sexta-feira, 18 de julho de 2014

Safra de milho nos EUA deve conter saída de etanol do Brasil


Exportações de etanol do Brasil devem cair em 2014/15, em parte devido a uma colheita de milho nos Estados Unidos quase recorde

Sarah McFarlane, da
Steven Vaughn/Agricultural Research Service via Wikimedia Commons
Indústria de etanol no estado americano de Iowa
Indústria de etanol: Datagro prevê atualmente exportações de etanol do Brasil em 1,8 bilhão de litros em 2014/15

Londres - As exportações de etanol do Brasil devem cair em 2014/15, em parte devido a uma colheita de milho nos Estados Unidos quase recorde reduzindo as necessidades norte-americanas de importação, previu nesta sexta-feira a consultoria brasileira Datagro.

A Datagro prevê atualmente exportações de etanol do Brasil em 1,8 bilhão de litros em 2014/15, mas o presidente Plínio Nastari disse que a empresa estava considerando revisar a estimativa para baixo entre 200 milhões e 300 milhões de litros por causa da grande safra de milho dos EUA, que produz o biocombustível a partir do cereal.

Cerca de 40 por cento da safra de milho dos EUA foi convertida em etanol no ano passado, e o país é também o maior mercado de exportação para o etanol brasileiro.

Falando no intervalo de seminário da Datagro, em Londres, Nastari disse que os Estados Unidos geralmente absorvem cerca de 65 por cento das exportações brasileiras de etanol. "Menores exportações de etanol (pelo Brasil) serão acomodadas pela produção de etanol menor por causa da seca", disse Nastari.

A seca no cinturão de cana do centro-sul do Brasil em janeiro e fevereiro deverá reduzir a produtividade agrícola. A produção de etanol do Brasil deverá cair 8 por cento, para 25,29 bilhões de litros, ante os 27,5 bilhões de litros da temporada passada. 

Chocolate da Nestlé derrete nos EUA após acordo da Lindt


Anã nos Estados Unidos, a empresa vai cair ainda mais fundo na quarta colocação quando a aquisição for concluída

Corinne Gretler, da
Getty Images
Nestlé
Nestlé: empresa enfoca marcas-chave e pode realizar aquisições ou joint ventures

Zurique - A Nestlé SA costuma buscar o primeiro ou o segundo lugar em todos os seus negócios, mas ela não está nem perto disso no mercado de guloseimas de chocolate nos EUA, onde é uma anã ao lado da Mars Inc. e da Hershey Co.

Quando a Lindt Spruengli AG, em terceiro lugar, concluir a aquisição planejada da Russell Stover Candies Inc., a Nestlé vai cair ainda mais fundo na quarta colocação.

Juntas, Mars e Hershey controlam 65 por cento das vendas de chocolate nos EUA, estima a empresa de pesquisa Euromonitor, contra 5,2 por cento para a Lindt e 4,8 por cento para a Nestlé. 

Os gastos combinados em anúncios de TV nos EUA da Mars e da Hershey praticamente equivalem à receita total de chocolate da Nestlé no país, disse a empresa suíça.

Para angariar vendas no mercado de US$ 18 bilhões, a maior empresa de alimentos do mundo adicionou barras de Girl Scout Crunch de edição limitada e o chocolate Skinny Cow, com menos calorias. Isso não foi suficiente para apresentar um desafio real às empresas líderes, disse Urs Beck, gerente de fundos da EFG Asset Management em Zurique. A contrapartida mais óbvia, disse ele: comprar a Lindt.

No mercado de chocolate dos EUA a Nestlé “precisa jogar duro e de modo mais inteligente, como se não tivesse nada a perder”, disse Beck. “Do contrário, uma opção válida pode ser abandonar esse mercado”.

Embora a Nestlé seja muito maior do que as líderes do mercado americano, é improvável que ela compre alguma das duas. Mars é uma empresa privada e há muito diz que não está à venda; os acionistas da Nestlé barrariam a compra da Hershey porque ela não se adequaria ao direcionamento da companhia a produtos mais sofisticados e saudáveis, disse Beck.


Situação desesperante


O CEO da Lindt, Ernst Tanner, disse no dia 14 de julho que a empresa pretende continuar sendo independente. A Nestlé não quis comentar se já tinha pensando em comprar a Stover ou a Lindt, mas os executivos há muito dizem que a companhia quer estar em primeiro ou segundo lugar nas categorias e nos mercados em que opera.

