sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Presidente do BID vê juros no mundo menores à frente, mas não tão mais baixos como no passado


Presidente do BID vê juros no mundo menores à frente, mas não tão mais baixos como no passado

Presidente do BID, Ilan Goldfajn destaca que existem efeitos cada vez mais evidentes das mudanças climáticas e seus respectivos impactos socioeconômicos. (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

Para o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, as taxas de juros no mundo devem cair à frente, mas não para um nível tão baixo como no passado. “O período das últimas três décadas de juro zero, ou negativo, com inflação controlada, foi excepcional; não é para sempre”, avaliou o ex-presidente do Banco Central, durante participação em evento da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).

O presidente do BID, ressaltou, porém, que parte do atual ciclo de juro alto é resultado de uma questão bastante temporária, com uma inflação que tem demorado a cair, após alguns choques, como a pandemia de covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

“Aprendemos que demora a cair a inflação. Isso ensina que é preciso ter paciência e persistência”, afirmou Goldfajn.

Desafios da América Latina e efeitos do clima

Para o presidente do BID, a América Latina convive hoje com um “desafio triplo”, que é a crescente demanda por serviços públicos em meio a um cenário de restrição fiscal e crescimento econômico lento.

“Os governantes entram no poder e tem restrições fiscais, alguns com dívidas altas, outros precisando de estabilização e nem todos tem os recursos necessários para atender essa demanda por serviços públicos”, avaliou Goldfajn.

Somado a esse cenário, o presidente do BID destaca que existem efeitos cada vez mais evidentes das mudanças climáticas e seus respectivos impactos socioeconômicos. “Está claro que as mudanças climáticas já chegaram em todos os países da América Latina”, salientou.

Para Goldfajn, a necessidade de avaliar soluções para conter a emergência climática indica um cenário em que questões globais podem ser resolvidas a partir da América Latina. “É questão de perceber que o mundo precisa da América Latina e do Brasil para resolver problemas globais”, pontuou o presidente do BID, citando a necessidade de iniciativas de controle do desmatamento na Amazônia para controle do aquecimento global. “Você tem uma oportunidade de consolidar a Amazônia Legal, uma grande catalisadora dessa economia de baixo carbono”, destacou.

Insegurança alimentar

Para o presidente do BID, além das questões climáticas, o combate à insegurança alimentar é um outro ponto de atenção e no qual a instituição financeira tem buscado atuar.

“Falta melhor distribuição de alimentos e isso ficou evidente nos últimos anos”, avaliou Goldfajn, citando que houve um aumento de mais de 500% na produção de grãos entre 1977 e 2017. “E o Brasil tem oportunidade para ser o grande exportador de alimentos do mundo.”

 

Embraer prevê “onda” de pedidos de aeronaves E-Jet à medida em que continua sua recuperação


A Embraer prevê uma “onda” de pedidos de sua família de aeronaves E-Jet à medida em que a empresa continua sua recuperação operacional. Segundo executivos da empresa, a demanda por E-Jets está atrasada em relação aos modelos maiores da Airbus e da Boeing, mas em breve as companhias aéreas voltarão sua atenção para preencher a lacuna de segmento de mercado que os E-Jets atendem.

Segundo um artigo do site FlightGlobal, os executivos afirmam ainda que a Embraer está voltando à saúde financeira e corrigindo problemas em sua cadeira de abastecimento e produção, além de se posicionar para desenvolver futuras aeronaves de passageiros de baixa emissão.

Apesar da crise que a empresa enfrentou quando o acordo com a Boeing para venda de sua divisão de aeronaves comerciais foi cancelado, a Embraer está se recuperando financeiramente. A empresa espera um crescimento substancial na produção e na receita nos próximos anos, com a meta de atingir US$ 10 bilhões em receita até 2030.

Enquanto a Embraer enfrenta desafios no curto prazo, continua otimista em relação à demanda futura por seus produtos. A empresa espera que as companhias aéreas valorizem cada vez mais a eficiência dos E-Jets em comparação com os narrowbodies maiores oferecidos pela Airbus e pela Boeing. 

 https://aeroin.net/embraer-preve-onda-de-pedidos-de-aeronaves-e-jet-a-medida-em-que-continua-sua-recuperacao/#google_vignette

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Brasil é quase ‘Miss Universo’ entre os emergentes para investimentos, diz diretora do JPMorgan

Emy Shayo Cherman - LatAm and Brazil Equity Strategist - J.P. Morgan |  LinkedIn

Para a diretora e estrategista para Brasil e América Latina do JPMorgan, Emy Shayo Cherman, o Brasil é quase uma “Miss Universo” para a atração de investimentos globais em relação aos países emergentes. “Temos uma China desacelerando, problemas graves na Turquia, e na Argentina inflação acima de 100%”, descreveu, durante participação em evento da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), na manhã desta quinta-feira, 23.

