho deverá continuar a crescer também.
Correto. O segmento móvel contribui com 4,2% do PIB global, o que corresponde a US$ 3,1 trilhões em valores econômicos. Boa parte disso vem da criação de novos postos de trabalho e de novas fontes de emprego. Muito do que vemos na economia compartilhada, por exemplo, é possível graças ao celular. Andamos nos carros da Uber e da Lyft que chamamos pelo celular, e os motoristas estão conectados a nós. Vejo uma grande vantagem na criação de postos de trabalho e muitos outros benefícios sociais graças também à economia móvel. No entanto, é preciso que tenhamos em mente que a privacidade dos dados é um assunto importante, que deve ser tratado com muita cautela pelas empresas.


 http://www.amanha.com.br/posts/view/4472

Ministério edita cartilha que ensina empresas a exportar serviços



Agência Brasil
Uma cartilha, disponível na internet, pode ajudar empresas brasileiras















 Setores de arquitetura, design, audiovisual, games, publicidade e propaganda, engenharia são os mais estimulados



Uma cartilha, disponível na internet, pode ajudar empresas brasileiras interessadas em exportar serviços, segmento ainda em crescimento no país.

A Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços atualizou o Guia Básico para Exportação de Serviços, com orientações para empresas e empreendedores brasileiros.

O setor de comércio e serviços representou, em 2016, 73,3% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Apesar disso, o Brasil ainda está na 32ª posição entre os exportadores de serviços no mundo, segundo dados divulgados pelo governo. O ministério lembra que, em 2016, a exportação de serviços rendeu US$ 18,5 bilhões de faturamento para cerca de 12 mil empresas brasileiras.


Dicas para exportar


A cartilha orienta os interessados em exportar serviços a, em primeiro lugar, fazer um estudo de mercado. "A análise consiste em um entendimento do mercado onde a empresa pretende atuar, de seus potenciais clientes, de seus concorrentes, dos demais stakeholders (agentes interessados no negócio) e do setor onde pretende atuar. As pesquisas de mercado permitem descobrir as principais características do público-alvo do negócio, auxiliando a empresa a desenvolver estratégias para atender à demanda identificada", ensina a cartilha. 

As pesquisas podem ainda, acrescenta o ministério, ajudar o empreendimento a diminuir os custos com insumos necessários à prestação do serviço, identificar parceiros, fornecedores e agregar mão de obra qualificada.

O ministério também alerta que a "exportação não deve ser vista como uma alternativa em momentos em que a economia doméstica não estiver muito bem". "Ela deve fazer parte da estratégia da empresa e pressupõe a preparação para atuação no exterior". No guia, o empreendedor pode responder um questionário com oito perguntas para avaliar se está apto a exportar.

Por meio do Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv), disponível no site do ministério, o exportador pode identificar quais mercados e serviços estão abertos à exportação. Também é importante verificar as eventuais restrições e normas de entrada de divisas dos países e se há acordos comerciais vigentes.

O ministério também orienta os interessados a conhecer a tributação, definir um alvo para o negócio, analisar a concorrência, estabelecer preços justos e manter contato com o importador potencial e registrar a marca. 



  http://www.swisscam.com.br/ministerio-edita-cartilha-que-ensina-empresas-a-exportar-servicos.html

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Carona nas privatizações


Carona nas privatizações


Cleber Morais, o CEO da Schneider Electric no Brasil, começou a observar a retomada econômica com calma. “Como atuamos no setor de infraestrutura elétrica para construção civil e para a indústria, começamos a sentir outro clima. Ainda não é tão significativo, mas já sentimos os sintomas de melhora”, diz ele. A boa expectativa reside no plano de concessões e privatizações lançado pelo governo. “Uma privatização ocorre em cima de uma melhoria de infraestrutura. Quando isso acontece, o objetivo maior é a busca pela eficiência e isso tem a ver com investimento em tecnologia. Esse cenário oxigena as empresas e isso traz oportunidades para a gente”, diz Morais.

Em busca do equilíbrio


Enquanto a forte retomada ainda não chega, a Schneider, com 2,6 mil funcionários no mercado local, tem adotado uma estratégia para não deixar ociosas as suas sete fábricas no Brasil: suprir o mercado externo, sobretudo os países da América Latina. “Temos 200 fábricas no mundo e sempre olhamos a carga de cada uma. Quando tem uma demanda menor no mercado interno, mantemos a produtividade via exportação”, diz Morais. Com um faturamento global de 27,5 bilhões de euros, a companhia tem apostado suas fichas na internet das coisas. “Estamos investindo 1,5 bilhão de euros por ano nessa área”, afirma Morais. Não é para menos. De acordo com o executivo, até 2050, esse segmento vai movimentar US$ 1 trilhão.
(Nota publicada na Edição 1034 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Ralphe Manzoni Jr. e Paula Bezerra)

PGR abre procedimento de revisão da colaboração premiada dos executivos do Grupo J&F



Eventual revisão do acordo não implica nulidade de provas já produzidas em investigações, mas pode ter reflexos na premiação, inclusive com a perda total dos benefícios


PGR abre procedimento de revisão da colaboração premiada dos executivos do Grupo J&F
Foto: João Américo/Secom/PGR


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, assinou nesta segunda-feira (4) portaria em que instaura procedimento de revisão de colaboração premiada de três dos sete executivos do Grupo J&F. A apuração se dá após entrega de documentos, provas e áudios pela defesa dos colaboradores na última quinta-feira, 31 de agosto.

