O
município de Sapopema, no Paraná, sediará uma nova fábrica de
fertilizantes nitrogenados (ureia) orçada em R$ 3 bilhões, o que fará
dela uma das maiores do segmento no Brasil. Os detalhes do novo
empreendimento foram discutidos nesta segunda-feira (19), em Curitiba,
em reunião do governador Carlos Massa Ratinho Junior com investidores
ligados à Paranafert, que será a empresa gestora. A fábrica a ser
instalada em Sapopema terá uma capacidade de produção de aproximadamente
520 mil toneladas de fertilizante por ano, respondendo sozinha por 7%
do consumo nacional. Nela, também deverão ser produzidas anualmente mais
13 mil toneladas de enxofre e derivados. A estimativa, segundo os
empresários envolvidos, é que cerca de 800 empregos diretos sejam
gerados na futura fábrica. O cronograma inicial prevê que o
empreendimento obtenha todas as licenças ambientais e outras
autorizações legais para ser construído em cerca de um ano. Após este
período, a obra deverá levar outros dois anos para ser concluída.
Devido
à grande demanda do agronegócio, especialmente do Paraná, o Brasil é
atualmente o maior importador mundial de fertilizantes, com cerca de 86%
das suas necessidades atendidas por outros países. O insumo tornou-se
ainda mais estratégico para o setor devido ao aumento de 180% nos preços
entre 2021 e 2022 por causa da alta dos custos de matéria-prima,
problemas logísticos causados pela pandemia e conflitos geopolíticos
envolvendo grandes fornecedores, principalmente a Ucrânia. Por esses e
outros motivos, o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de
Plantas (Confert) aprovou, em novembro de 2023, o Plano Nacional de
Fertilizantes. No documento, ficou estabelecido que a produção nacional
de fertilizantes deva ser capaz de atender de 45% a 50% da demanda
nacional até 2050, o que dá à nova fábrica a ser instalada no Paraná um
caráter ainda mais estratégico em nível nacional.
Composto de alto teor de nitrogênio, a ureia é um dos nutrientes essenciais para o crescimento das plantas e amplamente utilizada para aumentar a produtividade agrícola. Quando aplicada com as técnicas adequadas de manejo, ela contribui para o desenvolvimento saudável das plantas com menos aplicações, reduzindo impactos ambientais como o risco de contaminação de lençóis freáticos, ao mesmo tempo em que demanda menos recursos naturais. A produção do fertilizante nitrogenado é feita a partir da gaseificação do carvão mineral, que representa 25% da produção desse insumo em nível mundial. A China, a Índia e a África do Sul estão entre os países que mais utilizam essa tecnologia atualmente.
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