quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Piso de 3% para alta do PIB em 2024 ‘já está praticamente contratado’, diz Haddad

 


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Rio de Janeiro

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que o governo revisará a projeção oficial para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 para pelo menos 3%, tratando esse patamar como um “piso” que está “praticamente contratado”.

Em entrevista à imprensa, Haddad afirmou que a nova estimativa da pasta virá acima do que a própria equipe econômica esperava, citando também dado forte do setor de serviços divulgado nesta quarta, 11.

“Algo bastante consistente, 3% de crescimento, talvez até um pouco mais… Nós devemos divulgar esta semana, mas eu acredito que o piso de 3% já está praticamente contratado”, disse, pontuando que a atividade melhor também deve impactar positivamente a arrecadação tributária.

O ministro afirmou que com o desempenho positivo da economia, o governo está acompanhando a evolução do mercado de trabalho, mas ponderou que tem se observado uma alta nos investimentos do país — o que poderia minimizar pressões inflacionárias.

Em meio a um período de seca e intensas queimadas no país, Haddad destacou que “a inflação preocupa um pouquinho”, sobretudo em virtude dos eventos climáticos, que podem ter efeito sobre preços de alimento e energia.

A uma semana da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o ministro disse que efeitos gerados pelas questões climáticas deste ano “não se resolvem com juros” e acrescentou que o Banco Central tem quadro técnico consistente para tomar a melhor decisão.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Tesouro Direto bate recorde de aplicações; veja títulos mais procurados pelos investidores

 


Mãos seguram cédulas de R$ 100

Mãos seguram cédulas de R$ 100 (Crédito: José Cruz/Agência Brasil)

 

As operações de investimentos no Tesouro Direto bateram recorde pelo segundo mês consecutivo. Após 760 mil movimentações em junho, o programa atingiu no mês de julho a marca de 869.618 aplicações. O total movimentado foi de R$ 6,43 bilhões, contra R$ 5,68 bilhões no mês anterior.

Novamente, a procura foi maior pelos títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+), que totalizaram vendas de R$ 3,02 bilhões, ou 47,0% do total. Em seguida, vieram os títulos indexados à taxa Selic, com R$ 2,51 bilhões ou 38,9% das vendas. Por fim, os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) com R$ 903,9 milhões, ou 14,1% do total.

O balanço mensal do Tesouro Nacional destacou a forte procura pelos títulos Renda+, atrelados à inflação e criados para quem deseja planejar uma aposentadoria. Foram R$ 195,3 milhões em vendas, ou 3,0% do total. Já na recompra, ou resgates antecipados, tiveram destaque títulos indexados à Selic, que somaram R$ 1,97 bilhões (62,1%).

O estoque do programa fechou o mês em R$ 145,4 bilhões, um aumento de 1,5% em relação aos R$ 143,2 bilhões  de julho. O destaque no estoque também é dos títulos ligados ao IPCA (R$ 74,9 bilhões, ou 51,5% do total), seguido pelos indexados à taxa Selic (R$ 53,2 bilhões ou 36,6%) e os prefixados ( R$ 17,3 bilhões ou 11,9%).

Em relação ao prazo, a maior parte dos investimentos está concentrada em títulos com vencimento entre um e cinco anos ( 47,9% 0u R$ 69,6 bilhões). Cerca de R$ 47,2 bilhões ou 32,4% estão investidos em títulos que vencem após mais de cinco anos. Quanto aos R$ 28,6 bilhões ou 19,7% restantes, estão em títulos que vencem em um ano.

O que explica a forte procura por títulos atrelados ao IPCA

Filipe Arend, Head de renda fixa da Faz Capital, avalia que as projeções de uma inflação maior pela frente estão diretamente ligadas à busca por estes títulos. “Esses títulos de inflação, pensando na médio longo prazo, são os que de fato até na nossa visão carregam uma expectativa melhor de retorno pros investidores”, diz.

Já sobre o recorde renovado, Arend atribui a alta taxa de juros, que possibilita bons ganhos com o Tesouro Direto. Além disso, os títulos do Tesouro são um investimento fácil e seguro. Assim, acabam funcionando como uma porta de entrada para as pessoas no mundo dos investimentos.

