domingo, 22 de setembro de 2013

Após liderar perdas, real vira a moeda que mais sobe entre 31 países


Sílvio Guedes Crespo




Depois de um período de forte queda, o real foi a moeda que mais subiu desde o início do mês, entre 31 selecionadas, incluindo os mercados desenvolvidos e os principais emergentes. O levantamento foi elaborado pela CMA, empresa de tecnologia e informações financeiras.

A moeda brasileira avançou 5,21% em relação ao dólar, do início de setembro até o dia 18. A trajetória de alta, no entanto, já estava acentuada desde que o Banco Central anunciou, no dia 22, que faria leilões diários de venda de dólares no mercado futuro.

Vale lembrar que, antes desse surto de alta, o real estava caindo fortemente em relação ao dólar. Do início de agosto até o dia 22, recuou 5,53%, tendo a maior perda entre as 31 moedas analisadas pela CMA.




Se considerarmos um prazo mais longo, vemos uma desvalorização do real. A moeda brasileira caiu 10,05% desde o início do ano até o dia 18 – mais do que, por exemplo, os pesos mexicano, peruano e colombiano. Nesse período, a maior queda entre os 31 países foi a do peso argentino, de 17%, conforme o gráfico abaixo.



Entrevista
O economista-chefe da CMA, Carlos Lima, autor do levantamento, concedeu a entrevista abaixo ao blog  


Achados Econômicos.

Por que o real subiu mais do que as outras moedas?

Foram dois fatores. Primeiro, o impacto da decisão do BC em entrar pesadamente no mercado de câmbio. Na época [22 de agosto], o BC foi claro: quem estaria entrando para especular, sofreria um impacto devido a um grande player [o BC] vendendo.

Depois, passou a haver uma desconfiança em relação à possibilidade de o Fed [Federal Reserve, o banco central dos EUA] retirar os estímulos. A meu ver, o mercado, que antes acreditava que o Fed iria retirar, passou a avaliar se ia retirar mesmo e se, caso retirasse, em quanto seria essa redução.

Então o real continua sendo uma das moedas mais voláteis, entre as maiores economias?

Sim. Existe um peso enorme da variável dólar na nossa economia, e isso está sendo demonstrado na variação do real. Entre 80% e 90% das empresas listadas no Ibovespa (principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo) sofrem impacto do dólar.

Na sua visão, o real deve continuar subindo mais que as outras moedas?

A ideia do Fed de prorrogar a decisão [de retirar os estímulos] joga, para o mercado, uma certa especulação, o que gera volatilidade. Num curto prazo, me parece que o real encontrou um certo parâmetro, variando entre R$ 2,20 e R$ 2,25. Mas, quando o Fed começar a retirar os estímulos, o real tende a voltar a se desvalorizar.

CLIQUE NA IMAGEM E ENTENDA COMO FUNCIONA O MERCADO DE DÓLAR


Franquias levam venda porta a porta para a web


 
FILIPE OLIVEIRA
DE SÃO PAULO

MPME Empresas estão levando o mercado de venda porta a porta, tradicional no setor de cosméticos, por exemplo, para a internet. Por meio do modelo de franquia, elas oferecem uma plataforma personalizada para empreendedores venderem produtos da marca.
A ideia é que o franqueado apenas faça a venda. A entrega do produto ou serviço propriamente dito, em geral, fica a cargo da franqueadora.

O principal atrativo dessas redes é exigir pouco investimento inicial -que pode ser de menos de R$ 1.000 até R$ 15 mil, em geral- e permitir que se trabalhe de casa.
Ursula Coelho, 39, por exemplo, tornou-se neste ano franqueada da Sandaliaria Express, que vende chinelos estampados, e criou a página Victorine Sandaliaria. 

A rede não cobra taxa de franquia -o franqueado paga uma taxa de recarga cada vez que precisa repor o estoque, a partir de R$ 800. 

Após montar o site, Coelho não deixou seu emprego principal, na área de venda de produtos odontológicos.

"Trabalho das 8h às 18h, totalmente focada no meu emprego, apenas dando uma olhada no e-mail para ver se há algo da loja. Depois, fico até a meia-noite em casa trabalhando no computador." 


