sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Lula volta a criticar Campos Neto: ‘Ele não me desagradou. Ele desagradou ao país’

 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, 16, que o Banco Central “deve ao povo brasileiro”, e que o próximo dirigente da autoridade monetária deve ter coragem para baixar ou aumentar os juros quando necessário – o petista também indicou que, nesse momento, julga ser preciso baixar a Selic. Lula deu as declarações em entrevista à Rádio Gaúcha.

O petista já fez diversas críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que foi indicado ao cargo no governo de Jair Bolsonaro. Ele tem mandato à frente da autoridade monetária até o fim do ano. Mas o governo vê uma espécie de brecha para indicar o próximo presidente já nas próximas duas semanas, apesar de a nova gestão começar só em 2025. O mais cotado é Gabriel Galípolo.

“A pessoa que eu vou indicar tem que ter muito caráter, muita seriedade e muita responsabilidade. A pessoa que eu indicar não deve favor ao presidente da República. A pessoa que eu vou indicar é uma pessoa que vai ter compromisso com o povo brasileiro. Na hora que precisar reduzir a taxa de juros, ele vai ter que ter coragem de dizer que vai reduzir. Na hora que vai aumentar, ele vai ter que ter a mesma coragem de dizer que vai aumentar”, afirmou Lula.

O petista, porém, disse que não há explicação para a Selic estar em seu patamar atual, em 10,50% ao ano. “Nós, obviamente, levamos em conta a necessidade de autonomia do Banco Central, mas é importante lembrar que o Banco Central deve ao povo brasileiro”, enfatizou. Ele afirmou que tem a expectativa de que a Selic comece a cair, e mencionou a possibilidade de uma redução nos juros dos Estados Unidos.

Indicação de novo presidente do BC

O presidente da República disse que quer conversar com o Senado antes de indicar o novo presidente do Banco Central. O escolhido precisa ser aprovado em votação pela Casa Alta antes de assumir o cargo. O chefe do governo repetiu não saber se será Gabriel Galípolo o indicado.

“Antes de indicar eu quero conversar com o presidente do Senado, quero conversar com o presidente da comissão, para que as pessoas, ao serem indicadas, sejam votadas logo. Para que as pessoas não fiquem sofrendo desgaste, especulação política durante meses”, declarou Lula.

O petista também negou que tenha algum problema pessoal com o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “O problema não é pessoal, ele não me desagradou. Ele desagradou ao País, desagradou ao setor produtivo”, declarou Lula.

O presidente também disse que sempre que alguém tenta “inventar” na economia o resultado é ruim. “Todo momento em que alguém tentou inventar na economia, ou todo momento em que o presidente da República se meteu a ser economista, não deu certo esse País”, declarou ele.

Campos Neto diz que Banco Central elevará taxa de juros se for necessário

 


Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta sexta-feira, 16, que os dirigentes da instituição não estão dando nenhuma orientação sobre as próximas decisões de política monetária, mas que subirão juros se for necessário.

Durante participação no evento Barclays Day, promovido pelo Banco Barclays, em São Paulo, Campos Neto também destacou que os dirigentes do BC têm tomado decisões de forma unânime.

“Todos os diretores estão adotando nosso discurso oficial. Estamos reforçando que não estamos dando nenhum guidance, mas que faremos o que for necessário para levar a inflação à meta”, disse Campos Neto. “Elevaremos a taxa de juros se for necessário.”

Expectativa de alta

Os comentários de Campos Neto sobre a possibilidade de lata dos juros vieram em linha com fala do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, na segunda-feira, e acontecem em um momento em que a curva a termo brasileira precifica mais de 70% de probabilidade de o Copom elevar a taxa básica Selic, hoje em 10,50% ao ano, em 25 pontos-base em setembro.

Durante o evento, Campos Neto reconheceu que atualmente o Brasil é um dos poucos países em que a curva precifica alta de juros — e não corte. O presidente do BC ponderou, no entanto, que as “histórias” dos emergentes são diferentes e lembrou que o Brasil também foi o primeiro a iniciar o movimento de baixa de juros, sendo seguido depois por outros países.

