Ibovespa
tem instabilidade nesta quarta-feira, 3. Após cair 0,23% na mínima, aos
132.389,71 pontos, passou a subir. A valorização veio após as ações da
Petrobras irem para o campo positivo, seguindo o petróleo. Já em Nova
York, os índices futuros de ações permaneciam em baixa, enquanto o dólar
à vista reduzia a alta e os juros futuros no Brasil subiam com um pouco
mais de ímpeto, seguindo os rendimentos dos títulos do Tesouro dos
Estados Unidos.
A
despeito do avanço dos Treasuries, sobretudo o de dez anos, Alexandre
Mathias, estrategista chefe da Monte Bravo, pondera que o movimento não
preocupa, após os fortes recuos nos dois últimos meses de 2023. Agora,
diz, realiza um pouco, mas sem derrubar a ideia de que o Federal Reserve
(Fed, o banco central dos Estados Unidos) começar a cortar o juro
básico neste ano.
“A
inflação está bem comportada e permitiu ao Fed parar de subir os juros,
colocando a expectativa de queda na agenda, Acreditamos que a redução
começará em junho, e não em março como alguns estimam.”, diz Mathias.
Por
isso, o mercado espera a divulgação de dados dos EUA e a ata do Fed
para ajustar suas apostas sobre quando se iniciará o corte dos juros
americanos.
Os
investidores estão preocupados e um pouco mais pessimistas em relação a
quando e como será a velocidade de cortes das taxas de juros nos
Estados Unidos, menciona em comentário matinal o economista Álvaro
Bandeira. Porém, há um lado menos desfavorável quanto aos EUA, o de que
não passará por uma recessão que era dada como certa, cita.
Após
ceder mais cedo, o petróleo firmava alta, com o do tipo Brent que é
referência para a Petrobras avançando quase 1,00%. Há relatos de que
manifestantes da cidade de Ubari, do sudoeste da Líbia, fecharam o campo
petrolífero de Sharara, um dos maiores e mais importantes do país. Com
isso, há o temor de redução na oferta.
Apesar
do recesso parlamentar no Brasil, os assuntos políticos chamam a
atenção neste início de ano, em meio às rusgas entre os Poderes
Legislativo e Executivo. A instabilidade nas relações já era notória
desde a publicação, semana passada, da MP que suspende efeitos da
desoneração da folha. E ganhou um ingrediente extra após o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva barrar a ação do Congresso para ditar a
liberação de emendas.
A despeito dos ruídos, Mathias, da
Monte Bravo, ressalta que o importante é a manutenção do arcabouço
fiscal e da meta de déficit zero para 2024. “Se o arcabouço e a meta
forem preservados, o cenário benigno para o Brasil tende a continuar.”
Neste
ambiente cauteloso, o Índice Bovespa fechou a terça-feira, 2, em queda
de 1,11%, aos 132.696,63 pontos, com os investidores em compasso de
espera pela agenda desta quarta-feira e preocupações com a instabilidade
na relação entre o governo e o Congresso.
“Não deveria perder o nível dos 131 mil pontos, sob pena de acelerar as realizações”, alerta o economista Álvaro Bandeira.
A
despeito da valorização de 2,83% do minério de ferro em Dalian, na
China, as ações da Vale recuavam 0,51% no horário citado acima. O
Ibovespa cedia 0,12%, aos 132.5432,15 pontos, ante máxima aos 132.871,68
pontos, em alta de 0,13%.
Petrobras avançava 0,48% (PN) e
0,56% (ON), enquanto ações de grandes bancos passavam a subir também,
com a maior elevação de 0,54% (Bradesco PN).
A agenda
interna está esvaziada, com destaque apenas aos dados do setor externo.
As transações correntes tiveram resultado negativo de US$ 1,553 bilhão
em novembro, pior que a mediana das estimativas encontrada na pesquisa
do Projeções Broadcast, de déficit de US$ 500 milhões. Ainda assim,
trata-se do melhor desempenho para meses de novembro desde 2016. Já a
entrada de Investimentos Diretos no País (IDP) surpreendeu em novembro e
somou US$ 7,780 bilhões.