terça-feira, 16 de abril de 2024

Mercado Livre mira elevar quadro em 28% no Brasil, com a contração de 6,5 mil funcionários

 


O número de contratações exclui funcionários terceirizados e temporários

 

 

Mercado Livre - Crédito: Divulgação

O Mercado Livre anunciou na segunda-feira, 15, que pretende aumentar o seu quadro de pessoal no Brasil em 28% neste ano com a contração de cerca de 6,5 mil funcionários, à medida que a companhia desenvolve seu plano de expansão no país.

O vice-presidente sênior do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades do governo na noite de segunda-feira.

O número de contratações exclui funcionários terceirizados e temporários, disse à Reuters Patricia Monteiro de Araujo, diretora de recursos humanos do Mercado Livre no Brasil.

As contratações previstas levarão o total de trabalhadores do Mercado Livre no Brasil, onde a companhia obtém mais de 50% de sua receita total, para cerca de 29,2 mil funcionários.

No mês passado, a companhia disse que pretende investir 23 bilhões de reais no Brasil em 2024, um aumento de 21% ante 2023, consolidando uma expansão recente, solidificada em parte pela demanda por produtos online a partir da pandemia.

Para comparação, em 2019, o Mercado Livre investiu 2 bilhões de reais no Brasil, e tinha menos de 3 mil funcionários.

Do total previsto, a principal área de contratação do Mercado Livre no ano deve ser logística, com 5.200 funcionários, com foco nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, segundo a executiva. Atualmente, a empresa possui 10 centros de distribuição no Brasil.

O setor de tecnologia no Brasil, área com sede em Florianópolis, tem expectativa de contratação de 875 funcionários, elevando o número de pessoal para 4.500 até o final do ano.

TRABALHO HÍBRIDO

Monteiro disse também que o Mercado Livre, dono da fintech Mercado Pago, pretende manter parte dos funcionários trabalhando de forma remota.

A empresa afirma manter uma política, com origem antes da pandemia, em que cargos administrativos têm flexibilidade de trabalho. Papéis de alta liderança, porém, possuem uma exigência de 20% de presença em algum escritório da companhia no trimestre.

O Mercado Livre não disse quantos funcionários podem operar nesse modelo, e Monteiro destacou que essa flexibilidade envolve principalmente carreiras não relacionadas à entrega física de produtos.

“Acho que estamos sendo diferenciados quando a gente se compara com empresas de tecnologia, principalmente as norte-americanas”, disse ela. “Temos visto mais rigor, até tradicional, em empresas de tecnologia que antes eram vanguarda em tudo que era forma de trabalhar.”

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Salário mínimo em 2025: proposta do governo será de R$ 1.502, diz Haddad

 


Saiba qual será o valor do novo salário mínimo a partir de janeiro de 2024

Vale lembrar que quando há mudanças no valor, também mudam os pagamentos de aposentadorias, pensões, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Seguro Desemprego. (Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

 

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (15) que o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, que será encaminhado ao Congresso Nacional nesta tarde, vai estabelecer o valor do salário mínimo para 2025 em R$ 1.502. O valor representa uma alta de 6,37% em relação aos R$ 1.412 atuais.

A informação foi dada em à Globo News. O ministro também disse que o projeto preverá meta de déficit fiscal zero para o ano que vem – ou seja, os gastos do governo devem empatar com as receitas.

Isso representa um afrouxamento na comparação com a previsão feita em 2024, de que o governo buscaria um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) – ou seja, as receitas deveriam superar os ganhos em 0,5% da soma do que é.

 

Haddad diz que levou a Lula desejo de Campos Neto de fazer transição mais longa no BC

 

Brasília em Off: O lado de Fernando Haddad que incomoda o mercado -  Bloomberg


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 15, que levou ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o desejo do atual presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, de fazer uma transição mais longa na substituição do comando da autoridade monetária. “Está tudo sendo feito de maneira bastante civilizada, e vai ser feita a transição de maneira muito tranquila”, disse, em entrevista à GloboNews.

Haddad afirmou que Campos Neto defende que seja anunciado um substituto antecipadamente para que a transição de poder seja mais prolongada.

O ministro reforçou que, nas quatro vezes em que foi ouvido por Lula sobre indicações ao BC, houve definição de nomes conforme critérios técnicos, de personalidade e de capacidade de comunicação e diálogo.

