Logo da empresa Bluesky (Crédito: Reprodução)
A rede social Bluesky recebeu na última semana 2,4 milhões de novos usuários na plataforma, dos quais 90% são brasileiros. Em resposta a questionamento feito pelo site IstoÉ Dinheiro, a empresa respondeu que o Brasil virou esta semana o país com maior quantidade de usuários na plataforma, seguido por Japão e Estados Unidos. Ao todo, são 8 milhões de perfis do mundo todo. A rede não informou quantos perfis são de cada país.
O perfil oficial da plataforma passou a postar seus conteúdos simultaneamente em inglês e português. “DOIS MILHÕES de pessoas novas na última semana! uma calorosa recepção a todos! 🤗”, compartilhou o perfil da Bluesky no fim de tarde de segunda-feira, 9.
Criado em 2021, o Bluesky era restrito para pessoas convidadas por membros da plataforma até 6 de fevereiro deste ano, quando foi liberado para que qualquer um criasse uma conta. No dia 22 do mesmo mês, a plataforma celebrou ter alcançado um total de 5 milhões de usuários.
Brasileiros dão trabalho aos programadores
Um dos funcionários da plataforma, o desenvolvedor Paul Frazee virou a primeira celebridade espontânea da rede adotada pelos brasileiros. Ele viralizou ao compartilhar uma foto trabalhando no dia seguinte a determinação de bloqueio do X. “Se eu vou trabalhar em um sábado, as asas da borboleta permanecerão”, disse. A borboleta é o símbolo do Bluesky.
Em seus posts, ele narra o trabalho da equipe para manter os servidores funcionando com o grande fluxo. Apesar de suas horas extras, falhas seguem reportadas pelos usuários, e os brasileiros são exigentes: acumulam na plataforma pedidos por compartilhamento de vídeos e por “trending topics”, a ferramenta do antigo Twitter que monitorava os tópicos mais discutidos na plataforma.
Segundo Freeze, uma ferramenta para compartilhamento de vídeos já está em fase final de desenvolvimento. Já os “trending topics” ainda não possuem uma resposta totalmente pronta. “Estou escrevendo uma proposta de como poderíamos implementá -la”, publicou o desenvolvedor estadunidense em português.
Quem é o dono?
A plataforma foi criada em 2019 por Jack Dorsley, o fundador do Twitter. Na época, ele ainda era CEO e dono da rede do passarinho azul. Dorsley selecionou a engenheira de software estadunidense Jay Graber para comandar o Bluesky, que foi desde o início uma companhia independente do Twitter.
O diferencial do Bluesky em relação a outras redes populares no Brasil é sua construção no AT Protocol. Trata-se de uma linguagem de comunicação de código aberto com a qual é possível acessar a rede Atmosphere de diferentes aplicativos. O objetivo é ter uma comunicação fora do controle das big techs, operada pelos próprios usuários.
O AT Protocol possibilita que cada operador crie seu próprio algoritmo e critérios de moderação. No entanto, caso os usuários decidam sair do Bluesky — como os brasileiros foram forçados a fazer com o Twitter — poderão reencontrar seus perfis e suas conexões em outra plataforma, com um outro modo de operar.
Outra diferença está na constituição da empresa não como uma rede social, mas como uma “sociedade de utilidade pública”. A caracterização escolhida busca dar foco a uma missão de “desenvolver e promover a adoção em larga escala de tecnologias para conversas públicas abertas e descentralizadas”.
Em maio deste ano, Dorsley deixou o Conselho do Bluesky. Na época, ele chegou a pedir em seu perfil no já então chamado X que os usuários permanecessem na rede de Elon Musk. Hoje, segundo o site da Bluesky, seus donos são a CEO Jay Grabber e o time da companhia.
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