Com um patrimônio de cerca de US$ 4,2 bilhões, Jack Ma, um pioneiro do
comércio eletrônico da China que deixou na sexta-feira o cargo de
diretor-presidente da Alibaba, já é um dos homens mais ricos do país.
Mas ele pode enriquecer ainda mais se a empresa fundada por ele há 14
anos decidir abrir o capital.
Ma conversou com The Wall Street Journal em uma visita recente à Califórnia. A filantropia foi o motivo da viagem, mas ele não tem intenção de participar do famoso compromisso feito por vários bilionários de doar pelo menos a metade do seu dinheiro para a caridade. "Essa ideia de distribuir o seu dinheiro não foi criada por Bill Gates e Warren Buffett. Foi criada pelo Partido Comunista nos anos 50!", disse ele, rindo.
Ma, de 48 anos, tem outras razões para rir. Desde que anunciou sua transição para a presidência do conselho de administração, em janeiro, aumentaram as especulações de que a empresa estaria se preparando para abrir o capital. A Alibaba, avaliada em cerca de US$ 60 bilhões, poderia ser uma das melhores ofertas de ações do ano no setor de tecnologia, se levar o plano adiante.
Ma já percorreu este caminho. Uma das 25 divisões do grupo, a Alibaba.com, plataforma de comércio eletrônico para pequenas empresas, estreou na Bolsa de Valores de Hong Kong em 2007, mas teve seu capital fechado por Ma no ano passado. (As demais divisões do grupo, incluindo Taobao, Tmall e Alipay, nunca abriram o capital.) A crise financeira prejudicou a Alibaba.com, disse ele, e a firma precisava fazer grandes mudanças. Ao fechar seu capital novamente, ficou estabelecida a base para abrir o capital do grupo inteiro algum dia.
Ma comparou a potencial saída às bolsas a um casamento. "Somos uma empresa que já se casou e se divorciou. Sabemos o que significa o casamento", disse. "Não queremos uma festa de casamento; queremos uma união feliz." E quanto ao momento certo? "Creio que estamos prontos", afirmou.
No fim de abril, a Alibaba comprou uma participação de 18% na Weibo, a versão chinesa do Twitter, por US$ 586 milhões — outra iniciativa vista como preparação para o "casamento".
O sucessor de Ma, Jonathan Lu, começou na empresa como diretor de processamento de dados e foi galgando na hierarquia, enquanto Ma o fazia passar por uma série de cargos — e também por algo que parece uma versão empresarial do trote universitário. Ma diz com uma risadinha: "Eu o enfiei na geladeira" (isto é, criou muitas dificuldades para Lu). "E percebi, no início do ano, que ele estava pronto."
Ma acredita muito na perseverança. Nascido em Hangzhou, na China, aperfeiçoou seu inglês conversando com os turistas em um hotel da cidade. Prestou vestibular duas vezes, sem sucesso, e por fim entrou numa faculdade local de formação de professores. Depois de se candidatar inutilmente a vários empregos, incluindo um como secretário do gerente de uma loja da Kentucky Fried Chicken, fez um empréstimo de US$ 2.000 para fundar um site chamado China Pages; depois administrou uma firma de tecnologia para um departamento do Ministério de Comércio Exterior da China. Em 1999, captou US$ 60.000 de 18 amigos e, trabalhando no seu apartamento, fundou a firma que veio a ser a Alibaba.
Hoje os discursos de Ma atraem multidões na reunião anual da empresa para os clientes e a mídia. O executivo também tem experiência com uniões não tão bem-sucedidas. No fim de 2012, a Alibaba recomprou metade da participação de 40% que a Yahoo YHOO -0.86% possuía na empresa. Quando indagado por quê, Ma respondeu: "Eles [a Yahoo] já mudaram de diretor-presidente quantas vezes?" Ele gira a cabeça de um lado para o outro, como se assistisse a uma rápida sucessão de executivos e exclama: "Parece um filme de Hollywood!"
Ma diz que admira a ética de trabalho da nova diretora-presidente da Yahoo, Marissa Mayer, mas quem ele tem em mais alta estima é o fundador da empresa, Jerry Yang, que investiu inicialmente US$ 1 bilhão na Alibaba, em 2005.
Em sua viagem para a Califórnia, Ma visitou a Universidade de Stanford em busca de talentos. Falando em mandarim num evento de recrutamento da Alibaba, ele perguntou a algumas centenas de engenheiros, escolhidos a dedo: "Por que vocês não se arriscam? Por que não pensam em ir para a China?" A julgar pela sala transbordando de gente, alguns já estão considerando essa possibilidade.
Embora Ma tenha grandes esperanças para a China, ele vê o Vale do Silício como o centro mundial de inovação. Em breve, vai lançar um fundo nos Estados Unidos para investir em novas firmas de tecnologia da região.
Ma disse que sua primeira providência ao entregar o comando da Alibaba seria "dormir por três meses". Mas talvez não disponha de todo esse tempo. Ele continuará dirigindo o desenvolvimento de estratégia e liderança da empresa, o que inclui ajudar firmas estrangeiras a usar as plataformas da Alibaba para vender a clientes na China e no exterior.
