sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Brazil Beauté pode ter desistido da Água de Cheiro


Segundo reportagem do Valor Econômico, sócios estrangeiros teriam se desentendido com ex-dono da rede de perfumarias e deixado a operação

Germano Lüders/EXAME.com
Loja da Água de Cheiro em São Paulo
Loja da Água de Cheiro em São Paulo: sócios teriam desistido da rede

São Paulo – A Água de Cheiro, varejo de perfumaria e cosméticos, pode ter perdido o apoio dos investidores, que em março compararam o controle da rede. De acordo com reportagem do Valor Econômico, desta sexta-feira, um desentendimento entre os novos sócios e Henrique Pinto, ex-dono da rede, teria motivado a saída dos investidores.

Segundo o jornal, Henrique, que era dono da Água de Cheiro em 2009, se tornou membro do conselho da rede – após a venda do controle da companhia para investidores estrangeiros - mas não teria se afastado das decisões da empresa.

No meio do ano, Paul Block, um dos sócios do Brazil Beuaté, se tornou presidente da Água de Cheiro e chegou a afirmar em entrevista a EXAME.com que tinha planos de transformar a rede em uma bandeira multimarca. “Vamos trabalhar para satisfazer os nossos clientes, com uma gama de produtos mais diversificada”, disse o executivo.

Na semana passada, segundo o Valor, lojistas da Água de Cheiro foram comunicados que a Passion, distribuidora de perfumes e cosméticos no Brasil, se tornaria vendedora exclusiva de produtos para Água de Cheiro. A distribuidora que pertence ao grupo RR, no entanto, não teria comprado parte da rede.

Em abril do ano passado, a revista EXAME havia antecipado o interesse da rede em um sócio estrangeiro.

Na ocasião, Henrique chegou a declarar que o modelo ainda não estava definido e que poderia vender de 1% a 100% da empresa. "Se vier um sócio bacana oferecendo uma proposta legal, eu fecho”, disse ele à revista.

A Água de Cheiro foi adquirida em 2009 por Henrique, fundador também da construtora Tenda, e, em três anos, teve rápida expansão, passando de 269 lojas para mais 850, mas a marca não é forte nesse mercado - liderado principalmente pela rede O Boticário.

23 médicos têm o destino do Fleury nas mãos. Por que vender?

Um grupo de médicos, entre eles professores universitários, tem o destino do mais conceituado laboratório do país, o Fleury, nas mãos - por que eles decidiram vender agora?


Germano Lüders/EXAME.com
Laboratório do Fleury
Laboratório do Fleury: clientela de alta renda

São Paulo - Os vestibulares da universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão entre os mais concorridos do país, especialmente para o curso de medicina. Em 2012, havia 115 estudantes fazendo as provas para tentar conseguir cada vaga disponível. É comum que ex-alunos virem professores, mais pelo prestígio do que pelo dinheiro.

O salário médio de quem fez concurso para trabalhar em período integral na escola de medicina é de 5 500 reais. Se fosse disciplinado e poupasse um terço da renda, um professor desses levaria uns 25 anos para se tornar milionário. Mas um grupo muito particular de professores da Unifesp tem vida bem diferente.

Seis deles são sócios do Fleury, o mais conceituado laboratório de análises clínicas do país. Como sócios, recebem dividendos periodicamente, um valor que ficou em torno de 49 000 reais por mês nos últimos quatro anos. Só que, agora, essa turma está querendo ganhar dinheiro para valer.

Os donos do Fleury (23 médicos e uma administradora de empresas) contrataram o banco JP Morgan para achar um interessado em comprar a parte deles na empresa, conforme EXAME­ antecipou há um mês. Pelo valor de mercado atual do Fleury, a fatia deles corresponde a 1,2 bilhão de reais — o que, numa conta simples, dá quase 50 milhões de reais para cada um (eles receberiam valores diferentes, porque suas participações variam). 

