segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Argentina limita compra de dólares contra desvalorização


Governo tenta recuperar a estabilidade financeira do país

 

Por Agência Brasil* 

 

redacao@amanha.com.br
Macri pediu apoio para avançar com o vencimento dos prazos


O governo da Argentina lançou no domingo (2) uma série de restrições cambiais para conter a alta do dólar e a fuga de capitais, numa tentativa de recuperar a estabilidade financeira do país após três semanas de fortes turbulências na economia que resultaram em uma desvalorização acentuada do peso argentino. O país vizinho limitou a compra de dólares por pessoas físicas e ordenou que as empresas estrangeiras liquidem no mercado local as divisas obtidas em transações externas, em meio a uma série de medidas válidas até 31 de dezembro.

Cada pessoa física poderá comprar no máximo 10 mil dólares por mês. Para somas que excedam esse valor será necessária autorização prévia. Não haverá limites para retiradas em dólares de contas bancárias de pessoas físicas, e não serão impostas restrições a turistas. O limite de 10 mil dólares por mês também é válido para as transferências para contas no exterior. Em setembro, os bancos foram autorizados a estender o horário de atendimento para melhor absorver o impacto das medidas. 

Segundo um comunicado do Banco Central, as diretivas "estabelecem parâmetros no mercado cambial que têm como objetivo manter a estabilidade do câmbio".

O decreto assinado pelo presidente Mauricio Macri (foto) determina que as medidas entrem em vigor nesta segunda-feira (2), quando as operações financeiras fossem retomadas. O documento afirma que "o Executivo viu a necessidade de adotar uma série de medidas extraordinárias para garantir o funcionamento normal da economia, sustentar o nível de atividade e emprego e proteger os consumidores".

Na semana passada, o ministro das Finanças, Hernán Lacunza, já havia anunciado uma série de medidas para tentar prolongar os prazos de pagamento das dívidas a credores privados e ao Fundo Monetário Internacional. As ações do governo, cujo objetivo era preservar as reservas do Banco Central, foram consideradas por vários analistas como uma espécie de moratória. As restrições foram impostas após o chamado "agosto negro" para os mercados, deflagrado pela vitória do oposicionista Alberto Fernández, candidato presidencial da aliança Frente de Todos, nas eleições primárias para a Presidência, com 47,7% dos votos contra 31,7% de Macri. O resultado gerou pânico entre muitos investidores e desencadeou a alta do dólar, que chegou a aumentar 35,8%.

Na semana passada, o valor do peso caiu 7%, fechando a sexta-feira em 61,55 pesos para 1 dólar, em meio a intervenções do Banco Central de mais de 300 milhões de dólares diários que não conseguiram estancar a queda da moeda argentina. Para Lacunza, as novas medidas tendem a estabilizar a cotação até o término do mandato de Macri, no dia 10 de dezembro.

Na história recente, os argentinos já atravessaram medidas semelhantes de restrição cambial. Durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner (2007 a 2015), os argentinos foram obrigados a solicitar autorização para comprar dólares e realizar transferências para fora do país, além da imposição de uma taxa adicional sobre a compra de cartões de crédito no exterior. Com essas medidas, o país viu surgir um mercado paralelo à moeda oficial. Na época, as restrições foram criticadas por Macri, que agora se viu forçado a impor medidas semelhantes, as quais podem colocar em risco a sua reeleição nas eleições de outubro.


*Com informações da Deustche Welle



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Cade aprova compra pela Galp de fatia da Petrobras Biocombustível na BBB

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição, pela Galp Bioenergy, de ações representativas de 50% do capital social da Belem Bioenergia Brasil (BBB), atualmente detidas pela Petrobras Biocombustível. A decisão consta de despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Segundo o parecer do negócio, a Galp já detém 50% do capital social da BBB e exerce controle compartilhado da empresa juntamente com a Petrobras Biocombustível. Após o fechamento da operação, a Galp passará a ser a controladora única da BBB.