Ma conversou com The Wall Street Journal em uma visita recente à Califórnia. A filantropia foi o motivo da viagem, mas ele não tem intenção de participar do famoso compromisso feito por vários bilionários de doar pelo menos a metade do seu dinheiro para a caridade. "Essa ideia de distribuir o seu dinheiro não foi criada por Bill Gates e Warren Buffett. Foi criada pelo Partido Comunista nos anos 50!", disse ele, rindo.
Ma, de 48 anos, tem outras razões para rir. Desde que anunciou sua transição para a presidência do conselho de administração, em janeiro, aumentaram as especulações de que a empresa estaria se preparando para abrir o capital. A Alibaba, avaliada em cerca de US$ 60 bilhões, poderia ser uma das melhores ofertas de ações do ano no setor de tecnologia, se levar o plano adiante.
Ma já percorreu este caminho. Uma das 25 divisões do grupo, a Alibaba.com, plataforma de comércio eletrônico para pequenas empresas, estreou na Bolsa de Valores de Hong Kong em 2007, mas teve seu capital fechado por Ma no ano passado. (As demais divisões do grupo, incluindo Taobao, Tmall e Alipay, nunca abriram o capital.) A crise financeira prejudicou a Alibaba.com, disse ele, e a firma precisava fazer grandes mudanças. Ao fechar seu capital novamente, ficou estabelecida a base para abrir o capital do grupo inteiro algum dia.
Ma comparou a potencial saída às bolsas a um casamento. "Somos uma empresa que já se casou e se divorciou. Sabemos o que significa o casamento", disse. "Não queremos uma festa de casamento; queremos uma união feliz." E quanto ao momento certo? "Creio que estamos prontos", afirmou.
No fim de abril, a Alibaba comprou uma participação de 18% na Weibo, a versão chinesa do Twitter, por US$ 586 milhões — outra iniciativa vista como preparação para o "casamento".
O sucessor de Ma, Jonathan Lu, começou na empresa como diretor de processamento de dados e foi galgando na hierarquia, enquanto Ma o fazia passar por uma série de cargos — e também por algo que parece uma versão empresarial do trote universitário. Ma diz com uma risadinha: "Eu o enfiei na geladeira" (isto é, criou muitas dificuldades para Lu). "E percebi, no início do ano, que ele estava pronto."
Ma acredita muito na perseverança. Nascido em Hangzhou, na China, aperfeiçoou seu inglês conversando com os turistas em um hotel da cidade. Prestou vestibular duas vezes, sem sucesso, e por fim entrou numa faculdade local de formação de professores. Depois de se candidatar inutilmente a vários empregos, incluindo um como secretário do gerente de uma loja da Kentucky Fried Chicken, fez um empréstimo de US$ 2.000 para fundar um site chamado China Pages; depois administrou uma firma de tecnologia para um departamento do Ministério de Comércio Exterior da China. Em 1999, captou US$ 60.000 de 18 amigos e, trabalhando no seu apartamento, fundou a firma que veio a ser a Alibaba.
Hoje os discursos de Ma atraem multidões na reunião anual da empresa para os clientes e a mídia. O executivo também tem experiência com uniões não tão bem-sucedidas. No fim de 2012, a Alibaba recomprou metade da participação de 40% que a Yahoo YHOO -0.86% possuía na empresa. Quando indagado por quê, Ma respondeu: "Eles [a Yahoo] já mudaram de diretor-presidente quantas vezes?" Ele gira a cabeça de um lado para o outro, como se assistisse a uma rápida sucessão de executivos e exclama: "Parece um filme de Hollywood!"
Ma diz que admira a ética de trabalho da nova diretora-presidente da Yahoo, Marissa Mayer, mas quem ele tem em mais alta estima é o fundador da empresa, Jerry Yang, que investiu inicialmente US$ 1 bilhão na Alibaba, em 2005.
Em sua viagem para a Califórnia, Ma visitou a Universidade de Stanford em busca de talentos. Falando em mandarim num evento de recrutamento da Alibaba, ele perguntou a algumas centenas de engenheiros, escolhidos a dedo: "Por que vocês não se arriscam? Por que não pensam em ir para a China?" A julgar pela sala transbordando de gente, alguns já estão considerando essa possibilidade.
Embora Ma tenha grandes esperanças para a China, ele vê o Vale do Silício como o centro mundial de inovação. Em breve, vai lançar um fundo nos Estados Unidos para investir em novas firmas de tecnologia da região.
Ma disse que sua primeira providência ao entregar o comando da Alibaba seria "dormir por três meses". Mas talvez não disponha de todo esse tempo. Ele continuará dirigindo o desenvolvimento de estratégia e liderança da empresa, o que inclui ajudar firmas estrangeiras a usar as plataformas da Alibaba para vender a clientes na China e no exterior.
Por ALEXANDRA WOLFE
Fonte: thewallstreetjournal 13/05/2013
Fonte: thewallstreetjournal 13/05/2013