Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Os reguladores de concorrência em todo o mundo compartilham
algo em comum com milhões dos jogadores de videogames: uma obsessão por
“Call of Duty”. A franquia, a mais bem-sucedida de todos os tempos, está no centro do debate sobre se a aquisição planejada pela Microsoftpor US$ 75 bilhões daActivision Blizzard, proprietária de Call of Duty, poderia dar uma vantagem injusta para dominar o setor de videogames.
A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido mencionou Call
of Duty 41 vezes em sua decisão de 20 páginas ao rejeitar o acordo no
mês passado. A Comissão Federal de Comércio americana citou o jogo 18
vezes em seu documento de 23 páginas para anular o acordo em dezembro. A
União Europeia aprovou o acordo este mês, mas somente depois que a
Microsoft prometeu permitir que concorrentes transmitissem Call of Duty
pela nuvem.
A fixação dos reguladores com a franquia não é apenas sobre sua
imensa e duradoura popularidade, mas também se ela poderia dar à
Microsoft uma vantagem injusta em jogos em nuvem, uma maneira nova e
mais acessível de acessar jogos, se decidisse no futuro reter a série
dos rivais.
As empresas dizem que o acordo não prejudicará a concorrência e que
se comprometeram a licenciar jogos Call of Duty para rivais e permitir
que as pessoas transmitam títulos atuais e futuros da Activision por
meio da plataforma de jogos em nuvem de sua escolha.
Call of Duty, com duas décadas de existência, tem mais de US$ 30
bilhões em receita vitalícia, mais do que qualquer outra série de
atiradores e muitas franquias de filmes. As parcelas anuais de Call of
Duty ocuparam o primeiro lugar nas vendas de franquias de videogame nos
Estados Unidos nos últimos 14 anos consecutivos, segundo a empresa de
pesquisa Circana.
Um novo levantamento da Liga Ventures, em parceria com a PwC Brasil,mapeou 380 retail techs no país. Dentre as principais categorias de atuação das startups no segmento varejista, estão:
comunicação e relacionamento com o cliente (11,05%),
gerenciamento de loja (7,63%),
análise de dados (6,32%),
meios de pagamento (6,32%) e
criação/personalização de e-commerce (6,32%).
A lista também contempla os segmentos de gestão de estoques (4,47%),
experiência do cliente (4,47%), sustentabilidade (3,68%), fidelização do
cliente (3,42%), lojas autônomas (3,16%), colaboradores (3,16%),
logística (3,16%) e chatbots (3,16%).\
Investimentos
Em relação a investimentos, é possível ver que, após o pico do
mercado de venture capital de 2021, o montante aportado em startups do
setor voltou a parâmetros mais próximos aos períodos anteriores. Em
2022, foram R$ 902 milhões investidos. O número representa apenas 9% do
investido em 2021, mas é um crescimento de 17% em relação a 2020.
O estudo traz também os estados com maior distribuição de startups
ativas. No primeiro lugar do ranking está São Paulo (45,26%), seguido de
Santa Catarina (12,89%), Minas Gerais (7,63%), Paraná (7,11%), Rio de
Janeiro (7,11%), Rio Grande do Sul (5,53%), Espírito Santo (2,63%),
Pernambuco (2,37%), Bahia (1,84%) e Ceará (1,58%).
Maturidade
Com relação às tecnologias mais aplicadas entre as retail techs,
destacam-se API (29%), Big Data (16%), Data Analytics (12%),
Autoatendimento (9%) e Automação de Processos (7%). Já em relação ao
público-alvo, o estudo mostra que 71% das startups têm como foco o
mercado B2B.
Bunge, Cargill, Cofco, Amaggi, ADM do Brasil, Viterra e General Mills
adquiriram soja e milho em área em que “lavagem de grãos” é admitida
por produtores e servidores públicos
Um esquema ilegal de escoamento de grãos em Mato Grosso, admitido
publicamente por fazendeiros e reconhecido por funcionários públicos,
pode ter levado soja e milho plantados sem licenciamento em terras
indígenas no estado – e dentro de áreas embargadas pelo Ibama – até
armazéns de algumas das maiores empresas globais de commodities.
Uma investigação conjunta da Repórter Brasil e O
Joio e O Trigo revela relações comerciais entre sete gigantes do
agronegócio (Bunge, Cargill, Cofco, Amaggi, ADM do Brasil, Viterra e
General Mills) e fazendeiros autuados pelo Ibama por cultivarem
irregularmente dentro das terras indígenas (TIs) Pareci, Utiariti e Rio
Formoso, do povo Paresí.
