quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Marca de lingerie bane supermodelos e Photoshop de campanhas


Marca convidou mulheres normais, e não modelos, para estampar anúncios de sua linha primavera/verão


Divulgação
Campanha da marca de lingerie americana Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie

São Paulo - Pouco conhecida fora dos Estados Unidos, a marca de lingerie Aerie, da fabricante American Eagle, tornou-se mundialmente falada esta semana com o lançamento de sua coleção primavera/verão.

O motivo não está nos produtos, mas na estratégia que adotou para divulgá-los. A fabricante convidou mulheres normais, e não modelos, para estampar anúncios e protagonizar campanhas da nova linha.

E mais: afirmou que nenhuma das fotos divulgadas recebeu tratamento de imagem no Photopshop. Segundo a empresa, daqui em diante, todos os materiais de divulgação dos produtos mostrarão, apenas, “mulheres de verdade”.

Ao lado do slogan #aerieReal, as modelos aparecem usando calcinhas, sutiãs e roupas de dormir em um cenário que lembra um quarto. É uma tentativa de fazer as mulheres refletirem sobre sua auto-imagem, afirmou a marca em um post em sua fanpage no Facebook:

“"Queridas garotas Aerie,
Achamos que é hora de mudança. Achamos que é hora de ser real e pensar real. Queremos que todas as garotas se sintam bem sobre si mesmas e sua imagem, por dentro e por fora. Isso significa: sem retoque e sem supermodelos. Porque? Porque não há motivo para retocar a beleza. Achamos que a verdadeira mulher é sexy", diz a mensagem, originalmente em inglês.

A estratégia adotada vai na contramão de concorrentes, como a também americana Victoria’s Secrets, que é frequentemente criticada por abuso do Photoshop em suas campanhas publicitárias. Confira as imagens:

Divulgação/Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie
Divulgação/Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie

Divulgação/Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie
 
Divulgação/Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie
 
Divulgação/Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie
Divulgação/Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie
Campanha da marca de lingerie americana Aerie

4 habilidades que brasileiros têm e as multinacionais adoram


Brasil é celeiro de executivos para multinacionais, diz o headhunter Thiago Pimenta, da Flow. Entenda por que os brasileiros se destacam

Stock.XCHNG
Executivo segurando um globo de cristal
Globo terrestre: brasileiros são cada vez mais valorizados pelas multinacionais

São Paulo – “Com toda a certeza, o Brasil é um celeiro de executivos para as multinacionais”. Quem diz isso é o headhunter e sócio da FLOW, Thiago Pimenta.

De acordo com ele, os profissionais brasileiros têm características muito valorizadas pelas grandes empresas nacionais e estrangeiras, sobretudo as multinacionais.

Prova disso é que nunca o número de brasileiros no comando de companhias globais foi tão alto quanto agora, diz Pimenta. E, a tendência é de crescimento, de acordo com ele.

“No caso de expatriações longas, é analisada a performance do profissional no Brasil e a transferência passa a ser parte do plano de carreira dele, visando a troca de experiências entre matriz e filial, e desenvolvimento do profissional”, diz Adriana Freddo, sócia da EMDOC - Consultoria Especializada em Mobilidade Global.

Mas o que torna os executivos brasileiros tão disputados pelas multinacionais? Para o especialista, trata-se de uma conjunção de qualidades ligadas à própria história político-econômica do país. Confira quais são:


1 Habilidade de gestão com restrição de recursos e instabilidade


Com o histórico de instabilidade econômica e política do Brasil, Thiago Pimenta afirma que os executivos na faixa dos 45 anos “já viram de tudo”.

De acordo com ele, quem começou a carreira há 30 anos enfrentou a hiperinflação e cenário de liquidez restrita, entre outros muitos desafios próprios das décadas de 1980 e 1990.

“Tendo em vista esta curva de aprendizado, quando há um cenário estável, esses executivos tiram de letra”, diz. Executivos que viveram profissionalmente esta época se acostumaram a seguir o lema: “fazer mais com menos”.

