Alan Teixeira/SumUp
Fusão: nova empresa vai operar com a marca SumUp e, no país, será comandada por Adriana Barbosa e Igor Marchesini
São Paulo - As empresas alemãs de pagamentos móveis Payleven e SumUp acabam de assinar um acordo de fusão. O valor do negócio não foi divulgado.
Só no Brasil, a companhia combinada vai processar um volume total de
pagamentos (TPV) superior a 1 bilhão de reais por ano, o que a
posicionaria entre as três maiores facilitadoras do país, à frente do PayPal e atrás da PagSeguro e da MercadoPago, operadora das transações do MercadoLivre.
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Ela terá presença em 15 países e uma base de 1 milhão de usuários, 260.000 deles brasileiros.
A SumUp tem entre seus investidores o banco espanhol BBVA e o Groupon,
enquanto a Payleven já recebeu aportes de fundos como o Rocket Internet.
Os acionistas de ambas aprovaram a transação e continuarão a compor o
quadro da nova companhia, que vai operar com a marca SumUp, líder de
mercado na Europa.
Por meio de um processo de “stock swap”, os investidores locais trocaram
suas ações por participações na holding originada da fusão.
Por enquanto, os produtos das duas startups continuarão a existir, sem
alterações. A ideia é unificá-los no futuro, mas não há data prevista
para isso.
Mundialmente, a companhia será liderada por Daniel Klein, fundador e CEO da SumUp.
No Brasil, onde as duas empresas estão há cerca de três anos, o comando
será compartilhado por Igor Marchesini, que já estava à frente da SumUp,
e por Adriana Barbosa, que dirigia a Payleven.
Marchesini cuidará da parte financeira, das operações e do
relacionamento institucional e Barbosa ficará responsável pelos
departamentos de marketing, comercial e tecnologia.
“O objetivo da SumUp é ser a primeira marca global de meios de
pagamentos. Mas, no Brasil, a Payleven tem hoje o dobro do nosso tamanho
e um trabalho de reconhecimento que vamos respeitar. Vamos fortalecer
nossa marca primeiro, para depois transferir os clientes da Payleven”,
disse Igor Marchesini, copresidente da holding no país, em entrevista
exclusiva a EXAME.com.
Segundo ele, o desafio será fazer essa migração sem perder espaço para a concorrência.
O mercado
Tanto a Payleven quanto a Sumup são facilitadoras (ou subadquirentes) e,
no Brasil, fornecem meios de pagamentos móveis a microempreendedores e
profissionais liberais.
Elas intermedeiam a conexão entre seus usuários e as adquirentes –
empresas como Cielo, Rede e Getnet, que fazem a liquidação financeira
das transações via cartão de débito e crédito conectando as bandeiras
(como Visa e MasterCard) aos bancos.
Para ter uma "maquininha" da SumUp ou da Payleven, o cliente não precisa
atingir um faturamento mínimo, nem pagar mensalidade, ao contrário do
que acontece quando o serviço é contratado direto das adquirentes.
As duas vendem o leitor de cartões em até 12 parcelas e cobram taxas
sobre cada compra feita por meio dele. O valor da tarifa varia de acordo
com o tipo da operação (débito ou crédito) e o prazo escolhido para
receber o valor transacionado.
"Nossos clientes são sacoleiros, revendedores e pedreiros que precisam
aceitar cartão para se livrar da venda por caderninho e cheque
pré-datado", contextualiza Igor Marchesini.
Em média, os usuários da SumUp realizam seis transações por mês, enquanto os da Payleven registram 11.
No Brasil, as operações da primeira são efetivadas pela Stone e pela
Cielo e, as da segunda, pela Elavon e pela Stone. Com a fusão, as três
empresas continuarão sendo parceiras da holding.
Como fica
A nova SumUp já nasce com um time de 150 pessoas no Brasil (97 vindos da
Payleven e 53 da SumUp). Até o fim do ano, os funcionários devem somar
190, mesmo com sinergias.
“A gente não é um business que cresce 10% ao ano, mas 10% ao mês. Então,
precisamos contratar sempre”, comentou Adriana Barbosa, copresidente da
SumUp no país.
Vantagens
Antes da fusão, a Payleven trabalhava com as bandeiras de cartão Visa,
Mastercard, Diners Club e Discover e a Sumup com Visa, Mastercard,
American Express e Elo. Juntas, as duas ampliam suas coberturas.
As estratégias de marketing das duas companhias também se complementam.
Enquanto a SumUp é forte em divulgação online, principalmente pelo
Facebook, a Payleven atua com anúncios na televisão e junto a
revendedores.
Para a SumUp, a associação é vantajosa porque aumenta sua capacidade de
negociação com parceiros, já que o volume transacionado pela antiga
concorrente é três vezes maior do que o seu.
Além disso, ela passará a contar com os 12 engenheiros de
desenvolvimento da Payleven no país. “Não tínhamos equipe de tecnologia
local. Isso vai nos ajudar a ter um produto mais tropicalizado”, diz
Marchesini.
A SumUp também ganhará reforço com a plataforma da Payleven, que consegue operar em marketplaces, diferentemente da sua.
Por outro lado, a Payleven, que terceiriza a produção de sua maquininha,
adicionará o hardware próprio criado pela SumUp a seu portfólio.
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