terça-feira, 5 de novembro de 2024

Megainvestimento de R$ 522 bilhões promete tornar o Nordeste uma das regiões mais importantes do mundo, gerar 30 mil empregos e transformar o Brasil líder global na produção do combustível do futuro

 


Nordeste na mira de um plano ambicioso: investimentos no combustível do futuro promete ultrapassar R$ 522 bilhões e revolucionar os setores de energia no mundo

O Nordeste brasileiro está prestes a se tornar um polo global no setor de hidrogênio verde. O estado do Rio Grande do Norte desponta com um megainvestimento que promete transformar a produção de combustível do futuro. Serão R$ 111 bilhões de investimentos destinados a projetos desse tesouro escondido que visam alavancar a economia local e fortalecer a matriz energética do país. Este avanço trará inovação e colocará o estado na liderança do setor de hidrogênio verde (H2V) no Brasil.

Esse cenário é o resultado de pelo menos seis projetos em andamento, que prometem gerar até 5 GW de energia, posicionando o Rio Grande do Norte como um player importante no mercado de H2V. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN (Sedec), o total de investimentos previstos pode ultrapassar US$ 20 bilhões, ou cerca de R$ 111 bilhões na cotação atual.

Esses projetos, baseados em fontes de energia renovável como eólica e solar, estão em diferentes estágios de desenvolvimento e licenciamento que pode transformar a economia da região e criar mais de 30 mil novos empregos nos próximos anos.

Investimentos em hidrogênio verde no Nordeste podem chegar a US$ 90 bilhões ( aproximadamente R$ 522 bilhões de reais) e gerar 30 mil empregos

Entre os seis projetos, três já estão avançando para a fase de licenciamento ambiental. Além disso, o estado está focado na viabilização do Porto-Indústria, que será fundamental para o escoamento da produção de hidrogênio verde. Essa infraestrutura será crucial para garantir que o estado consiga atender à demanda crescente por energia limpa. O Nordeste é uma das regiões mais promissoras para a produção de H2V, graças às suas condições climáticas e geográficas, favoráveis à geração de energia renovável.

Os números são impressionantes. Apenas na região do Nordeste, os investimentos em hidrogênio verde podem chegar a US$ 90 bilhões. O Rio Grande do Norte, que já lidera a produção de energia eólica no Brasil, quer assumir também a liderança no setor de H2V. O estado conta com o projeto do Complexo Industrial Alto dos Ventos, em Macau, com investimento de US$ 2,5 bilhões, aproximadamente R$ 14,5 bilhões. Esse complexo, liderado pelas empresas Nordex e Acciona, terá uma capacidade de produção de 1 GW de hidrogênio verde em uma área de 10 hectares.

Outros estados do Nordeste, como Ceará, Piauí e Bahia, também estão mirando o hidrogênio verde como uma alternativa econômica sustentável. O estudo “Hidrogênio Sustentável: Perspectivas para o Desenvolvimento e Potencial para a Indústria Brasileira”, da CNI, destacou a importância da região para o avanço do combustível do futuro. O Ceará, por exemplo, lidera com 27 projetos voltados para o desenvolvimento do hidrogênio verde. Esse movimento coloca o Nordeste em uma posição estratégica no cenário global de energias renováveis.

No Rio Grande do Norte, os três projetos em fase de licenciamento estão localizados nas cidades de Areia Branca, Macau e Pedra Grande. Segundo Hugo Fonseca, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, o foco é atrair investimentos que permitam explorar as áreas com maior potencial de produção de H2V. Contudo, os detalhes dos projetos permanecem confidenciais, pois estão em fase de acordos preliminares e memorandos de entendimento. Empresas como Neoenergia, Enterprize e Maturati Participações estão envolvidas nas negociações.

Estado conta com um Marco Legal que define as diretrizes para a produção do combustível do futuro (H2V) no Brasil

As condições para o sucesso no Rio Grande do Norte são favoráveis. A abundância de recursos naturais, como água e energia renovável, facilita a implementação da cadeia de produção de hidrogênio verde. Além disso, o estado conta com um Marco Legal que define as diretrizes para a produção de H2V no Brasil. A Assembleia Legislativa do RN está desenvolvendo uma regulação local para o setor, com o objetivo de impulsionar ainda mais os investimentos no estado.

