quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Reoneração da folha: entenda a queda de braço entre governo e Congresso

 


Reoneração da folha: entenda a queda de braço entre governo e Congresso

Haddad propôs fim da desoneração em folha de pagamentos, que veio a ser revogada após veto do presidente Lula (PT) (Crédito: Washington Costa/MF)

 

A Medida Provisória anunciada pelo governo no fim de dezembro de 2023 para reonerar gradualmente o pagamento em folha não é bem vista pelas lideranças partidárias no Congresso Nacional, conforme o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSB), teria sinalizado para o ministro Fernando Haddad.

Foi publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira, 29 de dezembro, a Medida Provisória 1202/23, que limita a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. A proposta estabelece retorno gradual da contribuição patronal sobre os salários, de forma escalonada, até 2027. A MP também prevê alíquota menor de imposto, a partir de abril, para um salário mínimo por trabalhador e redução gradual do benefício até 2027.

Haddad propôs fim da desoneração em folha de pagamentos, que veio a ser revogada após veto do presidente Lula (PT) na primeira quinzena de dezembro. Segundo as projeções do ministério, a medida deve recuperar R$ 6 bilhões dos R$ 12 bi que seriam perdidos com a desoneração total. No fim de dezembro, foi ventilado que mudanças no texto eram possíveis, além da MP ser devolvida ao governo.

A proposta da MP anunciada no fim de dezembro revoga artigos da Lei nº 12.546/2011, que desonera parcialmente a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento, revoga a alíquota reduzida da contribuição previdenciária aplicável a determinados Municípios e limita a compensação de créditos decorrentes de decisões judiciais transitadas em julgado. Todo o pacote é focado em metas de déficit zero do governo Lula 3 para 2024, segundo a Fazenda.

A desoneração foi prorrogada pelo Congresso e vetada pelo governo Lula. O Congresso derrubou integralmente o veto, restabelecendo a desoneração por meio da Lei 14.784/23.

Oposição reage: ‘Não será acolhida’

Lideranças e outros nomes da oposição ao governo no Legislativo se pronunciaram a respeito da medida, que deve ser votada no Congresso em comissão mista – Senado e Câmara.

Sergio Moro (União-SP) afirmou, via X, ser contra o pacote de Haddad. “O ano de 2023 termina como começou, com o Governo Lula querendo mais impostos. A MP da reoneração sobre a folha de salários ofende o contribuinte e o Congresso”, escreveu, ainda em dezembro de 2023.

Vice líder no Senado,Damares Alves (Republicanos-DF) endossou o discurso da minoria no plenário. “Saibam que se depender dos senadores da oposição a maluca Medida Provisória que acaba com a desoneração da folha de pagamento para diversos setores não será acolhida”, escreveu em seu perfil no X. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) também reagiu: “Desrespeito ao Congresso. Espero que o Congresso reaja como Instituição”, escreveu, compartilhando uma imagem de Lula e Haddad na rede social.

O que é desoneração da folha de pagamento?

A desoneração da folha substitui a contribuição previdenciária patronal, atualmente de 20% sobre os salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. O programa foi prorrogado pelo Congresso até 2027.

Em suma, se tratam de benefícios fiscais para empresas. No caso, 17 setores são impactos diretamente, como indústria têxtil e confecção, transportes, call centers, entre outros. Veja a relação aqui.

 A medida provisória editada em 29 de dezembro pelo governo Lula exclui do programa de desoneração da folha de pagamentos oito dos 17 setores até então atendidos pelo benefício.

Com informações da Agência Câmara de Notícias*

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