“Não penso que Lula mudará sua diretriz de escolher grandes nomes para o Banco Central, inclusive substituto de Campos Neto”, disse Haddad, ao reforçar que não viu nenhuma das indicações do governo ao BC sendo questionadas.

O ministro repetiu ainda que o governo enfrentou um desafio inédito de conviver com um presidente da autoridade monetária que foi escolhido pela gestão anterior, mas reforçou que sempre procurou conviver com o Banco Central da melhor forma possível.

Lula faz nova reunião sobre crédito depois de adiar lançamento de medida

 Brazilian leftist presidential pre-candidate Lula Da Silva speaks during a campaign rally at Centro de Convenções Ulysses Guimarães on July 12, 2022...


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, realiza nesse momento uma nova reunião sobre crédito, depois de adiar o lançamento de medidas para o setor que estava previsto para esta segunda-feira.

O compromisso foi incluído no período da tarde desta segunda-feira na agenda pública do petista.

Estão com Lula, de acordo com o registro oficial: Dario Durigan (secretário-executivo da Fazenda), Tarciana Medeiros (presidente do Banco do Brasil), Carlos Vieira (presidente da Caixa Econômica Federal) e Décio Lima (diretor-presidente do Sebrae).

O governo federal prepara um pacote de medidas voltadas ao microcrédito e um programa de renegociação de dívidas de micro e pequenas empresas – uma espécie de Desenrola para esses segmentos -, entre outras ações.

Não haverá ‘modelo único’ superior na IA, afirma diretor da Amazon

 Amazon Web Services: entrevista com CEO Adam SelipskyIT Experts


A Microsoft e seu aliado OpenAI lançaram no ano passado uma corrida maluca pela inteligência artificial (IA) generativa, alcançados imediatamente pelo Google. Desde então, as duas gigantes dominaram essa tecnologia crucial, graças aos seus modelos cada vez mais potentes, enquanto a Amazon teve que se adaptar para continuar no jogo.

“Com todo respeito, eu discordo”, disse Adam Selipsky, diretor da AWS – o serviço em nuvem da Amazon – em uma entrevista à AFP. “Não haverá um único modelo de IA generativa que domine sobre todos os outros”.

“Temos modelos grandes e pequenos, alguns muito rápidos, outros muito precisos. Os clientes precisam escolher para atender a diferentes necessidades”, acrescentou ao citar as qualidades dos diferentes modelos disponíveis na plataforma Bedrock da AWS, como a Claude da Anthropic, o Llama da Meta, a francesa Mistral AI e a aposta da Amazon, o Titan.

“Talvez outros provedores (da nuvem) não tenham uma grande seleção de modelos”, brincou o executivo.

No Vale do Silício, a inteligência artificial generativa – que inclui a produção de texto, imagens, linhas de código e sons com uma simples solicitação em linguagem coloquial – é considerada pronta para revolucionar a maneira como as pessoas trabalham.

Especificamente, as empresas de serviços em nuvem, que armazenam os dados de organizações de todos os tamanhos, comercializam serviços de IA e agora hospedam os modelos necessários para essa nova tecnologia.

A Amazon, pioneira na nuvem e nas vendas online, domina a computação remota. No final de 2023, a AWS tinha 31% do mercado, de acordo com a Stocklytics.

– “Continuar como líderes” –

Atrás da multinacional americana, estão a Microsoft (24%, com o Azure) e o Google Cloud (11%), que estão ganhando terreno.

Graças aos quase US$ 13 bilhões (R$ 66,7 bilhões) investidos na OpenAI e suas novas ferramentas de IA generativa, a Microsoft “está liderando o caminho”, de acordo com o analista Dan Ives.

A gigante da computação e o Google competem no campo dos assistentes virtuais de IA para criação de conteúdo (e-mails, publicidade, etc.) e aplicativos.

A Amazon aparece mais discreta. Sua plataforma, AWS, é pouco conhecida pelo grande público, e sua assistente de voz, Alexa, ainda não mantém conversas como o ChatGPT.

“Mas nós fazemos IA há mais de 25 anos. Em 1998, no site de comércio eletrônico, chamava-se ‘personalização'”, enfatizou Selipsky.

“Temos milhares de especialistas em IA e rapidamente alguns deles se voltaram para a IA generativa”, especialmente para projetar os chips Trainium, que treinam modelos de IA, a plataforma Bedrock, lançada em outubro, e o Amazon Q, assistente de IA, acrescentou o diretor.

