sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Governo leiloa aeroportos nesta sexta e aposta em disputa acirrada

Regras definidas no edital indicam que concessões de Galeão e de Confins vão render mais de R$ 6 bilhões em março de 2014


Luciana Collet, Wladimir D’Andrade e Antonio Pita - O Estado de S. Paulo
 
RIO - Com expectativa de forte concorrência e ágio superior a 350%, o governo federal realiza nesta sexta-feira, 22, o leilão para concessão dos aeroportos de Galeão, no Rio, e Confins, em Belo Horizonte. Os lances mínimos estabelecidos pelo edital prometem ao governo reforçar o caixa em mais de R$ 6 bilhões em março de 2014.

Os consórcios passaram a semana finalizando as estratégias para a disputa, com a expectativa de muito interesse pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). A disputa acirrada levou o consórcio formado por EcoRodovias, Fraport - operadora do terminal de Frankfurt, na Alemanha - e Invepar, que já opera Guarulhos, a concentrar seus investimentos no aeroporto carioca. 

Outros três grupos farão propostas para Galeão e também para o terminal mineiro. São eles Odebrecht e Changi, responsável pelo terminal de Cingapura; CCR com as operadoras Flughafen Zurich AG, do aeroporto de Zurique (Suíça) e Flughafen München GmbH, de Munique (Alemanha), e Queiroz Galvão, em parceria com a Ferrovial, do terminal Heathrow, em Londres. 

Também participa do leilão o consórcio formado por Carioca Engenharia, aliada à GP Investimentos e às operadoras ADP (Paris) e Schipol (Amsterdã).

Joia da coroa. A expectativa de bons resultados no curto prazo fazem do Galeão a "joia da coroa". Em 2012, o terminal gerou um Ebtida (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 106 milhões, segundo o banco Credit Suisse. Foram 17,5 milhões de passageiros, 25% deles em voos internacionais, o que o coloca como quarto maior terminal da América Latina e com potencial para se tornar um ‘hub’, polo de distribuição dos passageiros em conexão para destinos regionais. 

"O ônus e o bônus do Galeão é maior", diz o advogado Álvaro Palma de Jorge, consultor em infraestrutura e professor da FGV. Segundo ele, o fluxo previsto para grandes eventos, além das obras exigidas pelo edital, que vão requerer desapropriações de comunidades inteiras, serão desafios aos operadores. "Quem ganhar lá tem que ter fôlego redobrado." 

Confins, por sua vez, tem seu potencial de retorno questionado pelos analistas de mercado, sobretudo em relação às exigências para obras de ampliação.

A maior dúvida é sobre a projeção do governo, de crescimento médio anual de 4,7% no número de passageiros. Há dois anos Confins enfrenta queda no movimento.

O especialista em aeroportos Anderson Ribeiro Correia diz que o interesse por Galeão pode ocultar uma oportunidade de longo prazo em Confins. Pela posição geográfica, o aeroporto poderá ser usado para desafogar voos do Rio, São Paulo e Brasília. "Quem apostar em Confins pode ter um aeroporto com potencial de crescimento com um preço menor que o Galeão."

Leilão. O leilão está marcado para as 10h na BM&FBovespa, em São Paulo, e ocorrerá simultaneamente para os dois terminais. Primeiro, serão abertas as propostas apresentadas na segunda-feira. As três maiores propostas serão encaminhadas para as ofertas em viva-voz, quando os consórcios disparam lances em sequência na disputa decisiva pelos ativos. O leilão deve durar duas horas.

As empresas não poderão arrematar os dois aeroportos, mas um mesmo grupo poderá participar de ambas disputas. A assinatura do contrato será realizada em março de 2014. 

Mesmo com a expectativa de concorrência forte, alguns analistas fazem ressalva sobre o ágio esperado pelo governo. O sócio da Pezco Microanalysis, Cleveland Teixeira, lembra que o momento econômico pode levar a propostas menos agressivas. "Quem tinha um nível de interesse lá atrás, agora vai exigir um retorno maior."

Miriam mantém projeção de alta do PIB em 2,5% este ano


Ministra reforçou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, mas não mencionou o superávit que será alcançado

Renata Veríssimo, do
Antonio Cruz/Abr
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior
Miriam Belchior: ministra disse que governo vem demonstrando há 11 anos, ano após ano, que a inflação fica dentro da banda estabelecida

Brasília - A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, informou nesta quarta-feira, 20, que será mantida a previsão de crescimento da economia brasileira este ano em 2,5%. Na sexta-feira, 22, o Ministério do Planejamento terá que divulgar o relatório de avaliação bimestral de receitas e despesas. Para isso, fixa parâmetros macroeconômicos que embasam as previsões de receitas.

"Nós estamos no final do ano. Temos a visão de que vamos crescer 2,5% este ano. Vamos manter isso no relatório. Faremos ajustes sem grandes mudanças em relação ao relatório anterior", afirmou ao sair da Câmara dos Deputados, onde participou de audiência pública. Miriam disse que, do lado das receitas, a principal alteração será a inclusão da previsão de arrecadação em 2013 com a abertura dos parcelamentos especiais (Refis) para multinacionais, bancos e seguradoras e a reabertura do chamado Refis da Crise para os contribuintes inadimplentes.