Para ela, esse cenário faz com que existam poucos mercados emergentes que chamam a atenção de investidores. “A Índia é uma alternativa, mas é um país caro. O Brasil é mais barato que seus concorrentes. Sempre somos uma boa oportunidade”, pontuou a diretora.

Na avaliação de Emy Shayo, porém, ainda que haja um cenário positivo para o País, o fluxo de investimentos que parte de países desenvolvidos costuma depender das condições e da liquidez da economia dos Estados Unidos.

Ela citou, por exemplo, que até a metade de 2023 os investimentos em países emergentes somaram US$ 40 bilhões. A partir do segundo semestre, contudo, começou a haver elevação nos juro de longo prazo nos Estados Unidos, o que fez com que US$ 35 bilhões do total de investimentos recebidos até então, “fossem embora”, segundo a diretora.

Para ela, essa fuga de capital pôde ser vista não só nos ativos de renda variável, mas principalmente na renda fixa. “Na renda fixa talvez tenha sido até pior. Faz dois anos que temos visto muita saída de renda fixa de mercados emergentes”, afirmou.

Nesse contexto, Emy Shayo apontou que, por mais que questões como os problemas fiscais ou de condução da política econômica, boa parte da influência sobre os preços de ativos doméstico decorre de fatores internacionais. “Eu diria até que 80% da precificação que vemos em termos de mercado, depende dos mercados lá fora acima de tudo”, salientou.

Além dos EUA, a diretora observou que o desempenho econômico da China interfere nos ativos brasileiros. “Temos visto desconfiança em como os investidores têm se posicionado sobre a China. Mas é uma situação em que o Brasil se beneficia, mas também pode se prejudicar”, atentou a diretora, citando os indícios de desaceleração do país asiático e que algumas “questões geopolíticas” podem dificultar o investimento na China.

Projeções

Emy Shayo Cherman disse ainda que espera crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, ante projeção anterior de 1,0%. Ela atentou, com isso, que o País tem sempre surpreendido para cima no crescimento anual.

“É interessante pensar quais mudanças estruturais estão acontecendo com a gente. Será que todas as reformas dos últimos anos já se refletem aqui? Como vai ser o efeito da reforma tributária ao longo do tempo? São perguntas que recebemos muito em termos de crescimento”, avaliou a diretora.

Ela ressaltou, contudo, que o “calcanhar de Aquiles” da economia brasileira segue sendo a questão fiscal. “O Brasil tem um dos piores fiscais e uma das piores dívidas do mundo”, apontou.

 

Nos EUA, grupo sindical busca ingressar no conselho da Starbucks


Nos EUA, grupo sindical busca ingressar no conselho da Starbucks

Janela para os acionistas dos EUA indicarem candidatos para a próxima assembleia anual da Starbucks vai até esta sexta-feira. (Crédito: Divulgação)

 

Um grupo sindical tenta ingressar no Conselho da Starbucks, em meio a discussões sobre salários e condições de trabalho. O Strategic Organizing Center – coalizão de sindicatos, incluindo o Service Employees International Union, que tem uma pequena participação na rede de cafeterias – busca abordar o que considera ser uma falha do conselho em supervisionar o tratamento da empresa com seus funcionários.

O grupo indicou três nomes para o cargo de diretor, segundo fontes. A janela para os acionistas indicarem candidatos para a próxima assembleia anual da empresa vai até esta sexta-feira.

Nos últimos dois anos, cerca de 360 das 9.380 cafeterias da empresa nos Estados Unidos votaram a favor de se juntar ao sindicato Starbucks Workers United, afiliado ao Service Employees International Union.

A Starbucks prometeu gastar US$ 1 bilhão em salários mais altos e benefícios para os baristas.

Na segunda-feira, 20, a rede disse que formou um comitê do conselho focado no cumprimento de responsabilidades, incluindo supervisão regulatória e meio ambiente. Fonte: Dow Jones Newswires

 

Mudança de presidente no Bradesco é parte de estratégia robusta para próximos anos, diz Trabuco

Bradesco apresenta novo logo, que não sofria alterações desde 2012 • B9

O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que a nomeação de Marcelo Noronha para presidir o banco tem como objetivo uma nova era no conglomerado em meio a um cenário desafiador sob as óticas de eficiência operacional, competitividade e regulação.

“A mudança tem o propósito de iniciar um ciclo de projetos e objetivos estratégicos robustos para os próximos anos”, afirmou Trabuco, em nota à imprensa. “O contexto de mercado é absolutamente desafiador, do ponto de vista da eficiência operacional, aumento da competitividade e ambiente regulatório”, acrescentou.

Sem entrar nos detalhes na razão que levaram à troca de comando no banco, Trabuco disse que cada geração de executivos tem o seu “momento de maturação, ritos de passagem e patrimônios acumulados como legado”.