“Se seguirmos nossos planos e continuarmos sendo verdadeiramente criativos, acredito que continuaremos como líderes na nuvem”.

Líder da AWS desde 2021 – quando o ex-diretor Andy Jassy substituiu Jeff Bezos no comando da Amazon -, Selipsky gostaria que seus clientes e parceiros testemunhassem isso.

Entre os serviços está a Nvidia, estrela da IA generativa graças a processadores ultrassofisticados ou seu GPU. A empresa, sediada na Califórnia, “acabou de anunciar no palco, comigo, que está construindo um ‘supercomputador’ na AWS, com seus chips, para fazer sua própria pesquisa e desenvolvimento internos”, insistiu.

“Infalíveis” –

A empresa de Seattle investiu US$ 4 bilhões (R$ 20,5 bilhões) na Anthropic, uma concorrente da OpenAI que também recebeu financiamento significativo do Google.

A startup usará a AWS e os microchips Trainium para “construir as futuras versões de seus modelos”, comemorou Adam Selipsky. “Eles vão nos ajudar a melhorar nossa tecnologia”.

Sobre as novas aplicações da IA generativa, Selipsky menciona principalmente exemplos de aumento de produtividade.

A empresa farmacêutica Pfizer, “que tem cerca de 20 projetos piloto de IA na AWS, estima que lançará (medicamentos) mais potentes, mais rapidamente e terá (até) um bilhão de dólares de economia anual graças à IA”, explicou.

Empresas, como as companhias aéreas, estão usando a nova tecnologia para criar chatbots que interagem com seus clientes. No entanto, não são infalíveis.

“As empresas nos dizem que os seres humanos também não são infalíveis”, observou Adam Selipsky. “E, em vários casos, os modelos são mais eficientes em termos de precisão e utilidade do que os agentes” humanos.

Segundo o diretor, as demissões na AWS não têm relação com a substituição de funcionários pela IA.

A plataforma de serviços da nuvem acabou de eliminar centenas de empregos, principalmente em vendas e marketing, para se concentrar em suas prioridades: a IA.

“A AWS tem milhares de ofertas de emprego”, afirmou. “Foi assim ontem e será assim amanhã”, concluiu Selipsky.

Níquel, lítio e satélites: conheça interesses de Musk no Brasil

 Elon Musk: conheça o bilionário dono da Tesla, da SpaceX e ...


Além de controlar a plataforma X, antigo Twitter, que vende anúncios para propaganda, o multibilionário Elon Musk controla outras empresas, desde fábricas de foguetes até de carros elétricos. No Brasil, o empresário, que mantém uma cruzada contra o governo e o Judiciário brasileiro, têm ao menos dois negócios no país – níquel e satélites – e um interesse: o lítio.

Com um patrimônio líquido no valor de R$ 960 bilhões, segundo a revista Forbes, Musk é considerado a segunda pessoa mais rica do planeta. Entre seus principais interesses está o da mineração que abastece suas indústrias com materiais necessários para produção.

A fabricante de veículos elétricos Tesla, controlada por Musk, fechou contrato “de longo prazo” com a mineradora brasileira Vale, anunciado em maio de 2022, para o fornecimento de níquel a partir das operações da Vale no Canadá. A companhia brasileira também extrai níquel no Pará.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil acreditam que existe interesse de Musk pelo lítio brasileiro. O insumo é chamado de “ouro branco” ou “petróleo do século XXI” e é um dos minerais considerados “críticos” de importância central para transição energética e para as baterias dos carros elétricos. A estimativa é que a procura pelo minério deve se multiplicar nos próximos anos.

O Brasil tem importantes reservas, apesar de não ser local das principais reservas do planeta. Estima-se que 53% do lítio na América Latina esteja concentrado em países como Chile, Bolívia e Argentina. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o Brasil tem a 15ª maior reserva de lítio, com 800 mil toneladas do minério estimadas. 

O bilionário Elon Musk participa de testes da SpaceX – Reuters/Divulgação

Já o Ministério de Minas e Energia sustenta que o Brasil é dono da 7ª maior reserva de lítio do mundo, com 1,23 milhão de toneladas, sendo o 5ª maior produtor mundial. O MME justifica que a diferença se deve ao fato de considerar “a parte economicamente lavrável dos recursos medidos”.