A Galp disse ao Cade que a “operação representa uma oportunidade para expandir sua atuação no mercado de óleo de palma e aumentar a produção e distribuição do produto no mercado nacional”.
Já a Petrobras argumentou que “a operação representa uma oportunidade para dedicar seus esforços comerciais às suas atividades principais e otimizar seu portfólio de negócios”.



 https://www.istoedinheiro.com.br/cade-aprova-compra-pela-galp-de-fatia-da-petrobras-biocombustivel-na-bbb-2/


Syngenta conclui aquisição da Cropio

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A Syngenta anunciou nesta segunda-feira, 2, que concluiu a aquisição do Cropio Group, plataforma de soluções tecnológicas para a produção agrícola. O valor do negócio não foi divulgado. 

O software da Cropio está presente em mais de 50 países e é responsável pelo gerenciamento de 10 milhões de hectares plantados, informou a Syngenta em comunicado.

“Esta aquisição marca um ponto de virada na estratégia digital da Syngenta para a agricultura. A Cropio é uma empresa líder no mercado de agricultura digital do Leste Europeu.

“Prevemos oportunidades significativas de colaboração nos outros ativos digitais da Syngenta”, disse o diretor de Informação Digital da Syngenta, Greg Meyers, no comunicado.

A Syngenta afirmou, ainda, que, com a aquisição, será a única empresa do segmento a ter acessos às principais plataformas de gerenciamento nos quatro principais mercados agrícolas: nos Estados Unidos com a Land.db, no Brasil com a Strider, na China com a Plataforma Agrícola Moderna e no Leste Europeu com a Cropio.

“Combinados, mais de 40 milhões de hectares em todo o mundo serão gerenciados a partir de uma ferramenta digital da Syngenta, com um plano para dobrar até o fim de 2020”, projeta a empresa.


https://www.istoedinheiro.com.br/syngenta-conclui-aquisicao-da-cropio-2/

China apresenta demanda à OMC por tarifas americanas


China apresenta demanda à OMC por tarifas americanas
A China e os Estados Unidos travam uma batalha comercial há mais de um ano, que resultou na imposição recíproca de tarifas alfandegárias sobre mais de US$ 360 bilhões em comércio anual - AFP
A China apresentou nesta segunda-feira uma demanda perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a entrada em vigor, neste domingo, nos Estados Unidos, de novas tarifas sobre produtos chineses sobre um montante em importações anuais de bilhões de dólares. 

“Essas tarifas dos Estados Unidos violam seriamente o consenso alcançado pelos chefes de estado de nossos dois países em Osaka” (Japão) no final de junho, durante a cúpula do G20, segundo comunicado publicado no site do Ministério do Comércio da China.

“A China está muito insatisfeita e se opõe resolutamente. De acordo com as regras da OMC, protegerá firmemente seus legítimos direitos e interesses”, acrescenta o texto.

A China e os Estados Unidos estão travando uma batalha comercial há mais de um ano que resultou na imposição recíproca de tarifas alfandegárias sobre mais de US$ 360 bilhões em comércio anual.

Na última cúpula do G20, os presidentes americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping, concordaram em reativar suas negociações comerciais. Mas a trégua não durou muito.

Em 1º de agosto, Trump anunciou 10% de tarifas suplementares sobre mercadorias que representam US$ 300 bilhões em importações chinesas, a partir de 1º de setembro. Em 23 de agosto, Pequim respondeu com represálias alfandegárias contra US$ 75 bilhões.
Em reação, no domingo, Washington decidiu aumentar as tarifas suplementares anunciadas em 1º de agosto para 15%.




 https://www.istoedinheiro.com.br/china-apresenta-demanda-a-omc-por-tarifas-americanas/

A nova cartada da Cielo


Empresa lança aplicativo gratuito voltado para o micro e pequeno empreendedor, mas analistas seguem céticos em relação ao desempenho das ações com a concorrência acirrada no setor

 

Crédito: Claudio Gatti
Paulo Caffarelli: Cielo Pay estimula a inclusão de empreendedores que não dispõem de contas bancárias, segmento que cresce 40% ao ano (Crédito: Claudio Gatti)



No mais recente capítulo da sangrenta guerra das maquininhas de adquirência, a Cielo anunciou, na segunda-feira 26, o lançamento do aplicativo Cielo Pay. O produto tem como alvo o cada vez mais disputado micro e pequeno empreendedor, que poderá fazer as transações comerciais via QR Code pelo smartphone, sem precisar da maquininha POS. A oferta consiste também em um serviço similar a uma conta corrente, para que o comerciante possa movimentar os valores recebidos pelo aplicativo. O download estará disponível nas plataformas Android e IOS a partir do dia 14 de outubro, mas os testes já começaram a ser feitos pelos colaboradores da companhia.