Outro destaque é o Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde, o primeiro do Brasil, inaugurado em fevereiro deste ano. Essa instituição visa qualificar profissionais para atuar em todas as etapas da cadeia produtiva de H2V, desde a geração de energia até a aplicação prática. A mão de obra qualificada será essencial para atender à crescente demanda do setor, fortalecendo a posição do estado como líder na produção de hidrogênio verde.

O desenvolvimento do Porto-Indústria Verde também avança, com localização já definida entre Caiçara do Norte e Galinhos. O projeto é fundamental para o escoamento e exportação do combustível do futuro produzido no estado. O governo do Rio Grande do Norte já solicitou a autorização ao Ministério dos Portos e Aeroportos para iniciar o processo de licenciamento ambiental, um passo crucial para a viabilização do porto.

Construção do Porto-Indústria Verde contará com investimentos do BNDES

Com um investimento de R$ 5,6 bilhões, o Porto-Indústria Verde será desenvolvido em uma área de 13 mil hectares, seguindo o modelo de Parceria Público-Privada (PPP). A expectativa é que o porto se torne um centro estratégico para a exportação de hidrogênio verde e outros produtos sustentáveis. O processo de licenciamento ambiental do porto tem custo estimado de R$ 12 milhões, e parcerias com o BNDES e o Ministério dos Portos estão sendo negociadas para garantir o apoio financeiro necessário.

O Porto-Indústria Verde será um marco no desenvolvimento econômico e sustentável do estado, consolidando o Rio Grande do Norte como um dos principais produtores de hidrogênio verde no Brasil. O porto, além de escoar a produção de H2V, também será um ponto estratégico para a exportação de outros produtos derivados de fontes renováveis. Com as operações previstas para iniciar por volta de 2030, o estado tem uma oportunidade única de se destacar no mercado global de energia limpa.

Hidrogênio Verde: O tesouro escondido do Nordeste que vai revolucionar a energia renovável no mundo

O Nordeste brasileiro está em uma posição privilegiada para se tornar líder mundial na produção de hidrogênio verde. Com investimentos bilionários, um ambiente favorável e apoio governamental, o Rio Grande do Norte desponta como protagonista da revolução energética.


 

PF indicia fuzileiro e irmão por crime contra a democracia em ameaças à família de Moraes

 Emblema da Polícia Federal


A Polícia Federal indiciou o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira e seu irmão Oliverino de Oliveira Júnior no caso das ‘ameaças violentas’ e perseguição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e de sua família. A corporação imputa a dupla crime de abolição ao Estado Democrático de Direito – que prevê pena de quatro a oito anos de prisão.

As investigações contra os irmãos por supostos crimes de ameaça e perseguição ainda estão em andamento, no bojo de um outro inquérito. Este não tramita no gabinete de Moraes, que se declarou impedido para relatar o caso.

Já a apuração sobre crime contra o Estado de Direito continuou sob a alçada do ministro em razão da conexão com os inquéritos das fake news e dos atos golpistas de 8 de Janeiro. Agora os achados da PF serão encaminhados ao procurador-geral da República Paulo Gonet, a quem cabe denunciar ou não os investigados.

No relatório final da investigação, encaminhado ao STF nesta segunda, 4, a PF indicou Raul Fonseca de Oliveira e Oliverino de Oliveira Júnior, “com emprego de grave ameaça, buscaram atingir o ministro do STF para, assim, restringir o exercício da atividade jurisdicional”, incidindo no artigo 359 L do Código Penal.

O inquérito foi aberto após os irmãos enviarem uma série de e-mails ao trabalho da esposa de Moraes, em abril. A PF verificou que os investigados enviaram 41 mensagens para Viviane Barci de Moraes. Para tanto, Raul e Oliverino criaram diversas contas de e-mail, com vistas a encobrir quem de fato praticava os crimes, segundo os investigadores.

Raul Fonseca de Oliveira e Oliverino de Oliveira Júnior foram presos preventivamente no final de maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Ao requerer as diligências, o chefe do Ministério Público Federal Paulo Gonet destacou as mensagens encaminhadas pelos investigados, ‘com referências a comunismo e antipatriotismo’.