Inovação e criatividade são qualidades que despontam em quem consegue trazer resultados mesmo em cenários adversos, segundo Pimenta. E as multinacionais reconhecem esse talento e a necessidade de profissionais com esta bagagem, diz o especialista.
2 Capacidade de lidar com gap educacional da equipe

As empresas brasileiras tentam suprir deficiências de seus funcionários - no que diz respeito à qualificação técnica - com a oferta de treinamentos e cursos. O gap educacional, diz Pimenta, é um problema que afeta companhias instaladas no Brasil, há tempos, por isso os executivos já estão preparados para lidar com isso.

Ao chegar no exterior e trabalhar com equipes altamente especializadas, a evolução é natural, segundo o especialista.


3 Trabalho em cenários multiculturais


A heterogeneidade da população brasileira é fato. Diferenças culturais são uma constante nas empresas brasileiras e não assustam mais os chefes. “Operar em uma cultura heterogênea é um desafio e as multinacionais enxergam no executivo brasileiro este potencial, o que naturalmente conta pontos a favor”, diz Pimenta.

Ele explica que o aprendizado a que o executivo está exposto no Brasil não se repete em outras localidades.
“Países como Noruega, Suécia são muito homogêneos e não incitam este tipo de oficina. No Brasil o executivo precisa ser um camaleão para extrair informações e desenvolver a equipe”, diz.


4 Saber operar em áreas territoriais extensas


País de dimensões continentais, o Brasil só perde, em tamanho, para Rússia, Canadá China e Estados Unidos. Aliada ao enorme território a carência de infraestrutura dá contornos ainda mais desafiadores às operações das empresas por aqui.

“Um diretor de uma mineradora de ferro, há alguns anos, tinha dois portos para escoamento da produção, por exemplo”, diz Pimenta. Para ele, todos esses obstáculos provocam os profissionais a achar soluções que “não estão na mesa”. “Os brasileiros são criativos, e não estou falando do jeitinho brasileiro, me refiro à criatividade responsável, o executivo está acostumado a trabalhar com pouco”, diz.

Um em cada três imigrantes está em situação irregular na cidade de São Paulo


Fabiana Maranhão
Do UOL, em São Paulo
Há seis meses o jogador nigeriano Akin (nome fictício que significa "homem valente, guerreiro, herói; o entrevistado pediu para não ter o nome revelado), 25, deixou o futebol profissional em seu país para seguir carreira no Brasil. Veio sozinho, trazendo na bagagem o desejo de felicidade e de "uma nova vida". Em situação irregular, vive atualmente com o que ganha distribuindo folhetos no centro de São Paulo.

O caso dele se parece com o de cerca de 185 mil estrangeiros que moram na capital paulista. Segundo estimativa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, um em cada três imigrantes que vive em São Paulo está em situação irregular.

O nigeriano desembarcou na capital paulista vindo de Imo, cidade ao sul do país africano, distante quase 7.000 km de São Paulo. Ele não possui visto para trabalhar nem para continuar morando no país.

Imigrantes em São Paulo

  • 368.188

    estrangeiros registrados
     
  • 185 mil

    imigrantes irregulares (estimativa)
     
Fontes: Polícia Federal e Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo

"É muito difícil viver aqui, sem a família, sem amigos, sem emprego, sem casa", diz. O jovem mora em um abrigo no bairro da Mooca, na zona leste. Ele só fala em inglês e igbo, idioma de sua região, o que torna difícil conseguir trabalho. "Eu quero ficar. Não tenho para onde ir e não posso voltar". 

Imigrantes irregulares

Cidade de imigrantes por tradição, a capital paulista possui atualmente 368.188 estrangeiros registrados, de acordo com dados do Sincre (Sistema Nacional de Cadastramento e Registro de Estrangeiros), fornecidos ao UOL pela Polícia Federal.