Campos Neto reforçou ainda a mensagem de que o BC está “muito incomodado” com a desancoragem de expectativas, que não retornaram para a meta de inflação de 3%. Segundo ele, os dirigentes da autarquia estão observando a questão de perto.

A meta contínua de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. No relatório de mercado Focus, a mediana das projeções de mercado para a inflação para 2024 está em 4,20% e para 2025 em 3,97% — em ambos os casos bem acima do centro da meta.

Inflação

Durante sua participação no evento, Campos Neto evitou responder se estava entre os diretores do BC que acreditam que o balanço de riscos para a inflação está assimétrico, com peso maior para fatores inflacionários.

Em suas comunicações mais recentes, o Copom citou três riscos altistas para a inflação (desancoragem de expectativas, inflação de serviços e câmbio), mas apenas dois riscos baixistas (desaceleração global e aperto monetário global).

Em evento na última segunda-feira, Galípolo, disse que ele vê o balanço assimétrico, pontuando que isso decorre não apenas da diferença do número de itens, mas da visão de que há chance de um custo maior de um processo de desinflação. “A alta (de juros) está na mesa, sim, do Copom, e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, disse Galípolo na ocasião, reforçando que o BC está dependente de dados.

Em sua fala no evento desta sexta-feira, Campos Neto afirmou apenas que a instituição está se esforçando para reduzir o prêmio de risco relacionado a incertezas na política monetária.

Questionado a respeito da pressão mais recente no mercado de câmbio, quando o dólar à vista chegou a ser cotado acima dos 5,85 reais, Campos Neto afirmou que a instituição decidiu não intervir nos negócios por avaliar que grande parte da volatilidade se devia a prêmios de risco.

Em eventos públicos, autoridades do BC têm repetido que intervenções no câmbio serão feitas apenas em momentos de disfuncionalidade do mercado

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Ibovespa encosta em máxima histórica com foco em dados nos EUA; dólar cai

 


No radar dos investidores estavam dados econômicos dos Estados Unidos, que sugerem menor risco de recessão e menos chance de cortes agressivos nos juros pelo Federal Reserve 

 

 

Painel de cotações da B3 em São Paulo
Painel de cotações da B3 em São Paulo 19/10/2021REUTERS/Amanda Perobelli/Arquivo

 

Da CNN*

O Ibovespa operava em alta nesta quinta-feira (15), pelo oitavo pregão seguido, encostando na máxima histórica.

Às 14h14, o principal índice da bolsa, subia 0,83%, aos 134.426 pontos. No mesmo horário, o dólar recuava 0,02%, cotado a R$ 5,472.

No radar dos investidores estavam dados econômicos dos Estados Unidos, que sugerem menor risco de recessão e menos chance de cortes agressivos nos juros pelo Federal Reserve.

As vendas no varejo dos EUA subiram mais do que o esperado em julho, um sinal de que a demanda não está em colapso e levou os mercados financeiros a reduzir as expectativas de um corte de 50 pontos-base na taxa do banco central norte-americano no próximo mês.

Além disso, menos norte-americanos do que o esperado entraram com pedidos iniciais de auxílio-desemprego na semana encerrada em 10 de agosto, sugerindo que uma desaceleração gradual do mercado de trabalho permanecia, embora trabalhadores demitidos estejam tendo um pouco de dificuldade para conseguir novos empregos.

No cenário nacional, o foco está no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparece a eventos no Paraná, enquanto a agenda de dados macroeconômicos e balanços corporativos fica esvaziada.

*Com Reuters

“Não existe país desenvolvido sem indústria forte”, defende economista-chefe da Fiesp

 

Igor Rocha participou do CNN Talks Nova Política Industrial: Inovação para a Transformação, que acontece no Rio de Janeiro 

 

Danilo Moliternoda CNN


Economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Igor Rocha defendeu que não há no mundo exemplo de países que se tornaram desenvolvidos sem participação relevante do setor industrial no crescimento econômico.