Há cerca de seis ou sete anos a Nestlé, com sede em Vevey, Suíça, analisou a possibilidade de sair do setor de produtos de confeitaria nos EUA, quando a categoria era “desesperante”, disse Paul Grimwood, CEO da Nestlé nos EUA, em reunião com investidores que ocorreu no mês passado, em Boston. Ao invés disso, a Nestlé enfoca marcas-chave e pode realizar aquisições ou joint ventures, disse.

Após a compra da Stover, anunciada no dia 14 de julho, a Lindt terá 7,4 por cento do mercado de produtos de chocolate nos EUA, principalmente de alta gama. É nele que a Nestlé deveria se concentrar nos EUA, disse Gillian Hollenstein, diretora de investimento da Labha Investment Advisors SA em Zurique.


Chocolate saturado


“Crescer no mercado massivo de chocolate dos EUA pode ser um desafio para a Nestlé porque ele está muito saturado”, disse Hollenstein. “A Lindt enfocou o segmento premium e investe nele há anos. A Nestlé está muito atrás”.

A Nestlé está em desvantagem porque a Hershey possui os direitos do KitKat, a maior marca de chocolate da empresa suíça, nos EUA. As principais marcas de chocolate da Nestlé nos EUA, Butterfinger e Crunch, estão no 12º e 26º lugar, respectivamente, entre as guloseimas de chocolate, de acordo com a Euromonitor. KitKat ocupa o 4º lugar, com 4,3 por cento do mercado.

A Nestlé poderia passar para o segmento superior do mercado com sua marca Cailler, disse Jon Cox, analista da Kepler Cheuvreux em Zurique.

A fabricante de chocolate, que existe há dois séculos e foi comprada pela Nestlé em 1929, é considerada a criadora do chocolate ao leite. Esse pedigree faz com que ela seja um veículo natural para um impulso no mercado de alta gama.


Frustração íntima


Desenvolver a Cailler será “um processo a longo prazo”, disse Paul Bulcke, CEO da Nestlé, aos investidores em Boston no mês passado. O chocolate premium é “minha pequena frustração íntima”, disse.

Trung-Tin Nguyen, gerente de hedge-fund na Trimax Capital AG em Zurique, sugere que a Nestlé não deveria se preocupar com os EUA, onde ela é “só mais um concorrente”, e que, ao invés disso, a empresa deveria se concentrar nos mercados emergentes.

“Por enquanto eles podem deixar os negócios nos EUA como estão e deixar a porta aberta para abandonar esse mercado”, disse Nguyen. A Ásia é “um mercado maior e inexplorado, onde não há concorrentes locais naturais e grandes”.

China empresta US$7,5 bi à Argentina para energia, ferrovias

País latino-americano não consegue acessar no momento os mercados globais devido a disputas sobre dívida não paga

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  Cristina Kirchner, presidente da Argentina
Cristina Kirchner: presidente argentina e seu colega chinês, Xi Jinping, assinarão 19 acordos

Buenos Aires - A Argentina assinará nesta sexta-feira acordos para tomar emprestados 7,5 bilhões de dólares da China, afirmou o chefe do gabinete argentino, Jorge Capitanich, num momento em que o país latino-americano não consegue acessar os mercados globais devido a disputas sobre dívida não paga.

Entre os 19 acordos a serem assinados, a presidente Cristina Kirchner e seu colega chinês, Xi Jinping, firmarão acordo para empréstimo de 4,7 bilhões de dólares do Banco de Desenvolvimento da China para a construção de duas hidrelétricas na Patagônia.

O banco chinês também deve conceder empréstimo de 2,1 bilhões de dólares para ajudar a financiar um projeto de ferrovias há muito adiado, que tornaria mais eficiente o transporte de grãos das planícies agrícolas da Argentina a seus portos.

"Sobre o montante total, é de cerca de 7,5 bilhões de dólares, incluindo acordos de cooperação para financiar projetos de infraestrutura e esse acordo de comércio bilateral", disse o chefe do gabinete argentino, Jorge Capitanich, a jornalistas.

A Argentina é o terceiro maior exportador do mundo de soja e milho. A China é a principal consumidora da soja argentina.

Xi, o primeiro presidente chinês a visitar a terceira maior economia da América Latina em uma década, também vai assinar acordo para uma operação de troca de 11 bilhões de dólares entre os bancos centrais dos países ao longo de três anos que permitirá que a Argentina pague por importações chinesas usando o iuan.