Segundo ele, os diálogos indicavam o intuito de, ‘por meio de graves ameaças a familiares do ministro Alexandre de Moraes, restringir o livre exercício da função judiciária’ do ministro.

As ameaças foram consideradas graves pelos investigadores. Elas tinham como alvo, em especial, a filha do ministro do STF.

O Estadão apurou que as mensagens citavam inclusive uma bomba e o itinerário da filha de Moraes. As informações foram levantadas em uma avaliação especial de segurança feita pela Secretaria de Segurança do Supremo e encaminhadas à Polícia Federal.

Itaú registra maior lucro trimestral da história dos bancos de capital aberto no Brasil

 


Agência do Itaú Unibanco no Rio de Janeiro

 

O resultado impressionante divulgado pelo Itaú Unibanco na noite de segunda, 4, em seu balanço do 3º tri foi o maior lucro nominal trimestral da história dos bancos brasileiros. O Itaú ocupa agora as quatro primeiras posições da lista, elaborada pela consultoria Elos Ayta apenas com as instituições de capital aberto.

O Banco do Brasil é outro destaque no ranking dos 10 bancos com maior lucro nominal em períodos de três meses: aparece em cinco posições, a maior delas com o registro de R$ 8,97 bilhões no segundo trimestre de 2024.

Entre os maiores números, o mais antigo foi registrado em dezembro de 2022, também pelo Banco do Brasil. Veja o ranking completo no gráfico:

 

 

O estudo da Elos Ayta destaca o fato das quatro primeiras posições serem ocupadas por quatro balanços seguidos divulgados pelo Itaú desde o final de 2023 até agora. “Este desempenho robusto demonstra a capacidade do banco de manter uma trajetória ascendente de crescimento e rentabilidade, mesmo em um contexto econômico que pode ter seus desafios”, afirma.

Por que um desempenho tão impressionante?

“É número de banco em ascenção”, comenta sobre o resultado o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz. “Se a gente fosse comparar seria com uma fintech para ter retornos tão altos assim, mas o Itaú recorrentemente consegue manter.” Cruz destaca a força da carteira de crédito e a queda da inadimplência sobre o resultado do banco.

“Cresce com uma qualidade muito boa então quando a gente fala de de inadimplência da carteira ou qualidade da Carteira de crédito”, concorda o analista da Levante Investimentos, Matheus Nascimento.

O economista Bruno Corano, da Corano Capital, também comenta a construção de carteira de crédito “bem posicionada”, e fala também no atual patamar da Selic. “Infelizmente [o Brasil] tem um juros muito alto e um sistema de crédito ainda muito lucrativo para as instituições de punitivo para a população.”

O estudo da Elos Atyla destaca outros pontos de força do Itaú Unibanco: uma diversificação de linhas de receita, adoção de novas tecnologias e a gestão de risco do banco. “A capacidade de navegar pelas nuances da economia brasileira e internacional, mantendo a eficiência operacional, foi fundamental”, diz o relatório.

Nvidia ultrapassa a Apple e volta a ser empresa mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 3,4 trilhões

 


Com avanço de mais de 2% nas ações nesta terça-feira, 5, a Nvidia voltou a ser a companhia mais valiosa do mundo, segundo monitoramento do Companies MarketCap, ultrapassando o valor de mercado da Apple no começo desta tarde.

Por volta de 13h15 (de Brasília), a gigante dos semicondutores era avaliada em US$ 3,416 trilhões, enquanto a fabricante de iPhones tinha market cap de US$ 3,363 trilhões. Market cap é o valor de uma empresa baseado no valor de suas ações no mercado.

 

(crédito: reprodução/Companies MarketCap)

 

Nesta terça, as ações de empresas de semicondutores subiam em bloco, e os ganhos foram impulsionados após a divulgação do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos EUA em outubro, medido pelo instituto ISM.

Na comparação anual, a Nvidia se valorizou em mais de 200%, e já chegou a ser a empresa mais valiosa do mundo, mas perdeu valor de mercado em meio a uma correção em agosto.

Dow Jones Industrial

A Nvidia entrou no lugar da Intel no índice Dow Jones Industrial Average nesta semana. A Intel ocupava a posição há 25 anos. A mudança destacou o movimento no mercado de semicondutores e marcou um revés para a Intel.