“Ao contrário da maioria dos países, o lítio encontrado em Minas Gerais é de alta pureza, facilitando seu uso na fabricação de baterias mais potentes.” 

No Brasil, as principais reservas se concentram na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. 

Geopolítica do lítio 

Com esse potencial, as notícias de que a empresa canadense que atua no Brasil, a Sigma Lithium, está em processo de venda para a chinesa BYD, umas das principais concorrentes da Tesla do Musk, está preocupando o multibilionário, segundo avalia Hugo Albuquerque, jurista e editor da Autonomia Literária, editora que publica textos ligados aos movimentos sociais.  

“A BYD está dominando todas as cadeias da produção mais centrais e avança na sua posição global. Antes, lembremos, Musk admitiu ter apoiado o golpe na Bolívia justamente por causa do lítio”, comentou o especialista.

Hugo Albuquerque, jurista e editor da Autonomia Literária. Foto:  Arquivo pessoal

Em julho 2020, em um debate no X sobre a acusação de que os Estados Unidos estariam por trás da destituição do presidente boliviano Evo Morales, ocorrida em 2019, Musk afirmou: “vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso”. A BYD, inclusive, anunciou que vai operar fábricas de carros elétricos na Bahia. 

O fundador do Observatório da Mineração, o jornalista Maurício Angelo, que investiga a atuação das mineradoras no país desde 2015, avalia que a aquisição da Sigma pelos chineses é um problema para Musk.

“A mineração é um setor restrito, as jazidas são restritas, estão localizadas em países e regiões específicas. Então você não pode escolher onde vai operar, extrair e negociar”, explicou Angelo, acrescentando que “se a BYD adquire a Sigma, para o Musk é um problema, porque você está fortalecendo um concorrente direto no Brasil, no país estratégico como é o Brasil”.

O professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC, Gilberto Maringoni, alerta ainda que existe a preocupação das empresas interessadas no lítio, e dos países onde elas estão sediadas, de que as nações que detêm essas reservas não formem um cartel como a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep).

Maringoni lembrou que o presidente da Bolívia, Luis Arce, que governa o país que tem uma das maiores reservas de lítio do mundo, manifestou interesse em criar uma Opep do lítio com os demais países latino-americanos donos de grandes reservas.

“[A ideia de Arce] é a formação de um cartel internacional dos produtores de lítio, não só para discutir preço, mas como vai ser feita a exploração das reservas. Porque as empresas chegam com uma proposta extrativista, você cava o buraco e leva o material embora, uma coisa semicolonial. E o que o Arce quer é criar uma indústria do lítio aqui”, comentou Maringoni, que também coordena o Observatório de Política Externa do Brasil (Opeb). 

Em julho de 2022, o governo de Jair Bolsonaro publicou o Decreto 11.120, liberando a exploração de lítio no Brasil ao determinar que a exportação e importação do mineral “não são sujeitas a critérios, restrições, limites ou condicionantes de qualquer natureza, exceto aqueles previstos em lei ou em atos editados pela Câmara de Comércio Exterior – Camex”. 

Satélites

Outro interesse do empresário no Brasil é em relação a sua empresa aeroespacial SpaceX. Em janeiro de 2022, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou o uso de satélites Starlinks, da SpaceX, no país. 

O professor da federal do ABC, Gilberto Maringoni, destacou que o interesse de Musk com o Starlink é imenso, porque todo o fluxo de informações que circula na Amazônia está sob controle do grupo estrangeiro controlado pelo empresário.

“Todo o fluxo de informações, seja das Forças Armadas, seja da área de saúde pública, seja das delegacias de polícia, de escolas, enfim, toda a conexão é feita através do Musk. Ele detém, então, o poder de apagar a Amazônia e provocar um colapso. Além disso, ele tem contratos também com as Forças Armadas e com algumas áreas da justiça. É muito mais do que a exploração do lítio”, explicou.

Diante dos ataques de Musk ao Judiciário brasileiro, o Ministério Público do Tribunal de Contas da União (MP-TCU) pediu que o Tribunal exija informações do governo federal de quais contratos mantém com a Starlink, incluindo as Forças Armadas.

“Caso haja confirmação da existência desses contratos, deve o TCU determinar a sua imediata extinção, por conta da violação à soberania nacional defendida pelo Sr. Elon Musk”, afirmou o Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado. A petição assinada no último dia 10 de abril está sob a relatoria do ministro do TCU, Aroldo Cedraz.

