sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Economistas criticam as mudanças das metas de superávit primário


Nos primeiros nove meses do ano, a meta ficou bem longe do previsto.
Governo não precisa mais ajudar na dívida pública de estados e cidades.

Renata Ribeiro São Paulo, SP

Economistas criticaram a mudança, mais uma vez, das metas de superávit das contas públicas, mas o ministro da Fazenda fala em resultado espetacular. O Governo Federal começou o ano responsável por todo o superávit primário, a economia que o país tem de fazer para pagar os juros da dívida pública. A conta era de R$ 156 bilhões e, desse total, os estados e municípios teriam que economizar R$ 48 bilhões. Mas, se eles não conseguissem, a União cobriria o que faltasse.

Agora é cada um por si. O Governo Federal só vai responder pela própria parte. A medida busca resgatar a credibilidade no mercado externo. Pesquisas indicam que a maioria dos investidores já espera um rebaixamento da nota brasileiros pelas agências de crédito no ano que vem. E um dos motivos para essa queda de confiança foi a piora das contas públicas.

Nos nove primeiros meses do ano, o governo ficou longe da meta, que já foi revisada para baixo com o desconto de investimentos e desonerações. O governo só cumpriu 37% até setembro. Estados e municípios chegaram a 39%. “É exatamente como o orçamento de uma família. Quando começa a gastar um pouquinho mais aqui, um pouquinho mais ali, faz uma dívida maior do que pode. No começo, dificilmente se percebe a situação, mas chega uma certa hora que não se consegue pagar a conta”, aponta o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. Para o economista Felipe Salto, da consultoria Tendências, “a dívida líquida sobre o PIB já não cai mais há mais de um ano". "E isso é um dado preocupante. Não se trata ainda de um risco serio de insolvência, mas já é um primeiro passo", diz Satto.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que o resultado dos próximos meses mostrará que as contas estão controladas. “Em novembro, teremos um [superávit] primário muito bom. O primário será espetacular ”. Ainda de acordo com o ministro, a mudança na relação com estados e municípios vai ajudar o país. “Não temos feito um [superávit] primário mais forte nos últimos anos é que os estados e municípios não estão cumprindo totalmente aquilo que deveriam fazer. Estamos sempre preocupados com o gasto, estamos cortando e, ao mesmo tempo, responsabilizando os outros atores junto conosco”, pontua Mantega.

Rombo em expansão: déficit nas contas externas bate recorde

O chamado déficit em conta corrente, que representa o rombo nas trocas de bens, serviços e rendas do país com o exterior, voltou a crescer em outubro e bateu recorde. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central, o déficit somou US$ 7,1 bilhões no mês passado, o maior rombo já registrado para o mês de outubro. O valor ficou acima das previsões do BC para o mês (US$ 5,3 bilhões) e foi 31,4% superior ao rombo verificado em outubro de 2012 (US$ 5,4 bilhões). O resultado negativo veio na esteira de uma piora nos números da balança comercial no fim do mês.

No acumulado do ano até outubro, o resultado negativo nas contas externas de US$ 67,5 bilhões também é recorde para o período e 70,5% maior que o registrado nos primeiros nove meses de 2012 (US$ 34,1 bilhões). Pressionado pela piora do desempenho na balança comercial, o déficit de 2013 já supera todo o rombo do ano passado (US$ 54,2 bilhões). Esse aumento reflete, principalmente, a expansão das importações de combustíveis e a queda nas exportações de petróleo. No acumulado em 12 meses, o déficit representa 3,67% do PIB, maior proporção em mais de dez anos.

Senador Alvaro Dias

Abilio Diniz está voltando a investir em varejo


ABILIO DINIZ: investimentos em varejo com a gestora Tarpon

Enquanto se dedica à venda dos frangos da Brasil Foods, o empresário Abilio Diniz está voltando a investir em varejo. Discretamente. Em outubro, Abilio e a gestora Tarpon — sua sócia na BRF — compraram 5,22% das ações da empresa de varejo de viagens Dufry, que tem mais de 1 170 lojas espalhadas pelo mundo. 

Quem conhece os dois sabe que a coisa não vai parar por aí. O principal acionista da Dufry tem 19% das ações. E, ao longo do tempo, Abilio e Tarpon tentarão exercer influência na gestão. Esse é a apenas o primeiro passo dos novos sócios no varejo. Quando assinou sua saída definitiva do Pão de Açúcar, em outubro, Abilio se livrou do acordo de não competição que o impedia de fazer esse tipo de investimento

Emirados Árabes querem investir em infraestrutura no Brasil.