"Isso permitirá que o fluxo de reservas se estabilize", disse Capitanich.

Argentina é o mercado mais cobiçado pelo Itaú BBA


Enquanto vem fincando bandeira em todos esses mercados nos últimos anos, Itaú BBA vê a Argentina como um dos destinos mais cobiçados para expansão internacional

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 Nova sede do Itaú BBA em São Paulo, que será construída pela Tishman Speyer
  Itaú BBA: Itaú também vem ganhando visibilidade no México e na Colômbia e faz planos para o Peru

 São Paulo - Chile, Colômbia, México, Peru. Enquanto vem fincando bandeira em todos esses mercados nos últimos anos, o Itaú BBA vê a Argentina como um dos destinos mais cobiçados para expansão internacional, segundo o presidente-executivo do banco, Candido Bracher.

Após montar uma filial completa de banco de atacado no Chile, onde disputa cabeça a cabeça os mandatos com grandes rivais globais, o Itaú também vem ganhando visibilidade no México e na Colômbia e faz planos para o Peru, todos mercados cujas políticas recentes pró-mercado vêm atraindo as graças dos investidores internacionais.

Mas perguntando sobre em que mercado o Itaú BBA gostaria de aumentar seus negócios no futuro, Bracher citou a Argentina.

"A Argentina é talvez o país com o maior potencial, já que é um grande mercado, sub-bancarizado e onde temos uma certa vantagem competitiva", disse Bracher em entrevista à Reuters. "Temos que esperar, porém, um ambiente econômico mais estável." Às voltas com outra crise de dívida com credores, o país vizinho há anos enfrenta uma combinação de anos de inflação alta e economia em desaceleração.

Na Argentina desde 2006, o braço de banco de atacado do Itaú Unibanco atende as 300 maiores empresas da Argentina. Mas a instabilidade longa da economia do país tem limitado planos mais ambiciosos de expansão. Com um time de 104 funcionários naquele país, uma estrutura completa de banco de investimento, incluindo assessoria financeira, gestão de caixa e tesouraria, o BBA responde por pouco mais de metade dos empréstimos do grupo Itaú na Argentina, equivalente a 4 bilhões de reais.

A Argentina tem até o fim do mês para evitar um calote. O país perdeu o prazo para pagar uma dívida de 539 milhões de dólares, após um tribunal dos Estados Unidos ter impedido o país de fazer o pagamento, a menos que também pague investidores que discordaram de reestruturações de dívida feitas em 2003 e 2010.     

Porém, sinais de que o governo da presidente Cristina Fernández está revertendo anos de uma retórica anti-mercado está ajudando a reavivar o interesse na Argentina. Nesta semana, o presidente-executivo do BTG Pactual, André Esteves, mostrou intenção de crescer na Argentina no futuro.

Os planos para a Argentina fazem parte da meta do BBA de elevar a fatia internacional no faturamento do banco, dos atuais 15 para 25 por cento, nos próximos cinco anos, a partir de uma estrutura mais robusta nos principais mercados latino-americanos.

"Queremos replicar para a região o que temos feito no Brasil", disse Bracher.

Governo proíbe uso de criptografia estrangeira em dados de órgãos públicos






:: Luís Osvaldo Grossmann

:: Convergência Digital :: 16/07/2014
 

O governo publicou nesta quarta, 16/7, quatro normas relacionadas à segurança da informação nos órgãos da administração federal. Entre novos e revistos, os dispositivos tratam, entre outros pontos, do uso da criptografia e da biometria, do armazenamento de dados e das redes para transmiti-los, uso da computação em nuvem e contratação de terceiros.

As normas são do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações (DSIC, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência). Elas determinam a proteção de dados na administração, com papel essencial da criptografia, exigida para dados sigilosos mas também para informações não classificadas. E dão 180 dias para que os órgãos se adaptem.

No primeiro caso, algoritmos de Estado são mandatórios. No segundo, das não classificadas, pode haver contratação de terceiros, mas o rigor aumentou. É exigido que o contratado seja listado como Empresa Estratégica de Defesa do setor de TIC e utilize tecnologia nacional, não sendo aceitas empresas que apenas forneçam recursos criptográficos com tecnologia estrangeira.

