quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Carrefour diz que veto à carne do Mercosul se aplica ‘apenas às lojas na França’; leia nota

 


Carrefour Brasil tem prejuízo de R$ 795 milhões em 2023 e fecha 123 lojas

Carrefour. (Crédito: Divulgação)

O Carrefour França afirmou, em nota divulgada nesta quinta-feira, 21, que o veto à carne do Mercosul se aplica “apenas às lojas na França” e que a medida de deve “somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise”.

“O Carrefour França informa que a medida anunciada ontem, 20/11, se aplica apenas às lojas na França. Em nenhum momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise”, diz a nota da companhia.

“Todos os outros países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar sem qualquer alteração e podem continuar adquirindo carne do Mercosul. Nos outros países, onde há o modelo de franquia, também não há mudanças”, completa a empresa, em seu comunicado.

Esse pronunciamento ocorre após o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, publicar na rede social X (antigo Twitter) um comunicado que dizia que a varejista se comprometia a não vender carnes do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Isso, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer. Veja a postagem do CEO aqui.

Entenda o caso

A carta assinada por Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, foi endereçada ao presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA), Arnaud Rousseau.

Segundo o executivo, a decisão de vetar a carne do Mercosul foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” de agricultores franceses – que protestam contra a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Em suma, o Carrefour atendeu aos pedidos de agricultores do seu país de origem, que não querem competir com os exportadores de carne do Mercosul, que inclui o Brasil.

Entidades reagem negativamente à decisão do Carrefour

Entidades brasileiras têm reagido negativamente à decisão do Carrefour de vetar carne brasileira em suas lojas na França.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) se pronunciou lamentando a decisão.

Segundo a associação, “tal posicionamento vai contra os princípios do livre mercado e é contraditório, vindo de uma empresa que opera cerca de 1.200 lojas no Brasil, abastecidas majoritariamente com carnes brasileiras, reconhecidas mundialmente por qualidade e segurança”.

“Ao adotar um discurso protecionista em defesa dos produtores franceses, o Carrefour fragiliza seu próprio negócio e expõe o mercado europeu a riscos de abastecimento, já que a produção local não supre a demanda interna”, continuou a Abiec.

A entidade frisou que o Brasil é líder global em exportação de carne bovina, “com o maior rebanho comercial do mundo, produção sustentável e rigorosos controles sanitários que garantem qualidade para mais de 160 países”.

“Nos últimos 30 anos, a pecuária brasileira aumentou sua produtividade em 172%, reduzindo a área de pastagem em 16%, demonstrando compromisso com eficiência e sustentabilidade”.

Governo brasileiro chama de ‘ação orquestrada’

Ainda na quarta-feira, 20, o Governo Federal também tomou posição com relação à decisão da varejista francesa.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a atitude do grupo “parece uma ação orquestrada” de companhias francesas contra o país, dizendo estar “indignado” com o veto.

Ele citou a declaração dada pelo diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, veiculada pela agência de noticias Reuters, de que a empresa parou de comprar soja do Brasil e agora adquire o produto de países da Ásia como antecipação à lei antidesmatamento da União Europeia.

Diante desse episódio recente, o ministro afirmou que “não faz sentido achar que é coincidência”.

Na avaliação do ministro, a declaração do CEO do Carrefour aponta “de forma inverídica” as condições de produção brasileira.

“De forma a ferir a soberania brasileira, desrespeitando nossa produção, que é sustentável. Me parece que é querendo arrumar o pretexto para que a França não assine e continue com a posição contra a finalização do acordo Mercosul União Europeia”, disse o ministro da Agricultura.

Em sua visão, era mais “bonito e legítimo” só manter a posição contra o acordo.

Ministério da Agricultura alega ‘protecionismo’

Além das declarações de Fávaro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) enquanto entidade também rechaçou, em nota, a posição de Alexandre Bompard.

“O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros. Mais uma vez, o Mapa reitera o compromisso da agropecuária brasileira com a qualidade, sanidade e sustentabilidade dos alimentos produzidos no Brasil para contribuir com a segurança alimentar e nutricional de todo o mundo”, defendeu o ministério.

