Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
O
Conselho Administrativo de Defesa Econômica homologou, nesta
quarta-feira (3/10), um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) com a B3,
bolsa de valores oficial do Brasil. Pelo acordo, a empresa deverá pagar
R$ 9,4 milhões como contribuição pecuniária.
O
inquérito foi instaurado em 2016 para apurar ilícitos concorrenciais no
mercado de bolsa de valores a partir da denúncia da ATS Brasil e da
Americas Clearing System (ACS).
As empresas relataram
que a ATS foi constituída para atuar no mercado brasileiro, mas
enfrentou diversos entraves. Isso porque a BM&FBovespa (BMVF), atual
B3, adotou estratégias para elevar as barreiras à entrada de
concorrentes no mercado.
Ao analisar o caso,
Superintendência-Geral do Cade entendeu que o fato poderia constituir
indícios de infração à ordem econômica.
Termo de Compromisso de Cessação
Com relação aos serviços de central depositária, a B3 firmou acordo de
que durante cinco anos vai garantir às empresas interessadas a opção
pelo modelo em que os serviços sejam cobrados diretamente da
Infraestrutura de Mercado Financeiro (entidade que opera valores
mobiliários), e não do usuário final, enquanto perdurar eventual
procedimento arbitral.
A B3 também deverá manter
acessíveis os ambientes para fazer testes operacionais nos sistemas da
central depositária, por quaisquer potenciais Infraestruturas de Mercado
Financeiro que demonstrem legítimo interesse.
Além
disso, o acordo prevê que a B3 terá que oferecer a prestação de serviços
de compensação e liquidação, na condição de contraparte central, de
operações do mercado à vista de renda variável referentes a negócios
originados em outra Infraestruturas de Mercado Financeiro, em condições
justas, transparentes e não-discriminatórias, o que inclui os termos e
as condições contratuais de acesso à infraestrutura.
Com a celebração do acordo, o inquérito administrativo fica suspenso até que o Cade ateste o cumprimento integral do TCC.
Ato de concentração
Após instaurar o inquérito em 2016, o Cade foi notificado do ato de
concentração que tratava da união das atividades da BVMF e da Cetip S.A,
para formar a B3. O Tribunal do Cade aprovou a operação, com
restrições, em março de 2017.
Em um Acordo em Controle
de Concentração (ACC) as empresas se comprometeram a cumprir obrigações
sobre regras de acesso, além de oferecer prestação de serviços de
central depositária em condições justas, transparentes e
não-discriminatórias. Caso as negociações não funcionassem, após 120
dias seria instaurado um processo arbitral.
Com o
acordo, a ATS e a ACS iniciaram outra negociação com a B3 referente à
contratação dos serviços de central depositária. No entanto, não houve
consenso entre as empresas no prazo estipulado no acordo com o Cade,
motivo pelo qual a ACS iniciou uma ação arbitral. O procedimento, que
segue em andamento, trata principalmente do preço a ser cobrado pela B3
pelo serviço de central depositária. Com informações da Assessoria de Imprensa do Cade.
A cerveja carioca Praya foi fundada por quatro amigos em
2016. Indo na contramão de grande parte das cervejarias artesanais, que
oferecem uma série de opções em seu cardápio de produtos, a Praya
completa dois anos de vida oferecendo apenas um rótulo. Não que isso
preocupe seus fundadores, uma vez que a marca planeja triplicar seu
faturamento neste ano.
A história de como nasceu a Praya foi casual. O então surfista e base
jumper Marcos Sifu, gostava de cervejas a base de trigo, porém achava
elas pesadas demais para o clima brasileiro. Foi então que resolveu
fazer uma witbier leve, para combinar com o clima quente brasileiro. Ai
nasceu a Praya, que se tornou uma empresa depois que Marcos trouxe os
amigos Paulo Castro, Tunico Almeida e Duda Gaspar para a operação.
Em 2016 a cerveja nasceu e começou a ser vendida em alguns pontos do
Rio de Janeiro. Em 2017, viu a produção quase caseira de 20 litros se
transformar em uma estrutura de 15 mil litros para fornecer os 800
pontos de venda que abastecia no Rio de Janeiro e 200 em São Paulo. A
marca fechou seu segundo ano com faturamento de R$ 3,5 milhões, e mira
manter a trajetória ascendente em 2018.