Como funciona o Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um investimento que permite que o cidadão empreste dinheiro ao governo, recebendo em troca uma remuneração. Ela pode ser atrelada à inflação ou à Taxa Selic, ou então pré-determinada no momento da compra do título.

Os papéis têm prazo de vencimento, mas o investidor pode resgatar o dinheiro antes dele. Para isso, no entanto, ele fica sujeito às flutuações do preço do papel no mercado – ou seja, pode resgatar seu dinheiro com rentabilidade, mas também pode perder. Já se o investimento for levado até o final do prazo, a remuneração segue o estabelecido pelo tipo de título no momento da compra.

O Tesouro Direto é considerado um investimento conservador, indicado por especialistas a investidores que têm baixa tolerância a risco.

Em abril, o total de investidores ativos no Tesouro Direto, isto é, aqueles que atualmente estão com saldo em aplicações no Programa, atingiu a marca de 2,58 milhões, um aumento de 33.774 investidores no mês.

Em evento, juristas defendem legitimidade de ações no exterior por desastre de Mariana

 

Tátil Design conquista o escritório de advocacia Pogust Goodhead

O escritório inglês Pogust Goodhead reuniu, em evento em Brasília, juristas brasileiros que defendem a legitimidade de ações movidas por municípios no exterior contra mineradoras e outras empresas envolvidas com o rompimento de barragem em Mariana (MG). A legitimidade das ações é alvo de questionamento em processo que será analisado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Pogust Goodhead abriu o processo no Reino Unido em 2018, representando, além de 46 municípios, 700 mil atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, em 2015. A ação internacional é possível, afirma o escritório, porque a Samarco é parte controlada pela australiana BHP.

Em ação inicialmente financiada pela BHP, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) busca no STF a declaração de que os municípios não têm legitimidade para mover ações judiciais no exterior quando relacionadas a fatos ocorridos no Brasil.

As estimativas são de que, pela via internacional, as indenizações totalizem R$ 230 bilhões, volume inferior aos R$ 100 bilhões propostos pela BHP, Vale e Samarco para um acordo com a União que, segundo sinalizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, poderá ser fechado em outubro.

ADPF

O Ibram protocolou, em junho, uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) argumentando que os municípios estariam usurpando a competência da União para manter relações com países estrangeiros “mediante seleção oportunista de foro”. O relator sorteado no STF, ministro Flávio Dino, determinou que a ADPF seja analisada pelo plenário da Corte.

No evento desta terça-feira, 10, estavam presentes juristas como José Eduardo Cardozo, ex-AGU e ex-ministro da Justiça, e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay. Para eles, a ADPF, por ter efeito vinculante, terá consequências permanentes para Estados e municípios. Além de suspender o processo no caso Samarco, a decisão teria impacto imediato em ações movidas por municípios atingidos pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG).

Ao Broadcast, José Eduardo Cardozo diz que a ADPF “é uma vergonha federativa” e também poderá inviabilizar convênios, contratos e parcerias de Estados e municípios com instituições estrangeiras. “Veja que interessante, uma empresa estrangeira invoca a soberania do Brasil para não ter que pagar danos para brasileiros. Já nisso envolve um paradoxo”, avalia.

Pela perspectiva de impacto geral, Cardozo diz que o ideal seria que representantes de governos estaduais e municipais entrassem como amicus curiae (“amigos da corte”, terceiros interessados) na ADPF. “A aparência que se tem é que nessa ação só está se discutindo o caso de Mariana, que por si só já é muito relevante. Mas está se discutindo coisa acima. Está se discutindo a autonomia de Estados e municípios para o futuro, para aquilo que podem fazer”, afirma.

Ação inglesa

O processo movido pelo escritório Pogust Goodhead tem julgamento marcado para outubro, em Londres, com duração de 14 semanas. Na ação, a busca é de responsabilização específica da mineradora anglo-australiana BHP.

Entre os reclamantes, estão indivíduos, mais de 10 mil indígenas e quilombolas, 46 municípios e mais de 2,5 mil empresas, autarquias e instituições religiosas. Segundo o Pogust, esta é, pelo número de representados, a maior ação coletiva ambiental do mundo.