O processo foi iniciado em outubro, quando o banco JP Morgan procurou potenciais interessados em fazer uma oferta pelo Fleury. Fundos de private equity, como Carlyle e KKR, estão analisando os números para fazer uma proposta. O Bradesco, dono de 16% do capital da empresa, é outro candidato, já que tem o direito de preferência na compra das ações.

Além disso, os laboratórios americanos Quest Diagnostics, que contratou o banco Morgan Stanley para procurar empresas para comprar no Brasil, e o LabCorp foram procurados (os bancos, os fundos e as empresas americanas não comentaram). 

O Fleury foi fundado em 1926 por um médico paulistano e, durante quase 40 anos, sua operação se resumiu a um laboratório em São Paulo. A expansão começou na década de 70 e ganhou força nos últimos dez anos, quando o Fleury comprou 27 marcas em cinco estados.

Hoje, o grupo fatura 1,6 bilhão de reais e vale, na bolsa, 3 bilhões de reais. Com o passar dos anos, o Fleury foi adotando um mecanismo peculiar para remunerar seus funcionários e absorver os donos das empresas compradas — à medida que crescia, dava aos médicos uma participação na Core, holding que, junto com o Bradesco, controla o laboratório.

Hoje, alguns são amigos, outros mal se conhecem. Poucos trabalham na mesma especialidade, e apenas sete se envolvem no dia a dia da empresa. Por que eles decidiram vender agora?

Uma explicação é uma mudança prevista no acordo de acionistas que rege a Core. Até o início do ano, os sócios eram impedidos de transformar suas ações na Core em papéis do Fleury. Quem quisesse vender sua participação e transformá-la em dinheiro precisava oferecê-la aos demais sócios. A regra mudou em fevereiro.

Agora, de tempos em tempos, os médicos podem “migrar” para ações do Fleury. O que isso tem a ver com a venda? Tudo. Se forem se desfazendo de suas ações separadamente, os médicos vão minar o poder de controle da Core, que tem cerca de 40% das ações do Fleury.

À medida que essa participação diminuísse, um investidor poderia fazer uma aquisição hostil comprando as ações em circulação no mercado. Aproveitando o momento atual para vender suas ações, os médicos da Core esperam conseguir obter um prêmio pelo controle, algo que poderia se tornar inviável no futuro.

Segundo o próprio Fleury, o processo é natural. Na abertura do capital da empresa, em 2009, nenhum dos sócios vendeu ações — e muitos querem aproveitar o momento atual para fazer isso e embolsar o dinheiro. “A média de idade dos sócios é superior a 60 anos.

Alguns já disseram que querem usar melhor seu patrimônio”, diz o endocrinologista Omar Magid Hauache, sócio da Core e presidente do conselho de administração do Fleury. Até agora, o único que vendeu foi o médico Jorge Moll, que se tornou sócio do Fleury em 2011 ao vender seu laboratório à companhia. Em abril, os demais acionistas gastaram 200 milhões de reais, numa operação financiada pelo Banco do Brasil, para comprar as ações de Moll. 
14 000 laboratórios


O mercado brasileiro de laboratórios está mais competitivo do que nunca. Há mais de 14 000 laboratórios no país,­ e os hospitais vêm criando ou melhorando os próprios centros de diagnósticos. Foi o que fez o hospital Albert Einstein, que, como o Fleury, atende a alta renda.

Para não perder espaço, o Fleury usou uma parcela dos 630 milhões de reais captados com a abertura do capital para comprar empresas e abrir unidades pelo país. Boa parte dessas novas marcas foi abrigada sob a bandeira a+, lançada em 2011 para atender às classes B e C.

Mas a estratégia teve como efeito colateral a queda na rentabilidade, já que a participação dos clientes de alta renda (mais lucrativos) diminuiu. A margem de lucro da empresa, de 18%, é a menor desde 2009. “Vamos investir mais no segmento de alta renda daqui para a frente”, diz Vivien Rosso, presidente do Fleury e única sócia da Core que não é médica.