Zé Carlos Barretta/Folhapress
Ursula Coelho, 39, que abriu em 2013 microfranquia da Sandaliaria
Ursula Coelho, 39, que abriu em 2013 microfranquia da Sandaliaria

Segundo Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF (Associação Brasileira de Franchising), esse modelo de franquia, apesar de exigir investimento baixo, tende a funcionar como um complemento da renda, e não como a atividade principal do empreendedor. 

"A tendência é que esses negócios sejam uma renda extra. O faturamento nem sempre compensa o esforço de uma dedicação integral", diz o executivo.

Além disso, no caso de Coelho, parte do que ela recebe é reinvestido no negócio, na compra de anúncios em sites de busca, especialmente Google e Yahoo!. 

Camargo diz que, até agora, são 12 as redes virtuais associadas à ABF, a maioria dedicada a serviços digitais, como criação de sites. 

Mas existem uma série de outras marcas que oferecem diferentes produtos e têm atraído muitos franqueados. A Camisetas da Hora, por exemplo, tem 857. 

Na avaliação de Marcelo Cherto, da consultoria Cherto, o modelo de franquias pela internet deve crescer nos próximos anos, principalmente porque são poucas as barreiras para a criação de novas redes virtuais e a entrada de mais franqueados. 

Segundo ele, o principal desafio de quem investe nesse tipo de franquia está no fato de que ele só terá lucro para tornar a operação vantajosa se tiver um volume grande de vendas, pois as comissões são baixas e é preciso investir em propaganda. 

Editoria de arte/Folhapress
+ Livraria

Regra para agilizar obras vira ingerência estatal e ameaça concessões









DIMMI AMORA
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA




O fracasso inesperado do leilão do trecho considerado um dos filés da concessão de rodovias, na semana retrasada, explicitou a dificuldade do governo Dilma em convencer os empresários a investir pesado em infraestrutura. 

Há uma natural queda de braço entre governo -que quer preços sempre mais baixos- e empresários, que tentam sempre aumentar seus ganhos nos negócios. 

A presidente Dilma Rousseff apertou as regras nos últimos anos, impondo novos modelos e leis, para tentar aumentar a velocidade e reduzir os custos das obras. 

Essas novas regras, porém, estão sendo consideradas intervencionistas pelas empresas, o que tem levado a atrasos na implementação dos projetos e redução dos gastos públicos no setor, além de diminuir a disposição de risco do setor nas concessões. 

No caso de obras públicas, a principal mudança foi a criação do RDC (Regime Diferenciado de Contratação). Essa nova regra tinha dois intuitos: acelerar as concorrências e acabar com os aditivos, gastos a mais do governo para pagar por alterações nas obras e fonte inesgotável de sobrepreços finais. 

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) é o maior contratador de obras do governo. Desde que o RDC foi instituído, em 2011, foram iniciadas 150 licitações. Delas, 66 (44%) não deram certo e ficaram sem interessados. 

O presidente da Aneor (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias), José Alberto Pereira Ribeiro, disse em audiência pública no Congresso que as obras em RDC têm estimativas de custos baseadas na lei antiga, em que os itens eram precificados um a um. 

Com isso, o preço que vai na licitação não considera a chamada contingência, que é um valor extra para cobrir o risco de os projetos custarem mais que o previsto. 

Como a maioria das licitações do RDC é feita num modelo em que o empresário assume o risco se a obra ficar mais cara, as licitações têm fracassado. 


Ponte da Amizade

 
Em abril deste ano, a licitação para uma nova ponte da Amizade, ligando Brasil e Paraguai, acabou sem interessados. Sete empresas iniciaram a disputa. Os preços foram baixando e chegaram a cair a R$ 217 milhões. Mas o governo só aceitava R$ 195 milhões, e as companhias acabaram desistindo. 

Nas concessões de rodovias, o aperto foi semelhante. Para forçar as empresas a fazer obras mais rápidas, o governo colocou nos editais novas regras determinando que toda a duplicação será feita em cinco anos, e os pedágios só podem ser cobrados depois que 10% da duplicação estiver pronta. 

