quarta-feira, 27 de abril de 2016

Aécio e Temer debatem agenda emergencial para o país





Ueslei Marcelino / Reuters
Encontro entre Michel Temer, Renan Calheiros e Aécio Neves, dia 27/04/2016
Temer e Aécio: “Se ele [Temer] procurar cargos no PSDB, reitero que não vamos criar dificuldades para que forme um governo de qualidade"


O senador Aécio Neves (PSDB-MG) se reuniu hoje (27) com vice-presidente Michel Temer com quem disse ter conversado sobre uma agenda emergencial para o país, a ser adotada caso o impeachment da presidenta Dilma Rousseff seja aprovado pelo Senado, o que implicaria no afastamento imediato dela do cargo por 180 dias.

Presidente nacional do PSDB, o parlamentar afirmou preferir que qualquer apoio de seu partido a um eventual governo Temer se restrinja ao Congresso Nacional, mas não descartou a possibilidade de que quadros tucanos ocupem ministérios, caso o vice se torne presidente com o afastamento de Dilma.
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“Se ele [Temer] procurar cargos no PSDB, reitero que não vamos criar dificuldades para que forme um governo de qualidade, mas não condicionamos, em nenhum momento, o apoio a essa agenda emergencial para o Brasil a uma participação no governo”, disse Aécio. “Não vamos vetar nomes”, disse.
 

PMDB


Lideranças tucanas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, já manifestaram publicamente que não se opõem a que quadros do PSDB componham um eventual governo do PMDB.

O senador José Serra (PSDB-SP) é um dos cotados para assumir um ministério.

As declarações foram dadas por Aécio após ele deixar uma reunião com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na residência oficial do presidente do Senado, no Lago Sul, em Brasília.

O ex-governador de Minas Gerais negou ter debatido, durante o encontro, a possibilidade de novas eleições.

Para o tucano, neste momento não há via constitucional que permita a volta às urnas, uma vez que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não deve julgar o processo de impugnação da chapa Dilma-Temer antes do ano que vem.

Segundo Aécio, o presidente do Senado “ficou feliz” com a escolha do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) para a relatoria da comissão que analisa o pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

Questionado se o PSDB articula junto a Temer para que algum parlamentar tucano seja eleito para a presidência do Senado ou da Câmara, Aécio respondeu que “não é a Presidência da República ou o Poder Executivo que deve determinar as coalizões que vão eleger as presidências das duas Casas”.

A agenda emergencial preparada pelo PSDB, a ser lançada na próxima terça-feira, inclui, entre outros pontos, a preservação de inquéritos da operação Lava Jato, que investiga irregularidades na Petrobras, e a redução de ministérios. 
 

Renan


Renan Calheiros recebeu hoje pela manhã, em sua casa, o vice-presidente Michel Temer.

Ontem (26), o presidente do Senado havia recebido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem negou ter conversado sobre uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a antecipação das eleições presidenciais para este ano.

Voar pelo Brasil é tão perigoso quanto em zonas de guerra





Infraero
Aeroporto de Congonhas
 
 
 
 
São Paulo – Cruzar o espaço aéreo brasileiro pode ser tão perigoso quanto voar por regiões que estão em guerra.

Essa é a conclusão da Federação Internacional das Associações dos Pilotos (da sigla em inglês IFALPA), que rebaixou nesta semana a classificação do espaço aéreo brasileiro para “criticamente deficiente” – a mesma avaliação conferida a países em conflito.
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No Brasil, o risco não está relacionado a mísseis circulando pelos ares, mas sim à prática de soltar balões. No ano passado, foram registradas 325 ocorrências de objetos do tipo no espaço aéreo brasileiro. Só nos primeiros 4 meses de 2016 já são mais de 100 ocorrências.

“A colisão de uma aeronave com um balão pode ter impacto de até 500 toneladas. Nenhum avião tem capacidade para aguentar um impacto desses”, afirma Rodrigo Spader, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), em entrevista para EXAME.com.

Soltar balões de ar quente é uma prática proibida no Brasil com pena de três anos de prisão e multa de até 5,5 mil reais por objeto apreendido. A legislação vigente, contudo, não fala sobre os balões biodegradáveis que flutuam com o calor do sol, mas oferecem risco semelhante.

Em uma decolagem recente do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro (RJ), Spader chegou a verificar 18 balões circulando em uma altura de 25 mil pés – ou o equivalente a 7,3 mil metros. “Esse perigo é inaceitável”, afirma.

