segunda-feira, 21 de julho de 2014

Índice de confiança do empresário industrial cai para o menor nível histórico



O levantamento mostra ainda que a falta de confiança é maior nas médias empresas

Por Agência Brasil

industria-4-350O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu para 46,4 pontos em julho, o menor valor da série histórica, que começou em 1999. Essa foi a quarta queda consecutiva e, desde março, o indicador, acumula retração de 6,1 pontos, informa pesquisa divulgada nesta sexta-feira (18), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Icei varia de 0 a 100. Abaixo de 50 indica falta de confiança.

A pesquisa foi feita com 2.649 empresas entre 1º e 11 de julho. Na indústria extrativa, o Icei ficou em 50 pontos, a linha que separa o otimismo da falta de confiança. No setor de construção, o indicador caiu para 47,7 pontos e, na indústria de transformação, recuou para 45,6 pontos.

Entre os 28 setores da indústria de transformação pesquisados, apenas três – bebidas, farmacêutico e manutenção e reparação – ficaram acima dos 50 pontos. O levantamento mostra ainda que a falta de confiança é maior nas médias empresas, segmento em que o Icei caiu para 45,2 pontos. Nas grandes e pequenas indústrias, o índice baixou para 46,8 pontos.

Cabeças a prêmio na indústria



Reconduzido à presidência da FIERGS, Heitor José Müller acende o sinal de alerta para possíveis demissões no Rio Grande do Sul caso a economia não dê indícios de recuperação

Por Laura D’Angelo

heitor-muller-2-350O Rio Grande do Sul registrou a maior retração no emprego industrial nos seis primeiros meses de 2014 entre os estados brasileiros, conforme divulgado pelo IBGE na semana passada. E o cenário econômico não tem dado indícios de que esta situação vá mudar no segundo semestre. Esta é a previsão de Heitor José Müller (foto), presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), reconduzido ao segundo mandato na noite desta sexta-feira (18), em cerimônia de posse com a presença da presidente Dilma Roussef.

Em entrevista à imprensa, Müller sentenciou: se a economia não der sinais de recuperação nos próximos dias, já em agosto devem começar as dispensas na indústria gaúcha. As demissões seriam motivadas, primeiramente, pelo comportamento da econômica nacional atual, com produção e consumo estagnados, e diante dos baixos índices de confiança do empresariado brasileiro, como demonstrado pela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) desta sexta-feira (leia aqui). “São poucos os investimentos. Os novos projetos, então, podem-se contar nos dedos”, destaca Müller. “As empresas estão segurando [os funcionários] desde abril, esperando a passagem da Copa para ver como o mercado iria se comportar. Mas não tem mais como sustentar”.

No caso do Rio Grande do Sul, há ainda um agravante que dificulta a recuperação da indústria e a manutenção dos empregos. Müller considera que o Estado está muito vulnerável às inconstâncias econômicas da Argentina, um dos principais destinos de exportação de manufaturados gaúchos. Além das barreiras comerciais impostas pelo país vizinho, cresce a preocupação com a possibilidade de calotes, o que levou Müller a recomendar às empresas que mantêm fortes relações comerciais com a Argentina que diminuam a dependência em relação ao mercado do Prata para não comprometer as operações no Rio Grande do Sul. 

A situação se mostra ainda mais delicada com a recente exigência da justiça norte-americana de que a Argentina pague aos seus credores o valor integral da dívida, sem negociações, como requisitavam os argentinos. “Isto só acentua o nosso problema”, constata Müller, que acredita que os setores calçadista, moveleiro e de máquinas agrícolas devem ser os primeiros a ter de fazer cortes nos postos de trabalho. O presidente da FIERGS também revelou que há companhias propondo a redução da carga horária e a diminuição dos salários para evitar demissões, mas relatou que os funcionários não estão aceitando a medida.

O futuro

Os próximos três anos de presidência de Heitor Müller vão ser baseados na defesa de um ambiente positivo para que a indústria se fortaleça. Medidas como a simplificação tributária e legal estão entre os focos da próxima gestão. Müller acrescentou que, a partir de 2015 e  independentemente do presidente eleito, o governo federal terá que tomar medidas impopulares, como o aumento do preço dos combustíveis, além de colocar as contas públicas em ordem para que a economia retome o rumo de produção e seja competitiva no mercado internacional.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Chanel se inspira em Le Corbusier para se reinventar

Coleção da Chanel assinada por Karl Lagerfeld exalou a modernidade do século XVIII na Semana de Moda de Paris com cenário inspirado em Le Corbusier

Mercedes Álvarez, da
Getty Images
Estilista Karl Lagerfeld
O estilista Karl Lagerfeld: Lagerfeld assinou uma coleção outono-inverno para a Chanel

Paris - O estilista alemão Karl Lagerfeld assinou uma coleção outono-inverno para a Chanel que exalou a modernidade do século XVIII nesta terça-feira na Semana de Moda de Paris com cenário inspirado em Le Corbusier.