A novidade poderá ser baixada gratuitamente pelos clientes, e está alinhada com a estratégia adotada pela Cielo desde que a concorrência começou a aumentar no setor – dar foco em operações que possam garantir um aumento na participação de mercado em detrimento aos produtos mais rentáveis. “Como líder, a Cielo tem de se antecipar às necessidades do cliente”, afirma Paulo Caffarelli, presidente da empresa. “O Cielo Pay segue nessa direção”, diz o executivo.
Luiz Gustavo Pereira da Guide: “Após o lançamento da Cielo Pay, não descartamos a criação de um banco próprio” (Crédito:Divulgação)
Além de ser uma conta digital sem custos, a plataforma permite o recebimento das vendas em até uma hora. “A gente sabe a importância que isso tem para os empreendedores”, afirma Caffarelli. Segundo ele, a Cielo Pay estimula a inclusão de empreendedores que não dispõem de contas bancárias, segmento que cresce 40% ao ano. No futuro, será possível fazer a contratação de empréstimos pelo aplicativo.

A novidade não despertou grande entusiasmo entre os analistas de mercado, o que deve manter as ações da companhia em desprestigio. “A notícia é positiva, mas ainda vemos um cenário muito complicado para a Cielo”, diz Felipe Silveira, analista da Coinvalores. “Por isso, seguimos não recomendando a exposição ao papel”, afirma o especialista. Em 2019, até 28 de agosto, as ações da empresa acumulam uma desvalorização de 14,3%, frente à alta de 11,7% do Ibovespa.
Felipe Silveira da Coinvalores: “A notícia é positiva, mas ainda vemos um cenário muito complicado para a companhia” (Crédito:Divulgação)
 
CETICISMO


Em linha similar vai Gustavo Pereira, estrategista-chefe da Guide Investimentos. “Não vemos, por ora, nenhuma reversão para as ações da empresa”, afirma. Ele cita como razão para a falta de ânimo com o papel a economia fraca, a concorrência acirrada, além de incertezas quanto às novidades regulatórias no segmento, que pode colocar ainda mais pressão sobre a empresa.

Apesar do quadro desafiador, o presidente da Cielo tem promovido um importante trabalho de reestruturação, diz Pereira, que espera outras novidades da companhia em pouco tempo. “Após o lançamento da Cielo Pay, não descartamos a criação de um banco próprio, com serviços focados para pessoa jurídica e física, ampliando o nível de serviços aos clientes”, afirma o estrategista-chefe da Guide.
André Martins da XP: “Nossa visão se mantém cautelosa quanto à Cielo, apesar do resultado do segundo trimestre ter mostrado sinais de recuperação” (Crédito:Divulgação)
André Martins, da XP Investimentos, engrossa a lista dos analistas de mercado sem apetite pelas ações da adquirente. “Nossa visão se mantém cautelosa quanto à companhia, apesar do resultado do segundo trimestre ter mostrado sinais de recuperação em termos de volumes transacionados e expansão da base de clientes, com 42% da fatia do mercado”, diz Martins. No entanto, nem tudo foram flores no balancete da Cielo — as despesas cresceram 27,2% no período e houve uma expressiva redução da margem de ganho, conhecida pelo nome técnico de yield de receita, de 1,07% para 0,8% em doze meses.