A ministra reforçou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, mas não mencionou o superávit que será alcançado este ano. Segundo ela, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é importante para dar mais flexibilidade na execução do orçamento. "O superávit tem que refletir o ano que estamos vivendo", disse.

Miriam disse que o governo vem demonstrando há 11 anos, ano após ano, que a inflação fica dentro da banda estabelecida, que faz superávit fiscal e que faz o País crescer reduzindo a desigualdade.

Ela admitiu que há desconfiança de alguns analistas de mercado quanto à política fiscal, mas argumentou que outros não têm dúvidas. "Articulistas e representantes das próprias agências de rating estão falando que isso não está em questão em relação ao Brasil", disse. Ao ser questionado se a presidente Dilma decidiu assumir para si o compromisso com a meta fiscal em função de suas ações nos últimos dias, a ministra respondeu: "Ela é que tem que ser a avalista disso e ela tem absoluta convicção de que está conduzindo o Brasil nesse sentido."

Além de usar o Twitter para falar sobre responsabilidade fiscal, a presidente assinou na terça-feira com líderes no Congresso um pacto fiscal para evitar que sejam aprovados pelos parlamentares projetos que aumentem as despesas ou as desonerações.

Três Estados concentram mais da metade do PIB do país, diz IBGE

 

 

Do UOL, em São Paulo
Os três Estados com a maior economia do país foram responsáveis, sozinhos, por 53,1% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2011.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e são os mais recentes disponíveis.

O grupo formado por São Paulo (32,6%), Rio de Janeiro (11,2%) e Minas Gerais (9,3%) concentrou, sozinho, 53,1% de toda a economia do país.

O número é 1,7 pontos percentuais menor que em 2002, quando os mesmos três Estados somavam 54,8% do PIB. 

Já os dez estados com menores participações somaram 5,3% em 2011, enquanto os outros 12 estados passaram de 27,1% para 29,5% no período, o maior crescimento entre os três grupos.

SP perde participação; Rio aumenta

A região sudeste manteve-se no mesmo patamar de 2010, ao responder por 55,4% de participação no PIB nacional em 2011, mas houve uma redistribuição entre a representação dos Estados.

São Paulo passou de 33,1% em 2010 para 32,6% em 2011. Isso ocorreu porque a indústria de transformação brasileira atingiu, em 2011, sua menor participação na série (14,6% contra 16,2% em 2010). 

Com isso, o estado teve perda de representatividade da indústria de transformação de 42,0% para 41,8%.
Já o Rio de Janeiro respondeu por 11,2% do PIB em 2011, um ganho de 0,4 ponto percentual em relação a 2010, resultado influenciado pela elevação do preço médio do petróleo. Com isso, houve aumento da participação de 35,3% para 39,8% da atividade da indústria extrativa fluminense.

Minas Gerais permaneceu com a mesma participação de 2010 (9,3%), uma vez que a indústria extrativa, que tem no minério de ferro seu principal produto, perdeu participação relativa no Brasil em função do ganho de representatividade dos estados produtores de petróleo.

PIB per capita do DF é três vezes maior que o nacional

Em 2011, oito estados (Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná) apresentaram PIB per capita acima da média brasileira (R$ 21.535,65). 

O Distrito Federal, com o maior PIB per capita brasileiro, R$ 63.020,02, representou quase três vezes a média brasileira e quase o dobro da registrada em São Paulo (R$ 32.449,06), o segundo maior do país. 
Entre os estados com menor PIB per capita, encontram-se Maranhão (R$ 7.852,71) e Piauí (R$ 7.835,75), que foram cerca de 36% do brasileiro.

Em quanto tempo o PIB per capita do Brasil se igualaria ao de países ricos

Alemanha: 81 anos. A economia alemã tem um PIB per capita de US$ 39.028, que se expande em 3% ao ano. Somente daqui a oito décadas o Brasil alcançaria o país Leia mais Barbara Sax/AFP

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Petrobras confirma adiamento da reunião do conselho, de 22 para 29/11


Por Valor
Divulgação

SÃO PAULO  -  A Petrobras informou, em comunicado, que foi adiada para o dia 29 de novembro a reunião do Conselho de Administração para “aprofundamento das discussões sobre as matérias previstas para o dia 22 de novembro, inicialmente.”

A informação sobre o adiamento da reunião do conselho havia sido antecipada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista exclusiva ao Valor, na qual indicou que a data da próxima reunião do Conselho de Administração da estatal seria transferida do dia 22 para o dia 28 ou 29 de novembro.

Segundo Mantega, o objetivo é fazer uma discussão mais profunda e mais acurada da proposta da nova metodologia de cálculo de reajuste do preço dos combustíveis derivados do petróleo.

O ministro não confirmou se o primeiro reajuste da gasolina decorrente da aplicação da fórmula será de 5%. Ele garantiu que não há, no momento, qualquer decisão sobre isso.