O Grand Palais, onde a casa geralmente desfila, recriou o antigo apartamento de cobertura nos Champs-Élysées do aristocrata colecionador de arte francês Charles de Beistegui projetado por Corbusier em 1930.
Com vista panorâmica para a capital francesa, o apartamento, que já não existe mais, foi um sopro de inovação em meio à refinada Paris, contraste que Lagerfeld quis expressar em seus croquis, vistos da primeira fila pelos atores americanos Kristen Stewart, que surpreendeu de cabelo curto e multicolorido, e Jared Leto.
As sandálias baixas de dedo - sim, em uma coleção de inverno - as bolsas a tiracolo e os penteados bagunçados em estilo punk foram os toques contemporâneos em composições que resgataram as ceroulas antigas e o volume do vestido à francesa.
As ceroulas, que eram usadas como roupa de baixo no século XVIII, vieram como bermudas sob as saias da passarela da Chanel.
Os delicados arabescos e brocados, assim como as trabalhados bordados de flores em relevo e as pedrarias em formatos geométricos foram a melhor homenagem a uma técnica tradicional que a casa francesa guarda em suas oficinas.
A coleção valorizou o preto e branco, com toques de ouro e de prata, e poucas cores, como o vermelho, o lilás e o azul, chegaram a essa reduzida paleta cromática.
As linhas retas dos sutiãs e das ombreiras conviveram com as formas curvas, como as dos semicírculos que Lagerfeld salpicou nas bordas de algumas peças.
Os casacos, justos no bojo e na cintura, foram ficando mais amplos em uma sobreposição com efeito 3D com vestidos e calças curtas.
As golas subiram retas e com uma circunferência aberta na frente, enquanto os trajes de noite optaram por amplas golas canoa e pelo tomara-que-caia, às vezes coroados por plumas.
O branco do cenário do desfile cedeu lugar aos cortes e aos bordados trabalhados, enquanto o "tweed" ganhou mais uma vez um espetáculo no qual se mostrou pontilhado, em rede ou desfiado.
A namorada de Chanel rememorou o passado com um vestido de volume moderado, decorado com uma fileira de botões dourados e coberto com uma longa camada de brocados.

Barbie ganhará versão Karl Lagerfeld em seu 55º aniversário


A Barbie, que celebra seu 55º aniversário neste ano, vestirá Karl Lagerfeld em uma edição especial

Sean Gallup/Getty Images
Boneca Barbie
Boneca Barbie: nova parceria consolida uma relação iniciada em março de 2009

Paris - A boneca Barbie, que celebra seu 55º aniversário neste ano, vestirá Karl Lagerfeld em uma edição especial que será lançada através de uma parceria entre o estilista alemão e a fabricante Mattel, informaram nesta quinta-feira as partes envolvidas.

Em nota, o presidente da grife Karl Lagerfeld, Pier Paolo Righi, ressaltou que o artista e sua equipe "se divertiram muito" vestindo a Barbie com seu estilo icônico, enquanto Kim Culmone, vice-presidente e encarregado do design dos produtos Barbie, ressaltou que "esta colaboração única foi uma honra incrível".

"Não é todo dia que a Barbie se veste como o estilista mais célebre do mundo", completou Kim ao ressaltar que a "Barbie Lagerfeld" usará figurinos e acessórios característicos do estilista alemão, incluindo uma versão com cabelos brancos.

Apesar da confirmação dessa parceria, que não chega a ser uma novidade, a data de comercialização da "Barbie Lagerfeld" ainda não foi anunciada. Segundo a fabricante, esse lançamento deverá chegar às lojas até o final do ano.

Essa nova parceria entre a Barbie e Lagerfeld consolida uma relação iniciada em março de 2009, quando a boneca celebrava seus 50 anos.

Na ocasião, a Barbie aparecia vestida pelo estilista alemão em uma exposição fotográfica apresentada na boutique Colette de Paris, na qual o modelo Baptiste Giabiconi, com um figurino próximo ao de Lagerfeld, aparecia no papel de Ken.