As negociações de soja e milho ocorreram em 2018 e 2019, período em que havia embargo sobre as áreas.
Contudo, as notas fiscais de venda dos grãos acessadas pela
reportagem não identificam as fazendas dentro das TIs como a local da
produção – isso inviabilizaria os negócios, já que é ilegal plantar e
também comprar produção de terras embargadas. Os documentos indicam
outras propriedades agrícolas como a origem dos grãos, mas todas são
vizinhas (em alguns casos, coladas) à TI e pertencentes aos mesmos
produtores multados pelo Ibama por levarem adiante lavouras irregulares.
É o caso de Eleonor Ogliari, que em maio de 2018 tomou uma multa de
quase R$ 9 milhões por manter atividade agrícola na terra indígena
Pareci e por impedir a regeneração da mata nativa em 1,6 mil hectares do
território. A mesma área foi embargada pelo Ibama semanas depois, em
junho de 2018, por estar semeada com milho transgênico – a legislação
brasileira veda o cultivo de organismos geneticamente modificados em
terras indígenas.
As coordenadas geográficas das autuações do Ibama incidem sobre uma
lavoura dentro da TI que é limítrofe à Fazenda Chapada do Sol –
propriedade registrada em nome de Eleonor Ogliari e separada do
território dos Paresí apenas pela estrada que o margeia. Foi dessa
propriedade que Bunge, Cargill e Cofco compraram milho e soja em 2018 e
2019.
Ao todo, a reportagem identificou cinco produtores multados pelo
Ibama em 2018 por produzirem dentro das terras indígenas e que fizeram
vendas durante a vigência dos embargos nas áreas para grandes tradings internacionais de grãos.
Essa proximidade entre as fazendas que constam nas notas fiscais como
a origem da produção e as terras indígenas abre espaço para a chamada “lavagem de grãos”,
quando um produtor mistura produção feita em unidades de conservação,
áreas griladas ou embargadas com soja e milho plantados e colhidos
legalmente, mascarando a procedência da parte irregular da lavoura.
Porém, no caso dos indígenas Paresí, a lavagem de grãos foi admitida
publicamente por produtores e funcionários públicos que trabalham na
região, em uma série de reportagens do programa Globo Rural, veiculada
em março de 2019 – quando já havia embargo sobre a área.
Em um dos vídeos, um fazendeiro “parceiro” dos indígenas nas lavouras
de soja dá entrevista: “o trabalho é feito por eles e eu forneço
equipamentos e insumos. O resultado é dividido entre nós, meio a meio”, explicou Sérgio Stefanello ao repórter.
Ele também dá a entender que os grãos eram declarados como sendo
produzidos em suas propriedades fora da TI: “a soja vai sair em meu nome
[porque] o tempo da burocracia não é o mesmo tempo da planta, não dá
para esperar”, justificou.
Ao Joio e O Trigo, Stefanello confirmou que declarava como sua a
produção feita em território tradicional: “Foi uma questão de urgência, a
agricultura não espera. Era errado, mas justificável”, acredita.
Em outra reportagem da série,
um diálogo entre Carlos Márcio Vieira Barros, da Coordenação Regional
da Funai em Cuiabá, e o repórter confirma o esquema para escoar a soja
plantada sem licença. O servidor público admite que a manobra “não é
legal”. Agora, em entrevista aos autores deste texto, Barros disse não
saber avaliar se o esquema era ilegal, mas o descreveu com detalhes: “As
tradings como Bunge, Cargill, ADM e Amaggi podem sofrer
punições econômicas internacionais se comprarem soja dos índios, então
elas não compram [diretamente]. Normalmente, os índios vendem para uma
empresa local que dilui, mistura com a [soja] dos fazendeiros, digamos
assim, e vai como dos fazendeiros. Os índios são invisíveis na soja”,
explica. A íntegra das entrevistas pode ser lida aqui.
Consultadas pela reportagem, a maioria das empresas garante manter um
“rígido controle” sobre a situação socioambiental de seus fornecedores.
A General Mills, proprietária de marcas famosas como Yoki, Kitano e
Häagen-Dazs, informou que Edson Fermino Bacchi não é mais fornecedor nem
“um parceiro de negócios fixo”, “tendo apenas fornecido pontualmente
ingredientes para a companhia no passado”.