“O momento representa um cenário propício para dar visão renovada aos movimentos necessários em direção aos objetivos colocados pelo Conselho de Administração do Bradesco”, afirma Trabuco.

Ele, que presidiu o banco por quase uma década antes de assumir o comando do colegiado, teceu ainda elogios ao novo presidente do Bradesco. “Marcelo Noronha apresenta carreira consistente, sólida, e acreditamos que suas prerrogativas serão adequadas e compatíveis à conjuntura econômica e às exigências do mercado”, diz.

 

Lula instala Comissão Nacional do G20 em cerimônia em Brasília

Candidate of Worker’s Party Luiz Inácio Lula Da Silva speaks during the first presidential debate ahead of October 02 elections at TV Bandeirantes...


SÃO PAULO, 23 NOV (ANSA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva instalou nesta quinta-feira (23) uma comissão administrativa para a coordenação da presidência brasileira no G20, que começará a partir do dia 1° de dezembro.   

De acordo com o petista, este possivelmente é o mais importante evento internacional que o Brasil vai assumir a responsabilidade de coordenar.   

Durante cerimônia em Brasília, Lula destacou as prioridades da gestão brasileira, como o combate à desigualdade, à fome, à pobreza, além da luta contra as mudanças climáticas e a transição energética.   

Para o líder brasileiro, a “transição energética se apresenta para o Brasil como a oportunidade que nós não tivemos no século 20”.   

Em seu discurso, Lula também disse que quer fazer uma “grande discussão” sobre a governança mundial e o funcionamento das instituições multilaterais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.   

Segundo ele, é preciso que essas instituições deem prioridade às necessidades dos países em desenvolvimento e avaliem formas de renegociação de dívidas de nações em crise, como a Argentina.   

O presidente enfatizou que não é possível que as instituições “continuem funcionando como se nada tivesse acontecendo no mundo, como se tivesse tudo resolvido”.   

“Muitas vezes instituições que emprestam dinheiro, não com o objetivo de salvar o país que está tomando o dinheiro emprestado, mas para pagar dívida, e não para produzir um ativo produtivo, em uma demonstração que não há contribuição para salvar a vida dos países, estamos vendo o que aconteceu na Argentina, estamos vendo o continente africano com US$ 800 bi de dívida e que se não houver uma rediscussão de como fazer financiamento para países pobres a gente não vai ter solução”, explicou.   

A Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência Brasileira do G20 será composta por 39 órgãos do governo, divididos em dois grupos.   

Conforme divulgado por Lula, o governo divulgará a partir de dezembro calendários e notas que vão orientar os trabalhos relacionados ao G20. Durante a cerimônia também eativeram presentes ministros do governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. (ANSA).  

 

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Sobre Argentina, Campos Neto diz não conseguir ver como acabar com todas as funções de um BC

Integrantes do PT dizem que declarações de Campos Neto ...

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira, 22, que não vê como eliminar todas as funções que são executadas por um banco central e que é preciso entender melhor qual é o plano do presidente eleito da Argentina, Javier Milei. Desde a época de campanha, Milei tem prometido fechar o BC argentino.

“É óbvio que, com a dolarização, uma função do BC deixa de existir, mas um banco central tem o mandato de estabilidade da moeda e de estabilidade financeira. Isso significa que o BC faz função de conduta, supervisão e regulação financeira, que alguém tem que fazer”, argumentou Campos Neto. “Há também uma parte de controle de fluxos internacionais, de entrada e saída de moeda, independente da sua moeda.”

Campos Neto relembrou que, na União Europeia, mesmo com uma moeda única, os países têm seus próprios bancos centrais, com função de regulação e supervisão individual. “Não consigo ver como eliminar todas essas funções. Acho bem perto do impossível”, disse.

O presidente do BC reiterou que não conhece o plano de Milei, mas que entende que há necessidade de buscar uma âncora de credibilidade no país, sobre a proposta de dolarização. “O peso perdeu totalmente a função de credibilidade e é uma economia que já é basicamente dolarizada. As pessoas pensam em dólar, mesmo que negociem em peso”, afirmou.

O banqueiro central também analisou que há uma percepção na Argentina de que o banco central local foi em parte responsável pela degradação da moeda, “ao ser usado como instrumento para financiar o governo de forma obscura por muito tempo.” Ele frisou que isso não seria possível no Brasil, devido à autonomia do BC.

O processo de perda de credibilidade da Argentina foi longo e começou com a perda de independência do BC, defendeu. Campos Neto frisou, porém, que seria importante não acabar com o banco central, mas sim ter uma instituição que funcionasse.

O banqueiro central emendou que essa é uma lição importante para o Brasil. “É importante ter um BC autônomo, robusto e com bons funcionários, pessoas capacitadas. É importante cumprir e ter credibilidade também no cronograma de metas fiscais para indicar uma trajetória de dívida sustentável.”

Campos Neto participou de café da manhã com a Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, no Senado Federal.