Para garantir que a regra seja cumprida, penalidades severas estão previstas em contrato.
Essas regras levam a duas consequências: aumento do valor do preço-teto dos pedágios e a avaliação das empresas de que, em alguns trechos, o risco de a obra não ficar pronta é elevado. 

No fracasso do leilão da BR-262 (MG-ES), considerado um trecho atrativo do programa, esses dois fatores contaram na avaliação das companhias. 

O outro fator de risco apontado foi que o Dnit poderia não fazer uma parte do projeto sob sua responsabilidade, preocupação baseada nos baixos números de licitações finalizadas pelo órgão desde o ano passado.

Presidente da TAM entra para lista de executivos 'jovens' mais influentes do mundo


 
DE SÃO PAULO


Recém empossada no comando da TAM, a presidente da companhia aérea brasileira, Claudia Sender, 38, entrou para a lista dos 40 executivos mais influentes do mundo com menos de 40 anos, feita pela revista americana "Forbes". 

Claudia aparece na posição de número 30 e é a única representante do Brasil na edição de 2013 do ranking anual da publicação. 

O nome da brasileira é quase uma exceção numa lista em que a maioria dos executivos estão relacionados ao universo da tecnologia. 

A revista a descreve como uma novata na área de aviação e a "aposta da diretoria para enfrentar o momento de crise pelo qual o setor passa". 

A TAM demitiu mil funcionários recentemente para fazer frente à alta de custos que tem provocado seguidos prejuízos às companhias aéreas brasileiras. 

O corte foi um dos primeiros desafios da executiva no comando da empresa. Ela assumiu o posto em maio deste ano em substituição a Marco Antonio Bologna, que passou a se concentrar apenas na presidência da holding TAM S.A, responsável por outros negócios do grupo. 


Ana Paula Paiva- 27-nov.13/Valor/Folhapress
Claudia Sender, nova presidente da TAM Linhas Aéreas
Claudia Sender, nova presidente da TAM Linhas Aéreas

Engenheira e pós-graduada na Harvard Business School, Claudia entrou na TAM no final de 2011 depois de passar pela vice-presidência de marketing da Whirpool e pela consultoria Bain & Company. 


TECNOLOGIA

 
Pela primeira vez, a lista da publicação é liderada por uma mulher. A presidente do Yahoo, Marissa Meyer, 38, aparece no topo e confirma o peso do setor de tecnologia entre as lideranças com menos de 40 anos.
Entre outros nomes de companhias de tecnologia destacados no ranking estão Marck Zuckerberg, 29, do Facebook, na terceira posição, Ben Silmermann, 31, co-fundador do Pinterest, na 11ª colocação, além de Kevin Systrom, 29, presidente do Instragam, em 12ª. 


EXECUTIVOS MAIS INFLUENTES COM MENOS DE 40 ANOS

 
Posição Nome Idade Companhia
Marissa Mayer 38 Yahoo
Jack Dorsey 36 Square
Mark Zuckerberg 29 Facebook
John Elkann 37 Fiat
Rob Goldstein 39 Blackrock
Brian Chesky 32 Airbnb
Joe Gebbia 32 Airbnb
Nate Blecharczyk 30 Airbnb
Chris Weideman 38 U.S. Treasury Department
Jun Wang 37 BGI
Tracy Britt Cool 29 Berkshire Hathaway
10º Liv Garfield 38 BT Group´s Openreach
11º Ben Silbermann 31 Pinterest
11º Kevin Systrom 29 Instagram
12º Chuck Myers 37 Fidelity Investments
13º Travis Kalanick 37 Uber
14º Aaron Levie 28 Box
15º Ryan McInerney 38 Visa
16º Jeremy Stoppelman 35 Yelp
17º Ross Martin 39 Viacom Media Networks
18º Catherina Lacavera 38 Google
19º Ashish Thakkar 32 Mara Group
20º Will Adams 38 i.am.plus
21º Avani Davda 34 Tata Starbucks Limited
22º Sam Yagan 36 Match Inc.
23º Lyndon Rive 36 SolarCity
23º Cyrus Massoumi 37 ZocDog
24º David Karp 27 Tumblr
25º Ben Hulburnt 39 Eclipse Resources
26º Jonah Peretti 39 BuzzFeed
27º Jeremy Bird 35 270Strategies
28º Daniel Ek 30 Spotify
28º Max Levchin 38 Glow
29º Lani Hay 38 Lanmark Technology
30º Claudia Sender 38 TAM Airline
31º Hayley Barna 30 Birchbox
31º Katia Beauchamp 30 Birchbox
32º Niraj Shah 39 Wayfair
33º Rachel Shechtman 36 Story
33º Alli Webb 38 Drybar
34º Danae Ringelmann 35 Indiegogo
34º Slava Rubin 34 Indiegogo
34º Eric Schell 35 Indiegogo
35º Kristin Groos Richmond 38 Revolution Foods
35º Kiirsten Saenz Tobey 35 Revolution Foods
36º Rachel Haot 30 Cidade de Nova York
37º Dhiraj Rajaram 39 Mu Sigma
38º Andrew Ng 37 Coursera
39º Tamara Ralph 31 Ralph & Russo
40º Kat Cole 35 Cinnabon
Fonte: Forbes