A secretaria acredita que a quantidade de imigrantes na cidade seja cerca de 50% maior que o número oficial. "Considerando os irregulares, existem cerca de 600 mil imigrantes em São Paulo", afirma Paulo Illes, coordenador de políticas para imigrantes da secretaria.

Deisy Ventura, professora do Instituto de Relações Internacionais da USP (Universidade de São Paulo), afirma que o número de imigrantes irregulares pode ser ainda maior. "[Essa quantidade] é só uma estimativa, pode ser maior. [Os imigrantes] não respondem a censo populacionais. Ninguém sabe ao certo. Nossas fronteiras são muito porosas , e o controle das fronteiras é difícil", diz.

Você acha que São Paulo é uma cidade que acolhe bem os imigrantes?

José Renato de Campos Araújo, professor da USP e especialista em política migratória, explica que a clandestinidade é marca da imigração ocorrida após a Segunda Guerra Mundial. Antes disso, segundo ele, os estrangeiros chegavam de forma legalizada.
"O Brasil fazia campanha na Europa, pagava passagem para o imigrante vir. Era uma imigração subsidiada, havia uma ação proativa do Estado", diz.
A situação atual é diferente. "A realidade da imigração [nos dias de hoje] anda muito próxima às redes de atividades ilegais, como tráfico de drogas, tráfico de pessoas", acrescenta.

Clandestinidade

Se os imigrantes encontram facilidade para entrar no país, o mesmo não ocorre para se manterem aqui. "Essas pessoas conseguem entrar, mas não conseguem ficar regularmente e, mais que isso, ficar dignamente", afirma Ventura.
A pesquisadora faz críticas ao processo de regularização de um estrangeiro no Brasil, que ela classifica como difícil. "Ao não serem consideradas em situação regular, essas pessoas não têm acesso a programas sociais e se tornam muito mais vulneráveis", analisa.
A advogada Adriane Khoury Secco concorda com a estudiosa. "É complicado o processo de obter visto para permanecer no Brasil. Às vezes é preciso entrar com um processo administrativo e até um processo judicial", fala. Ela presta assistência jurídica no Centro de Apoio ao Migrante, entidade que atende cerca de 400 estrangeiros por mês em São Paulo.

Estatuto do Estrangeiro

A lei 6.815/1980, conhecida como Estatuto do Estrangeiro, prevê poucas possibilidades para a concessão de visto permanente. Podem solicitar o documento pais e companheiros de pessoas nascidas no Brasil, refugiado ou asilado, vítima de tráfico de pessoas e pesquisador estrangeiro com alta graduação.

A legislação estabelece outros tipos de visto, como de trabalho e de estudante, mas ambos têm limite máximo de um ano e só podem ser renovados no país de origem do imigrante.

"A lei brasileira deveria ser flexibilizada. É uma lei antiga, que diferencia, criminaliza as migrações, tem preconceito contra o imigrante", diz Adriane Khoury Secco. O estatuto é de 1980, anterior à Constituição Federal.

Na opinião da advogada, o grande números de imigrantes irregulares também pode ser explicado pelo fato de que muitos deles chegam ao país com a ideia de voltar. "Como pretendem voltar para o país de origem, muitos não procuram regularização", explica. Ela lembra ainda que muitos imigrantes são vítimas de tráfico humano e de trabalho escravo.

O padre Roque Patussi, da Pastoral do Migrante de São Paulo, critica o fato de o imigrante não poder votar, mesmo tendo visto permanente. "Uma das nossas lutas é pelo fim da ditadura no meio dos imigrantes. Eles pagam impostos, mas não podem votar".

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Aniversário de São Paulo

Indo para o Ibirapuera! Bruna e Pedro adoram brincar nesse parque! Dani Costa -

O Brasil 'bipolar' vem a Davos


 



DAVOS - Marcelo Neri, o economista que chefia a Secretaria de Assuntos Estratégicos, lamenta que o Brasil viva o que chama de "situação bipolar": uma boa parte do empresariado está pessimista com os rumos da economia, ao passo que o que Elio Gaspari chamaria de "andar de baixo" está satisfeito com a inclusão ocorrida nos últimos anos. 