Para a felicidade dos quatro sócios, o balanço do primeiro semestre
de 2018 foi animador: 3,7 milhões. O número fez com que a Praya mirasse
voos mais altos, e a marca já projeto um crescimento de 300% em relação a
2017, buscando fechar o ano com faturamento de R$ 11 milhões. Para tal,
a marca investiu em infraestrutura que além de ter dobrado sua
capacidade produtiva, abriu caminho para novos mercados.
Antes atuando no eixo Rio-São Paulo, a marca abriu fábrica no Paraná,
e busca expansão em direção ao sul do país. “Existe uma questão
logística envolvida, bem como um estudo com dados de instituições de
pesquisa que nos apontaram que a região sul tinha um consumo per capita
interessante”, explica Tunico Almeida. Com o rumo ao sul, a Praya chegou
a 2.000 pontos de venda, além de produção mensal de 100 mil litros
Apesar dos números, a expansão da Praya também tem outra explicação, e
ela reside no mundo do marketing. O objetivo da marca é que sua cerveja
fique atrelada a um lifestyle de praia, esporte e saúde. Para isso, a
cerveja patrocina diversas iniciativas que fogem do mundo cervejeiro,
como o lançamento de coleção cápsula com a marca Hadred de André
Namitala ou apoio a barco de surfe Sibon Praya nas ilhas Mentawai, na
Indonésia. Tudo isso serve para que a cerveja seja mais do que uma
bebida.
“Desde o início, o esporte está junto com a
marca através de iniciativas – como apoio a campeonatos locais no Rio de
Janeiro, de limpeza de praias, incentivo para atletas e até mesmo
apoiando um barco de surfe na Indonésia. A nossa perspectiva é levar,
sempre, todas as nossas iniciativas ao público de uma maneira criativa”,
explica Paulo Castro.
Depois de
investir R$ 3 bilhões na compra de 12 empresas, a NotreDame Intermédica
já tem dez novos alvos na mira. E, com o caixa abastecido após um IPO
que captou R$ 2,7 bilhões, o grupo busca operações que combinam planos
de saúde e hospitais
Irleu Machado Filho,
presidente da Notredame Intermédica: “Assumimos a primeira posição em
São Paulo. Agora, podemos ser a maior empresa do setor em três anos”
Uma das primeiras medidas do fundo de investimentos
americano Bain Capital depois de comprar o grupo de saúde NotreDame
Intermédica, por R$ 2 bilhões, em 2014, foi selecionar Irlau Machado
Filho para comandar a operação. Tarimbado executivo, formado em
administração de empresas, economia e ciências políticas pela faculdade
americana Augustana College, em Dakota do Sul, ele conhecia como poucos o
mercado finaceiro e o setor de saúde. Machado havia ocupado o cargo de
vice-presidente de marketing do Santander no Brasil e também tinha
comandado a Medial Saúde e o Hospital A.C. Camargo, no qual foi
responsável por rebatizar o antigo Hospital do Câncer e torná-lo uma
referência nacional no tratamento de oncologia. Portanto, unia as
características que os acionistas da NotreDame buscavam. E, ao assumir a
operadora de saúde, o executivo atendeu às expectativas: promoveu um
plano de expansão com foco na abertura de capital e em aquisições.
Nesse curto período, ampliou o faturamento do grupo em cinco vezes,
para os R$ 5,3 bilhões registrados no ano passado. Como ele conseguiu
essa façanha em apenas três anos e meio? Simples. No período, investiu
R$ 3 bilhões na compra de 12 companhias. E não vai parar por aí. Outros
dez novos ativos estão no alvo. “Se somarmos as últimas aquisições,
atingimos 3,6 milhões de clientes e assumimos a primeira posição em São
Paulo”, disse Machado, durante evento realizado na segunda-feira 24 para
uma plateia composta pelos maiores grupos de corretores e clientes
corporativos, como o Grupo Pão de Açúcar (GPA). “Agora, temos a grande
oportunidade de nos tornarmos a maior empresa do setor nos próximos três
anos.”