Cerveja Premium

Portfólio inclui a família Bohemia, além de rótulos como Budweiser, Stella Artois, Serra Malte e as versões de maior valor das cervejas tradicionais

Marília Almeida - iG São Paulo
Divulgação
Maior aposta da Ambev é a Budweiser, que será a patrocinadora da Copa no mercado global
A ampliacao do portfólio de cervejas premium é uma das grandes apostas da Ambev para complementar as vendas, que apresentaram queda em agosto.

Isso porque o segmento, além de ter maior valor comercial, também permite à companhia se defender de oscilações de vendas, pois é mais resiliente à crises.

De acordo com o vice presidente de vendas Alexandre Medicis, o portfólio de marcas premium representa 6% do mercado no Brasil. "Como a Ambev tem 70% de fatia no mercado, a participação no nosso negócio é proporcional. Mas, em valor, o segmento ganha mais peso", conta.

O portfólio da Ambev no segmento inclui a família Bohemia, Budweiser, Stella Artois, Serra Malte e as versões de maior valor das cervejas tradicionais, como a Skol Beats, Original e a Brahma Extra,

A conta inclui a importação de rótulos das unidades da Ambev no exterior, como a belga Leffe, a Argentina Quilmes e a uruguaia Norteña. Já são cerca de 15 marcas importadas para o Brasil. É na importação onde há maior potencial de crescimento.

Isso porque Medicis conta que o portfólio de cervejas premium produzidas no País já esta adequado para o segmento. "Não pensamos em adquirir mais marcas, vamos investir no que já temos. As famílias de cervejas já existentes devem ganhar apenas variantes".

Recentemente, a Ambev lançou a Bohemia Imperial, a quinta variação da marca. Na Oktoberfest, deve lançar o chope Brahma Weiss.

Mas a maior aposta de todo portfólio premium é a Budweiser, que é a patrocinadora da Copa no mercado global e tem maior escala por estar situada em uma faixa de preço intermediária.


Sem álcool

 
Já a representatividade do portfolio de cervejas sem álcool nas vendas da Ambev soma hoje cerca de 1%. Executivos também vêem potencial de crescimento deste portfólio  após o endurecimento da lei seca .

O último lançamento, há três meses, foi da Brahma 0,0%, que se soma aos rótulos Liber e Kronenbier. Na Brahma, a Ambev buscou mais sabor, mas com a manutenção da ausência de álcool. A Kronenbier é o único rótulo que tem uma quantidade residual de alcool. 

A companhia busca incentivar o consumo responsável. Nesta sexta-feira (20), promoveu sua edição anual do Dia de Responsa. 

A ação inclui a visita de executivos a bares da cidade de São Paulo, que deram dicas sobre consumo consciente e colaram cartazes sobre a proibição de vendas de bebidas para menores de 18 anos. 