A Bunge não comentou sua relação com os produtores citados, mas
assegurou que seu monitoramento “é capaz de identificar mudanças no uso
da terra e no plantio de soja em cada uma das fazendas de onde origina” e
que calcula se o volume de soja entregue está de acordo com a
capacidade produtiva de uma propriedade, o que reduz o risco de
triangulação. Já a Amaggi afirmou usar “imagens de satélites e
informações geoespaciais” para fazer a rastreabilidade da origem da
soja, mas tampouco comentou sobre os contratos investigados nesta
reportagem.
ADM e Viterra não responderam nossas tentativas de contato. Após a
publicação desta reportagem, a Abiove – Associação Brasileira das
Indústrias de Óleos Vegetais – informou que sua manifestação
representava, também, o posicionamento das duas companhias. Cargill e
Cofco haviam indicado, anteriormente, que a entidade seria sua
porta-voz.
Em sua nota, a Abiove garantiu que a soja produzida “em áreas
embargadas por órgãos de fiscalização ambiental e sobrepostas com Terras
Indígenas [entre outros] não entra na cadeia produtiva do setor”. Mas,
embora faça referência “ao potencial risco de triangulação” dos casos
apontados por esta reportagem, não se pronunciou especificamente a seu
respeito, limitando-se a listar medidas que “são utilizadas
rotineiramente” por suas associadas para reduzir o problema. A íntegra
de todas as manifestações pode ser lida aqui.
Apesar das tecnologias aplicadas pelas empresas e esforços de
associações setoriais para reduzir o risco de triangulação, ainda não há
uma solução que efetivamente impeça esse procedimento, já que as
técnicas de verificação levam em conta a origem declarada da soja pelo
produtor.
Também procuramos os fazendeiros mencionados nesta reportagem para
ouvir suas considerações. Os advogados de Eleonor Ogliari e José Carlos
Acco informaram que seus clientes não comentariam os fatos apurados.
Além disso, fizemos inúmeras tentativas de falar com Jacs Tadeu Ventura,
Rogério Acco e Edson Fermino Bachi através de telefones e e-mails que
constam em cadastros públicos e advogados ligados a eles, mas não foi
possível localizá-los. O espaço permanece aberto para suas
manifestações.
Duas décadas de produção
Os indígenas Paresí arrendam terras para plantio de grãos em larga
escala desde pelo menos 2004, mas nunca conseguiram licenciar suas
lavouras – que apesar disso, seguiram produzindo. Um acordo com o
governo federal chegou a ser assinado em 2013, prevendo a retirada dos
fazendeiros não indígenas do território, para que os indígenas pudessem
assumir a produção, mas a área de lavoura precisava ser reduzida. Só
que, ao contrário do previsto pelo pacto, a área plantada subiu de 16,1
mil para 16,6 mil hectares – e os não indígenas não arredaram o pé de
dentro das TIs.
Em meados de 2018, no governo Michel Temer (MDB), o Ibama multou
produtores rurais e associações indígenas por desmatamento, produção de
grãos sem licenciamento ambiental e plantio de transgênicos. A lista
traz nomes que coincidem com os de signatários do pacto feito em 2013.
Em 2019, com a chegada de Jair Bolsonaro (na época, PSL, hoje, PL) ao
poder, tudo mudou. Logo nos primeiros meses da gestão, os então
ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles (hoje deputado federal pelo
PL-SP), e da Agricultura, Tereza Cristina (atual senadora pelo PP-MS),
participaram da festa da colheita nas terras indígenas – que já estavam
embargadas na época – conforme mostrou reportagem de O Joio e O Trigo.
Além deles, o governador Mauro Mendes (União Brasil), também aliado de
Jair Bolsonaro, esteve no encontro. A superintendência do Ibama em Mato
Grosso alertou a direção do órgão em Brasília que a área não poderia
receber plantios, mas isso foi ignorado pelas autoridades que
compareceram ao evento.
Em setembro de 2019, o então presidente do Ibama Eduardo Fortunato
Bim, desembargou as fazendas e cancelou as multas aplicadas, em uma
medida vista por servidores como canetada para acomodar interesses de
Jair Bolsonaro, que estava à frente da Presidência da República na época
e apresentava os Paresí como exemplo de sua política de “integração” dos povos indígenas.
Depois disso, o Ministério Público Federal capitaneou a assinatura de
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), abrindo espaço para a
legalização da produção agrícola nas terras indígenas Rio Formoso,
Pareci, Utiariti, e também nos territórios Tirecatinga e Irantxe, na
mesma região – com algumas condições: que os fazendeiros não indígenas
se retirassem da área e que houvesse licenciamento ambiental pelo Ibama –
o que ainda não aconteceu.