Brasil terá 422 novos hotéis para os Jogos Olímpicos de 2016


Relatório prevê que investimento nesses estabelecimentos até 2016 seja de R$ 12,2 bilhões, o qual aumentará a capacidade hoteleira em 70.531 vagas


Eduardo Monteiro/GUIA QUATRO RODAS
Bondinho do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro
Bondinho do Pão de Açúcar: Belo Horizonte e Rio de Janeiro se beneficiarão com a abertura de 42 e 23 estabelecimentos hoteleiros, respectivamente

Rio de Janeiro - O governo prevê a inauguração de 422 novos hotéis no país até 2016, data em que o Rio de Janeiro sediará a próxima edição dos Jogos Olímpicos, segundo um estudo elaborado pela empresa de consultoria BSH International em colaboração com o Ministério do Turismo.

O relatório, divulgado nesta quinta-feira pela Presidência, também prevê que o investimento nesses estabelecimentos até 2016 seja de R$ 12,2 bilhões, o qual aumentará a capacidade hoteleira em 70.531 vagas.

De acordo com o estudo, o crescimento em questão também deverá gerar quase 34 mil novos empregos diretos, a maior parte deles na região sudeste do Brasil, onde se se concentrará a maior parte do investimento previsto - 59%, concretamente.

Além da percentagem prevista para região sudeste, o investimento também chegará ao nordeste (13%), ao sul (11%), ao centro-oeste (10%) e, inclusive, ao Norte, na Amazônia (7%).

Por cidades, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, cidades que abrigarão partidas da Copa do Mundo em 2014, se beneficiarão com a abertura de 42 e 23 estabelecimentos hoteleiros, respectivamente.

Das instalações previstas, 158 se incluem dentro da categoria "econômica", que observará um maior crescimento, seguida dos hotéis considerados "midscale", que contam com bons serviços e instalações (150), e dos incluídos na escala de supereconômicos (56).

Durante o próximo ano, com o estímulo do Mundial, o relatório prevê que 164 instalações já deverão estar operando.

Por fim, o relatório conclui que a construção destas infraestruturas para o torneio dará trabalho para aproximadamente 14 mil pessoas. 

Três fatos sobre empresas que pensam diferente


Veja três características comuns a empresas que sabem estimular a criação de novas ideias, segundo especialista:

Getty Images
Mulher segura lâmpada gigante
Mulher segura lâmpada: de acordo com professora da FGV, permitir que o criador participe de todo o processo de implementação de sua ideia é essencial

São Paulo -  Vijay Govindarajan, 5º pensador de gestão mais influente do mundo segundo o Thinkers50, já disse que empresa que não inova não tem estratégia, porque estratégia significa liderar no futuro. Assim, qualquer companhia que deseja se destacar, deve estar preocupada em estimular internamente a criação de novas ideias. Segundo especialista, empresas que pensam diferente

... não possuem muitos níveis hierárquicos e abrem mão da burocracia

"Se tiver que pedir muita bênção, ninguém cria nada", diz Silvana Pereira, professora e membro  do  Fórum de Inovação da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EASP). Ela defende que, se uma empresa quer que seus funcionários tenham ideias inovadoras, precisa dar a eles liberdade para criarem e pensarem.

O ideal, segundo Silvana, é que cada colaborador possa ter autonomia para colocar suas ideias em prática, sem medo de que a sugestão pegue mal, ou que não seja aceita. "Não é uma coisa de muita regra, de muita gente mandando". 

... têm gestão participativa

Para Silvana, companhia alguma inova se a sua liderança não capacita o time para gerar novas ideias.  "Os gestores precisam ter uma visão participativa de que todo mundo deve contribuir para o negócio crescer", defende ela. 

... adotam processos de inovação estruturados

Segundo a professora, ter um circuito pelo qual as ideias entrem, sejam processadas e implementadas - ou não - é essencial. "Esse processo é importante porque estrutura, faz com que as pessoas saibam ondem têm que colocar as ideias". Porém, ela diz não acreditar em sistemas em que toda sugestão precisa ser aprovada por um comitê de inovação, sem a participação de quem teve a ideia.

"Toda vez que você dá a ideia para um terceiro, ocorrem distorções no processo de comunicação. É preciso que haja participação em todo o projeto de implementação da solução", afirma. Remunerar as boas contribuições é outra prática com qual ela discorda. "Pagar para alguém fazer algo que deve ser parte do seu trabalho, não funciona. O importante é reconhecer".

O mistério da floresta da Fibria



FLORESTA DA FIBRIA: empresa brasileira vende terra para Parkia

A compra de 210 000 hectares de terras da fabricante de celulose Fibria por 1,4 bilhão de reais deu origem a um mistério: de onde surgiu a Parkia, a desconhecida empresa compradora? Os acionistas da Parkia não foram revelados — o que levantou a suspeita de que estavam por trás do negócio investidores estrangeiros, que não podem comprar terras no Brasil. 

EXAME apurou que a Parkia tem entre seus sócios a gestora canadense Brookfield. Procurada, a Fibria afirmou que os controladores são brasileiros e que a composição acionária da Parkia só será definida em dezembro. Talvez aí acabe o mistério.