“Não existe país desenvolvido sem indústria forte”, disse. O representante destacou que cerca de dois terços do P&D no Brasil está na indústria de transformação, por exemplo.

Rocha participou da abertura do CNN Talks Nova Política Industrial: Inovação para a Transformação, que acontece no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (15).

Em sua fala de abertura, Rocha defendeu conjunturas para que o setor avance no Brasil. Um deles, indica, é a necessidade de equilibrar a carga tributária. Segundo a Fiesp, a indústria responde por 12% da atividade econômica, enquanto paga cerca de 35% da carga tributária.

Além disso, o representante pediu tarifas de importação mais justas e mais crédito. Rocha celebrou os avanços do Plano Mais Produção (chamado de “Plano Safra da Indústria”), mas indicou que o volume de recursos anunciados ainda são baixos.

A fim de comparação, o Mais Produção prevê destinar cerca de R$ 75 bilhões neste ano, enquanto o Plano Safra 2024-2025 contempla cerca de R$ 476 bilhões à agricultura e pecuária.

“O BNDES voltou. A indústria deixou de estar nas últimas fileiras da disponibilidade de crédito […]. Mas eu digo que ainda é pouco dinheiro”, disse Rocha.

 

 https://www.cnnbrasil.com.br/economia/nao-existe-pais-desenvolvido-sem-industria-forte-defende-economista-chefe-da-fiesp/



Embraer amplia fronteiras e lança seu primeiro navio de guerra

 


Embraer amplia fronteiras e lança seu primeiro navio de guerra
(Foto: Divulgação)    primeiro navio de guerra

 

A Embraer, tradicionalmente conhecida por sua atuação no setor aeroespacial, deu um importante passo na ampliação de seu portfólio ao lançar sua primeira embarcação militar, a Fragata F200 “Tamandaré”. A cerimônia de batismo ocorreu na última sexta-feira (9), em um estaleiro localizado em Itajaí, Santa Catarina.

Essa incursão no setor naval faz parte do Programa de Fragatas da Classe “Tamandaré”, da Marinha do Brasil, que prevê a construção de quatro navios. O consórcio “Águas Azuis”, responsável pelo projeto, é formado pela Embraer, sua subsidiária Atech, e a multinacional alemã Thyssenkrupp. O projeto da fragata é baseado no modelo alemão MEKO, desenvolvido pela Thyssenkrupp Marine Systems, que lidera o desenvolvimento técnico.

 

(Foto: Divulgação)

 

A Atech, subsidiária da Embraer, é encarregada do fornecimento dos sistemas CMS (Combat Management System) e IPMS (Integrated Platform Management System), recebendo transferência de tecnologia em cooperação com a ATLAS ELEKTRONIK, também subsidiária da Thyssenkrupp, e a L3 MAPPS. Já a Embraer Defesa & Segurança ficará responsável pela integração dos sensores e armamentos ao sistema de combate da embarcação.

O lançamento ao mar da Fragata F200 “Tamandaré” está previsto para os próximos dias, quando a embarcação será transferida para um cais onde passará pelos serviços finais de acabamento e instalação dos sistemas e equipamentos. Com um deslocamento de aproximadamente 3.380 toneladas, 107,2 metros de comprimento, velocidade máxima de 25 nós e autonomia de 5.500 quilômetros, os navios da Classe “Tamandaré” são projetados para operar em condições adversas no Atlântico Sul.

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A Marinha do Brasil espera receber a F200 “Tamandaré” até o final de 2025, enquanto as demais fragatas deverão ser entregues até 2029. O segundo navio da classe, a Fragata F201 “Jerônimo de Albuquerque”, já está em construção no mesmo estaleiro.