“A gente ainda não pode comercializar esse produto de maneira legal,
ainda existe uma restrição muito grande”, admite Arnaldo Zunizakae,
líder dos indígenas sojicultores entrevistado em agosto de 2022 pelo O
Joio e O Trigo.
Zunizakae disse que a falta de licenciamento impede exportações, mas
não veta vendas domésticas. “Nossa soja é comercializada aqui [no
Brasil]. Essas empresas não podem exportar, se embarcar em um navio, a
Bunge vai ter problema, a Amaggi vai ter problema, a Cargill vai ter
problema. Eles sabem que eles vão ser punidos severamente por estar
comprando soja de terra indígena. É mais uma política trabalhada para
impedir que o indígena possa desenvolver agricultura nas suas terras.
Infelizmente”, critica.
Já Ronaldo Zokezomaiake, um ex-presidente da cooperativa Copihanama,
criada em 2018 e responsável pelo plantio de soja dentro dos
territórios, diz que mesmo as vendas internacionais estão acontecendo –
apesar da falta de licenciamento do Ibama. “Por enquanto, nós ainda
estamos usando algumas empresas para fazer essa ponte [comercial]. O que
nós produzimos aqui, entregamos para as empresas que nos financiam e
daí elas dão continuidade, mandam para fora, para exportação. Agora,
quando tivermos esse licenciamento, nós mesmos podemos fazer diretamente
essa comercialização”, explica.
Por meio da Lei de Acesso à Informação, a reportagem perguntou ao
Ibama se foi feita fiscalização na área após o embargo, incluindo o
monitoramento do destino da produção, mas a autoridade ambiental
informou que nada constava em sua base de dados. Tampouco houve sucesso
nas tentativas de contato com a assessoria de imprensa. O espaço
permanece aberto.
Atualização: Esta reportagem foi atualizada em 29/05/2023, às
14:30, para incluir a informação, enviada pela Abiove após a publicação,
de que sua manifestação representava, também, o posicionamento de ADM e
Viterra.
O presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu nesta segunda-feira, 29, a
retomada da compra de energia da Venezuela pelo Brasil para abastecer
Roraima. “Queremos recuperar nossa relação energética com a Venezuela.
Aquele linhão de Guri tem que ser colocado em funcionamento. Não se
justifica Roraima ser o único Estado fora da matriz energética
brasileira, funcionando na base da termelétrica”, disse o petista ao
lado do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
De acordo com Lula, o ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira, vai conversar com sua contraparte venezuelana para dar
andamento à pauta.
Maduro respondeu dizendo que está “pronto” para se conectar energeticamente com o Brasil via Roraima.
A declaração se dá em meio a estudos no governo brasileiro sobre se a
exportação de energia da Venezuela ao Brasil poderia ser utilizada para
abater a dívida da nação de Maduro com o País.
A holding de
publicidade britânica WPP está se unindo à gigante americana de chips
Nvidia para desenvolver uma ferramenta de conteúdo que usa inteligência
artificial (IA) generativa para publicidade digital, informaram as
empresas nesta segunda-feira, 29.
WPP e Nvidia disseram que, ao integrar recursos 3D com IA generativa,
a ferramenta permitirá que equipes de criação produzam mais rápido
conteúdo comercial, como imagens ou vídeos.
A ferramenta é baseada na plataforma Omniverse Cloud da Nvidia, segundo as empresas.
Os detalhes financeiros da parceria não foram divulgados. Fonte: Dow Jones Newswires.
A incorporadora Moura
Dubeux firmou acordo com a Atlantica Hospitality International para
explorarem o mercado de locação residencial. O objetivo é ampliar a
rentabilidade dos empreendimentos, um vez que a Moura Dubeux tem linha
de produtos imobiliários em cidades praianas e que funcionam como
segunda moradia, enquanto a Atlantica tem larga experiência com
hotelaria.
Neste modelo de negócios, os imóveis poderão ser direcionados para aluguel de curta ou longa duração, sob gestão da Atlântica.
A companhia é a segunda maior rede de hotéis do Brasil, com 28 mil
quartos sob gestão, englobando bandeiras de primeira classe como
Radisson, Hilton e Ramada.
Por sua vez, a Moura Dubeux lançou cerca de 4 mil unidades nos
últimos anos sob sua marca “Beach Class”, composta por apartamentos no
litoral, com vocação para locação. A companhia atua em sete estados da
Região Nordeste – Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte,
Ceará, Paraíba e Sergipe.