Outrora a força dominante na fabricação de chips, a Intel cedeu nos últimos anos sua vantagem de fabricação para a rival TSMC e perdeu a oportunidade do “boom” da inteligência artificial generativa após passos em falso, incluindo a decisão de não investir na OpenAI, dona do ChatGPT.

As ações da Intel caíram 54% este ano, tornando a empresa a de pior desempenho do índice e deixando-a com o menor preço de ações no Dow, que é ponderado por preço.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Danone reafirma que segue comprando soja brasileira: ‘Não há medidas restritivas’

 


A nova declaração ocorre após uma onda de críticas no Brasil, desencadeada por declarações do diretor financeiro de que a companhia estaria optando por fornecedores asiáticos de soja

 

 

(REUTERS/Benoit Tessier)

 

 

A presidente da Danone para a América Latina, Silvia Dávila, divulgou nesta sexta-feira, 1º, nova nota de esclarecimento na qual reafirma não haver restrições à compra de soja brasileira na cadeia de suprimentos da empresa. É a terceira manifestação da companhia sobre o tema em uma semana.

“Reafirmamos que não há medidas restritivas na compra de soja brasileira na cadeia de suprimentos da Danone em todo o mundo”, diz na nota, acrescentando que “a informação circulada sobre este tópico não é precisa” e que a soja brasileira “é um insumo essencial para nossos produtores de leite”. “Isso se aplica não apenas à cadeia de suprimentos brasileira, mas também a outros países onde operamos”, complementa o texto.

Dávila, que também integra o Comitê Executivo Global da Danone, havia se manifestado na quarta-feira, 30, por meio do LinkedIn da empresa, em uma nota mais extensa na qual reconhecia “o notável compromisso do governo brasileiro em preservar as florestas locais”.

A nova declaração ocorre após uma onda de críticas no Brasil, desencadeada por declarações do diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, que, em entrevista à Reuters, sugeriu que a empresa estaria optando por fornecedores asiáticos de soja em antecipação à legislação de combate ao desmatamento da União Europeia, a EUDR, que deveria entrar em vigor em janeiro de 2025.

A polêmica provocou reações imediatas de produtores brasileiros e de autoridades do setor agrícola. Na terça-feira, 29, a filial brasileira da Danone já havia divulgado um primeiro comunicado, assinado pelo presidente Tiago Santos, negando qualquer interrupção nas compras de soja nacional.

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) classificou a postura da Danone como “um ato discriminatório contra o Brasil e sua soberania”. A entidade argumentou que os produtores brasileiros são “os únicos no mundo que preservam o meio ambiente para o Brasil e para a humanidade”, citando as exigências do Código Florestal.

O Ministério da Agricultura também se manifestou, afirmando que o Brasil não aceitará “restrições desproporcionais a produtos brasileiros” e criticando posturas consideradas “intempestivas e descabidas” por parte de empresas europeias. A pasta destacou que o País atinge “altos padrões” de sustentabilidade e mantém “compromisso com comércio justo e ambientalmente responsável”.

Usineiros brasileiros dizem que preços atuais do açúcar limitam crescimento da produção

 


Usina de cana de açúcar (Crédito - Reprodução) (Crédito: Foto: shutterstock)

 

Os atuais preços de referência do açúcar bruto não estão suficientemente altos para justificar o investimento em novas usinas, e os ganhos marginais na produção decorrentes de ajustes nas unidades existentes estão próximos do limite, disseram os usineiros brasileiros nesta segunda-feira, 04.

A demanda por açúcar continua a crescer cerca de 2% ao ano, enquanto a produção tem sofrido devido a fatores como mudanças climáticas e políticas de mistura de biocombustíveis, como na Índia. Essa situação tem mantido o mercado em um equilíbrio apertado entre oferta e demanda.

“Quando você faz uma análise de um possível investimento em uma nova usina de açúcar, com um mix de açúcar de 50%, a taxa interna de retorno é de 9%, portanto não há incentivo”, disse Rodrigo Penna de Siqueira, diretor financeiro da Jalles Machado, um dos maiores grupos de açúcar do Brasil.