Com selfies, Pernambucanas moderniza "Cadê meu celular"


Selfie: campanha ressalta recursos de interação social que smartphones possibilitam, como enviar fotos e vídeos para amigos e postar nas redes sociais

Reprodução/YouTube
Com selfies, Pernambucanas moderniza "Cadê meu celular"
"Conceito #CadeMeuCelular entra em fase ainda mais moderna e atual", afirma diretor de criação

São Paulo - A Pernambucanas lança hoje, dia 17 de julho sua nova campanha #CadeMeuCelular. Por meio de "selfies", a campanha ressalta os recursos de interação social que os smartphones possibilitam.

É com este conceito que a marca renova um dos maiores recalls da sua comunicação. Além do filme que lança o conceito, a campanha conta ainda com os filmes de oferta. Ambos têm a modelo e apresentadora Gianne Albertoni como destaque.

As peças entram no ar tanto na TV aberta quanto por assinatura em todas as praças onde a marca está presente.

Para o diretor de Marketing da Pernambucanas, Rogério Marques, “a conectividade e a socialização foram escolhidas como mote da campanha pela exposição e o protagonismo que os usuários têm assumido por meio dos dispositivos móveis”.

"O conceito #CadeMeuCelular entra em uma fase ainda mais moderna e atual. Se antes o bordão tinha o compromisso da lembrança comercial, procuramos criar algo mais próximo do consumidor através da conectividade que os celulares permitem", afirma Clovis Marchetti, Diretor de Criação da JWT.

A campanha também conta com amplo trabalho de mídia exterior, spot de rádio, divulgação nos relógios de rua e mídia no Metrô, além de anúncios de jornal e ponto de venda. Já as peças de mídia exterior prometem muita inovação com novos MUBs interativos.


Confira o vídeo:

 https://www.youtube.com/watch?v=Oy6uwId-Df4

Safra de milho nos EUA deve conter saída de etanol do Brasil


Exportações de etanol do Brasil devem cair em 2014/15, em parte devido a uma colheita de milho nos Estados Unidos quase recorde

Sarah McFarlane, da
Steven Vaughn/Agricultural Research Service via Wikimedia Commons
Indústria de etanol no estado americano de Iowa
Indústria de etanol: Datagro prevê atualmente exportações de etanol do Brasil em 1,8 bilhão de litros em 2014/15

Londres - As exportações de etanol do Brasil devem cair em 2014/15, em parte devido a uma colheita de milho nos Estados Unidos quase recorde reduzindo as necessidades norte-americanas de importação, previu nesta sexta-feira a consultoria brasileira Datagro.

A Datagro prevê atualmente exportações de etanol do Brasil em 1,8 bilhão de litros em 2014/15, mas o presidente Plínio Nastari disse que a empresa estava considerando revisar a estimativa para baixo entre 200 milhões e 300 milhões de litros por causa da grande safra de milho dos EUA, que produz o biocombustível a partir do cereal.

Cerca de 40 por cento da safra de milho dos EUA foi convertida em etanol no ano passado, e o país é também o maior mercado de exportação para o etanol brasileiro.

Falando no intervalo de seminário da Datagro, em Londres, Nastari disse que os Estados Unidos geralmente absorvem cerca de 65 por cento das exportações brasileiras de etanol. "Menores exportações de etanol (pelo Brasil) serão acomodadas pela produção de etanol menor por causa da seca", disse Nastari.

A seca no cinturão de cana do centro-sul do Brasil em janeiro e fevereiro deverá reduzir a produtividade agrícola. A produção de etanol do Brasil deverá cair 8 por cento, para 25,29 bilhões de litros, ante os 27,5 bilhões de litros da temporada passada. 

Chocolate da Nestlé derrete nos EUA após acordo da Lindt


Anã nos Estados Unidos, a empresa vai cair ainda mais fundo na quarta colocação quando a aquisição for concluída

Corinne Gretler, da
Getty Images
Nestlé
Nestlé: empresa enfoca marcas-chave e pode realizar aquisições ou joint ventures

Zurique - A Nestlé SA costuma buscar o primeiro ou o segundo lugar em todos os seus negócios, mas ela não está nem perto disso no mercado de guloseimas de chocolate nos EUA, onde é uma anã ao lado da Mars Inc. e da Hershey Co.

Quando a Lindt Spruengli AG, em terceiro lugar, concluir a aquisição planejada da Russell Stover Candies Inc., a Nestlé vai cair ainda mais fundo na quarta colocação.