De acordo com carta da IFALPA enviada à Secretaria de Aviação Civil, há relatos de que balões desses tipos colidiram com aeronaves no Brasil danificando os sensores que orientam os instrumentos de voo.

Em nota, a Secretaria de Aviação Civil rebate as críticas feitas pela entidade e afirma, segundo avaliação da Organização de Aviação Civil Internacional, o setor aéreo nacional está entre os mais seguros do mundo. 

 






Projeto proíbe candidatos sem diploma e pode barrar Lula






Paulo Whitaker/ Reuters
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seminário “Democracia e Justiça Social” da Aliança Progressista, em São Paulo - 25/04/2016
Luiz Inácio Lula da Silva: devido à sua atuação pública, Lula tem pelo menos 28 títulos de "doutor honoris causa"
 
Marcella Fernandes, do HuffPost Brasil


Se aprovada pelo Congresso, uma proposta de emenda à Constituição vai proibir candidatura a quem não tiver ensino superior.

O texto, apresentado em março, poderia impedir, por exemplo, a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto.

Devido à sua atuação pública, Lula tem pelo menos 28 títulos de "doutor honoris causa".

Em tese, essa titulação teria o mesmo efeito jurídico que um diploma regular, porém as normas são regulamentadas por cada universidade e a PEC 194/2016 não deixa claro esse ponto.

Apresentada em 15 de março pelo deputado Irajá Abreu (PSD-TO), a proposta foi assinada por 190 deputados, 19 a mais do que o necessário.

Irajá é filho da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, aliada da presidente Dilma Rousseff.

O texto é assinado por nove petistas, entre eles os deputados Marco Maia (RS), Pepe Vargas (RS) e Sibá Machado (AC).

Na justificativa, Irajá diz buscar “estabelecer um patamar superior” para os representantes.

De acordo com ele, “a disponibilidade de conhecimentos integrados por uma visão acadêmica pode propiciar com maior efetividade uma visão mais profunda da realidade brasileira”.

O deputado diz ainda que hoje muitos integrantes do Legislativo possuem dificuldade de leitura, “o que impede que os membros atuem de modo efetivo nas suas funções constitucionais”.

O texto abre uma exceção para aqueles sem graduação. Quem já é senador, vereador ou deputado federal, estadual ou distrital e não possui ensino superior poderia se candidatar novamente ao mesmo cargo.

 
Tramitação da PEC do Diploma


A proposta aguarda apreciação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que ainda não começou os trabalhos de 2016.

Se aprovada a admissibilidade na CCJ, a Câmara cria uma comissão especial para analisar a PEC.

O colegiado tem 40 sessões plenárias para votar um parecer. Se for positivo, a proposta vai a plenário.

Lá são necessários três quintos dos deputados, ou seja, 308 votos, para aprovação.

O texto é votado em dois turnos e, se aprovado, segue para o Senado. Lá, a PEC também passa pela Comissão de Justiça e pelo plenário, igualmente em dois turnos.

Principais riscos para o Brasil vêm da política, diz FMI





Kim Kyung-Hoon/Reuters
Logo do Fundo Monetário Internacional (FMI)
FMI: "No Brasil, uma combinação de fragilidades macroeconômicas e problemas políticos têm dominando o cenário econômico".
 
 
Altamiro Silva Junior, do Estadão Conteúdo
correspondente, do Estadão Conteúdo


Nova York - Os principais riscos para a economia brasileira estão ligados ao cenário político turbulento, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI) em nova análise sobre o Brasil divulgada nesta quarta-feira, 27.

A situação complicada em Brasília afetou a capacidade do governo de promover reformas econômicas essenciais, incluindo medidas para melhorar as contas fiscais, e esse movimento pode atrasar a recuperação econômica do País.
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O FMI volta a afirmar nesta quarta que, no Brasil, apesar do cenário externo mais difícil, a culpa dos problemas econômicos é principalmente de fatores internos, que reduziram o consumo e o investimento privado.

"Vários fatores internos contribuíram para aumentar a incerteza e reduzir a demanda doméstica", afirma o FMI. Entre eles, o relatório destaca principalmente a deterioração das contas fiscais em meio às dificuldades de aprovação no Congresso de medidas de ajuste e políticas econômicas inconsistentes.

A incerteza política é outro fator que tem contribuído para os baixos níveis de confiança, tanto de empresários como de consumidores, afirma o FMI.

Os economistas do Fundo evitam comentar mais detalhes da situação política do país, mas ressaltam que reformas econômicas e um ajuste fiscal são essenciais para restaurar a confiança dos agentes e abrir espaço para o Brasil voltar a crescer.