Com a última aquisição anunciada, no início deste mês, do grupo
paulistano Greenline, por R$ 1,2 bilhão, a companhia chegará a 4 milhões
de vidas. A Amil, empresa do grupo americano UnitedHealth e a atual
líder do segmento, possui 5,5 milhões de beneficiários. No mesmo evento,
o executivo anunciou ainda a criação de uma marca própria de
laboratórios de exames, a NotreLabs, que vai aproveitar muitos dos
recursos incorporados por meio de aquisições recentes. Outra novidade foi o lançamento de um aplicativo que permite aos usuários de seus planos de saúde marcarem exames e consultas.
O apetite para a consolidação, no entanto, segue sendo o principal
eixo da estratégia de crescimento da NotreDame. Para acelerar a expansão
da operadora, Machado montou um time de fusões e aquisições, com o
objetivo de selecionar, comprar e integrar empresas. Formada por nove
executivos, que respondem diretamente ao presidente, essa equipe foi
responsável pelo mapeamento de 240 companhias que poderiam se tornar
alvos de uma investida do grupo.
Antes da chegada de Machado e da Bain Capital, o grupo, fundado pelo
empresário Paulo Barbanti e negociado por R$ 2 bilhões, em 2014, nunca
havia adotado a estratégia de fusões em cinco décadas de existência. As
últimas três aquisições, da Samed, da Medplan e do grupo Greenline,
aconteceram depois da abertura de capital, em abril deste ano, que
levantou R$ 2,7 bilhões. No entanto, a maior parte desse valor não foi
direcionada à operação, mas sim para remunerar o fundo controlador. “As
nossas aquisições estão sendo financiadas com a geração própria de
caixa”, afirma Machado. “Apenas no caso do Greenline, que foi um negócio
de maior porte, utilizamos financiamento bancário.”
A NotreDame fechou o segundo trimestre com caixa e aplicações
financeiras totalizando R$ 1,2 bilhão. “A estratégia por trás das
aquisições é a expansão geográfica de nossa rede própria. Logo, nosso
histórico tem sido direcionado a hospitais e planos de saúde
verticalizados”, diz. À medida que se expande, o grupo também aumenta a
sua zona de atuação ao redor da cidade de São Paulo, chegando ao grande
ABC e em Mogi das Cruzes, onde atua a Samed, e no Rio de Janeiro, onde
comprou o Hospital Samci (ver gráfico). Mas a empresa não pretende
estender o foco muito além das duas maiores cidades do País e dos seus
arredores. “Apenas o território de São Paulo e Rio de Janeiro abarca um
mercado do tamanho da França”, diz Machado, acrescentando que 48% dos
planos de saúde do País estão concentrados nessa região.
No plano traçado pela NotreDame, o objetivo é integrar rapidamente
cada ativo adquirido à rede, para ganhar benefícios de escala e de
uniformização de operações. Para isso, a área de fusões e aquisições
mapeia os processos e inicia o trabalho de integração, com o objetivo de
finalizar o projeto em até 100 dias. No caso do grupo Greenline, esse
método deve levar um pouco mais de tempo, em virtude da complexidade da
operação. Afinal, o acordo envolve um plano de saúde, o Laboratório Bio
Master, o Pronto Socorro Itamaraty e a Maternidade Brás. Ao todo, são
dois hospitais, 10 prontos-socorros e nove centros clínicos.
A companhia traz 464 mil beneficiários concentrados na região
metropolitana de São Paulo, sendo que 60% dos planos são corporativos.
“A negociação foi muito tranquila. Eles são muito profissionais”, diz
José Rafic, fundador da Greenline. “Fomos cotejados por muitos grupos,
mas eles prometeram manter a marca e o quadro de funcionários.” A fusão
ainda tem o potencial para impulsionar novos segmentos de negócios. Um
projeto-piloto na Greenline busca a criação de um produto diferente, um
plano voltado ao público idoso, capaz de fazer frente à Prevent Senior.
Segundo Machado, a estratégia está num estágio ainda preliminar.