Brasil tem 1ª deflação em mais de 1 ano e IPCA desacelera para 4,24% em 12 meses

 


Proporção de reajustes salariais acima da inflação em novembro é a menor desde abril, diz Fipe

Inflação fica em -0,02% em agosto, primeiro resultado negativo no ano (Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

 

Após alta de 0,38% em julho, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em -0,02% em agosto, informou nesta terça-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira deflação (taxa negativa) desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%.

Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses desacelerou para 4,24%, ante 4,50% nos 12 meses imediatamente anteriores, ficando abaixo do teto da meta para o ano.

O centro da meta oficial para a inflação do Brasil em 2024 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

No ano, o IPCA acumula alta de 2,85%.

Evolução do IPCA nos últimos meses (Crédito:Divulgação/IBGE)

A expectativa do mercado era de desaceleração forte da inflação em agosto, mas o resultado veio melhor do que o esperado. Pesquisa da Reuters apontava que a expectativa de analistas era de alta de 0,01%, acumulando em 12 meses alta de 4,29%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois tiveram deflação: Habitação (-0,51%), após redução nos preços da energia elétrica residencial (-2,77%), e Alimentação e bebidas (-0,44%), com a segunda queda consecutiva da alimentação no domicílio (-0,73%).

Entre os alimentos, destaque para as quedas nos preços da batata inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%). No lado das altas, ficaram mais caros o mamão (17,58%), a banana-prata (11,37%) e o café moído (3,70%).

Por sua vez, a inflação de serviços passou a subir 0,24% em agosto, de 0,75% no mês anterior, acumulando em 12 meses alta de 5,18%.

O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, saltou a 56% em agosto, de 47% no mês anterior.

Como fica o Copom agora?

O resultado, apesar de representar uma desaceleração em relação ao mês anterior, ainda mostrou uma inflação distante do centro da meta de 3% perseguida pelo BC, o que tem sido motivo de preocupação para o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central.

O mercado passou a projetar nesta semana novas altas na Selic. A previsão trazida pelo Boletim Focus divulgado nestas segunda-feira é de que a taxa básica de juros suba dos atuais 10,5% para 10,75% ao ano na semana que vem. Até então, o relatório feito semanalmente com mais de 100 instituições financeiras apontava manutenção do nível dos juros.

A surpresa da deflação de agosto, porém, deverá voltar a deixar aberta a possibilidade de manutenção da Selic na reunião da semana que vem do Copom.

“Não sei se vai dar tempo para consolidar a visão de manutenção da Selic na próxima reunião (que já é na próxima quarta-feira), mas vai ser bem estranho o Copom subir juros com essa melhora no IPCA. Provavelmente o IPCA vai fechar abaixo do teto da meta este ano”, destacou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, sobre o IPCA.

Já para Jason Vieira, economista e diretor da MoneYou, a perspectiva segue de elevação da Selic. “Tais dados dariam alívio ao Banco Central para discordar tanto da curva de juros, quanto do Focus mais recentes, na condução da política monetária. Entretanto, o alerta do TCU ao governo sobre as inconsistências nas premissas de arrecadação, consideradas excessivamente otimistas e de despesas, consideradas subestimadas, colocam o fiscal novamente como ponto central dos juros no Brasil”, avaliou.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Dólar tem leve recuo com expectativa sobre juros no Brasil e nos EUA, e fecha cotado a R$ 5,58

 


O dólar à vista fechou nesta segunda-feira, 9, em leve baixa no Brasil, apesar do avanço quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, com o real sendo impulsionado pela expectativa de que o diferencial de juros se tornará mais favorável ao país com o corte de juros pelo Federal Reserve e com a alta da Selic pelo Banco Central, na próxima semana.

O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,14%, cotado a R$ 5,5817. Em setembro, a divisa acumula queda de 0,97%. Veja cotações.

Às 17h10, na B3 o dólar para outubro — atualmente o mais líquido do mercado brasileiro — tinha baixa de 0,41%, aos 5,5930 reais.