Quatro meses após a Starlink receber autorização da Anatel, Musk visitou o Brasil e foi recebido pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro, além de ter sido condecorado com a medalha da Ordem do Mérito da Defesa pelo Ministério da Defesa. A premiação é dada a personalidades que prestam “relevantes serviços” às Forças Armadas.

A Starlink tem, desde então, avançado no mercado brasileiro, em especial, nos locais de difícil acesso da região amazônica. Em fevereiro de 2023, a Anatel prorrogou os direitos de uso da companhia estadunidense por entender que ela contribui “com o progresso de nossas telecomunicações”. 

Para o analista Hugo Albuquerque, há interesse do empresário na desestabilização do governo brasileiro para facilitar seus negócios no Brasil, já que ele tinha um canal mais direto de negociação com o governo anterior.  

“Ele quer expandir a rede de internet possibilitada pelos satélites da Starlink para prospectar a Amazônia ou vencer disputas no Ministério da Educação. Além disso, ele entende que para conseguir tudo isso, ele precisa trocar o governo aqui”, completou.

Em outubro de 2023, o Ministério da Educação (MEC) informou que alteraria as regras para conectividade das escolas, o que pode, em tese, prejudicar a empresa de Musk.

Os satélites da Starlink ainda têm sido usados por garimpeiros ilegais para se comunicar nas regiões isoladas da Amazônia, segundo informou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “O Ibama relata que tem sido comum encontrar antenas da Starlink em garimpos”, informou, em nota.

Antes da operação da companhia, esses garimpeiros tinham dificuldade de se comunicar, de acordo com jornalista do Observatório da Mineração, Maurício Ângelo. “Os garimpeiros ilegais que atuam na Amazônia conseguiram a solução para o problema de conectividade que sempre tiveram via Starlink de 2022 para cá”, comentou.

Vale antecipa em 2 anos meta de 100% de consumo de energia renovável no Brasil

 Logo Vale – Logos PNG


A Vale informou nesta segunda-feira, 15, que toda a energia elétrica utilizada nas suas operações no Brasil em 2023 foi proveniente de fontes renováveis, como usinas hidrelétricas, eólicas e solar. Com isso, a empresa atingiu a meta de ter 100% de consumo de energia elétrica renovável no País dois anos antes do prazo previsto, que era 2025.

Em nota, a empresa destaca que o atingimento da meta significa que a Vale zerou suas emissões indiretas de CO2 no Brasil, que correspondem ao escopo 2. A empresa ainda tem o desafio de alcançar 100% de consumo de energia renovável em suas operações globais até 2030. No momento, esse indicador está em 88,5%.

“Estamos anunciando um marco importante na estratégia de descarbonização da Vale, que busca reduzir em 33% suas emissões de CO2 de escopos 1 e 2 (diretos e indiretos) até 2030 e zerar suas emissões líquidas até 2050”, explica a diretora de Energia e Descarbonização, Ludmila Nascimento.

Segundo a empresa, para que a meta fosse atingida dois anos antes do prazo, foi fundamental a entrada em operação do complexo solar Sol do Cerrado, em novembro de 2022.

Localizado em Jaíba (MG), o complexo representou um investimento de R$ 3 bilhões da Vale. É um dos maiores parques de energia solar da América Latina, com potência instalada de 766 Megawatts-pico, o equivalente ao consumo de uma cidade de 800 mil habitantes. Em julho de 2023, o complexo atingiu sua capacidade máxima. Sua contribuição potencial é de cerca de 16% de toda a energia elétrica consumida pela Vale no Brasil.

A Vale atualmente é suprida por um portfólio de energia renovável de 2,6 GW de capacidade instalada, o equivalente ao consumo de mais de 3 milhões de habitantes. São 14 ativos detidos por meio de participação direta e indireta em consórcios e empresas (dez usinas hidrelétricas, três eólicas e o Sol do Cerrado). Se fosse uma geradora de energia, a Vale seria a 15ª maior do País.

Em suas operações globais, a Vale também avança para chegar ao consumo de 100% de energia renovável até 2030. A empresa investe em parcerias em joint ventures, certificados de geração renovável nos contratos (PPAs) e iniciativas de inovação para eficiência no uso de baterias.