O ideal, para Neri, seria que "pessimistas fossem menos pessimistas, e otimistas menos otimistas".
A segunda parte da equação é inalcançável, brinca o ministro, na medida em que "o brasileiro foi heptacampeão mundial de otimismo" (ficou em primeiro lugar na pesquisa Gallup sobre a satisfação com a própria vida, entre 2006 e 2012). 

Em 2013, no entanto, as coisas mudaram ligeiramente: houve uma queda na satisfação, para o 18º lugar no mundo, coincidindo com as manifestações de junho. Mas, já em outubro, de 0 a 10, o brasileiro dava 7 para a sua satisfação com a vida, o terceiro lugar no planeta. 

O ministro tem uma explicação para a "bipolaridade": economistas e executivos costumam olhar muito para o PIB, que, de fato, está crescendo mediocremente, como disse ontem a mexicana Alícia Bárcenas, secretária-executiva da Cepal, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. 

Já o comum dos mortais olha para a sua própria vida e vê que ela melhorou nos últimos anos, inclusive no ano passado: enquanto o PIB per capita, até novembro, crescia apenas 1,8%, a renda mediana subia 5,2%.
Como, então, explicar os protestos de junho? Para Neri, "a casa melhorou, mas o seu entorno [leia-se: serviços públicos] não. As pessoas querem uma outra agenda, após o crescimento com redução da desigualdade". 

Neste ponto, uma observação pessoal que já fiz várias vezes ao hoje ministro e da qual ele não discorda: caiu a desigualdade entre salários, mas não entre o rendimento do capital e do trabalho, até porque é muito difícil medir o primeiro desses rendimentos. 

E os rolezinhos? Neri admitiu, em mesa-redonda ontem em Davos: "Não acho que saibamos o que está acontecendo". 

Mas, em conversa com jornalistas, arriscou palpites: primeiro, a sociedade está muito mais interligada, do que decorre o uso das redes sociais como ponto de referência para os rolezinhos, e "a população jovem nunca foi e nunca mais será tão grande como agora". 

É desse Brasil "bipolar" que Dilma embarcou ontem para se apresentar amanhã a uma parte do público, inclusive estrangeiro, que está majoritariamente entre inquieta e pessimista sobre o Brasil. 

Palpite meu: se ela focar sua fala na sessão plenária e na conversa reservada com executivos no "feel good factor", esse sentir-se bem do andar de baixo, não vai desfazer o mal-estar. O que o povo de Davos quer são certezas sobre a situação fiscal brasileira, ou seja, sobre as sobras para pagar a dívida. 

Não por acaso, esse tema apareceu no primeiro lugar entre os riscos globais medidos por uma grupo de peritos para o Fórum Econômico Mundial, ao lado do crescimento da desigualdade.
crossi@uol.com.br

Paraguai descola do Brasil e tem 3º maior crescimento do mundo em 2013


 
 

Num ano definido pelos especialistas como "atípico" para o Paraguai, em 2013, a economia do país se "descolou" da brasileira, à qual tradicionalmente é ligada, e registrou um crescimento muito maior do que o do Brasil.

Segundo relatório do Banco Mundial, o Paraguai teve, no ano passado, o terceiro maior crescimento econômico do mundo: 14,1%. O Brasil, no mesmo período, cresceu 2,2%.

A disparidade chama a atenção, já que o Brasil tem participação estimada entre 19% e 30% no PIB paraguaio, de cerca de US$ 30 bilhões. Gráficos das economias dos dois países mostram que elas costumam ter oscilações semelhantes.