"No Brasil, uma combinação de fragilidades macroeconômicas e problemas políticos têm dominando o cenário econômico", ressalta o relatório.

"A deterioração da situação fiscal e da dinâmica da dívida pública também desempenha um papel no colapso da confiança, sobretudo porque as metas fiscais sinalizadas no começo de 2015 foram repetidamente cortadas."

A previsão do FMI é que o Produto Interno Bruto (PIB) do país vai contrair 3,8% este ano, mesmo montante de 2015, marcando um período de recessão histórica. Em 2017, a expectativa é de economia estagnada.

A expectativa do FMI é que o PIB volte a crescer ao longo de 2017, mas na média geral do ano, a economia deve ter expansão zero. Por isso, a previsão de PIB estável.

"Com a expectativa de que muitos dos grandes choques de 2015/2016 tenham se exaurido e auxiliado por uma moeda mais fraca, o crescimento deve se tornar positivo durante 2017."

 

Aumento de imposto


Sem espaço para cortar as despesas rígidas do Orçamento, o Brasil pode ter que tomar medidas no curto prazo pelo lados dos impostos, afirma o FMI nesta quarta-feira, sinalizando que o país pode ter que elevar tributos para melhorar as contas fiscais, que estão em trajetória de deterioração.

Independentemente do que ocorrer com o cenário político, o governo deve perseguir esforços de consolidação fiscal, com o objetivo de conter o aumento da dívida bruta e do déficit nominal, ambos em trajetória de alta.

Para o FMI é essencial que o governo trace uma estratégia confiável para melhorar as contas e que as medidas sejam bem comunicadas e executadas de forma consistente, de acordo com o relatório, que reforça algumas recomendações passadas durante a reunião de Primavera do Fundo, que terminou no último dia 17.

Ainda nas contas fiscais, o desafio mais importante no Brasil, de acordo com a avaliação é resolver a rigidez de gastos públicos, que são determinados pela Constituição e, por isso, difíceis de cortar, além de "mandatos insustentáveis" também pelo lado das despesas públicas.

O governo argumenta que 90% do Orçamento são de gastos vinculados, que incluem salários de funcionários públicos, previdência e benefícios assistenciais.

Também é essencial, de acordo com o relatório, fazer uma reforma da previdência. "Resistir às pressões para dar estímulos é importante, dada a falta de espaço fiscal", afirma o FMI.

O FMI prevê que o Brasil só vai voltar a ter superávit primário em 2020 e a trajetória da relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB), um dos principais indicadores de solvência de um país, supere os 90% em 2021, considerando o critério do FMI, que inclui no cálculo os títulos do Tesouro detidos pelo Banco Central (o governo brasileiro desconsidera esses papéis).

No curto prazo, a dívida/PIB deve passar de 76,3% este ano para 80,5% em 2017, de acordo com dados do Monitor Fiscal, divulgado na reunião do FMI em Washington.

O Brasil deve ser o campeão de endividamento público na comparação com os emergentes. A baixa arrecadação do governo, por conta da recessão econômica, a alta dos juros, para conter a inflação, e a dificuldade em tocar um ajuste fiscal são os principais fatores que explicam a piora dos números, de acordo com o FMI.

A piora dos indicadores fiscais têm ajudado a influenciar as taxas do Credit Default Swap (CDS), um mecanismo do mercado de derivativos usado como proteção pelos investidores, dos títulos soberanos do Brasil, o que por sua vez tem reflexos nas taxas dos papéis das empresas.

Por isso, a melhora das contas também é essencial para reduzir essa percepção de risco, afirma o relatório.

 

Juros


Na política monetária, a convergência da inflação para a meta em 2017 vai exigir juros elevados. O FMI sugere que uma alta de juros ajudaria a controlar as expectativas dos agentes sobre a alta de preços, mas a economia continua a se contrair e crescem as dúvidas sobre o nível de expansão potencial do país, de acordo com o relatório.

Nesse cenário, afirma o FMI, medidas de estímulo à infraestrutura, incluindo a implementação completa do programa de concessões, é essencial para tentar aumentar o padrão de crescimento do PIB do Brasil.

 

Efeito na América Latina


A economia da América Latina deve se contrair 0,5% este ano, marcando o segundo período consecutivo de retração, a primeira vez que isso ocorre desde a crise da dívida de 1982/1983, afirma o FMI no relatório.