De acordo com comunicado ao mercado, a parceria terá, inicialmente,
um prazo de 5 anos, e oferecerá uma opção de potencial maximização de
retornos aos clientes que adquiriram imóveis da Moura Dubeux como forma
de investimento, buscando a rentabilidade através de aluguel.
A atuação conjunta vai na mesma linha de parcerias que a Atlântica já
vinha colocando em prática com outras incorporadoras na Região Sudeste,
como Even e Yuny, por exemplo.
Neste caso, a Moura Dubeux informou que a parceria não se limita aos
projetos já lançados e ao segmento “Beach Class”, podendo ser aplicada
também em projetos futuros que tenham a vocação para investimentos.
Além disso, a parceria prevê uma participação para a incorporadora
nas receitas de locação das unidades geridas pela Atlantica, alinhando
os interesses de longo prazo de todas as partes envolvidas.
A BRF investiu no ano
passado R$ 231,8 milhões em ações socioambientais, relacionadas às
mudanças climáticas, a água e resíduos, bem-estar animal e projetos
sociais nas comunidades em que está presente, 17,5% acima dos R$ 197,3
milhões aplicados em 2021. Os dados fazem parte do Relatório Integrado
de 2022 da empresa, divulgado na manhã desta segunda-feira, 29.
Do montante investido no ano passado, R$ 41 milhões se destinaram a
medidas de bem-estar animal, sendo R$ 33 milhões em incentivos para
granjas integradas e R$ 8 milhões para as próprias – a empresa reporta
que colocou fim à castração cirúrgica no plantel de suínos.
Também alcançou rastreabilidade de 100% de seus fornecedores diretos
de grãos provenientes da Amazônia e Cerrado e 45% dos fornecedores
indiretos desses mesmos biomas até o fim do ano passado. No primeiro
trimestre de 2023, o porcentual de fornecedores indiretos rastreados
subiu para 75%.
Desde 2019, a empresa publica relatórios integrados, que reúnem
informações financeiras e de sustentabilidade, seguindo as diretrizes da
Global Reporting Initiative (GRI) e da IFRS Foundation, bem como os
indicadores do Sustainability Accounting Standards Board (SASB) e da
Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD).
“O processo de transformação, iniciado em 2022, foi essencial para
que as bases de evolução da BRF possam sustentar com solidez todo o
potencial da nossa empresa. Continuaremos empenhados em maximizar os
resultados de maneira consistente ao longo do tempo”, disse em
comunicado o CEO Global da BRF, Miguel Gularte.
O vice-presidente de Gente, Sustentabilidade e Digital da BRF,
Alessandro Bonorino, explicou que a companhia vem levando em conta não
somente riscos e impactos não financeiros para seus stakeholders, como
também a ótica financeira. “Estamos incorporando a sustentabilidade cada
vez mais às decisões e estratégias da companhia”, diz Bonorino. A
empresa trata agora não somente da agenda ESG (meio ambiente, social e
governança), mas da EESG (sendo o primeiro E referente à aspectos
econômicos).
Dentro de seu plano Net Zero 2040, a BRF reduziu em 26% suas emissões
absolutas de gases de efeito estufa nos escopos 1 (emissões diretas) e 2
(referentes ao consumo de energia elétrica) em comparação ao ano-base
(2019).
Sobre as emissões de gases de efeito estufa do escopo 3, relacionadas
a seus fornecedores, a empresa informou que avançou no mapeamento de
tais emissões, tendo em vista seu compromisso de ser “Net Zero” até
2040. “Registramos aumento de 5% nas fontes mapeadas até o momento
frente a 2020 (ano-base), sob influência da retomada das viagens
corporativas e do aumento significativo de resíduos enviados para
tratamento externo por meio de compostagem”, diz a empresa no relatório.
O compromisso Net Zero da companhia prevê reduzir, até 2030, 35% de
suas emissões diretas (Escopo 1) e relativas a consumo de energia
elétrica (Escopo 2), e 12,3% das emissões indiretas, da cadeia de
fornecedores da empresa (Escopo 3). Até 2040, o compromisso é
neutralizar emissões residuais.
Em 2022, a companhia registrou prejuízo das operações continuadas de
R$ 3,142 bilhões, ante lucro de R$ 437 milhões de 2021. A receita
líquida no ano passado somou R$ 53,805 bilhões, alta de 11,3% ante 2021.