A pasta ainda frisou o rigor do sistema de defesa agropecuária nacional e o Código Florestal Brasileiro.

“O que garante ao País o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo, mantendo relações comerciais com aproximadamente 160 países, atendendo aos padrões mais rigorosos, inclusive para a União Europeia que compra e atesta, por meio de suas autoridades sanitárias, a qualidade e sanidade das carnes produzidas no Brasil há mais de 40 anos”, disse, após o veto do Carrefour.

Comercial Zaffari anuncia 36ª loja do Stok Center

 

Imagem destaque: Comercial Zaffari anuncia 36ª loja do Stok Center


 

  A inauguração da 36ª unidade da bandeira Stok Center está prevista para 17 de dezembro e reflete o plano de expansão da Comercial Zaffari, que passará a contar com 46 lojas, incluindo as operações de varejo e atacarejo. O novo ponto de venda funcionará em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). Serão 9.929 m² de área total, 30 checkouts e mais de 9 mil itens no mix. Neste semestre, o Stok Center também ganhou novas operações nas cidades gaúchas de Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Torres.

 

 

 https://gironews.com/atacado-cash-carry/comercial-zaffari-anuncia-36a-loja-do-stok-center/

 

Google deve ser forçado a vender o navegador Chrome, diz governo dos EUA

 

 

Logotipo do Google em Las Vegas em 5 de janeiro de 2023 - AFP/Arquivos

 

O governo dos Estados Unidos pediu na quarta-feira, 20,  à noite a um juiz que ordene o desmantelamento do Google por meio da venda de seu navegador Chrome, amplamente utilizado, em uma grande ofensiva antimonopólio contra o gigante da Internet.

Em uma ação judicial, o Departamento de Justiça americano exige uma reorganização do negócio do Google que inclua a proibição de acordos para que o Google seja o mecanismo de busca padrão em smartphones e impedir que a empresa explore seu sistema operacional móvel Android.

As autoridades antimonopólio afirmaram no documento que o Google também pode ter que vender o Android caso as soluções propostas não impeçam a empresa de usar o controle do sistema operacional a seu favor.

A possibilidade de exigir a cisão do Google marca uma mudança profunda por parte das autoridades de concorrência americanas, que em grande medida deixaram os gigantes da tecnologia em paz desde o fracasso da tentativa de desmantelar a Microsoft há 20 anos.

Google deve apresentar suas recomendações em dezembro em um documento. As duas partes apresentarão seus argumentos ao juiz federal Amit Mehta, de Washington.

Independente da decisão do juiz, a empresa deve apresentar recurso, o que prorrogará o processo por vários anos e deixará a decisão final para a Suprema Corte.

Trump

O caso também pode ser afetado pela chegada do presidente eleito, Donald Trump, ao poder em janeiro. Seu governo pode mudar a equipe atualmente responsável pela divisão antimonopólio do Departamento de Justiça.

Trump expressou opiniões conflitantes sobre o Google e a hegemonia das grandes empresas de tecnologia.

Ele acusou o mecanismo de busca de ter um viés contra os conteúdos conservadores, mas ao mesmo tempo disse que forçar a divisão da empresa poderia ser uma exigência muito grande para o governo.

Em agosto, o juiz Mehta declarou o Google culpado de práticas ilegais para estabelecer e manter seu monopólio nas buscas online.

O próximo passo no julgamento histórico é determinar como abordar as práticas do Google.

O juiz poderia anunciar a sentença em agosto de 2025, depois de ouvir as partes em uma audiência especial em abril.

O Departamento de Justiça quer que o Google se desvincule do Chrome, o navegador web mais utilizado do mundo, porque é um dos principais pontos de acesso ao mecanismo de busca, o que prejudica as possibilidades de outros concorrentes.

Segundo o site StatCounter, em setembro o Google acumulava 90% do mercado mundial de pesquisas online e 94% nos smartphones.