A ação, que teve participação do ex-jogador de futebol Cafu, marcou uma década do programa de consumo responsável.

sábado, 21 de setembro de 2013

OGX, de Eike Batista, teria sido notificada por inadimplência


Companhia americana Diamond Offshore Drilling afirma que a petrolífera brasileira está atrasada nos pagamentos das obrigações do contrato sobre a plataforma Ocean Quest

Agência Estado
Agência Estado
Divulgação
OGX estaria atrasada nos pagamentos das obrigações do contrato sobre a plataforma Ocean Quest
A Diamond Offshore Drilling informou em um documento enviado para a Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA) que notificou a OGX que a companhia está inadimplente nos pagamentos das obrigações do contrato sobre a plataforma Ocean Quest. Segundo a companhia norte-americana, se a situação não for resolvida o contrato pode ser encerrado. "Nós estamos buscando outras oportunidades para substituir a OGX se o contrato for rescindido", diz a Diamond no documento.

A empresa afirma também que a plataforma Ocean Star foi sublocada para a Queiroz Galvão pelo período de duração do contrato com a OGX. A companhia norte-americana explica ainda que a OGX lhe devia US$ 22,7 milhões em 30 de junho. "Nossas receitas estimadas com a OGX para o terceiro trimestre de 2013 são de aproximadamente US$ 36 milhões, e nada disso foi pago ainda", acrescenta

Alemanha e Brasil – entre tantas diferenças, algumas semelhanças

Alemanha e Brasil – entre tantas diferenças, algumas semelhanças

Apesar da diferença abissal dos indicadores sócio econômicos, a economia alemã vive momento turbulento parecido com o da brasileira em alguns aspectos. Como a macroeconomia tem afetado os mercados acionários dos dois países?

Leia os trechos a seguir:
“Os debates entre a esquerda e a direita têm se concentrado em redistribuição – aumentos de impostos sobre os ricos e gastos sociais”. Não parece uma discussão entre políticas do PT e as do PSDB?
“Um programa intensivo de gastos em infraestrutura é uma coisa em torno da qual poderia haver consenso”. Qualquer brasileiro concorda que nossa infraestrutura é precária o que prejudica a competitividade de nossos produtos.
“A questão crucial para mais crescimento será mais investimento”. Um dos poucos consensos entre os economistas brasileiros é o de que o país precisa aumentar sua taxa de investimento.
“O problema econômico mais imediato com que se defronta a indústria é o forte aumento dos preços da energia”. Não foi à toa que a presidente Dilma Rousseff empenhou-se para a adoção de novas regras na renovação das concessionárias de geração e de distribuição.
Contudo, as afirmativas acima não se referem à economia brasileira, mas à alemã. Foram retiradas da reportagem “Alemanha deve votar por mais do mesmo”, do Financial Times, publicada no Valor Econômico de 19 de setembro de 2013, que trata da eleição nesse fim de semana. As razões para os países terem chegado a algumas situações semelhantes, porém são distintas. Por exemplo, no caso alemão, o aumento do custo da energia ocorreu devido ao desligamento das usinas nucleares. Por outro lado, no Brasil, o incremento do custo foi devido à desvalorização do real, às estiagens, ao uso mais intenso da geração térmica e a encargos setoriais.
Outro dado interessante é o de que apesar da melhor situação econômica da Alemanha dentro da Comunidade Econômica Europeia (CEE), sua taxa de investimento é inferior à da zona do euro. Hoje o indicador alemão se encontra ao redor de 17,5% cerca de 1 p.p inferior ao da CEE. Essa diferença já foi maior – de 3 p.p em 2008. A solução para elevar a taxa, tanto lá como cá, é investir em infraestrutura de forma a aumentar a competitividade das empresas em relação a seus pares internacionais.
Apesar de algumas situações semelhantes no âmbito macroeconômico, o principal índice acionário alemão se mostra mais consistente do que o Ibovespa desde a crise de 2008. Enquanto o Ibovespa tem apresentado altos e baixos nos últimos anos, o DAX apresentou crescimento contínuo no período (com exceção de agosto de 2011 quando os Estados Unidos tiveram sua nota de rating rebaixada pela S&P). Isso ocorreu devido à composição do Ibovespa concentrada em empresas de commodities e ao aumento da maior aversão ao risco após a crise com a migração dos recursos para países mais estáveis. Apesar da fraqueza recente do Ibovespa, o índice brasileiro apresentou maior valorização – 234% versus 155%, ambas em moeda local – nos últimos dez anos.
ibovespa dax
A comparação dos dois indicadores acionários mostra que os países emergentes ainda pagam mais caro por desarranjos econômicos. Problemas em países desenvolvidos são vistos de forma mais condescendente pelos investidores. Por isso, o cuidado dos governantes dos países periféricos com as questões macroeconômicas deve ser redobrado sob pena de afetar negativamente o mercado de capitais.
Termos de Uso
As análises, opiniões, premissas, estimativas e projeções feitas neste blog são baseadas em julgamento do analista responsável e estão, portanto, sujeitas à modificação sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. O analista de investimento responsável por este blog declara que as opiniões contidas neste espaço refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia analisada ou fundos e foram realizadas de forma independente e autônoma. As opiniões contidas neste espaço podem não ser aplicáveis para todos os leitores devido aos diferentes objetivos de investimento e situação financeira específica. O autor não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizados por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Toda e qualquer decisão de investimento baseada nas opiniões aqui expostas é de exclusiva responsabilidade do investidor.
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Alemanha e Brasil – entre tantas diferenças, algumas semelhanças