Siqueira disse que os preços precisam subir e permanecer altos por mais tempo para permitir novos investimentos. Seus comentários foram feitos durante uma conferência organizada pelo banco BTG Pactual em São Paulo. Outros executivos tiveram opiniões semelhantes.

“A capacidade do Brasil de colocar mais açúcar no mercado está chegando ao limite”, disse Renato Junqueira, vice-presidente da Adecoagro, que opera três usinas no Brasil.

As usinas brasileiras fizeram investimentos nos últimos dois anos para aumentar o mix de açúcar, ou seja, a capacidade de desviar mais cana-de-açúcar para produzir açúcar e, consequentemente, produzir menos etanol à base de cana.

A consultoria FG/A estima que as mudanças no mix de açúcar resultaram em uma capacidade adicional de produção de açúcar de 2,6 milhões de toneladas no Brasil.

Os executivos disseram que há um limite para o que pode ser feito nas usinas existentes.

Qualquer capacidade adicional de produção de açúcar provavelmente ainda virá da cana-de-açúcar, e não da beterraba, disse Pierre Santoul, diretor da Tereos Brasil.

Ele acredita que a Índia, o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, não aumentará a produção de açúcar devido ao desvio do caldo de cana para o etanol a fim de atender ao seu programa de mistura, o que manterá o mercado global de açúcar apertado.

“Temos uma visão construtiva para os preços (daqui para frente)”, disse ele.

JBS vai exportar quase 1 mi t de carne para China em 2024, diz Batista

 


Funcionário em fábrica da JBS. Crédito: Reprodução/Facebook

 

A JBS vai exportar quase 1 milhão de toneladas de carne para a China em 2024, afirmou Wesley Batista, da família proprietária da empresa e integrante do conselho de administração. A fala ocorreu no AgroForum, promovido pelo BTG Pactual nesta segunda-feira, 4.

Batista não especificou qual proteína falava ou a origem das exportações da companhia, que também tem operações no Brasil, Estados Unidos e Austrália, entre outros países.

Sua declaração foi feita em um contexto sobre o crescimento das exportações brasileiras, em uma palestra cujo tema era a internacionalização de companhias do agronegócio nacional.

“O nosso setor é inacreditável. Olha o Brasil! Quando eu comecei na década de 90, o mercado que o Brasil exportava era a Europa. O Brasil exportava 300 mil toneladas por ano para a Europa. Só a JBS vai exportar quase 1 milhão de toneladas para a China este ano”, disse ele.

De acordo com Batista, “há poucos lugares no mundo que tem condição de aumentar a produção na magnitude que o Brasil tem para suprir uma demanda crescente”. Ele vê a demanda aumentando na China, mas também em países do Sudeste Asiático, como a Indonésia, além da Índia e Oriente Médio.

“Estou confiante que nós que estamos no agronegócio podemos continuar otimistas e investindo no negócio, porque comida não vai parar de crescer.”

Lá fora é mais fácil

Batista, que como executivo comandou a unidade do JBS nos Estados Unidos no passado, disse que incentiva empreendedores brasileiros a expandirem as operações em outros países, porque é mais “fácil” operar no exterior. Segundo o empresário, no Brasil há questões tributárias e trabalhistas “complicadas”.

“Ser bem-sucedido aqui é sentar numa canoa e remar contra o rio. Você vai para os Estados Unidos é sentar na canoa e remar a favor do rio, você desce com ele, você vai junto”, disse Batista, lembrando que chegou aos EUA “sem falar uma palavra de inglês para tocar um negócio que era bem maior do que o nosso (no Brasil)”.

Ele disse que o Brasil tem um custo tributário “monstruoso”. “Temos um manicômio tributário, vem com um problema sério de insegurança, judicialização entre Estados…”, afirmou, lembrando que o departamento tributário da JBS no Brasil tem 300 pessoas, enquanto nos EUA são apenas 18.

Batista comentou ainda que, no momento, a indústria no Brasil enfrenta problema de mão de obra para expandir seu negócios. “Tem fábrica que só não aumenta (a produção) porque não tem gente”, afirmou, citando as unidades de Diamantino (MT) e Dourados (MS).

Por outro lado, ele citou que o Brasil tem uma das indústria frigoríficas mais sofisticadas do mundo.