Os controladores do Fleury atribuem o processo de venda a uma tentativa de “perenizar” a empresa — um sócio capitalizado poderia dar novo fôlego aos investimentos da companhia. Se sair do papel, esse poderá ser um dos maiores negócios do setor de saúde no Brasil.

O maior foi a venda da operadora Amil, do médico Edson Bueno, para a americana UnitedHealth, por quase 10 bilhões de reais, em 2012. Segundo executivos de empresas que estão negociando a aquisição, o risco, por se tratar de um grupo de 24 acionistas, é que não haja consenso na hora da ­assinatura.

Ainda que 23 dos 24 sócios da Core sejam médicos, o perfil — e o interesse — de cada um é bem diferente. Segundo um membro da cúpula da Core, alguns dos sócios mais jovens têm ressalvas quanto à ideia de vender hoje — as ações do Fleury caíram 14% em 2013, mesmo com a alta de 9% no dia 14 de novembro, quando o Fleury confirmou que estava à venda.

Esse grupo poderia propor um aumento de capital que garanta o controle do ­Fleury à Core, mesmo que outros acionistas decidam vender sua participação — ou sugerir uma associação com uma empresa do setor. Qualquer que seja a decisão final, ela só deverá ser conhecida no ano que vem.

Cinco estados concentraram 65,2% do PIB em 2011, mostra IBGE


Ao longo de uma década, essa concentração teve ligeira melhora, já que, em 2002, o grupo concentrava 68% do PIB do país

Daniela Amorim, do
Germano Lüders/EXAME.com
Vista da Avenida Paulista, em São Paulo
Vista da Avenida Paulista: na liderança está São Paulo, que deteve 32,6% do PIB brasileiro naquele ano, uma perda de 0,5 ponto porcentual de participação

Rio - Cinco estados brasileiros concentraram 65,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2011, segundo as Contas Regionais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 22.

Na liderança está São Paulo, que deteve 32,6% do PIB brasileiro naquele ano. O segundo lugar ficou com o Rio de Janeiro, com 11,2% do PIB, seguido por Minas Gerais, com uma fatia de 9,3%, pelo Rio Grande do Sul, com 6,4%, e Paraná, com 5,8%.

Ao longo de uma década, essa concentração teve ligeira melhora. Em 2002, o grupo concentrava 68% do PIB do País, 2,8 pontos porcentuais a mais, ressaltou o IBGE.

Na passagem de 2010 para 2011, a região Sudeste manteve sua fatia de 55,4%. No entanto, houve redistribuição na participação dos Estados. São Paulo ainda lidera a geração de riqueza, mas perdeu 0,5 ponto porcentual de participação, ao passar de uma fatia de 33,1% em 2010 para 32,6% em 2011.

Houve avanço na participação do Rio de Janeiro (de 10,8% para 11,2%, um ganho de 0,4 ponto porcentual) e Espírito Santo (de 2,2% para 2,4%, aumento de 0,2 ponto porcentual). O Estado de Minas Gerais manteve sua fatia em 9,3%.

Governo arrecada R$20,8 bi com leilão de Galeão e Confins


Enquanto a disputa por Galeão se restringiu aos envelopes com as ofertas iniciais, a concorrência por Confins teve briga acirrada no viva-voz

Leonardo Goy e Roberta Vilas Boas, da
Divulgação
Galeão
Galeão: aeroportos juntos respondem juntos por 14 por cento da movimentação de passageiros e 10 por cento de carga no Brasil
São Paulo - O governo arrecadará 20,8 bilhões de reais com a concessão dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG), após leilão realizado nesta sexta-feira que atraiu importantes grupos nacionais e operadoras estrangeiras de terminais.