Apesar da diferença abissal dos indicadores sócio econômicos, a economia alemã vive momento turbulento parecido com o da brasileira em alguns aspectos. Como a macroeconomia tem afetado os mercados acionários dos dois países?

Leia os trechos a seguir:
“Os debates entre a esquerda e a direita têm se concentrado em redistribuição – aumentos de impostos sobre os ricos e gastos sociais”. Não parece uma discussão entre políticas do PT e as do PSDB?
“Um programa intensivo de gastos em infraestrutura é uma coisa em torno da qual poderia haver consenso”. Qualquer brasileiro concorda que nossa infraestrutura é precária o que prejudica a competitividade de nossos produtos.
“A questão crucial para mais crescimento será mais investimento”. Um dos poucos consensos entre os economistas brasileiros é o de que o país precisa aumentar sua taxa de investimento.
“O problema econômico mais imediato com que se defronta a indústria é o forte aumento dos preços da energia”. Não foi à toa que a presidente Dilma Rousseff empenhou-se para a adoção de novas regras na renovação das concessionárias de geração e de distribuição.
Contudo, as afirmativas acima não se referem à economia brasileira, mas à alemã. Foram retiradas da reportagem “Alemanha deve votar por mais do mesmo”, do Financial Times, publicada no Valor Econômico de 19 de setembro de 2013, que trata da eleição nesse fim de semana. As razões para os países terem chegado a algumas situações semelhantes, porém são distintas. Por exemplo, no caso alemão, o aumento do custo da energia ocorreu devido ao desligamento das usinas nucleares. Por outro lado, no Brasil, o incremento do custo foi devido à desvalorização do real, às estiagens, ao uso mais intenso da geração térmica e a encargos setoriais.
Outro dado interessante é o de que apesar da melhor situação econômica da Alemanha dentro da Comunidade Econômica Europeia (CEE), sua taxa de investimento é inferior à da zona do euro. Hoje o indicador alemão se encontra ao redor de 17,5% cerca de 1 p.p inferior ao da CEE. Essa diferença já foi maior – de 3 p.p em 2008. A solução para elevar a taxa, tanto lá como cá, é investir em infraestrutura de forma a aumentar a competitividade das empresas em relação a seus pares internacionais.
Apesar de algumas situações semelhantes no âmbito macroeconômico, o principal índice acionário alemão se mostra mais consistente do que o Ibovespa desde a crise de 2008. Enquanto o Ibovespa tem apresentado altos e baixos nos últimos anos, o DAX apresentou crescimento contínuo no período (com exceção de agosto de 2011 quando os Estados Unidos tiveram sua nota de rating rebaixada pela S&P). Isso ocorreu devido à composição do Ibovespa concentrada em empresas de commodities e ao aumento da maior aversão ao risco após a crise com a migração dos recursos para países mais estáveis. Apesar da fraqueza recente do Ibovespa, o índice brasileiro apresentou maior valorização – 234% versus 155%, ambas em moeda local – nos últimos dez anos.
ibovespa dax
A comparação dos dois indicadores acionários mostra que os países emergentes ainda pagam mais caro por desarranjos econômicos. Problemas em países desenvolvidos são vistos de forma mais condescendente pelos investidores. Por isso, o cuidado dos governantes dos países periféricos com as questões macroeconômicas deve ser redobrado sob pena de afetar negativamente o mercado de capitais.
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por Estrategista em sexta-feira, 20 de setembro de 2013 