Com tantas frentes de atuação, a NotreDame surpreendeu o mercado de
ações. O grupo chegou à B3 em abril, exatamente na mesma semana em que a
sua concorrente Hapvida, que fatura R$ 3,8 bilhões e captou R$ 3,4
bilhões com a abertura de capital. Focada no Norte e no Nordeste, a
rival, fundada pelo médico Cândido Pinheiro, era vista como a mais
atrativa das duas pelos investidores. Apesar de um faturamento menor,
mesmo atingindo mais clientes, a Hapvida apresentava maior lucro e
rentabilidade. Em 2017, a empresa lucrou R$ 651 milhões e reportou uma
margem de 21,4%.
Na NotreDame, o resultado do período ficou em R$ 240 milhões e 13,4%, respectivamente. Mas a desconfiança acabou rapidamente. Desde
o IPO, as ações da companhia subiram mais de 30%. “Eles estão cumprindo
todas as promessas feitas na abertura de capital. Havia certa ansiedade
em relação ao crescimento e à rentabilidade, mas estão entregando o que
o mercado desejava”, diz Thiago Macruz, analista de
investimentos do Itaú BBA. Ele observa que as ações subiram muito depois
da compra da Greenline, o que foi visto como um movimento estratégico
para evitar a competição. “Se a Hapvida quiser entrar no mercado de São
Paulo, será muito complicado e precisará acontecer por crescimento
orgânico.”
O investidor ficou satisfeito com o posicionamento que evita a
pressão da chegada de um competidor direto. Mas também percebe outros
pontos positivos na estratégia geral. “A NotreDame está sabendo
contornar a crise econômica, que fez as pessoas perderem os seus planos
de saúde, e mostrou um bom posicionamento nos mercados paulista e
carioca, onde está a maior atividade corporativa”, afirma Bruno Madruga,
sócio da Monte Bravo Investimentos. Os planos de saúde do grupo estão
focados no mercado corporativo (apenas 3% deles são individuais), que
são os preferidos das operadoras. Além de evitar o reajuste controlado
de preços por parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
garantem uma média etária menor. A taxa média de clientes do setor com
idade acima de 60 anos, que costuma utilizar mais consultas, exames e
cirurgias, fica em 13%. Já na NotreDame, está abaixo de 5%. Isso
significa um nível menor de uso dos serviços e custos inferiores de
operação. “As empresas que trabalham com tíquete médio menor não
sentiram a queda do número de beneficiários”, diz Marcos Novais,
economista-chefe da Abramge, associação dos planos de saúde.
Desde o início da crise econômica, uma das grandes preocupações do
setor de saúde são os antigos clientes que perderam empregos formais e,
com isso, também os seus planos. O segmento superou 50 milhões
de beneficiários por apenas um ano, em 2015. Desde então, 3 milhões de
pessoas deixaram o sistema. Em receita, o segmento seguiu crescendo,
atingindo R$ 196 bilhões de faturamento em 2017, o que coloca o
Brasil atrás apenas dos EUA. Mas a maior parte desse valor serviu
apenas para repassar a inflação médica, que avança acima de 10% ao ano.
“O ganho de escala é salutar”, afirma Novais. “Por isso, é importante a
consolidação do mercado.” Segundo a associação, existem 730 operadoras
de planos médicos que possuem clientes (algumas detêm o registro na ANS
mas não estão operando), e outras 300 voltadas apenas a planos
odontológicos. De todas essas, as mais propensas a sobreviverem ou serem
adquiridas são aquelas que buscam estratégias de ampliação de margem de
rentabilidade, que, na média do setor, costuma ser baixa, em torno de
2%.
A mais testada e aprovada dessas estratégias é a verticalização. Ela
consiste em ter uma rede própria de hospitais e clínicas, para realizar
consultas e internações dentro de casa, impondo maior controle de custos
e evitando tratamentos e cirurgias desnecessários. O setor estima haver
uma perda de R$ 25 bilhões em fraudes na saúde, diz Machado. A Amil foi
uma das pioneiras em buscar uma atuação verticalizada. A Hapvida e a
NotreDame também seguiram a cartilha com afinco. Muitas das aquisições
recentes do grupo comandado por Machado foram de hospitais, como o
Cruzeiro do Sul, o São Bernardo e o Samcil. “A verticalização parece
ser, de fato, uma forma eficiente de controle de sinistros”, afirma
Macruz, do Itaú BBA. “O maior custo dos planos de saúde está nas
internações, por isso faz sentido começar esse esforço pelos hospitais
próprios. Depois, numa segunda posição, mais remota, estão os gastos com
exames.” Nesse segundo ponto, fica fácil explicar a criação da
marca NotreLabs, anunciada na semana passada.