O acordo previa prazo de 120 dias, a partir da homologação, para que os colaboradores reunissem e entregassem elementos de provas sobre os depoimentos prestados em abril perante a Procuradoria-Geral da República para que não fossem acusados de omissão.

Consta do vasto material entregue à PGR diversos áudios, um dos quais possui cerca de quatro horas de duração, aparentemente gravado em 17 de março deste ano, e traz uma conversa entre os colaboradores Joesley Batista e Ricardo Saud. Apesar de partes do diálogo trazerem meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático, inclusive envolvendo o Supremo Tribunal Federal e a própria Procuradoria-Geral da República, há elementos que necessitam ser esclarecidos.

Exemplo disso é o diálogo no qual falam sobre suposta atuação do então procurador da República Marcello Miller, dando a entender que ele estaria auxiliando na confecção de propostas de colaboração para serem fechadas com a Procuradoria-Geral da República. Tal conduta configuraria, em tese, crime e ato de improbidade administrativa.

Devido a essa omissão de fatos possivelmente criminosos nos depoimentos tomados na colaboração em abril, Rodrigo Janot determinou na data de hoje a abertura de investigação. Pelo acordo, o colaborador está obrigado a falar sobre todas as condutas criminosas de que tem conhecimento.

Eventual revisão do acordo não implica nulidade de provas já produzidas em investigações, mas pode ter reflexos na premiação, inclusive com a perda total dos benefícios.




Assessoria de Comunicação Estratégica do PGR
Procuradoria-Geral da República
pgr-noticias@mpf.mp.br
(61)3105-6400/6405

Você acha que era um negócio sério? Só falta o BNDES “descobrir” as “traquinagens”…





Em um dos trechos dos diálogos de Joesley Batista e Ricardo Saud divulgados nesta terça-feira com exclusividade por VEJA, o empresário, dono do grupo JBS, fala em tom de brincadeira com seu braço-direito na companhia da dificuldade que teria para contar à esposa, a jornalista Ticiana Villas Boas, que havia assinado delação premiada e estava por trás do esquema de corrupção investigado na Lava Jato. “Eu estou aqui pensando, a Tici, que é uma mulher inteligente… Você já imaginou quando eu tiver que contar as minhas traquinagens, tipo dez minutos antes de sair no programa Jornal Nacional, da TV Globo. Vou ter que chamar e falar ‘Amor, vão falar um negócio aí no Jornal Nacional’.

Logo após, ele volta a brincar sobre o assunto com Saud. “Amor, sabe aqueles amigos nossos?, e cai na gargalhada. Saud o interrompe, rindo também: “(Inaudível) e Ricardinho, são tudo vagabundo! Você achava que era um negócio sério?”

Prevejo uma situação difícil na residência do casal, depois que o “espertalhão” riu imaginando como ia enganar a esposa com suas juras de amor e bancando o humilde, dizendo que não merece ela. Mas o mais importante aqui sem dúvida não é a trama familiar, e sim a confissão de Joesley com a pergunta que deixa no ar: você acha que era um negócio sério?!

De fato, quem pode achar que tudo aquilo envolvendo a JBS era um “negócio sério”? Bilhões e mais bilhões destinados para a empresa para que ela pudesse concentrar poder no mercado de carnes, criando uma “campeã nacional” e até mesmo se expandindo para o exterior, e isso sob um governo petista, com Lula no comando e Guido Mantega no ministério da Fazenda, além de Luciano Coutinho no BNDES: como levar a sério?

Mas pelo visto existe uma pessoa que ainda leva a sério o negócio tudo, ou melhor, a negociata toda. 

Não é um petista de carteirinha. Não é a Ticiana. Não é sequer um tradicional esquerdista. É o atual presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, conhecido liberal até ontem, com doutorado na Universidade de Chicago, e autor do livro O mito do governo grátis. Ou seja, a pessoa mais improvável do mundo para achar que o BNDES petista faria um negócio sério com a JBS de Joesley Batista.

Só que foi exatamente o que Paulo afirmou, rasgando sua biografia num átimo de segundo, com uma só afirmação, que manchou completamente todo o seu currículo. Paulo disse que a JBS foi “um dos negócios mais bem bolados e bem sucedidos da BNDESPar”, braço de participações do banco. A instituição de fomento tem 21,32% de participação na companhia.

Rabello de Castro citou ainda que a companhia teve projeção mundial com a compra da Pilgrims Pride Corporation, em 2009. O negócio recebeu apoio do BNDES. “A compra da Pilgrims, em plena crise mundial, com a colaboração financeira, societária do BNDES, foi absolutamente decisiva. Ali a empresa JBS realmente ganhou a dimensão mundial”, disse, destacando que falava não como presidente do BNDES, mas sim como consultor econômico. “Foi num momento em que todos estavam vendendo ativos”, afirmou.

Ou seja, enquanto o próprio Joesley se delicia às gargalhadas imaginando a reação de sua mulher quando souber que nada daquilo era sério, que seus amigos eram todos uns “bandidos vagabundos”, eis que o economista com trajetória liberal faz cara de sério para afirmar que as ligações entre BNDES e JBS foram ótimas para o país. É tudo uma grande piada, mas só quem está rindo mesmo é o Joesley…


Rodrigo Constantino


 http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/voce-acha-que-era-um-negocio-serio-falta-o-bndes-descobrir-traquinagens/