Apesar da diferença abissal dos indicadores sócio econômicos, a economia alemã vive momento turbulento parecido com o da brasileira em alguns aspectos. Como a macroeconomia tem afetado os mercados acionários dos dois países?

Leia os trechos a seguir:

“Os debates entre a esquerda e a direita têm se concentrado em redistribuição – aumentos de impostos sobre os ricos e gastos sociais”. Não parece uma discussão entre políticas do PT e as do PSDB?
“Um programa intensivo de gastos em infraestrutura é uma coisa em torno da qual poderia haver consenso”. Qualquer brasileiro concorda que nossa infraestrutura é precária o que prejudica a competitividade de nossos produtos.

“A questão crucial para mais crescimento será mais investimento”. Um dos poucos consensos entre os economistas brasileiros é o de que o país precisa aumentar sua taxa de investimento.

“O problema econômico mais imediato com que se defronta a indústria é o forte aumento dos preços da energia”. Não foi à toa que a presidente Dilma Rousseff empenhou-se para a adoção de novas regras na renovação das concessionárias de geração e de distribuição.

Contudo, as afirmativas acima não se referem à economia brasileira, mas à alemã. Foram retiradas da reportagem “Alemanha deve votar por mais do mesmo”, do Financial Times, publicada no Valor Econômico de 19 de setembro de 2013, que trata da eleição nesse fim de semana. As razões para os países terem chegado a algumas situações semelhantes, porém são distintas. Por exemplo, no caso alemão, o aumento do custo da energia ocorreu devido ao desligamento das usinas nucleares. Por outro lado, no Brasil, o incremento do custo foi devido à desvalorização do real, às estiagens, ao uso mais intenso da geração térmica e a encargos setoriais.

Outro dado interessante é o de que apesar da melhor situação econômica da Alemanha dentro da Comunidade Econômica Europeia (CEE), sua taxa de investimento é inferior à da zona do euro. Hoje o indicador alemão se encontra ao redor de 17,5% cerca de 1 p.p inferior ao da CEE. Essa diferença já foi maior – de 3 p.p em 2008. A solução para elevar a taxa, tanto lá como cá, é investir em infraestrutura de forma a aumentar a competitividade das empresas em relação a seus pares internacionais.

Apesar de algumas situações semelhantes no âmbito macroeconômico, o principal índice acionário alemão se mostra mais consistente do que o Ibovespa desde a crise de 2008. Enquanto o Ibovespa tem apresentado altos e baixos nos últimos anos, o DAX apresentou crescimento contínuo no período (com exceção de agosto de 2011 quando os Estados Unidos tiveram sua nota de rating rebaixada pela S&P). Isso ocorreu devido à composição do Ibovespa concentrada em empresas de commodities e ao aumento da maior aversão ao risco após a crise com a migração dos recursos para países mais estáveis. Apesar da fraqueza recente do Ibovespa, o índice brasileiro apresentou maior valorização – 234% versus 155%, ambas em moeda local – nos últimos dez anos.

ibovespa dax

A comparação dos dois indicadores acionários mostra que os países emergentes ainda pagam mais caro por desarranjos econômicos. Problemas em países desenvolvidos são vistos de forma mais condescendente pelos investidores. Por isso, o cuidado dos governantes dos países periféricos com as questões macroeconômicas deve ser redobrado sob pena de afetar negativamente o mercado de capitais.

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