O consórcio formado pela Odebrecht, uma das maiores empresas privadas do Brasil, e a operadora de aeroportos Changi, de Cingapura, venceu a disputa pelo Galeão com uma oferta de 19,018 bilhões de reais, quase quatro vezes maior que o lance mínimo definido pelo governo.

Cinco grupos entregaram envelopes com propostas pela concessão do Galeão, mas nenhuma com montante perto do apresentado pela Odebrecht, que tem 60 por cento de participação no consórcio vencedor.

A segunda melhor oferta pelo aeroporto que fica na cidade que receberá jogos da Copa do Mundo no ano que vem e sediará as Olimpíadas em 2016 foi de 14,5 bilhões de reais.

O aeroporto de Confins foi arrematado pelo consórcio formado por CCR e as operadoras dos terminais de Zurique e de Munique, com lance final de 1,82 bilhão de reais, ágio de 66 por cento sobre o mínimo estipulado.

Enquanto a disputa por Galeão se restringiu aos envelopes com as ofertas iniciais, a concorrência por Confins teve briga acirrada no viva-voz.

O consórcio formado por Queiroz Galvão e a operadora espanhola Ferrovial apresentou lances e rivalizou com o grupo da CCR, mas acabou derrotado.

Galeão e Confins respondem juntos por 14 por cento da movimentação de passageiros e 10 por cento de carga no Brasil.

A transferência de aeroportos para a iniciativa privada é parte do ambicioso plano do governo da presidente Dilma Rousseff de melhorar a infraestrutura logística do país, um dos principais entraves para aceleração do crescimento econômico. Além dos aeroportos, o plano inclui a concessão de rodovias, ferrovias e portos.
Investimentos




A Odebrecht e a Changi deverão investir 5,7 bilhões de reais no Galeão, segundo o edital da licitação. Já o consórcio da CCR deverá aportar 3,5 bilhões de reais no terminal mineiro.

O valor de outorga será pago ao governo em parcelas anuais ao longo do prazo de concessão, que é de 25 anos para Galeão e de 30 anos para Confins.

A estatal Infraero será sócia minoritária dos dois consórcios, com participação de 49 por cento.
No mesmo modelo que inclui a Infraero, o governo transferiu o controle dos terminais de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) para a iniciativa privada em fevereiro de 2012, arrecadando 24,5 bilhões de reais.

O primeiro leilão de concessão de aeroportos, o de São Gonçalo do Amarante (RN), realizado em 2011, teve um modelo diferente, com uma concessão 100 por cento privada, ou seja, sem a participação da Infraero.


Governo leiloa aeroportos nesta sexta e aposta em disputa acirrada

Regras definidas no edital indicam que concessões de Galeão e de Confins vão render mais de R$ 6 bilhões em março de 2014


Luciana Collet, Wladimir D’Andrade e Antonio Pita - O Estado de S. Paulo
 
RIO - Com expectativa de forte concorrência e ágio superior a 350%, o governo federal realiza nesta sexta-feira, 22, o leilão para concessão dos aeroportos de Galeão, no Rio, e Confins, em Belo Horizonte. Os lances mínimos estabelecidos pelo edital prometem ao governo reforçar o caixa em mais de R$ 6 bilhões em março de 2014.

Os consórcios passaram a semana finalizando as estratégias para a disputa, com a expectativa de muito interesse pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). A disputa acirrada levou o consórcio formado por EcoRodovias, Fraport - operadora do terminal de Frankfurt, na Alemanha - e Invepar, que já opera Guarulhos, a concentrar seus investimentos no aeroporto carioca. 

Outros três grupos farão propostas para Galeão e também para o terminal mineiro. São eles Odebrecht e Changi, responsável pelo terminal de Cingapura; CCR com as operadoras Flughafen Zurich AG, do aeroporto de Zurique (Suíça) e Flughafen München GmbH, de Munique (Alemanha), e Queiroz Galvão, em parceria com a Ferrovial, do terminal Heathrow, em Londres. 