O Ibovespa fechou com um acréscimo discreto nesta segunda-feira, assegurado pelas ações da Petrobras na esteira da alta dos preços do petróleo no exterior, enquanto Azul voltou a figurar entre as maiores quedas com receios persistentes sobre o endividamento da companhia aérea.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,13%, a 134.747,41 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 134.399,45 pontos na mínima e 135.249,97 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somava R$ 13,9 bilhões antes dos ajustes de fechamento.

O dólar no dia

A moeda norte-americana começou o dia no Brasil em alta firme ante o real, acompanhando o avanço da divisa dos EUA também no exterior, em meio à expectativa de que o Federal Reserve comece o afrouxamento monetário na próxima semana de forma gradual, cortando os juros em 25 pontos-base.

Dados econômicos fracos do Japão e da China também pesavam sobre o iene e sobre as divisas de exportadores de commodities, favorecendo o dólar.

Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação máxima de 5,6415 reais (+0,93%) às 9h55, ainda na primeira hora de negócios.

No restante da sessão, porém, o dólar perdeu força ante o real, refletindo a perspectiva de diferencial de juros favorável ao Brasil no futuro próximo.

Enquanto a curva de juros brasileira precificava alta de 25 pontos-base da Selic pelo BC, a curva norte-americana refletia a perspectiva de corte de 25 pontos-base pelo Fed, ambos na próxima semana. Atualmente a Selic está em 10,50% ao ano, enquanto a taxa básica norte-americana está na faixa de 5,25% a 5,50%.

Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central indicou que a projeção mediana do mercado para a Selic no fim de 2024 passou de 10,50% para 11,25% ao ano. Na prática, a mudança representa a perspectiva de três altas de 25 pontos-base da Selic ainda este ano — em setembro, novembro e dezembro.

“Esta projeção do Focus consolidou a visão de que o carrego será mais robusto no câmbio. Com isso, a moeda (real) ganha aqui mais proteção, porque fica mais caro apostar contra o BRL”, comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.

Assim, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 5,5755 reais (-0,25%) às 14h32, a despeito de, no exterior, a moeda norte-americana seguir sustentando ganhos ante a maior parte das demais divisas.

Às 17h09, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,40%, a 101,600.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024.

Primeiro trem da linha 17-Ouro do Metrô chega à capital paulista

 

O primeiro trem da Linha 17-Ouro do Metrô chegou a São Paulo neste domingo, 8. A composição de cinco vagões, fabricada pela empresa BYD Skyrail, na China, passou 40 dias em viagem de navio e mobilizou cinco carretas e três caminhões para o transporte entre Santos e o Pátio Água Espraiada, na região da avenida Jornalista Roberto Marinho, zona sul da capital.

Ao todo, serão 14 trens trafegando na linha que ligará o Aeroporto de Congonhas ao Morumbi, fazendo ligação com a Linha 5-Lilás e a Linha 9-Esmeralda, na zona sul de São Paulo.

A operação de deslocamento do trem percorreu 70 km e envolveu o governo do Estado, a concessionária responsável pela rodovia dos Imigrantes, Ecovias, e órgãos municipais de tráfego ao entrar nos limites de Diadema e São Paulo. “Por ser feita durante a madrugada de um fim de semana, a viagem levou apenas uma noite, pois reduziu o impacto no tráfego das vias por onde passou”, disse o governo do Estado.

“As carretas que levaram os vagões têm 30 metros de comprimento, mais de cinco metros de altura e três de largura. O comboio somou 150 metros, o que equivale a mais de dois quarteirões de extensão. A operação envolveu gestores, motoristas, policiais e agentes de trânsito”, escreveu a agência de notícias do governo.

Em cerca de 30 dias, o monotrilho deve ser montado e, depois, começarão a ser realizados testes estáticos e dinâmicos nas vias já construídas no Pátio Água Espraiada, local onde os trens serão reunidos e passarão por manutenção ao longo de toda a sua operação. O protocolo de comissionamento, que garante o certificado de segurança e liberação para a operação, também deve começar a ser elaborado.