O objetivo é utilizar melhor um recurso que foi adquirido em meio à
compra de tantas empresas. Quando a NotreDame adquiriu o Santamália
Saúde, em 2015, e o Cruzeiro do Sul, em 2018, trouxe no pacote
laboratórios de diagnósticos. O mesmo acontece com a aquisição recente
do Greenline. A rede NotreLabs nasce com 20 pontos. Mas, considerando a
existência de 18 hospitais e outros 90 centros clínicos e
prontos-socorros na empresa, o crescimento deve acontecer de forma
rápida. “A ideia agora é utilizar a capacidade de 500 mil análises por
mês desses laboratórios para atender nossos beneficiários de planos de
saúde”, diz Machado. “Para a abertura dos pontos de coleta dentro da
rede própria, o investimento é marginal.” Dessa forma, o caixa de R$ 1,2
bilhão do grupo poderá ser utilizado para aquilo a que parece
destinado: comprar mais empresas.
A negociação de uma joint venture na área de defesa entre as
fabricantes de avião Embraer e Boeing incluirá a instalação de uma
linha de montagem nos Estados Unidos do cargueiro militar KC-390, um dos
projetos mais promissores da empresa brasileira. A informação foi
antecipada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pelo jornal O Estado
de S. Paulo.
Ao contrário da parceria entre as empresas na área de aviação
comercial – anunciada em julho -, a joint venture no setor de defesa
terá a Embraer como sócia controladora. A participação exata da
brasileira no negócio ainda não foi definida.
A fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP), onde o KC-390 vem sendo
desenvolvido, deverá ser mantida e ficará de fora do acordo.
Nos Estados Unidos, a cidade em que a unidade fabril será instalada
ainda não foi definida e há conversas em andamento com governos de
Estados para obtenção de isenções fiscais.
Com essa fábrica fora do Brasil e com a joint venture, o KC-390
poderá ser vendido diretamente ao governo americano. Hoje, para a
Embraer comercializar a aeronave militar Super Tucano com Washington, a
negociação precisa ser feita via a empresa americana Sierra Nevada.
A parceria na área militar permitirá ainda que a Embraer venda a
aeronave para países aliados do governo americano no programa Foreign
Military Sales, que facilita a comercialização de equipamentos de defesa
americanos. Coreia do Sul e Cingapura, por exemplo, estão entre os
parceiros no programa.
O KC-390 é o maior avião já desenvolvido no Brasil. A Força Aérea
Brasileira (FAB) já encomendou 28 aeronaves, no valor de US$ 7,2
bilhões, a serem entregues nos próximos 12 anos – a primeira no ano que
vem.
Procurada, a Embraer afirmou em nota que a produção do KC-390 será
mantida em Gavião Peixoto. Já a Boeing não quis se pronunciar.
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Ela e outras quatro tecnologias transformarão o mundo na próxima década
Por Ademir Piccoli
Já sabemos que a tecnologia
vive em constante transformação. A cada dia, novas máquinas, aparelhos
mais modernos e softwares mais sofisticados surgem para substituir seus
antecessores e tornarem a vida mais fácil pouco a pouco. Prever os
cenários futuros é parte natural do trabalho de quem atua com
desenvolvimento de tecnologia. Pesquisadores estimam que em 2020 haverá
50 bilhões de aparelhos conectados. Em 2030, esse número deve saltar
para 500 bilhões de dispositivos. Isso significa que essa progressão
aritimética precisará ser constantemente alimentada por tecnologias
disruptivas. Ainda assim, é muito difícil prever com exatidão qual tipo
de tecnologia e qual o efeito prático que ela trará para a sociedade ou
para os negócios. O empresário americano Peter Diamandis afirma que o
desafio das companhias é definir o seu modelo de negócio procurando
interceptar o estágio da tecnologia nos próximos dois ou três anos. Quem
desenvolve o seu produto em cima do que existe hoje, fatalmente estará
fora do mercado. Pensando nisso, eis cinco tecnologias que devem fazer a
diferença nos negócios durante a próxima década.