 

 https://www.cbnvale.com.br/embraer-amplia-fronteiras-e-lanca-seu-primeiro-navio-de-guerra/

 


Virgin Australia encomenda jatos da Embraer e promete cortar 30% das emissões

 

missões

Signing Ceremony - Virgin Australia - E190-E2. Virgin Australia encomenda jatos da Embraer e promete cortar 30% das emissões
(Foto: Divulgação / Embraer) Embraer e promete cortar 30% das emissões

 

 

A Virgin Australia confirmou a encomenda de oito jatos E190-E2 da Embraer, como parte de seu plano de renovação de frota. Considerada a aeronave de corredor único mais eficiente em termos de combustível e com as menores emissões de ruído, o E190-E2 substituirá os modelos Fokker atualmente em operação na companhia aérea australiana.

A entrega das aeronaves está programada para começar no segundo semestre de 2025, com a frota sendo baseada na cidade de Perth e operada pela Virgin Australia Regional Airlines.

 

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(Foto: Divulgação / Embraer) Embraer e promete cortar 30% das emissões

 

A CEO da Virgin Australia Group, Jayne Hrdlicka, destacou que o E190-E2, além de ser a primeira aeronave no mercado de fretamento da Austrália Ocidental neste século, reduzirá as emissões de ruído em cerca de 30% em comparação com os modelos anteriores. “Esses jatos são mais silenciosos e oferecem maior conforto aos passageiros”, afirmou.

Compromisso sustentável 30% das emissões

Martyn Holmes, Diretor Comercial da Embraer Aviação Comercial, celebrou a parceria com a Virgin Australia, apontando o E190-E2 como “um divisor de águas” para a indústria. O jato, desenvolvido com base em 20 anos de experiência operacional dos E-Jets de primeira geração, apresenta avanços significativos na aerodinâmica, redução das emissões de carbono e consumo de combustível.

 

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(Foto: Divulgação / Embraer) Embraer e promete cortar 30% das emissões
 
 

O E190-E2 também está certificado para voar com até 50% de combustível de aviação sustentável (SAF) e já demonstrou capacidade de operar com 100% de SAF em voos de teste. A Embraer mantém o compromisso de ser neutra em carbono até 2040 e de alcançar 100% de uso de fontes de energia renováveis até 2030, reforçando sua presença no mercado australiano, onde já opera cerca de 50 aeronaves desde 1978.

 

 https://www.cbnvale.com.br/virgin-australia-encomenda-jatos-da-embraer-e-promete-cortar-30-das-emissoes/

Senado aprova PEC da Anistia, com perdão estimado em R$ 23 bilhões a partidos políticos

 Concurso Senado: edital publicado; conheça as atribuições dos cargos!


O Senado Federal aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Anistia nesta quinta-feira, 15, em uma votação acelerada. Foram necessárias apenas 24 horas para resolver a tramitação na Casa. A PEC, que teve o aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia anterior, é promulgada após sessão solene do Congresso Nacional e não precisa de sanção ou veto presidencial.

A rápida tramitação contraria o que disse o que o próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou há um mês, quando disse que “não haveria açodamento”. A votação acontece em dois turnos. Na primeira parte, o placar dessa terminou com 51 votos a favor e 15 votos contra; no segundo, foram 54 votos sim e 16 votos não.

Movimentos da sociedade civil ligados à transparência partidária e ao Direito Eleitoral dizem que a PEC, entre outras coisas, representa um estímulo à inadimplência e viabiliza partidos pagarem dívidas usando recursos de “origem não identificada”, o que pode ser recurso de “caixa 2”.

Trata-se do quarto perdão concedido aos partidos via Congresso Nacional. A organização Transparência Partidária estima que a anistia chega a cerca de R$ 23 bilhões, se contadas apenas a contas pendentes de julgamento entre 2018 e 2023. O diretor do grupo, Marcelo Issa, disse que o valor pode ser muito maior.

Apenas o Novo, que tem apenas um senador, Eduardo Girão (CE), orientou voto contrário à PEC.

O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), foi quem mais trabalhou publicamente pela aprovação da PEC. Ele colocou a matéria na pauta, comprometeu-se a votar ainda nesta quarta-feira, mesmo que houvesse pedido de vista (mais tempo por análise) e pediu para que a proposição fosse votada em urgência ainda na quarta-feira.