O documento alerta que uma piora adicional do Brasil pode levar a uma mudança repentina nos preços dos ativos da região, alteração dos prêmios de risco e menor demanda por exportações.

A maioria dos países da região segue crescendo a taxas moderadas, destaca o FMI. Mas quatro países, Brasil, Equador, Argentina e Venezuela, que por sua vez representam metade da economia da região, estão em recessão, provocada principalmente por fatores internos.

"O Brasil segue em profunda recessão", afirma o diretor para o departamento do Hemisfério

Ocidental do FMI, Alejandro Werner, em entrevista coletiva a jornalistas para comentar o relatório.

Entre os destaques positivos, o México deve crescer 2,4% este ano, o Peru deve ter expansão de 3,7% e a Colômbia avançar 2,5%.

No caso argentino, o país deve se contrair 1% este ano, mas Werner destaca que a Casa Rosada está adotando reformas para corrigir desequilíbrios e deve voltar a crescer em 2017, com expansão esperada de 2,8%.

Para o ano que vem, a expectativa é que a região como um todo volte a crescer, com o PIB aumentando 1,5%, mas Werner alerta para riscos que rondam a região.

As perspectivas da região estão sujeitas a uma série de riscos para a piora do cenário, disse Werner. Além dos problemas do Brasil, os países da região estão vulneráveis ao que ocorrer na China, que passa por momento de transição em sua economia e, por isso, cresce menos.

Entre 15% a 25% das exportações de países como Chile, Brasil, Colômbia e Uruguai vão para o mercado chinês.

Nesse cenário, a expectativa do FMI é que para os próximos anos, o crescimento dos países da América Latina permaneça "débil" e abaixo de tendências históricas.

Para reverter esse quadro, o Werner volta a falar da necessidade de reformas estruturais, para aumentar a produtividade e competitividade de países da região.

Além disso, os países da região terão que lidar com as transições em curso na economia mundial, que incluem, além da China, a volta da alta de juros nos Estados Unidos.

Fusão cria empresa de pagamentos maior que o PayPal no país



Alan Teixeira/SumUp
Adriana Barbosa e Igor Marchesini, copresidentes da SumUp no Brasil
Fusão: nova empresa vai operar com a marca SumUp e, no país, será comandada por Adriana Barbosa e Igor Marchesini
 
 
 
São Paulo - As empresas alemãs de pagamentos móveis Payleven e SumUp acabam de assinar um acordo de fusão. O valor do negócio não foi divulgado.

Só no Brasil, a companhia combinada vai processar um volume total de pagamentos (TPV) superior a 1 bilhão de reais por ano, o que a posicionaria entre as três maiores facilitadoras do país, à frente do PayPal e atrás da PagSeguro e da MercadoPago, operadora das transações do MercadoLivre.
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Ela terá presença em 15 países e uma base de 1 milhão de usuários, 260.000 deles brasileiros.

A SumUp tem entre seus investidores o banco espanhol BBVA e o Groupon, enquanto a Payleven já recebeu aportes de fundos como o Rocket Internet.

Os acionistas de ambas aprovaram a transação e continuarão a compor o quadro da nova companhia, que vai operar com a marca SumUp, líder de mercado na Europa.

Por meio de um processo de “stock swap”, os investidores locais trocaram suas ações por participações na holding originada da fusão.

Por enquanto, os produtos das duas startups continuarão a existir, sem alterações. A ideia é unificá-los no futuro, mas não há data prevista para isso.

Mundialmente, a companhia será liderada por Daniel Klein, fundador e CEO da SumUp.

No Brasil, onde as duas empresas estão há cerca de três anos, o comando será compartilhado por Igor Marchesini, que já estava à frente da SumUp, e por Adriana Barbosa, que dirigia a Payleven.

Marchesini cuidará da parte financeira, das operações e do relacionamento institucional e Barbosa ficará responsável pelos departamentos de marketing, comercial e tecnologia.

“O objetivo da SumUp é ser a primeira marca global de meios de pagamentos. Mas, no Brasil, a Payleven tem hoje o dobro do nosso tamanho e um trabalho de reconhecimento que vamos respeitar. Vamos fortalecer nossa marca primeiro, para depois transferir os clientes da Payleven”, disse Igor Marchesini, copresidente da holding no país, em entrevista exclusiva a EXAME.com.

Segundo ele, o desafio será fazer essa migração sem perder espaço para a concorrência.
 

O mercado


Tanto a Payleven quanto a Sumup são facilitadoras (ou subadquirentes) e, no Brasil, fornecem meios de pagamentos móveis a microempreendedores e profissionais liberais.