IA pode aumentar comércio global em 14 pontos porcentuais até 2040, diz OMC

 

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A inteligência artificial (IA) pode impulsionar o comércio global até 2040, mas sua efetividade dependerá da capacidade de países adotarem a tecnologia de modo conjunto, avalia a Organização Mundial do Comércio (OMC), em relatório divulgado nesta quinta-feira, 21.

Segundo o documento, o melhor cenário requer a participação conjunta de economias desenvolvidas e emergentes, sendo capaz de aumentar o comércio global em 14 pontos porcentuais até 2040. Do contrário, um cenário de “divergência tecnológica” pode reduzir pela metade os ganhos do comércio com inteligência artificial, a um aumento de 7% até 2040.

A organização projeta que a adoção de inteligência artificial pode reduzir custos, melhorar a produtividade entre setores e reconstruir padrões tradicionais do comércio global. Somente o comércio de serviços digitais deve crescer 18% até 2040, estima a OMC. O relatório prevê ainda que podem ser criadas novas categorias de bens relacionadas a IA, como veículos elétricos (EVs, em inglês) e robôs.

“Em outras palavras, falhar em difundir tecnologias de IA entre diferentes economias pode significar deixar de lado muitos dos ganhos potenciais”, afirmou a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, em nota. “Além disso, a inteligência artificial pode apoiar a transição verde ao otimizar recursos e reduzir a pegada de carbono de cadeias de suprimento.”

Entre as possíveis utilidades da IA no comércio global, a OMC pontua a melhora de processos logísticos, facilitação do gerenciamento de cadeias de suprimento e diminuição de barreiras linguísticas em controles de fronteira. Ferramentas com IA podem, por exemplo, providenciar análises de dados em tempo real, insights preditivos e automatizar alguns processos de tomada de decisão.

Exportadores de carne dizem que veto do Carrefour é ‘contraditório’ e ‘protecionista

 


China libera retomada de importações de carne bovina do Brasil

Frigorífico em Promissão, São Paulo (Crédito: Paulo Whitaker/Reuters)

 

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) lamentou, em nota, a declaração da quarta-feira, 20, do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, na rede social X. Bompard divulgou comunicado no qual afirma que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.

Segundo a Abiec, “tal posicionamento vai contra os princípios do livre mercado e é contraditório, vindo de uma empresa que opera cerca de 1.200 lojas no Brasil, abastecidas majoritariamente com carnes brasileiras, reconhecidas mundialmente por qualidade e segurança”.

“Ao adotar um discurso protecionista em defesa dos produtores franceses, o Carrefour fragiliza seu próprio negócio e expõe o mercado europeu a riscos de abastecimento, já que a produção local não supre a demanda interna”, continuou a Abiec.

Conforme a associação, “o Brasil é líder global em exportação de carne bovina, com o maior rebanho comercial do mundo, produção sustentável e rigorosos controles sanitários que garantem qualidade para mais de 160 países. Nos últimos 30 anos, a pecuária brasileira aumentou sua produtividade em 172%, reduzindo a área de pastagem em 16%, demonstrando compromisso com eficiência e sustentabilidade”.

A Abiec destacou que “a visão protecionista do Sr. Bompard coloca em risco a estabilidade de um mercado global interdependente. Em 2023, o Brasil respondeu por 27% das importações de carne bovina da União Europeia fora do bloco, enquanto o Mercosul, somado, alcançou mais de 55%. Essa parceria, que há décadas atende aos padrões europeus, reafirma o potencial de cooperação entre as nações”.

“Decisões como essa não prejudicam apenas o Brasil, mas também a França, que depende de diversas commodities brasileiras. Em um mundo de desafios crescentes para a segurança alimentar global, o diálogo e a cooperação são mais urgentes do que nunca”, conclui a Abiec na nota.

Procurado na quarta-feira, o Grupo Carrefour Brasil afirmou que “nada muda nas operações no País.”