As próprias redes devem ser protegidas – o canal de comunicação seguro (a rede privada virtual, ou  VPN) que interligue redes dos órgãos federais e entidades da administração direta e indireta também deve se valer de criptografia com algoritmo de Estado. E, claro, lembra que as redes devem ser estatais, como já previsto no Decreto 8135/13.

Há recomendações diversas, como as aparentemente óbvias de que “os equipamentos de acesso franqueado ao público estejam em ambiente isolado da rede corporativa”, ou ainda que os órgãos públicos devam “providenciar a sanitização de mídias, tais como dispositivos móveis, discos rígidos (...) antes de seu descarte, a fim de evitar a recuperação irregular de dados destes meios”.

Nas orientações para os “sistemas estruturantes”, recomenda-se o uso de “arquiteturas que permitam auditar seus respectivos projetos e códigos”, dispositivos “fisicamente localizados em dependências de um ou mais órgãos ou entidades públicos da administração pública federal, dentro do território nacional” e, de preferência, de fabricantes nacionais.

Caso a opção seja por um sistema de computação em nuvem, ela pode ser ‘própria’ ou ‘comunitária’, na forma como trata do DSIC – mas mesmo os modelos de nuvem pública devem ser “restritos às infraestruturas de órgãos ou entidades da administração pública federal”.

Além das mudanças, foram criados quatro grupos de trabalho dentro do Comitê Gestor de Segurança da Informação para a proposição de novas normas em preservação de evidências de incidentes de segurança da informação; segurança em grandes volumes de dados, recursos humanos e a elaboração de um guia de orientações aos gestores.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Produtores argentinos reclamam de travas na produção e nas exportações





Por Marli Olmos | Valor










BUENOS AIRES, ARGENTINA  -  


O presidente da Sociedade Rural da Argentina, Miguel Etchevehere, disse hoje que o setor precisa de políticas de Estado para poder recuperar o nível de atividade. "Em 11 anos passamos de 3º para 13º produtor mundial de carne, as duas últimas colheitas de trigo foram as piores dos últimos 135 anos. Precisamos acabar com as travas que limitam a produção", destacou o dirigente, ao referir-se ao sistema de controle do governo argentino nas exportações.
A Sociedade Rural Argentina abriu hoje a 128ª edição da exposição agropecuária, o mais importante evento do setor na Argentina, que ocorre todos os anos no pavilhão de exposições da entidade, no bairro de Palermo.
Como sempre, nenhum representante do governo federal compareceu à abertura. O prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, assumiu o papel da autoridade de destaque na abertura. Macri é um dos principais candidatos à eleição presidencial em 2015 e forte opositor de Cristina Kirchner. Sua presença, ao lado de vários políticos de seu partido, o PRO, demonstra a aproximação do setor agropecuário com esse candidato oposicionista.
"É preciso liberar todas as restrições dos produtos exportados", destacou Macri. O governo federal usa o controle das exportações como forma de evitar a alta de preços e a falta de alguns produtos, como o trigo, no mercado interno.
A exposição, que vai até o dia 27, exibirá os melhores exemplares de raças como Angus, Heford, Brangus e Braford. Com 500 estandes do setor agrícola, a mostra também inclui produtores de máquinas e veículos.



FMI trabalhará com Brics no fundo anticrise, afirma Lagarde


Bruno Peres | Valor
SÃO PAULO  -  O Fundo Monetário Internacional (FMI) terá “grande satisfação em trabalhar” com o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no Arranjo de Contingente de Reservas, como é chamado tecnicamente o fundo anticrise do grupo, no valor de US$ 100 bilhões criados durante a cúpula em Fortaleza (CE) na segunda-feira. A observação partiu da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em carta enviada à presidente Dilma Rousseff.
“A equipe do FMI terá grande satisfação de trabalhar com a equipe dos Brics responsável por este projeto, com vistas a reforçar a cooperação entre todas as partes integrantes da rede internacional de segurança destinada a preservar a estabilidade financeira no mundo”, diz trecho da carta de Lagarde divulgada nesta quinta-feira pelo Palácio do Planalto.
A dirigente do FMI também destacou que o Fundo mantém relacionamento com todas as nações integrantes do Brics e afirmou a expectativa de fortalecimento de cooperações futuras.
Ao comentar a criação do Banco do Brics na terça-feira, a presidente Dilma Rousseff fez novas críticas à distribuição de participações no FMI ao afirmar que a divisão não reflete a correlação de forças das maiores economias do mundo e destacou a independência do Brasil em relação ao fundo.