Segundo apurou a BBC Brasil, o "descolamento" está ligado a uma série de fatores, entre os quais a recuperação da economia paraguaia, após um ano de dificuldades, a maior diversificação de suas exportações (tentando diminuir sua dependência do Brasil) e uma maior abertura econômica, que inclui uma legislação tributária definida como "simples" em relação a outros países --incluindo o Brasil.

Mudança de perfil

 

Com 7 milhões de habitantes, cuja maioria é jovem e fala guarani, além do espanhol e muitas vezes o português, o Paraguai é o sétimo maior exportador de carne e o quarto maior exportador de soja do planeta.

Em 2012, o país teve problemas ao enfrentar a seca, que afetou a produção de soja, e também a febre aftosa. No ano passado, porém, com a recuperação da produção do país, o desempenho foi bem melhor.

"O Paraguai tem uma economia infinitamente menor que a brasileira, e, por isso, os efeitos das commodities são maiores nos seus resultados", disse um negociador brasileiro que acompanha a economia vizinha.
Mas, além disso, 2013 registrou também uma maior diversificação das exportações do país, que está dando um novo perfil ao vizinho brasileiro.

"Já são exportados produtos com valor agregado, como azeites, para diferentes mercados", afirmou o economista paraguaio Fernando Masi, do Centro de Análise e Difusão da Energia Paraguaia (Cadep). "Falta muito, mas já temos hoje sinais evidentes de um novo perfil econômico."

Além disso, o Paraguai tem conseguido exportar para países que, até alguns anos atrás, não tinham tanto destaque na balança comercial.

"Mesmo integrado ao Mercosul, o Paraguai fez a sua parte buscando outros mercados e hoje enviamos soja, carne e produtos industrializados, como plásticos, para a Rússia, o Oriente Médio e a Ásia", disse o ministro da Fazenda paraguaio, Germán Rojas, falando em português.

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Golpes e escândalos marcam trajetória política do Paraguai

Militares apontam armas para apoiadores de Fernando Lugo, que protestavam na praça Uruguaia, no centro de Assunção, contra a deposição do presidente paraguaio. Um acordo entre colorados e liberais --rivais históricos-- derrubou Lugo do cargo, em um processo de impeachment que durou cerca de 30 horas no Congresso paraguaio Cesar Olmedo/AP - 22.jun.2012

Barreiras e legislação

O Paraguai também estaria sendo beneficiado por sua legislação, que permite, como destacou o ministro, a livre circulação de bens e de divisas --em um momento em que barreiras comerciais afetam a circulação de bens e a movimentação financeira em outros países da América Latina.

Além disso, a legislação tributária, apontada como "simples" (no sentido de descomplicada) para os investidores nacionais e estrangeiros, estaria contando a favor.

"O Paraguai tem, neste sentido, maior abertura econômica que os outros países da região. Mas essa maior abertura também significa que ele fica mais vulnerável ao que ocorre no mercado mundial", diz um estudo do Cadep.

A BBC Brasil apurou que, nos últimos anos, entre setores empresariais e diplomáticos brasileiros e argentinos, existe um reconhecimento de que o Paraguai passou a ser um país mais atraente para investimentos.

"Estamos aplicando leis que atraem os investidores e eles percebem que aqui não há mudanças de regras, além de muita gente querendo emprego e de os salários e os custos de produção serem muito mais baixos que em outros países. E este ano entra em vigor a lei de aliança público-privada (concessão de estradas, portos, entre outros) para o setor privado", disse Germán Rojas.

'Dependência' em queda

 

Apesar dessas mudanças, a economia paraguaia ainda é vista como bastante atrelada à brasileira.

"Aqui falamos que o Brasil é nosso irmão mais velho. E, claro que sim, que seguimos sendo dependentes da economia brasileira", disse um assessor do governo paraguaio.

Essa dependência ocorre especialmente pelas chamadas "reexportações": quando produtos, principalmente eletrônicos, que chegam de países asiáticos ao Paraguai são enviados, legalmente, como se fossem paraguaios, para Ciudad del Este e vendidos, sobretudo, para turistas brasileiros.