Também participa do leilão o consórcio formado por Carioca Engenharia, aliada à GP Investimentos e às operadoras ADP (Paris) e Schipol (Amsterdã).

Joia da coroa. A expectativa de bons resultados no curto prazo fazem do Galeão a "joia da coroa". Em 2012, o terminal gerou um Ebtida (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 106 milhões, segundo o banco Credit Suisse. Foram 17,5 milhões de passageiros, 25% deles em voos internacionais, o que o coloca como quarto maior terminal da América Latina e com potencial para se tornar um ‘hub’, polo de distribuição dos passageiros em conexão para destinos regionais. 

"O ônus e o bônus do Galeão é maior", diz o advogado Álvaro Palma de Jorge, consultor em infraestrutura e professor da FGV. Segundo ele, o fluxo previsto para grandes eventos, além das obras exigidas pelo edital, que vão requerer desapropriações de comunidades inteiras, serão desafios aos operadores. "Quem ganhar lá tem que ter fôlego redobrado." 

Confins, por sua vez, tem seu potencial de retorno questionado pelos analistas de mercado, sobretudo em relação às exigências para obras de ampliação.

A maior dúvida é sobre a projeção do governo, de crescimento médio anual de 4,7% no número de passageiros. Há dois anos Confins enfrenta queda no movimento.

O especialista em aeroportos Anderson Ribeiro Correia diz que o interesse por Galeão pode ocultar uma oportunidade de longo prazo em Confins. Pela posição geográfica, o aeroporto poderá ser usado para desafogar voos do Rio, São Paulo e Brasília. "Quem apostar em Confins pode ter um aeroporto com potencial de crescimento com um preço menor que o Galeão."

Leilão. O leilão está marcado para as 10h na BM&FBovespa, em São Paulo, e ocorrerá simultaneamente para os dois terminais. Primeiro, serão abertas as propostas apresentadas na segunda-feira. As três maiores propostas serão encaminhadas para as ofertas em viva-voz, quando os consórcios disparam lances em sequência na disputa decisiva pelos ativos. O leilão deve durar duas horas.

As empresas não poderão arrematar os dois aeroportos, mas um mesmo grupo poderá participar de ambas disputas. A assinatura do contrato será realizada em março de 2014. 

Mesmo com a expectativa de concorrência forte, alguns analistas fazem ressalva sobre o ágio esperado pelo governo. O sócio da Pezco Microanalysis, Cleveland Teixeira, lembra que o momento econômico pode levar a propostas menos agressivas. "Quem tinha um nível de interesse lá atrás, agora vai exigir um retorno maior."

Miriam mantém projeção de alta do PIB em 2,5% este ano


Ministra reforçou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, mas não mencionou o superávit que será alcançado

Renata Veríssimo, do
Antonio Cruz/Abr
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior
Miriam Belchior: ministra disse que governo vem demonstrando há 11 anos, ano após ano, que a inflação fica dentro da banda estabelecida

Brasília - A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, informou nesta quarta-feira, 20, que será mantida a previsão de crescimento da economia brasileira este ano em 2,5%. Na sexta-feira, 22, o Ministério do Planejamento terá que divulgar o relatório de avaliação bimestral de receitas e despesas. Para isso, fixa parâmetros macroeconômicos que embasam as previsões de receitas.

"Nós estamos no final do ano. Temos a visão de que vamos crescer 2,5% este ano. Vamos manter isso no relatório. Faremos ajustes sem grandes mudanças em relação ao relatório anterior", afirmou ao sair da Câmara dos Deputados, onde participou de audiência pública. Miriam disse que, do lado das receitas, a principal alteração será a inclusão da previsão de arrecadação em 2013 com a abertura dos parcelamentos especiais (Refis) para multinacionais, bancos e seguradoras e a reabertura do chamado Refis da Crise para os contribuintes inadimplentes.