Robótica
Mesmo
que há muito tempo ouçamos falar em robótica, esta tecnologia atinge
uma maturidade cada vez maior com o passar dos anos. A antiga
preocupação das pessoas sobre as máquinas substituírem a mão de obra
humana vai se tornando realidade em muitos segmentos. Com a chegada da
Indústria 4.0 (ou quarta revolução industrial), a tendência é de que os
robôs assumam a execução de tarefas massivas e padronizadas.
Em
junho deste ano, a fabricante chinesa Foxcomm, responsável pela produção
de produtos Apple e diversas outras marcas, comunicou a intenção de
substituir 80% de seus funcionários por robôs em até dez anos. A
companhia, que hoje é uma das maiores empregadoras do mundo, já havia
divulgado corte de 400 mil colaboradores entre 2012 e 2016 por meio da
mecanização de processos e agora diminuirá ainda mais sua folha de
pagamentos. Essa realidade já está presente em diversas empresas com a
alegação de forte redução de custos operacionais. E contra fatos, não há
argumentos. Um leve e versátil braço robótico da Sawyer já está no
mercado por cerca de US$ 22 mil, o que representa um valor muito
inferior a um ano de salário.
As aplicações da robótica não se
limitam às fábricas. Os carros autônomos evoluem numa velocidade
impressionante, de modo que não será surpresa vermos alguns pelas ruas
já nos próximos anos. Nos Jardins de Infância da China, as crianças já
contam com um apoio em seu processo de formação: um robô chamado Keeko,
que se locomove por meio de pequenas rodas e “impõe” alguns desafios Às
crianças. Quando acertam, o robozinho exibe olhos em forma de coração.
Os efeitos práticos da robotização estão só começando a aparecer no
nosso dia a dia.
Redes e sensores
A
velocidade com que o planeta está se interconectando está cada vez
maior. A tecnologoa 5G, que possivelmente estará em operação a partir de
2020, deve aumentar em 1 milhão de vezes a velocidade de dados dos
smartphones. Como mencionado anteriormente, o número de dispositivos
deve crescer exponencialmente. “Essa rede gigantesca envolve drones,
aparelhos celulares, sensores urbanos, balões atmosféricos de
comunicação e mais milhares de satélites que estão em fase de
desenvolvimento e lançamento por várias empresas diferentes no mundo.
Entre as novas tecnologias revolucionárias estão as ‘smart dust’, um
aparelho de 1 milímetro de diâmetro e memória de 4kb que é capaz de
transmitir dados em sinais de 900 mghz. Essa ‘poeira digital’ passará a
ser incorporada em todo tipo de material e equipamento, criando uma
imensa infraestrutura de Internet das coisas (IoT)”, afirma Diamandis.
Evidentemente, esta transformação trará um gigantesco impacto na
economia mundial, pois se hoje somos cerca de 3,8 milhões de pessoas
conectadas, entre 2022 e 2025 a expectativa é que a tecnologia conecte
toda a população da Terra. Isso demandará dispositivos para mais de 4
bilhões de pessoas que até então estão ‘offline’.
Inteligência Artificial
O
que antes aparecia apenas em filmes de ficção científica já está
inserido no dia a dia e evolui de forma rápida e constante. Conforme a
Inteligência Artificial vai entando em nosso cotidiano, mais a nossa
vida vai se transformando. Já temos exemplos de assistentes como Siri,
Alexa, Cortana, entre outras que podem mostrar parte do poder que a
Inteligência Artificial possui. Estas tecnologias abrem novas
perspectivas de produtos e serviços relacionados à AI.