Além disso, devido à rápida evolução do setor, com diversas inovações e a possibilidade de novas medidas disruptivas, o analista da XP optou por manter a recomendação neutra para as ações da Cielo. O preço-alvo está em R$ 7. No pregão de quarta-feira 28, as ações fecharam cotadas a R$ 7,26.



 https://www.istoedinheiro.com.br/a-nova-cartada-da-cielo/

Petição é lançada contra o acordo comercial Suíça-Mercosul


Uma petição de 65.000 pessoas foi entregue às autoridades federais de Berna exigindo o cancelamento, ou revisão significativa, do acordo comercial entre a EFTA - da qual a Suíça faz parte - e o bloco comercial do Mercosul.

government leaders
Líderes do Mercosul na cúpula da Organização Mundial do Comércio, em julho de 2019
(Copyright 2019 The Associated Press. All Rights Reserved.)
A petição intitulada "Não há acordo de livre comércio entre a Suíça e o destruidor da Amazônia Bolsonaro" exige que Berna adie a assinatura do acordo recentemente anunciado entre a EFTA e o Mercosul, a menos que ele contenha disposições para sancionar violações de direitos humanos ou ambientais.

A petição foi organizada pela CampaxLink externo, uma ONG que luta por "uma sociedade solidária, uma economia sustentável e um meio ambiente intacto", de acordo com seu site.

A Campax disse que as 65 mil assinaturas foram recolhidas em menos de uma semana.

Fazendo eco das preocupações dos agricultores suíços manifestadas há alguns dias, a Campax escreve que o acordo "aumentará as exportações brasileiras de carne bovina e soja e, assim, promoverá o desmatamento".

"Não é apenas ecologicamente e eticamente irresponsável concluir um acordo de livre comércio com o [presidente brasileiro] Bolsonaro - também não faz sentido econômico", diz o grupo.

A Campax argumenta que a assinatura do acordo incentivaria os hábitos destrutivos do governo Bolsonaro na Floresta Amazônica e levaria a um maior aquecimento global, cujas consequências são muito maiores para a Suíça do que os benefícios comerciais de curto prazo.

Oposição política

 

O acordo proposto entre os países da EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) e o bloco Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) foi confirmado pelo ministro suíço da Economia, Guy Parmelin, no último sábado.

O acordo significaria que cerca de 95% das exportações suíças para a área do Mercosul estariam livres de tarifas. As barreiras técnicas ao comércio seriam abolidas e os prestadores de serviços suíços teriam acesso mais fácil aos mercados.

Embora as petições na Suíça não contenham nenhum peso legal, a iniciativa da Campax reforça outros grupos que estão insatisfeitos com o acordo.

Uma coalizão de organizações agrícolas suíças, consumidores e ONGs, conhecida como Coalizão Mercosul, disse que colocaria o acordo à prova no parlamento e que verificaria se os critérios para o bem-estar ambiental e animal, bem como para a proteção dos direitos humanos e do consumidor, foram cumpridos.

O Partido Verde disse que se oporá ao acordo no parlamento e, se não funcionar, começará a reunir as 50 mil assinaturas necessárias para forçar um referendo nacional.

Por sua vez, o Partido Socialista, o segundo maior partido no parlamento, disse na quarta-feira (28) que apoiaria o referendo do Partido Verde "a menos que sejam dadas garantias quanto à proteção efetiva da floresta tropical e dos trabalhadores no local".

O Ministério da Economia espera convencer o parlamento a ratificar o acordo até 2021.


https://www.swissinfo.ch/por/politica/amaz%C3%B4nia-em-chamas_peti%C3%A7%C3%A3o-%C3%A9-lan%C3%A7ada-contra-o-acordo-comercial-su%C3%AD%C3%A7a-mercosul/45196464??utm_campaign=nl-form-1907&utm_medium=email&utm_source=newsletter&utm_content=o

Vocês jamais me ouvirão falar "Suíça acima de tudo"









Ignazio Cassis
(Keystone / Jean-christophe Bott)
 
O ministro das Relações Exteriores da Suíça, Ignazio Cassis, quer fortalecer a autoconfiança da Suíça no mundo. Nesta entrevista, o conselheiro federal explica por que razão a Suíça deve, no futuro, agir com base em interesses claramente definidos.


swissinfo.ch: O sr. conhece bem a psicologia do nosso país. Como pretende fortalecer a autoconfiança da Suíça no mundo no futuro?

