Segundo John Slattery diz
que "provavelmente um turboélice". Executivo afirmou ainda que marca
Boeing tem mais reconhecimento do que a Embraer
Por Fabiana Holtz, do Estadão Conteúdo
Boeing: união entre a Embraer e a Boeing
abre espaço para que seja acelerado o antigo plano de desenvolver um
novo avião (Thomas Peter/Reuters)
Washington — A união dos negócios entre a
Embraer e a
Boeing
abre espaço para que seja acelerado o antigo plano de desenvolver um
novo avião em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Segundo
John Slattery, presidente da Boeing Brasil – Commercial, o braço de
vendas da empresa combinada, as duas companhias juntas terão fôlego
financeiro para criar um novo modelo, provavelmente um turboélice.
“Gostaria de fazer isso”, disse, ao citar que a empresa já conversa com
clientes para entender as necessidades do mercado.
Presente ao encontro anual da Associação Internacional de
Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), na Coreia do Sul, Slattery
disse esperar que as autoridades do Brasil e dos Estados Unidos deem
todas as autorizações para o negócio até o fim do ano. Quando receber o
aval, a equipe comercial da Boeing começará a vender os aviões
brasileiros pelo mundo. Criados pela Embraer, os modelos da família
E-Jets, porém, poderão ter o nome modificado. “Estamos apenas começando o
processo para considerar o nome dos novos aviões. Sempre respeitaremos o
passado, mas estamos construindo uma empresa para o futuro”.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
A família dos E-Jets irá mudar de nome para inclusão da marca Boeing?
Não sei. Vamos falar primeiro do nome da companhia e depois falamos
sobre os jatos. O escolha do nome da companhia Boeing Brasil –
Commercial foi um processo no qual nossos funcionários estiveram
profundamente envolvidos, bem como os da Boeing e os clientes. Fizemos
muita pesquisa, encontros, discussões. Perguntamos o que seria
importante no novo nome e reconhecemos que o que queríamos era olhar
para o futuro. O que nos ajudaria a vender mais aviões e proteger a
sustentabilidade das operações, inclusive empregos no Brasil. A marca
Boeing tem enorme valor agregado e nível de reconhecimento é maior. No
sudeste asiático, por exemplo, o nome Boeing tem um grau de
reconhecimento, e a Embraer não tem. Precisamos ser pragmáticos: a
Embraer não tem o mesmo grau de reconhecimento que a Boeing.
É mais atraente?
Não que seja mais atraente – e as palavras são muito importantes
aqui. A questão é o maior nível de reconhecimento e também um alto grau
de respeito na região. Quando os nossos funcionários pensaram sobre o
nome, sentiram que o poder de reconhecimento da marca da Boeing é algo
que queriam encampar para continuar crescendo. Aliado a isso, eles
sentiram que gostariam de ter a cultura brasileira e a paixão por
excelência reconhecidas. Por isso, decidimos incluir Brasil na marca,
com “S” como se escreve em português e não com “Z”. Outro ponto é que a
Embraer continua. Ela ainda existe e não podemos usar o nome dela. Todo
esse processo de busca por um novo nome durou pelo menos dois meses.
E com relação ao nome dos novos aviões?
Estamos começando o processo para considerar o nome dos novos aviões e
não posso prever como ou se irão mudar. Mas o que pensamos segue a
mesma linha de raciocínio de sucesso, que é: o que nos fará vender mais
aviões no futuro. Sempre respeitaremos o passado, mas estamos
construindo uma empresa para o futuro.
Quais clientes Boeing têm modelos concorrentes dos E-Jets e, por isso, podem comprar os aviões brasileiros?
A Boeing Brasil – Commercial hoje é capaz de apresentar uma solução
completa, de ponta a ponta: da criação do projeto da aeronave à sua
montagem. Sabemos como fazer pesquisa de mercado, desenvolver, construir
e vender aviões. Manter essa capacidade é muito importante. Um dos
benefícios da joint venture é que teremos acesso a um balanço grande, o
que nos capacita a considerar o desenvolvimento de um novo avião.
Lógico, se isso se atender as necessidades de sustentabilidade das
operações no Brasil.
Que tipo de projeto? Algo maior ou menor que os atuais E-Jets?
Tivemos conversas no passado, que continuo a ter com meu time, sobre o
desenvolvimento de um turboélice que complementaria a família de jatos
da Embraer. No momento, avaliamos em conjunto com os clientes que o tipo
de avião.
https://exame.abril.com.br/negocios/a-boeing-tem-mais-reconhecimento-do-que-a-embraer/