Reação do governo brasileiro

Na quarta-feira, o governo brasileiro também reagiu à decisão do Carrefour. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a atitude do grupo “parece uma ação orquestrada” de companhias francesas contra o Brasil. O ministro disse ficar “indignado” com o posicionamento.

Ele citou a declaração dada pelo diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, veiculada pela agência de noticias Reuters, de que a empresa parou de comprar soja do Brasil e agora adquire o produto de países da Ásia como antecipação à lei antidesmatamento da União Europeia.

Diante desse episódio recente, o ministro afirmou que “não faz sentido achar que é coincidência”.

Na avaliação de Fávaro, a declaração do CEO do Carrefour aponta “de forma inverídica” as condições de produção brasileira. “De forma a ferir a soberania brasileira, desrespeitando nossa produção, que é sustentável.”

“Me parece que é querendo arrumar o pretexto para que a França não assine e continue com a posição contra a finalização do acordo Mercosul União Europeia”, avaliou o ministro.

Em sua visão, era mais “bonito e legítimo” só manter a posição contra o acordo.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Nespresso investe R$ 5 milhões para promover práticas agrícolas regenerativas no Brasil

 Máquina de café Nespresso - Foto de stock de Nespresso royalty-free


A Nespresso anunciou o lançamento do Pacote Agronômico, um projeto voltado à implementação de práticas regenerativas em fazendas parceiras no Brasil. Com um investimento de R$ 5 milhões para a safra 2024/2025, a iniciativa apoiará diretamente 133 produtores do Programa Nespresso AAA de Qualidade Sustentável, explicou a empresa em nota.

“Inicialmente, apoiaremos o produtor com o teste de novas práticas regenerativas em um talhão da fazenda. Para compreender a evolução e comprovar os benefícios em custo e produtividade, a Nespresso fará análises de solo ao longo de 3 anos, comparando a performance do talhão regenerativo ao restante da fazenda”, disse o gerente regional de café verde no Brasil, Daniel Motyl, na nota.

Entre as práticas promovidas estão o uso de fertilizantes orgânicos, biológicos, plantas de cobertura e biochar, um material que captura CO2 da atmosfera, melhora a retenção de água no solo e aumenta a matéria orgânica. Apenas na etapa inicial, 14 fazendas aplicarão 100 toneladas de biochar, contribuindo para a captura de 150 toneladas de CO2.

Os desafios e oportunidades no caminho da transição energética

 


Copel, Grupo Gerdau, Itaipu Binacional e Sanepar apresentam seus cases sobre o tema no fórum promovido pelo Instituto AMANHÃ em Curitiba 
 
O Fórum Transição Energética – Desafio e Oportunidade para o Brasil e suas Empresas integra a 11ª edição do AMANHÃ Sustentável

 

O Grupo AMANHÃ, através do Instituto AMANHÃ, realizou na quarta-feira (13) o Fórum "Transição Energética – Desafio e Oportunidade para o Brasil e suas Empresas", em Curitiba. O debate, que integra a 11ª edição do AMANHÃ Sustentável, também foi transmitido ao vivo pelo canal AMANHATV no YouTube (clique aqui para acessar). Copel, Grupo Gerdau, Itaipu Binacional e Sanepar apresentaram seus cases sobre o tema. "A iniciativa privada tem um papel muito importante, tanto quanto os governos, na contribuição para fazer com que a transição energética ocorra no Brasil. Além de produzirem energia limpa, as empresas também podem fazer parte de cadeias produtivas globais para atender a demanda com fornecimento de equipamentos, razão pela qual a transição energética também abre oportunidades para negócios", afirmou Jorge Polydoro, presidente do Instituto AMANHÃ, ao saudar o público presente no centro de eventos Encontro da Amazônia, na capital paranaense.

