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Liquigás: principais concorrentes da distribuidora já estão de olho na
oferta, mas Ultragaz teria que se desfazer de ativos para não
monopolizar mercado.
Mônica Scaramuzzo, do Estadão Conteúdo
São Paulo - A Liquigás, distribuidora e comercializadora de botijão de gás da Petrobras,
começa a receber na semana que vem propostas para a venda de seu
controle, apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes familiarizadas
com o assunto.
Vice-líder nesse segmento, a companhia é cobiçada pelos seus principais concorrentes.
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A Ultragaz,
do grupo Ultra; a Supergasbras, do grupo holandês SHV, terceira do
setor; e a Copagaz, do empresário Ueze Zahan, estão entre os principais
interessados no negócio, avaliado entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão,
segundo apurou a reportagem.
A estatal, que está em um amplo processo de desinvestimento, enfrenta
dificuldades para se desfazer de seus principais negócios (leia mais
abaixo).
A Liquigás é a única operação do grupo que está avançando de forma mais
rápida, disse uma fonte de mercado. O banco Itaú BBA estaria
coordenando esse processo, segundo fontes.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o grupo Ultra tem interesse nos
ativos da Liquigás e deverá fazer oferta pelo negócio. Procurado pela
reportagem, o Ultra informou, em nota, que a companhia "analisa
regularmente oportunidades em seus mercados de atuação".
O mercado nacional de gás de cozinha é concentrado nas mãos da Ultragaz,
maior deste segmento, com 23,11% de participação. A companhia da
estatal é a segunda, com 22,61%, seguida da Supergasbras, com 20,42%. A
Copagaz está na quinta posição, com 8,19%.
Em recentes entrevistas concedidas ao Estado, Thilo Mannhardt,
presidente do Ultra, e Paulo Cunha, presidente do conselho de
administração da companhia, afirmaram que o Ultra tem interesse em
ativos da Petrobras - os principais seriam Liquigás e BR Distribuidora,
por causa da sinergia com Ultragaz e Ipiranga (a rede de postos também
pertence ao grupo). A Liquigás colocaria o Ultra na liderança isolada do
segmento.
Fontes afirmaram à reportagem que, se efetivar a compra da Liquigás, o
Ultra teria de se desfazer de ativos em Estados onde sua fatia de
mercado é maior. "Há poucas sobreposições entre Ultra e Liquigás em
alguns Estados", afirmou uma fonte.
Com participação relativamente pequena no setor, a Copagaz também disse
ter interesse na Liquigás. Ueze Zahran, presidente do grupo, afirmou à
reportagem que fará oferta pela divisão de gás de cozinha da estatal.
No entanto, segundo o empresário, ele deverá se juntar com um grupo de
empresas menores que atuam no setor para conseguir fazer uma oferta
firme. Zahran não quis informar à reportagem os grupos envolvidos no
negócio.
Segundo Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a
venda da divisão Liquigás faz todo o sentido para a estatal, pois o
negócio não é o foco principal da petroleira.
Ele ressaltou, porém, que este não seria o melhor momento para se fechar
o negócio, pois o preço de venda não seria atrativo. "Não acredito que a
venda seja feita logo, uma vez que há ainda o rito do processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff", afirmou.
Procuradas pela reportagem, a Supergasbras e Petrobras não quiseram comentar o assunto. O Itaú BBA não retornou.
Mais ativos
No caso da BR Distribuidora, o Ultra também tem interesse, mas essa
operação ainda está bem longe de ser concluída, apurou o jornal O Estado
de S. Paulo.
O Ultra só disporia a comprar o ativo se ele fosse fatiado - as regiões
Norte e Nordeste seriam o alvo do conglomerado em distribuição de
combustíveis.
Em março, Mannhardt afirmou que o Ultra tem interesse em ter 100% de
ativos que hoje são da Petrobras, descartando comprar fatias
minoritárias.
A BR Distribuidora também teria atraído interesse da canadense
Brookfield e do fundo Advent. No entanto, as negociações empacaram.
O grupo Cosan, do empresário Rubens Ometto Silveira Mello, que é um dos
controladores da Raízen, joint venture com a Shell no setor de
combustíveis, também deve analisar ativos da Petrobras.
No entanto, segundo apurou a reportagem com fontes próximas ao grupo,
não há interesse da Cosan na divisão de gás de cozinha da estatal. O
grupo é controlador da Comgás, distribuidora de gás canalizado em São
Paulo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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