Elas intermedeiam a conexão entre seus usuários e as adquirentes – empresas como Cielo, Rede e Getnet, que fazem a liquidação financeira das transações via cartão de débito e crédito conectando as bandeiras (como Visa e MasterCard) aos bancos.

Para ter uma "maquininha" da SumUp ou da Payleven, o cliente não precisa atingir um faturamento mínimo, nem pagar mensalidade, ao contrário do que acontece quando o serviço é contratado direto das adquirentes.

As duas vendem o leitor de cartões em até 12 parcelas e cobram taxas sobre cada compra feita por meio dele. O valor da tarifa varia de acordo com o tipo da operação (débito ou crédito) e o prazo escolhido para receber o valor transacionado.

"Nossos clientes são sacoleiros, revendedores e pedreiros que precisam aceitar cartão para se livrar da venda por caderninho e cheque pré-datado", contextualiza Igor Marchesini.

Em média, os usuários da SumUp realizam seis transações por mês, enquanto os da Payleven registram 11.

No Brasil, as operações da primeira são efetivadas pela Stone e pela Cielo e, as da segunda, pela Elavon e pela Stone. Com a fusão, as três empresas continuarão sendo parceiras da holding.
 

Como fica


A nova SumUp já nasce com um time de 150 pessoas no Brasil (97 vindos da Payleven e 53 da SumUp). Até o fim do ano, os funcionários devem somar 190, mesmo com sinergias.

“A gente não é um business que cresce 10% ao ano, mas 10% ao mês. Então, precisamos contratar sempre”, comentou Adriana Barbosa, copresidente da SumUp no país.
 

Vantagens


Antes da fusão, a Payleven trabalhava com as bandeiras de cartão Visa, Mastercard, Diners Club e Discover e a Sumup com Visa, Mastercard, American Express e Elo. Juntas, as duas ampliam suas coberturas.

As estratégias de marketing das duas companhias também se complementam. Enquanto a SumUp é forte em divulgação online, principalmente pelo Facebook, a Payleven atua com anúncios na televisão e junto a revendedores.

Para a SumUp, a associação é vantajosa porque aumenta sua capacidade de negociação com parceiros, já que o volume transacionado pela antiga concorrente é três vezes maior do que o seu.

Além disso, ela passará a contar com os 12 engenheiros de desenvolvimento da Payleven no país. “Não tínhamos equipe de tecnologia local. Isso vai nos ajudar a ter um produto mais tropicalizado”, diz Marchesini.

A SumUp também ganhará reforço com a plataforma da Payleven, que consegue operar em marketplaces, diferentemente da sua.

Por outro lado, a Payleven, que terceiriza a produção de sua maquininha, adicionará o hardware próprio criado pela SumUp a seu portfólio.

Operadoras são pouco transparentes com dados de usuários






Thinkstock/alphaspirit
Homem realiza pesquisa na internet por meio de um tablet
Dados de usuários: TIM é a empresa mais transparente, Oi é a menos, mas nenhuma das operadoras segue à risca o Marco Civil da Internet.
 
 
Thiago Sawada, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A maioria dos provedores de acesso à internet no Brasil não informa claramente de que maneira coleta, utiliza e armazena os dados dos consumidores.

É o que revela o estudo 'Quem defende seus dados?', realizado pelo Internet Lab - um dos principais centros de pesquisa de política em internet no País - em parceria com a organização não governamental norte-americana Electronic Frontier Foundation (EFF), uma das mais importantes entidades de defesa de direitos digitais em todo o mundo.
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Entre as operadoras brasileiras, a mais bem colocada foi a TIM, que recebeu pelo menos um ponto nos principais quesitos; a pior posicionada foi a Oi, que pontuou em apenas uma das categorias.

Para fazer o estudo, as entidades analisaram contratos de prestação de serviço de banda larga (fixa, móvel ou ambos) das operadoras Claro, Oi, TIM, Vivo, NET e GVT.

Cada uma fornece pelo menos 10% do total de acessos à internet no País - ao todo, elas são responsáveis por cerca de 90% das conexões.

A pesquisa mostra que nenhuma das seis operadoras respeita integralmente o Marco Civil da Internet. A lei - espécie de constituição que determina direitos e deveres no uso da rede - determina que os usuários têm o direito a informações sobre coleta, uso, armazenamento, tratamento e proteção de seus dados cadastrais (nome, endereço, CPF, por exemplo) e de registro (data e hora de uma conexão e endereço IP do usuário). Três das seis operadoras analisadas não pontuaram neste critério.