Orlando Pessutti, secretário representante do Paraná no Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), lembrou como o estado foi protagonista na criação de biodigestores para obter energia elétrica a partir dos dejetos de suínos, iniciativa levada à frente por muitos agricultores, como também cooperativas. "Temos de fazer a transição energética para obtermos energias muito mais limpas, pois também teremos uma vida muito mais segura", declarou. Carolina Teodoro, coordenadora de economia e mercado do Sistema Ocepar, também destacou o importante papel do cooperativismo no cumprimento da agenda ESG. "Mais de 48% do faturamento das cooperativas paranaenses é fruto de alguma industrialização e atualmente contamos com 9% de produção própria de energia, algo que tem se tornado vital para o cooperativismo cada vez mais comprometido com o desenvolvimento sustentável", frisou. Para Nilo Cini Junior, coordenador do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), manter e ampliar as fontes renováveis em um cenário de eventos climáticos extremos fortalece a competitividade industrial. "Energia limpa é uma ativo indispensável para as empresas e a Fiep reconhece essa realidade ao liderar ações que capacitam pessoas nesse sentido", ressaltou.

A 11ª edição do AMANHÃ Sustentável conta com apoio técnico da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), entidade que representa os grandes consumidores de energia e uma das mais antigas do setor elétrico. A cobertura completa do fórum circulará no guia AMANHÃ Sustentável que será disponibilizado no Portal AMANHÃ e nas plataformas do Grupo AMANHÃ nas próximas semanas. Acompanhe, a seguir, um resumo das principais iniciativas de transição energética apresentadas pela Copel, pelo Grupo Gerdau, pela Itaipu Binacional e pela Sanepar. 

 

Copel, uma protagonista da transição energética

 
Luisa Nastari, superintendente da área de governança e sustentabilidade da Copel, contextualizou o atual cenário do setor elétrico frente aos desafios que a transição energética impõe. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, se nada for feito em favor da descarbonização, chegaremos a 2100 com uma temperatura média 3 ºC acima do período pré-revolução industrial, por exemplo. As energias renováveis devem substituir os combustíveis fósseis nos próximos anos, segundo a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena). O Brasil possui uma matriz elétrica com cerca de 84,2% da geração de origem de fontes renováveis – um diferencial que pode tornar o país protagonista. Trilhando esse caminho, a Copel realiza o inventário de gases de efeito estufa (GEE) desde 2008. A companhia também tem um plano de neutralidade relacionando metas para redução de GEE. A empresa definiu o desinvestimento em seus ativos de fonte fóssil, em linha com seu objetivo de se tornar uma companhia com 100% de energia renováveis. Por essa razão a Copel realizou a venda da Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEGA) e se desfez da participação que detinha na Companhia Paranaense de Gás (Compagás). Em outubro do ano passado, a Copel também solicitou a devolução da concessão da Usina Termelétrica Figueira para a União. "Recentemente alcançamos a meta de 100% de energia renovável baseada em fontes limpas. Esta meta foi batida um ano antes do prazo previsto, que era 2025, e coincidiu com os 70 anos da Copel comemorados em 26 de outubro", contou Luisa. Ela também destacou o fato de a companhia ter criado um fundo para financiar a transição energética. "O Copel Ventures I vai disponibilizar R$ 150 milhões para investir em startups que contribuam para a transição energética. Desejamos ser protagonistas nesse campo e, para isso, sempre tentamos antecipar todas as tendências possíveis", reconheceu.

 

A siderurgia não tem uma bala de prata

 
A Gerdau assumiu uma meta de redução das emissões de gases de efeito estufa até 2031, saindo de 0,93 t CO2e para 0,83 t CO2e, um patamar deixará a companhia com um volume de emissões menor que a metade da média mundial do setor do aço. A Gerdau também possui 250 mil hectares de base florestal, sendo 90 mil para conservação da biodiversidade. Outra providência é a substituição parcial do carvão mineral na usina de Ouro Branco (MG) evitando 90 mil tCO2e anualmente. "A siderurgia não tem uma bala de prata para neutralizar o carbono com muita velocidade, pois cada lugar terá uma tecnologia viável e outras não, por isso a importância de ter políticas públicas que auxiliem diversos setores", opinou Naiade Araki Gonçalves, especialista de meio ambiente do Grupo Gerdau. Ela deu como exemplo o investimento de US$ 10 milhões, o maior valor já destinado pelo governo norte-americano como incentivo a estudos de descarbonização e que visa trazer mais conhecimento sobre o uso do hidrogênio em escalas piloto e industrial. A pesquisa está sendo conduzida pela Purdue University, com o apoio de empresas produtoras de aço – inclusive, os testes serão realizados na unidade de Monroe, em Michigan, que pertence ao Grupo Gerdau. Em setembro, a Petrobras e a Gerdau firmaram memorando de entendimento com o objetivo de explorar oportunidades comerciais e potenciais parcerias alinhadas às estratégias de diversificação e descarbonização de ambas as empresas.