Recente estudo do Cadep aponta que as reexportações representam cerca de 40% do que o Paraguai importa e elas terminam se destinando, em grande parte, ao mercado brasileiro.

As reexportações representam quase o mesmo valor que as exportações globais do Paraguai, incluindo carne e soja e excluindo a energia gerada por Itaipu, segundo dados do Banco Central do Paraguai (BCP).

Mas de acordo com o Cadep, as reexportações estão em queda. "Nos anos 1990, as reexportações de produtos estrangeiros chegaram a representar três vezes mais o valor total das exportações de bens originais (soja e carne) do país", disse Masi. "Hoje, essa proporção representa somente 40%."

Pobreza

Além disso, apesar dos indícios do surgimento de um novo ambiente empresarial, que tem atraído empresas brasileiras e multinacionais ao Paraguai, a expansão da economia não amenizou problemas que o país enfrenta há anos, como a pobreza e a corrupção.

De acordo com o Índice de Percepção de Corrupção 2013 da Transparência Internacional, o Paraguai é visto como um dos mais corruptos do continente.

No caso da pobreza, o ministro paraguaio reconheceu que é uma luta difícil.
"Ela se mantém igual há anos e queremos intensificar planos de inclusão social e gerar mais empregos a partir da lei de aliança público-privada porque a informalidade é altíssima", disse.

Em 2011, segundo dados da ONU, 49% da população paraguaia vivia em situação de pobreza.
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Paraguaios vão às compras com roupa íntima para ganhar descontos

Várias pessoas fizeram compras com roupa íntima na Cidad Del Este, no Paraguai, neste sábado (21). A ousadia garantiu aos consumidores vales no valor de US$ 100 (aproximadamente R$ 202) Leia mais Jose Espinola/EFE

4 recomendações para avaliar as finanças de uma franquia


Especialistas listam quais são os principais números que os interessados devem levar em consideração na hora de escolher uma franquia


Divulgação/Imovelweb
Cofre de porquinho
São Paulo – Ter afinidade com a marca franqueadora e vontade de ter o próprio negócio são os primeiros passos para quem deseja investir em uma franquia. Em seguida, o interessado deve pesquisar sobre a rede e os números envolvidos no investimento.


“É preciso checar os números do negócio e para isso é fundamental conversar com quem já é franqueado. Franqueador dá a média, mas é bom conferir com os franqueados se os números são realistas”, recomenda Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto.

Para André Friedheim, diretor da Francap, é importante entender quanto custa o investimento inicial do negócio e se o valor está dentro da capacidade financeira do empreendedor. “Para fazer um investimento seguro, é preciso de, no mínimo, o dobro do capital inicial necessário”, afirma.

Outro dado essencial é o prazo de retorno do capital investido. “O prazo de retorno do investimento não pode ser maior que o contrato nem com a franqueadora e nem com shopping”, explica Mauricio Galhardo, especialista financeiro e sócio da Praxis Business. Veja outras dicas dos especialistas.


1. Calcule quanto você realmente precisará gastar


Os valores de investimento inicial divulgados pelas franqueadoras, normalmente, não costumam incluir gastos com ponto comercial. Para Cherto, o ponto comercial pode aumentar bastante o número. “Além disso, quanto vai precisar pagar com estoque, equipamentos, obras e mobiliário. É preciso aprofundar qual é o seu investimento e em que ritmo vai gastar isso”, completa.

Para Galhardo, é importante considerar que um investimento mais alto, às vezes, pode significar um retorno mais rápido. “Um investimento menor pode depender muito do franqueado para ter o retorno desejado”, explica.
 
2. Pesquise sobre como a marca fatura


Nem sempre as redes disponibilizam valores do faturamento médio das unidades, mas quando a informação é acessível o empreendedor deve avaliar de que maneira a franquia fatura. Por exemplo, qual é a margem de lucro do produto ou serviço que você vende? A franquia depende de sazonalidade?
“Você tem que saber quais produtos vão pagar seus custos. Entender um pouco não só a receita, mas qual é a origem”, resume Cherto.