A futura Linha 17-Ouro do Metrô terá oito estações: Congonhas, Jardim Aeroporto, Brooklin Paulista, Vereador José Diniz, Campo Belo, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan e Morumbi.

A princípio seriam 18 estações, fazendo conexões também com as Linhas 4-Amarela e 1-Azul, mas dez estações foram cortadas do projeto após anos de atrasos nas obras e mudanças em contratos, incluindo troca da empresa responsável pela construção em 2023.

A obra foi prometida para a Copa de 2014 pelo então governador Geraldo Alckmin. Agora, o novo prazo de entrega da linha, pela gestão Tarcísio de Freiras (Republicanos) é no primeiro semestre de 2026.

“A chegada da primeira composição da Linha 17-Ouro à cidade de São Paulo é motivo de muita celebração, já que materializa nosso trabalho para a otimização da mobilidade urbana e de eficiência de gestão”, afirmou o governador Tarcísio neste domingo.

Características do trem

O primeiro veículo da Linha 17-Ouro, assim como os próximos 13, tem 3,2 metros de largura e cerca de 30 de comprimento. É formado por cinco vagões, cada um com quatro portas (duas em cada lado) com 1,6 metros de largura, medida “adequada às normas e critérios de acessibilidade”.

Possui janelas panorâmicas e basculantes (aquelas que podem ser abertas em casos de emergência para garantir ventilação aos passageiros) e tem capacidade para 616 passageiros, com carros das extremidades menores, de 21 assentos cada, e intermediários maiores, de 24 assentos cada.

Todos os vagões incluem assentos prioritários e áreas para deficiente, segundo o governo do Estado. E assim como nas linhas 4-Amarela e 5-Lilás, os trens da Linha 17-Ouro também terão passagem livre entre vagões.

Sistema de ar-condicionado, iluminação LED, câmeras de vigilância, sistema de detecção e combate a incêndio e sistema de comunicação audiovisual aos passageiros, com mapa de linha dinâmico e intercomunicador para contato ao Centro de Controle Operacional (CCO), também constam no trem.

Ainda conforme o governo do Estado, os veículos têm modo de operação automática (UTO), tecnologia de Sistema de Controle de Monitoramento de Trens (TCMS) e sistema de sinalização CBTC (sigla em inglês para Communications-Based Train Control, que significa controle de trem baseado em comunicações).

“Por meio de comunicação via rádio digital, forma blocos móveis entre os trens, permitindo maior aproximação entre eles e a redução do intervalo de circulação.” O monotrilho da Linha 17-Ouro vai operar sobre uma viga de concreto de 800mm de largura, com tensão nominal de 750 Vcc e velocidade de 80 km/h.

“A composição tem baterias de tração, que funcionam como fonte de energia reserva, garantindo que o trem chegue à próxima estação caso haja interrupção de fornecimento de energia, proporcionando mais segurança para o usuário.”

Confira o vídeo aqui

Maersk passa a navegar pelas Américas com porta-contêineres movido à metanol

 


Navio movido à base de metanol da Maersk (Crédito: Divulgação)

A empresa dinamarquesa de logística Maersk passou a operar nas Américas com seu quinto navio movido a metanol, combustível produzido a partir de fontes de energia renovável. A ação busca impulsionar a companhia em direção a meta de zerar suas emissões de carbono até 2040.

“Nossa nova série de embarcações com motor bicombustível e capacidade para metanol é um começo, mas precisamos de ação imediata e coordenada em todos os setores para implementar uma regulamentação urgente que torne os combustíveis verdes viáveis e acessíveis”, afirma em nota o CEO da empresa, Vicent Clerc.

Segundo dados da Maersk, o transporte marítimo emite por ano aproximadamente 3% dos gases de efeito estufa depositados na atmosfera. A frota global tem cerca de 100 mil navios, que consomem 300 milhões de toneladas de combustível anualmente, gerando 1,076 milhão de toneladas de emissões de CO₂.

O metanol, apesar de liberar consideravelmente menos CO2 em sua combustão, ainda é muito mais caro do que os combustíveis fósseis. Segundo a Maersk, seu preço é de duas a três vezes maior.