Segundo o Internet Lab, os consumidores não encontram nos contratos detalhes sobre como cada operadora coleta, usa e armazena seus dados pessoais, nem como elas garantem a segurança dessas informações sensíveis.

"Os contratos desenvolvem pouco estes temas, muitas vezes de uma forma bem confusa", diz o diretor do Internet Lab, Dennys Antonialli.

 

Ordem judicial


As operadoras também não deixam claro em que circunstâncias elas cedem os dados dos usuários para o Ministério Público ou para a Justiça.

O Marco Civil garante que, na investigação de crimes, autoridades possam requerer dados cadastrais, mas restringe o acesso a dados pessoais e conteúdo das comunicações a pedidos com ordem judicial.

Para o Internet Lab, embora empresas como a NET, TIM e GVT tenham cumprido esta determinação, em seus contratos predomina a linguagem jurídica, difícil de entender para a maioria dos consumidores.

Para estimular que as operadoras melhorem suas práticas, a pesquisa também verificou se a empresa contesta judicialmente pedidos de dados abusivos; se já se posicionou sobre projetos de lei que afetam a privacidade; se informa quantas vezes recebeu pedidos de autoridades do governo; e, por fim, se notifica o cliente quando recebe pedidos de acesso a seus dados pessoais.

Nenhuma operadora pontuou nos últimos dois critérios. "Quando o consumidor é notificado, ele pode exercer seu direito de defesa contra irregularidades", disse o vice-presidente da EFF, o norte-americano Kurt Opsahl.

 

Versão brasileira


A pesquisa Quem defende seus dados foi inspirada no estudo americano Who has your back, elaborado anualmente pela EFF, para avaliar as práticas e políticas de operadoras e empresas de internet em relação a privacidade de seus usuários.

Nos EUA, além das operadoras, Facebook, Apple, Google e Microsoft estão entre as empresas avaliadas.

Embora a metodologia tenha sofrido alterações para se adaptar à realidade brasileira, as operadoras locais tiveram desempenho superior às americanas, quando o estudo foi realizado pela EFF pela primeira vez, em 2011. "Isso reflete que estas questões sobre defesa dos dados estão mais presentes na sociedade", diz o especialista.

Em notas enviadas ao jornal O Estado de S. Paulo, Claro/NET e Vivo/GVT afirmaram que "cumprem a legislação" rigorosamente em relação aos dados dos clientes.

Para a operadora TIM, "a pesquisa é uma importante ferramenta para fomentar a discussão sobre a transparência". A operadora Oi preferiu não comentar os resultados da pesquisa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AGU não poderá mais defender Dilma depois do afastamento, afirma Senado




Assim que a presidente Dilma Rousseff for afastada das funções pelo Senado, a Advocacia-Geral da União não poderá mais defendê-la. Conforme o atendimento adotado pela comissão especial do Senado que analisa a admissibilidade do impeachment da presidente, ela terá de constituir um advogado particular, e não mais usar a estrutura da AGU para se defender das acusações de crime de responsabilidade.

Pelo que ficou decidiu no Senado, a AGU pode defender Dilma enquanto ela estiver nas funções. Poderá falar contra a admissibilidade do processo, por exemplo. Porém, se o processo for admitido e ela for afastada para que o julgamento prossiga no Senado, a AGU também deve se afastar.

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, já disse que vai defender a presidente Dilma como advogado particular, gratuitamente. Há a discussão jurídica sobre se Cardozo estaria sujeito a algum tipo de quarentena, mas ele tem dito que o impedimento se aplica apenas em causas contra a União.

Na questão de ordem, Ferraço afirmou que há incompatibilidade entre as funções da AGU, de defesa institucional dos “poderes constituídos”, com a defesa pessoal da presidente Dilma. “A presidente, na fase transcorrida perante à Câmara, valeu-se para sua defesa da atuação do advogado-geral da União, possível só naquele momento, pois se apreciava a admissibilidade da denúncia formulada por particulares, conforme determina a lei”, afirmou o senador.

“Não é possível admitir que o advogado-geral desvirtue o exercício da função essencial à Justiça e atente contra atos praticados por outros poderes da República, qualificando-os como atos inconstitucionais e como elementos de suposto golpe, quando tem também a missão constitucional de defender os três poderes.”

 http://www.conjur.com.br/2016-abr-26/agu-nao-defender-dilma-depois-afastamento-decide-senado