3. Atente-se aos custos da franquia


Tentar colocar na ponta do lápis as contas de aluguel, luz, salários dos funcionários, taxas de cartões de crédito, entre outros, pode ajudar o empreendedor a simular os custos de uma determinada marca franqueadora.

Para Friedheim, o empresário também precisa analisar como é a complexidade operacional do negócio se trabalhar com fast-food ou com varejo. “O estoque mínimo e o capital de giro podem ser menores dependendo do porte. Isso é uma composição de custos, alguns custos não vão mudar e alguns vão”, explica Galhardo.


4. Simule quando virá o retorno


Quanto tempo demorará para que o capital investido retorne? “Hoje, 30 e 36 meses é um payback atrativo porque normalmente os contratos são de cinco anos”, afirma Friedheim.

Uma maneira de obter mais informações é solicitar o documento Circular de Oferta de Franquia (COF). “Na COF, é obrigatório ter os lojistas que foram franqueados nos últimos dois anos”, ensina Galhardo.

Executivos em Fórum Econômico estão cautelosos com mercados emergentes



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Fórum Econômico Mundial de 2014, em Davos14 fotos

- O ministro da Fazenda, Guido Mantega, participa do painel "Brics in Midlife Crisis?" ("Os Brics estão em crise de meia idade?") no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, nesta quinta-feira (23). Em sua fala, o ministro atribuiu a desaceleração dos países à crise nos países desenvolvidos, tradicionais compradores de produtos das nações emergentes. "Não há crise de meia-idade nos Brics, há uma crise mundial que afetou os Brics", afirmou Leia mais Laurent Gillieron/EFE
 
DAVOS, Suíça, 23 Jan (Reuters) - Empresas multinacionais estão se tornando mais seletivas sobre investimentos em mercados emergentes, conforme o crescimento em desaceleração nestas economias e uma recuperação nos países desenvolvidos do Ocidente tiram um pouco do brilho daquela que era vista como uma aposta estratégica certeira.

Executivos em Davos disseram que permanecem comprometidos a aproveitar as ascendentes classes médias de Xangai a Lagos, mas alguns estão recuando e realocando recursos de regiões particularmente difíceis e com baixas margens.

"Era uma corrida por ouro. Agora a corrida acabou," disse Jeff Joerres, presidente-executivo da empresa de recursos humanos Manpower Group, cujos clientes incluem muitas das principais companhias internacionais.
O novo humor segue uma importante alteração no equilíbrio entre os principais motores de crescimento econômico no mundo, com economias desenvolvidas, lideradas pelos Estados Unidos, retomando seus lugares como principal motor de produção global em 2014.

Os mercados emergentes ainda crescerão a taxas maiores que os mercados desenvolvidos este ano, mas a diferença entre as taxas será a menor desde 2002.

O equilíbrio entre economias emergentes e desenvolvidas é um tópico central no encontro anual do Fórum Econômico Mundial nos Alpes suíços, como salientado por uma sessão nesta quinta-feira intitulada "BRICs em crise de meia-idade?".

As taxas de crescimento do Brasil, da Rússia, da Índia e da China são a metade do que eram antes da crise financeira, e as companhias estão agora analisando com muita atenção alternativas às "quatro grandes".

Um executivo sênior de uma empresa de tecnologia norte-americana, que não quis ser identificado, disse que sua empresa estava enfrentando tempos especialmente difíceis no Brasil, com grandes incertezas também na Rússia, levando a companhia a olhar para outros locais para destinar recursos.

De fato, 60% das empresas agora esperam realocar os investimentos feitos nos países do BRIC para outros mercados com crescimento mais acelerado, segundo uma pesquisa da Accenture com mais de 1.000 executivos.

(Por Ben Hirschler, Alessandra Galloni e Paul Carrel)