“Há uma demanda de todos os partidos políticos em relação à necessidade urgente de nós deliberarmos esse assunto, antes, efetivamente, do início do processo eleitoral”, disse Alcolumbre na noite da quarta-feira. “É necessário que a gente possa regularizar de uma vez por toda a situação dos partidos brasileiros.”

financiamento de candidaturas de pessoas pretas e pardas ainda em 2024. Foi incluída na redação da PEC um trecho para assegurar que esse novo regramento será valido para as eleições deste ano.

Isso representa um retrocesso. Em 2020, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que a divisão dos recursos do fundo eleitoral e do tempo de propaganda eleitoral gratuita deve ser proporcional ao total de candidatos pretos que o partido apresentar para a disputa eleitoral.

Em 2022, por exemplo, esse número foi de 50,27% do total de candidaturas; em 2018, as candidaturas negras foram 46,4% do total. A ministra do TSE Vera Lúcia Santana Araújo criticou a PEC. Segundo ela, “não há razoabilidade” para que haja “mecanismos internos” que possam criar “uma espécie de burla a leis que o próprio Congresso elabora”.

Fica muito difícil de se cumprir essa proporcionalidade. E se colocarmos essa proporcionalidade em cada município, fica um trabalho gigantesco.

A articulação da bancada negra na Câmara inseriu um trecho na PEC que diz que os partidos que não cumpriram a cota em 2020 e 2022 podem compensar nas eleições de 2026, 2028, 2030 e 2032.

A Câmara precisou mais de um ano para aprovar a proposição. A primeira redação foi considerada como “a maior anistia da história”, o que gerou protestos de movimentos da sociedade civil e de demais congressistas.

Nos bastidores, líderes da Câmara atribuíram a demora na votação ao próprio Pacheco. Eles diziam que só votariam a PEC da Anistia caso Pacheco achasse o texto palatável para prosperar no Senado. A deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP) foi a articuladora do diálogo entre as Casas.

Após dezenas de alterações, a Casa aprovou a proposta om 344 votos sim, 89 votos não e quatro abstenções no primeiro turno e com 338 votos sim, 83 votos não e quatro abstenções no segundo turno em julho deste ano.

A PEC teve o apoio de partidos que vão do PT ao PL. Como mostrou o Estadão, o próprio PT será o principal beneficiado caso a PEC seja aprovada. Até março deste ano, diretórios do partido tinham pelo menos R$ 22,2 milhões em dívidas na lista de devedores da União, mantida pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), braço jurídico do Ministério da Fazenda.

O senador Paulo Paim (PT-RS) foi o único petista que reclamou da PEC. “A campanha eleitoral começa amanhã e começa a PEC hoje. O argumento que ouvi lá atrás, que não houve tempo para explicar aos partidos como funciona o processo de cota, e por isso houve o atropelo. É de se perguntar: uma emenda que foi aprovada hoje e a partir de meia-noite de hoje começa o processo eleitoral, teremos tempo para adequar a essa realidade todo um processo que vai se iniciar a partir de amanhã?”, questionou.

A redação também estabelece um prazo de até 15 anos para o pagamento de multas eleitorais, de cinco anos para obrigações previdenciárias. Na Câmara, a proposta foi aprovada em julho. Todos os partidos (com exceção do PSOL e Novo) apoiaram a proposta.

A PEC alarga a imunidade tributária para as sanções de natureza tributária, podendo inclusive, extinguir processos. Uma nota conjunta da Transparência Internacional – Brasil, Pacto Pela Democracia e Movimento Transparência Partidária diz que essa ampliação também se estenderia às sanções determinadas “nos processos de prestação de contas eleitorais e anuais”.

“Desta forma, anulariam-se todas as sanções aplicadas também no âmbito eleitoral, assim como no âmbito de prestações de contas anuais dos partidos políticos, podendo configurar-se numa anistia ampla e irrestrita para todas as irregularidades cometidas por partidos políticos e campanhas eleitorais”, diz o texto.