“Cada ser
humano terá uma espécie de avatar, ou uma capa exterior de inteligência
artificial, que vai estender a nossa capacidade de raciocínio”, acredita
Diamandis. Isso elevaria o homem a um novo patamar. Um dos setores mais
impactados é o de serviços financeiros. Nos Estados Unidos, é cada vez
maior o número de empresas que oferecem produtos de investimento
baseados em análises de AI. A demanda por profissionais especializados
em Inteligência Artificial já é enorme no mundo. Entre 2010 e 2015, por
exemplo, aumentou em 100 vezes o número de estudantes de cursos de AI no
Udacity. Diamandis acredita que AI será a ferramenta para a solução dos
nossos maiores problemas, ou seja, quem estiver preparado para
trabalhar nesta área, sairá na frente na busca pelos melhores empregos.
Biotecnologia
A
biotecnologia chega para romper a barreira entre homem e máquina. Isso
abre infinitas possibilidades para a investigação de doenças e do
comportamento humano, para o bem e para o mal.
Pesquisadores do MIT
anunciaram em março deste ano a criação de um chip que simula órgãos do
corpo humano para testes de remédios. O dispositivo é feito de tecidos
conectados por microfluidos, que trabalham em conjunto de minúsculas
bombas para imitar o fluxo sanguíneo em nosso corpo. Desta forma, os
desenvolvedores podem mapear todo o processo que as drogas percorrem em
nosso corpo, sendo capaz de identificar previamente possíveis efeitos
colaterais.
Diamandis crê que um dos negócios que mais crescerá
nos próximos anos é o armazenamento e “edição” do genoma humano, visando
a prevenção de doenças o aperfeiçoamento genético das pessoas. O uso
militar da biotecnologia também já é discutido. A Americana DARPA
(Defense Advanced Research Projects Agency) está desenvolvendo um
Sistema biotecnológico capaz de ajudar soldados no campo de batalha. O
programa Biostasis consiste em um conjunto de tratamentos para diminuir
as reações bioquímicas do corpo humano visando uma "suspensão" do estado
corporal até que a ajuda médica chegue ao local.
Há
ainda uma outra frente de investigação científica de tecnologias
exponenciais em que universidades e empresas estão avançando na
integração na tecnologia conhecida como Brain Computer Interface (BCI)
com o objetivo de conectar os conceitos mais avançados de neurologia com
processamento de dados e computação em nuvem. Atualmente existem
pesquisas de implantes que visam aumentar de 15% a 25% a capacidade de
armazenamento de memória no cérebro.
Computação Quântica
A
Lei de Moore diz que a velocidade de um computador dobra a cada dezoito
meses. Vivenciamos uma era em que o aumento desta velocidade foi
constante e “imparável”. Entretanto, muitos cientistas acreditam que tal
evolução terá um limite que, para ser superado, acarretará uma
revolução significativa na computação. Na prática, isso já está
acontecendo desde que o silício, principal componente utilizado na
fabricação de processadores, começou a apresentar sinais de que está
chegando ao seu limite inerente à própria estrutura do material. A
Computação Quântica se encaixa neste cenário.
Os processadores
atuais podem ser entendidos pelo padrão de “zeros e uns” dos bits onde
cada um corresponde a um comando que permite que nossos computadores
realizem os cálculos para operarem da forma que estamos acostumados. Em
tese, os computadores quânticos rompem este padrão, podendo operar com
“zeros e uns” simultâneamente dentro do mesmo “quibit”, sua unidade
mínima de medida, tornando a capacidade de processamento exponencial.
Segundo Diamandis, a capacidade de processamento quântica é inimaginável
e vai acelerar o desenvolvimento da inteligência artificial, e o
machine learning, com impacto enorme no desenvolvimento de novas
moléculas na indústria farmacêutica. As grandes corporações como
Microsoft e Google estão na corrida para anunciar o primeiro modelo de
computador quântico 100% funcional. Isso deve representar uma enorme
revolução, pois os sistemas quânticos poderão executar novos tipos de
algoritmos para processar informações de forma mais holística.
Os líderes na disputa eleitoral têm visões opostas sobre o futuro da
Embraer. A equipe de Jair Bolsonaro (PSL) indica nos bastidores que, em
caso de vitória, avaliará as condições do acordo com a norte-americana
Boeing, mas já trabalha com estudo técnico que defende que a união das
duas é “imprescindível” para a sobrevivência da fabricante brasileira.
