sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Ibovespa avança acima dos 131 mil pontos, com apostas de queda dos juros dos EUA em março

 

Ibovespa: o que é, como funciona e para que serve

A valorização forte do petróleo no exterior se junta à percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começará a cortar o juro básico em março levam o Ibovespa de volta aos 131 mil pontos. O principal indicador da B3 só não avança mais por causa do recuo do minério de ferro, que impede as ações da Vale de avançar.

Após transitar entre leve alta e baixa na faixa dos 130 mil pontos, o Índice Bovespa ganhou tração após a divulgação após a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA. O indicador caiu 0,1% em dezembro, na margem, ante previsão de alta 0,2%, registrando expansão anual de 1% (projeção era de alta de 1,4%). Em Nova York, as bolsas abriram no campo positivo.

“Veio abaixo do esperado e o mercado está apostando em um corte dos juros americanos em março. Neste sentido, entendemos”, avalia Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos. A questão, diz, é saber se esse movimento é racional ou exagerado. “Acreditamos que o ritmo dos cortes será gradual”, completa Takeo.

Como recorda Lucca Ramos, sócio da One Investimentos, o mercado ficou muito “pesado” ao longo da semana, enquanto esperava a divulgação do CPI americano, que mede os preços ao consumidor. O dado de dezembro, informado ontem, veio mais forte do que o esperado, colocando dúvidas em relação à possibilidade de o afrouxamento monetário dos EUA começar em março.

“Por mais que o CPI tenha vindo acima do previsto, o sinal da inflação é decrescente. O dado só reitera a importância de olhar de maneira mais coerente as frases do Fed. Não é porque sinalizou corte de 1,50 ponto porcentual para este ano que o processo será rápido. O PPI mostra que a inflação está cedendo, mas a batalha não está ganha. Pode ser que o corte venha em março, mas acredito que isso será postergado”, analisa Ramos, da One Investimentos.

A alta do Ibovespa ignora a queda de 1,76% do minério de ferro em Dalian, na China. O recuo ocorreu em dia de divulgação de dados fracos de inflação do gigante asiático, apesar do resultado melhor do que o esperado das exportações chinesas em dezembro. “Acredito que a queda do minério tenha mais a ver com a commodity em si. Subiu muito recentemente, então um recuo é saudável”, pontua o sócio da One Investimentos.

Após avançar mais de 4,00%, o petróleo diminui a intensidade da alta para perto de 3,00%. O avanço reflete ataque com mísseis de EUA e Reino Unido ao Iêmen, em meio às tensões geopolíticas. As ações da Petrobrás avançavam entre 1,13% (PN) e 0,96%). Já Vale ON caía 0,18%.

Com perspectiva de queda dos juros nos EUA em março, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA cedia, influenciando os juros futuros no Brasil. Assim, algumas ações ligadas ao ciclo econômico doméstico avançavam.

Às 11h29, o Ibovespa subia 0,85%, na máxima aos 131.758,43 pontos, ante queda de 0,18%, na mínima aos 130.409,66 pontos. Na quinta-feira, fechou com desvalorização de 0,15%, aos 130.648,75, chegando a flertar com o nível dos 129 mil pontos, com recuo semanal de 1,04%.


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