Vice-presidente Michel Temer se encontrou com representantes árabes para tratar sobre o interesse de investir em infraestrutura
Anderson Riedel / Portal Planalto

Vice-presidente Michel Temer se encontra com sua alteza general xeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro do Emirado de Abu Dhabi e vice-comandante supremo das Forças Armadas dos Emirados Árabes

Vice-presidente Michel Temer se encontra com sua alteza general xeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro do Emirado de Abu Dhabi e vice-comandante supremo das Forças Armadas dos Emirados Árabes

Nos encontros que manteve com governantes dos Emirados Árabes Unidos, o vice-presidente da República, Michel Temer, recebeu informações sobre o interesse do país em investir no Brasil. O foco está nos grandes projetos de infraestrutura com licitações de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Temer visitou o país acompanhado de parlamentares e empresários brasileiros.

O príncipe-herdeiro de Abu Dhabi, Mohamed bin Zayed Al Nahyan, disse que vai enviar comitiva de governo para o Brasil no início de 2014. “O príncipe revelou a intenção de fazer uma viagem de prospecção: promover encontros com setores do governo para que eles conheçam em detalhes os projetos”, disse o vice-presidente após o encontro com os sheiks de Abu Dhabi, no Palácio do Mar.

O vice-presidente entregou uma carta da presidenta Dilma Rousseff com um convite para o emir de Dubai, Mohamed bin Rashid Al Maktoum, visitar o Brasil. Ele também é o primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes. A visita oficial será marcada para abril de 2014. O encontro com o vice-presidente Michel Temer ocorreu na residência oficial do emir, o Palácio Zabeel, e contou com as presenças de alguns ministros emiráticos, como das Finanças, Negócios Estrangeiros e Desenvolvimento e Cooperação Internacional.

Durante a visita ao país, o vice-presidente defendeu o investimento de empresas brasileiras nos Emirados. Ele esteve nas obras da BR Foods em Abu Dhabi. As instalações ficam região do Porto Kalifa, um dos maiores e mais modernos do Oriente Médio e estão previstas para iniciar as operações em junho do ano que vem.

Fonte:

Portal Planalto

Derrota de bancos não gera risco ao sistema, diz BC


Isaac Ferreira, procurador-geral do Banco Central, afirmou que uma derrota para os bancos não gera riscos de quebra das instituições

Felipe Recondo, do
José Cruz/ABr
O Supremo Tribunal Federal (STF) durante sétima sessão exclusiva para julgamento dos embargos de declaração dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão
STF: procurador disse que queda no crédito afetará economia, com redução do emprego e renda. Mas negou que BC esteja levando ao STF argumentos terroristas

Brasília - O procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, afirmou nesta sexta-feira, 22, que o capital do sistema financeiro cairá em um quarto caso o Supremo Tribunal Federal (STF), na próxima semana, julgue inconstitucionais os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990 e garanta aos poupadores os expurgos inflacionários.

"Se o julgamento for favorável às teses dos poupadores, isso vai significar uma perda de R$ 105 bilhões no capital dos bancos, em valores de 2008, e R$ 149 bilhões em valores atualizados, o que representa reduzir um quarto do capital do sistema financeiro nacional com impacto para a concessão de crédito, na medida em que os bancos trabalham alavancadamente, significa uma retração de crédito de R$ 1 trilhão", afirmou o procurador após audiência com ministros do STF.

Isaac Ferreira afirmou que uma derrota para os bancos não gera riscos de quebra das instituições. "O sistema financeiro é saudável, é sólido, é líquido, é capitalizado e provisionado. Não há qualquer preocupação de quebra no sistema financeiro", disse. "Todavia, R$ 100 bilhões não são R$ 100", acrescentou.

O procurador disse que a queda no crédito afetará a economia, com redução do emprego e renda. Mas negou que o BC esteja levando ao STF argumentos terroristas. 

"Não estamos trazendo ao STF nenhuma preocupação de catástrofe ou preocupação de ordem macroeconômica aguda. O que estamos é alertando que, caso os planos sejam julgados inconstitucionais, haverá uma conta a pagar", disse.

Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o procurador-geral do BC reuniram-se na tarde desta sexta com o presidente do STF, Joaquim Barbosa, e com a ministra Rosa Weber. 

Eles ainda teriam audiência com o ministro Ricardo Lewandowski. E nos próximos dias, terão audiências com os ministros Teori Zavascki e Cármen Lúcia. Mantega, Tombini e Adams não quiseram dar entrevista. O julgamento dos planos econômicos está marcado para começar na quarta-feira, 27.

Acabou o combustível para o BTG

POSTO DE COMBUSTÍVEL: BTG mudou de estratégia

Em 2008, quando comprou uma participação na rede de postos de gasolina Aster, o banco BTG Pactual tinha planos ousados. Queria consolidar o setor no país e criar uma marca nacional. Mas, passados cinco anos, tanto o banco quanto o fundador da rede, Carlos Santiago, chegaram à conclusão que a parceria não deu certo.

Os sócios resolveram mudar a estratégia da empresa. Se o plano era crescer, hoje é encolher. A rede chegou a faturar 800 milhões de reais há três anos, e hoje é 25% menor. Aos poucos, os postos menos rentáveis estão sendo vendidos. O objetivo do BTG é deixar o negócio. Santiago ficará com os postos mais lucrativos. Procurados, BTG e Santiago não comentaram.

4 perguntas e respostas que podem pesar para a Vale na Bolsa

Citi corretora reuniu questionamentos sobre um ponto que tem atingido o papel da Vale na Bolsa ultimamente – a cobrança de impostos

Divulgação Vale Canadá
Vale no Canadá

Vale: preço-alvo da Citi corretora para a VALE5 é 37,12 reais

São Paulo – A Citi Corretora atualizou suas premissas relacionadas ao potencial acordo da Vale (VALE5) envolvendo passivos fiscais (imposto de renda sobre o lucro de subsidiárias no exterior) e reuniu os quatro questionamentos principais dos investidores. No ano, o papel acumula queda de 15%, impactado com o ritmo da economia chinesa e também com a possibilidade de mudanças na cobrança de tributos no setor de mineração.

O preço-alvo da Citi corretora para a VALE5 é 37,12 reais, o que indica um potencial de valorização de 12,2%.

1. Qual é o valor presente líquido?

O governo diz que a Vale deve cerca de 30 bilhões de reais em tributos sobre lucro de subsidiárias no exterior, mas a mineradora contestava o valor. O Citi destaca que o passivo fiscal da Vale totaliza 47 bilhões de reais, sendo 31 bilhões de reais acumulados até 2008 e 17 bilhões de reais estimados para os anos subsequentes.

As propostas atuais consistem na possibilidade de pagamento de cerca de 22 bilhões de reais à vista ou de cerca de 33 bilhões de reais parcelados. O valor presente líquido é de cerca de 22 bilhões de reais a 26 bilhões de reais, equivalente a 10-12% do valor da empresa em dólares, considerando as premissas para taxa selic e custo de capital.

2. Qual seria a alíquota efetiva de imposto de renda da Vale no futuro?

A alíquota de imposto de renda aumentaria ao longo do tempo devido ao pagamento dos passivos fiscais (apesar de a compensação de prejuízos passar a ser permitida agora), segundo o Citi. O impacto líquido no curto prazo será menor, considerando a proposta de que as companhias paguem os impostos sobre o lucro de subsidiárias no exterior nos próximos cinco anos (com um mínimo de 25% do total sendo pago no primeiro ano). A corretora ainda espera um aumento da alíquota de imposto de renda para 25% de 2014 em diante (ante 20% nos últimos anos).

3. E os múltiplos de negociação?

A Vale reconheceria uma grande perda de uma só vez caso o acordo seja formalizado. A Citi vê um impacto limitado no múltiplo preço/lucro (reduzido em 1% devido às maiores despesas para pagamento de juros). O múltiplo VE/EBITDA aumentaria em 15% devido à adição na dívida líquida. 

4. E, afinal, para as ações, isso é positivo ou negativo?

O Citi discorda do consenso de que o acordo seria negativo no curto prazo, mas positivo no longo prazo. No curto prazo, a corretora espera momentum positivo para as ações devido à tese da remoção de um evento que vinha pesando sobre a performance das ações. No longo prazo, os investidores podem requerer prêmio de risco mais alto, pois a companhia pode fazer o acordo apesar de contar com bons argumentos para seguir com a disputa na Justiça.