Se eleito, Fernando Haddad (PT), por sua vez, promete questionar o
acordo e “tomar todas as medidas jurídicas” para preservar o interesse
da Embraer.
A expectativa é de que o Palácio do Planalto dê a palavra final sobre
o negócio entre Embraer e Boeing nos dias seguintes ao segundo turno.
Detentor de uma ação especial na empresa brasileira – a chamada golden
share -, o governo precisa dar aval para que as duas companhias
prossigam nas negociações para criar uma terceira empresa controlada
pelos norte-americanos dedicada à aviação comercial e também para uma
parceira dedicada à comercialização do novo cargueiro brasileiro KC-390.
Em caso de vitória, Bolsonaro indica que dará sinal verde para que o
governo Michel Temer dê aval ao negócio, segundo fontes ouvidas pelo
jornal O Estado de S. Paulo e pelo Broadcast (serviço de notícias em
tempo real do Grupo Estado). Apesar de o tema encontrar resistência em
alguns setores militares, a equipe do candidato do PSL defende essa
decisão com base em um estudo técnico preparado por especialistas, entre
eles o ex-presidente da Embraer Ozires Silva, um dos grandes
entusiastas do negócio.
Ozires classifica o acordo como “imprescindível” para o futuro da
Embraer diante da concorrência após a união da maior concorrente da
Boeing, a europeia Airbus, com a grande competidora da Embraer, a
canadense Bombardier. Com esse fortalecimento dos concorrentes e a
entrada da China no mercado de aviação regional, o estudo entregue a
Bolsonaro defende que é “inevitável” que a brasileira se associe a uma
empresa maior para ganhar musculatura.
Sobre a preocupação de setores das Forças Armadas com o negócio,
prevalece a percepção de que este seria um negócio “de mercado” e que
questões estratégicas seriam preservadas com a separação do negócio de
defesa da Embraer, que continuaria com os brasileiros e com poder de
veto do governo.
Haddad
Eventual governo Haddad, ao contrário, tentaria barrar ou até
reverter o negócio. A campanha do ex-prefeito informou que “irá tomar
todas as medidas jurídicas para preservar os interesses nacionais” na
Embraer. A equipe de Haddad avalia como “ilegítima” eventual decisão do
governo Temer com o negócio – decisão classificada como uma “entrega da
Embraer para a Boeing”.
O tom contra o negócio é um pouco mais duro que o observado no fim de
setembro, quando o candidato petista visitou o berço da Embraer, no
interior paulista. “O chamado ato jurídico perfeito vamos respeitar,
como sempre respeitamos. Se houver possibilidade jurídica de reversão,
com certeza faremos”, disse em entrevista coletiva à imprensa em São
José dos Campos (SP), em 20 de setembro, ao ser questionado sobre como
encararia a união das duas companhias.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Devido a uma
disputa ambiental refinaria de alumina Alunorte, no Pará, operava com
metade da capacidade desde março; ações caíram mais de 12%
Por
Reuters
IMAGEM DA REFINARIA DA ALUNORTE: "a
decisão de fechar a Alunorte e Paragominas terá consequências
financeiras e operacionais significativas", disse comunicado da
empresa (Ricardo Moraes/Reuters)
Oslo – A Norsk Hydro suspenderá a produção de sua refinaria de alumina Alunorte, no Pará,
que opera com metade da capacidade desde março devido a uma disputa
ambiental, informou a empresa nesta quarta-feira, levando a uma queda de
mais de 12 por cento em suas ações.
A decisão também desencadeou a paralisação de sua mina de
bauxita de Paragominas, que abastece a Alunorte, e pode ter
consequências para a produção de alumínio na fábrica próxima deAlbras e
em outras instalações da Hydro, disse a empresa.
“Embora seja cedo demais para determinar o impacto total, a decisão
de fechar a Alunorte e Paragominas terá consequências financeiras e
operacionais significativas, potencialmente também para o portfólio de
alumínio primário da Hydro, incluindo a Albras”, disse em um comunicado.