Juntas, Mars e Hershey controlam 65 por cento das vendas de chocolate nos EUA, estima a empresa de pesquisa Euromonitor, contra 5,2 por cento para a Lindt e 4,8 por cento para a Nestlé. 

Os gastos combinados em anúncios de TV nos EUA da Mars e da Hershey praticamente equivalem à receita total de chocolate da Nestlé no país, disse a empresa suíça.

Para angariar vendas no mercado de US$ 18 bilhões, a maior empresa de alimentos do mundo adicionou barras de Girl Scout Crunch de edição limitada e o chocolate Skinny Cow, com menos calorias. Isso não foi suficiente para apresentar um desafio real às empresas líderes, disse Urs Beck, gerente de fundos da EFG Asset Management em Zurique. A contrapartida mais óbvia, disse ele: comprar a Lindt.

No mercado de chocolate dos EUA a Nestlé “precisa jogar duro e de modo mais inteligente, como se não tivesse nada a perder”, disse Beck. “Do contrário, uma opção válida pode ser abandonar esse mercado”.

Embora a Nestlé seja muito maior do que as líderes do mercado americano, é improvável que ela compre alguma das duas. Mars é uma empresa privada e há muito diz que não está à venda; os acionistas da Nestlé barrariam a compra da Hershey porque ela não se adequaria ao direcionamento da companhia a produtos mais sofisticados e saudáveis, disse Beck.


Situação desesperante


O CEO da Lindt, Ernst Tanner, disse no dia 14 de julho que a empresa pretende continuar sendo independente. A Nestlé não quis comentar se já tinha pensando em comprar a Stover ou a Lindt, mas os executivos há muito dizem que a companhia quer estar em primeiro ou segundo lugar nas categorias e nos mercados em que opera.

Há cerca de seis ou sete anos a Nestlé, com sede em Vevey, Suíça, analisou a possibilidade de sair do setor de produtos de confeitaria nos EUA, quando a categoria era “desesperante”, disse Paul Grimwood, CEO da Nestlé nos EUA, em reunião com investidores que ocorreu no mês passado, em Boston. Ao invés disso, a Nestlé enfoca marcas-chave e pode realizar aquisições ou joint ventures, disse.

Após a compra da Stover, anunciada no dia 14 de julho, a Lindt terá 7,4 por cento do mercado de produtos de chocolate nos EUA, principalmente de alta gama. É nele que a Nestlé deveria se concentrar nos EUA, disse Gillian Hollenstein, diretora de investimento da Labha Investment Advisors SA em Zurique.


Chocolate saturado


“Crescer no mercado massivo de chocolate dos EUA pode ser um desafio para a Nestlé porque ele está muito saturado”, disse Hollenstein. “A Lindt enfocou o segmento premium e investe nele há anos. A Nestlé está muito atrás”.

A Nestlé está em desvantagem porque a Hershey possui os direitos do KitKat, a maior marca de chocolate da empresa suíça, nos EUA. As principais marcas de chocolate da Nestlé nos EUA, Butterfinger e Crunch, estão no 12º e 26º lugar, respectivamente, entre as guloseimas de chocolate, de acordo com a Euromonitor. KitKat ocupa o 4º lugar, com 4,3 por cento do mercado.

A Nestlé poderia passar para o segmento superior do mercado com sua marca Cailler, disse Jon Cox, analista da Kepler Cheuvreux em Zurique.

A fabricante de chocolate, que existe há dois séculos e foi comprada pela Nestlé em 1929, é considerada a criadora do chocolate ao leite. Esse pedigree faz com que ela seja um veículo natural para um impulso no mercado de alta gama.


Frustração íntima


Desenvolver a Cailler será “um processo a longo prazo”, disse Paul Bulcke, CEO da Nestlé, aos investidores em Boston no mês passado. O chocolate premium é “minha pequena frustração íntima”, disse.

Trung-Tin Nguyen, gerente de hedge-fund na Trimax Capital AG em Zurique, sugere que a Nestlé não deveria se preocupar com os EUA, onde ela é “só mais um concorrente”, e que, ao invés disso, a empresa deveria se concentrar nos mercados emergentes.

“Por enquanto eles podem deixar os negócios nos EUA como estão e deixar a porta aberta para abandonar esse mercado”, disse Nguyen. A Ásia é “um mercado maior e inexplorado, onde não há concorrentes locais naturais e grandes”.