A ministra reforçou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, mas não mencionou o superávit que será alcançado este ano. Segundo ela, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é importante para dar mais flexibilidade na execução do orçamento. "O superávit tem que refletir o ano que estamos vivendo", disse.

Miriam disse que o governo vem demonstrando há 11 anos, ano após ano, que a inflação fica dentro da banda estabelecida, que faz superávit fiscal e que faz o País crescer reduzindo a desigualdade.

Ela admitiu que há desconfiança de alguns analistas de mercado quanto à política fiscal, mas argumentou que outros não têm dúvidas. "Articulistas e representantes das próprias agências de rating estão falando que isso não está em questão em relação ao Brasil", disse. Ao ser questionado se a presidente Dilma decidiu assumir para si o compromisso com a meta fiscal em função de suas ações nos últimos dias, a ministra respondeu: "Ela é que tem que ser a avalista disso e ela tem absoluta convicção de que está conduzindo o Brasil nesse sentido."

Além de usar o Twitter para falar sobre responsabilidade fiscal, a presidente assinou na terça-feira com líderes no Congresso um pacto fiscal para evitar que sejam aprovados pelos parlamentares projetos que aumentem as despesas ou as desonerações.

Três Estados concentram mais da metade do PIB do país, diz IBGE

 

 

Do UOL, em São Paulo
Os três Estados com a maior economia do país foram responsáveis, sozinhos, por 53,1% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2011.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e são os mais recentes disponíveis.

O grupo formado por São Paulo (32,6%), Rio de Janeiro (11,2%) e Minas Gerais (9,3%) concentrou, sozinho, 53,1% de toda a economia do país.

O número é 1,7 pontos percentuais menor que em 2002, quando os mesmos três Estados somavam 54,8% do PIB. 

Já os dez estados com menores participações somaram 5,3% em 2011, enquanto os outros 12 estados passaram de 27,1% para 29,5% no período, o maior crescimento entre os três grupos.

SP perde participação; Rio aumenta

A região sudeste manteve-se no mesmo patamar de 2010, ao responder por 55,4% de participação no PIB nacional em 2011, mas houve uma redistribuição entre a representação dos Estados.

São Paulo passou de 33,1% em 2010 para 32,6% em 2011. Isso ocorreu porque a indústria de transformação brasileira atingiu, em 2011, sua menor participação na série (14,6% contra 16,2% em 2010). 

Com isso, o estado teve perda de representatividade da indústria de transformação de 42,0% para 41,8%.
Já o Rio de Janeiro respondeu por 11,2% do PIB em 2011, um ganho de 0,4 ponto percentual em relação a 2010, resultado influenciado pela elevação do preço médio do petróleo. Com isso, houve aumento da participação de 35,3% para 39,8% da atividade da indústria extrativa fluminense.

Minas Gerais permaneceu com a mesma participação de 2010 (9,3%), uma vez que a indústria extrativa, que tem no minério de ferro seu principal produto, perdeu participação relativa no Brasil em função do ganho de representatividade dos estados produtores de petróleo.

PIB per capita do DF é três vezes maior que o nacional

Em 2011, oito estados (Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná) apresentaram PIB per capita acima da média brasileira (R$ 21.535,65). 

O Distrito Federal, com o maior PIB per capita brasileiro, R$ 63.020,02, representou quase três vezes a média brasileira e quase o dobro da registrada em São Paulo (R$ 32.449,06), o segundo maior do país. 
Entre os estados com menor PIB per capita, encontram-se Maranhão (R$ 7.852,71) e Piauí (R$ 7.835,75), que foram cerca de 36% do brasileiro.

Em quanto tempo o PIB per capita do Brasil se igualaria ao de países ricos

Alemanha: 81 anos. A economia alemã tem um PIB per capita de US$ 39.028, que se expande em 3% ao ano. Somente daqui a oito décadas o Brasil alcançaria o país Leia mais Barbara Sax/AFP