 

Itaipu, uma usina de ideias


Marcio Massakiti Kubo, gestor de convênios de pesquisas e projetos de desenvolvimento e inovação e assessor da área de energias renováveis da Itaipu Binacional, mostrou como a usina sediada em Foz do Iguaçu tem dado sua contribuição para a pesquisa envolvendo o tema de transição energética. Desde 2006, a Itaipu apoia a transição energética com o início dos programas Energias Renováveis (ER) e Mobilidade Elétrica Sustentável. Os projetos de ER começaram dada a preocupação com a grande concentração de produção de proteína animal nos municípios próximos ao reservatório da usina, que acaba gerando resíduos que, se não destinados de maneira adequada, chegam até as águas de Itaipu através dos rios da região. A primeira microgeração distribuída do Brasil foi implementada no Oeste do Paraná em um projeto apoiado por Itaipu, em 2008. Hoje, a partir daquela primeira ação, o Brasil possui mais de duas Itaipus em potência instalada com a mini e microgeração distribuída. "Isso foi muito significativo para a Itaipu, pois esse projeto foi base para as primeiras normativas técnicas da Aneel para regulamentar o tema no Brasil", recordou Kubo. Itaipu também ajudou a desenvolver o primeiro ônibus 100% elétrico do país e o primeiro ônibus híbrido, movido a eletricidade e a etanol, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

 

Sanepar: não há saneamento sem energia

 
A Sanepar é a maior consumidora de energia elétrica do Paraná, pois todo os processos de saneamento e esgotamento precisam dessa fonte. Por essa razão, a companhia paranaense realiza ações visando ter eficiência energética, assim como a busca por energias renováveis. A empresa desenvolveu a capacidade para gerenciar mensalmente as faturas de energia das diferentes unidades consumidoras que possui. Em 362 delas, de um total de 780, esse monitoramento é feito em tempo real. "Estamos, aos poucos, migrando nossas unidades para o mercado livre de energia, o que poderá nos garantir futuramente uma economia de R$ 1 bilhão", projetou Charles Carneiro, engenheiro de desenvolvimento operacional da Sanepar. A Sanepar possui o maior parque de reatores anaeróbios do mundo tratando esgoto doméstico e tem sido destaque em iniciativas de recuperação energética de biogás. Estima-se que mais de 60 milhões de metros cúbicos de biogás podem ser produzidos anualmente somente a partir do esgoto no Paraná. A empresa também foi pioneira na implantação do sistema de microgeração distribuída de energia elétrica da Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde, em Foz do Iguaçu, a primeira desta natureza a ser operacionalizada no setor de saneamento do Brasil. Também projeto da Sanepar, a US Bioenergia é capaz de produzir até 2,8 MWh de energia elétrica renovável a partir da codigestão de lodo de esgoto e materiais orgânicos de grandes geradores. A Estação de Tratamento de Esgoto Atuba Sul, em Curitiba, também é destaque por seu sistema inovador de secagem térmica de lodo que utiliza como combustível o biogás e biomassa (lodo seco) produzido na própria localidade. O sistema é capaz de processar 5 toneladas de lodo por hora, transformando-o em cinzas e evitando o envio de grandes volumes de material para aterros sanitários. "Temos trabalhado muito fortemente a transição energética podendo ter à disposição opções disruptivas como essas, pois temos processos básicos de água e esgoto muito bem consolidados", definiu Carneiro
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