Ignazio Cassis: Não é o "como", mas "o quê" é a questão agora. Que chances e oportunidades a Suíça quer aproveitar dentro de dez anos no mundo? Para onde nos levará essa viagem? Isso inclui valores, uma atitude e uma visão. Queremos conhecer os motores dos desenvolvimentos. Estamos a falar de digitalização, alterações climáticas e fluxos migratórios. Temos agora de nos concentrar nos desafios e, acima de tudo, nas oportunidades que estes representam para a Suíça. O "como" vem depois.










swissinfo.ch: A Suíça não é uma grande potência, não faz parte da Europa (UE), tem pouco significado em termos de poder político. Quando os grandes Estados chamam, a Suíça presta um bom serviço. Não deve a Suíça libertar-se deste papel de oportunista?
I.C.: A Suíça tem sido bastante reativa ao longo da sua história. Mas falei de uma Suíça movida por oportunidades. Oportunista significa algo com conotações negativas. E a Suíça não fez tão mal até agora, vivemos num país muito bonito. 
Mas isso não é suficiente. Não podes simplesmente agir de forma reativa. Temos agora de nos interrogar ativamente sobre o futuro que o Conselho Federal e os cantões devem tornar possível. Para responder a esta pergunta, coloca-se agora a questão fundamental de saber qual é a nossa posição do mundo dentro de dez anos. Fizemos estas considerações.
"Há cada vez mais pólos que querem exercer o poder. A Suíça, com a sua Genebra internacional, está bem equipada para oferecer um bom ambiente [de mediação política]."
Aqui termina a citação

swissinfo.ch: Com quais pontos fortes a Suíça poderá se afirmar no futuro na competição global de opiniões e debates?
I.C.: Nossas marcas globais são estabilidade, confiabilidade, segurança jurídica, previsibilidade e neutralidade. Estes são os cinco pontos mais importantes que nos tornam confiáveis em todo o mundo. É por isso que a Suíça é muitas vezes solicitada a realizar trabalhos de mediação entre Estados.

swissinfo.ch: Que desafios o sr. vê a Suíça enfrentar daqui a dez anos?
I.C. : Devemos reforçar o sistema multilateral no mundo. Um mundo que agora tem várias potências, incluindo a China, mas também a Turquia, o Brasil, a África do Sul e outros. Há cada vez mais pólos que querem exercer o poder. A questão é saber como podemos desempenhar um papel nesta situação para que não haja uma escalada violenta. A Suíça, com a internacional Genebra, está idealmente equipada para fazer um bom trabalho nesse sentido.

swissinfo.ch: A visão de política externa da Suíça para 2028, o chamado Avis 28, fala sobretudo dos benefícios para a Suíça. Seria isso uma espécie de "Switzerland First" (Suíça acima de tudo)?
I.C.: Nunca ouvirás "A Suíça acima de tudo" da minha parte. Isso é da campanha eleitoral dos EUA. "A América em primeiro lugar" significa mais do que a sua tradução pura. Mas claro que represento os interesses da Suíça. Esse é o dever de cada conselheiro federal. O artigo 2º da Constituição estabelece claramente que é nossa missão garantir a segurança do nosso país e promover a prosperidade - também na política externa. Isto é conseguido através de boas relações com outros países e da estabilidade no mundo. Neste sentido, a política externa é sempre uma política de interesses, especialmente numa democracia direta. A Suíça é e continua sendo um país aberto ao mundo e comprometido com a solidariedade. Valores e interesses não são opostos - eles são mutuamente dependentes e se apoiam mutuamente.


Você pode assistir a entrevista inteira aqui (em alemão):

https://www.facebook.com/swissinfochaufdeutsch/videos/369187007002511/



https://www.swissinfo.ch/por/pol%C3%ADtica-externa_voc%C3%AAs-jamais-me-ouvir%C3%A3o-falar--su%C3%AD%C3%A7a-acima-de-tudo-/45193366