sexta-feira, 8 de abril de 2016

Há 18 meses o Brasil deixou de ser um “mercado maravilhoso” para as marcas de luxo, afirma Phillippe de Rotschild





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Faz alguns anos que todas as grandes marcas de luxo desembarcaram no Brasil e encontraram um paraíso. “O Brasil foi um mercado maravilhoso para todas essas marcas até 18 meses atrás. Hoje é muito complicado. Todo mundo tá com medo”, afirma Phillippe de Rotschild, presidente do Conselho do Banque Rotschild e dono do Château Lafite, um dos vinhos mais especiais do mundo.

Trazido pelo Esper Chacur, ele esteve nos estúdios do Radioatividade falando com exclusividade sobre o mercado de luxo. Aliás, você sabe o que necessário para construir uma marca de luxo? O especialista explica. “Você precisa de tempo, você precisa de qualidade – que seja de moda, que seja de vinho, que seja de carro – e também uma coisa que eu acho muito importante: raridade, exclusividade. Exclusividade pode ser poucas peças, só um país, só uma cidade. Exclusividade é uma marca de luxo”.

Num mercado em que imagem é tudo, difícil encontrar quem admita a pancada da crise econômica. “Ninguém vai falar que está horrível, mas a verdade é que está bem complicado”, afirma Phillippe de Rotschild. “É complicado porque ninguém sabe onde vamos. O dia em que o caminho estiver resolvido, o mercado vai voltar de novo”, aposta.

Para ele, o compasso de espera leva ao corte de supérfluos em todas as classes sociais. “Em qualquer faixa. O cara que tem R$ 1 bilhão, R$ 1 milhão ou R$ 10 mil está segurando, só para ver o que vai acontecer”.

Ainda assim, Phillippe de Rotschild diz que não compensa para nenhuma grande marca de luxo sair do Brasil. São negócios de longo prazo. “Você pode diminuir o tamanho da loja e o número de empregados, mas acho que seria uma besteira enorme desaparecer porque, uma vez que você desaparece, para voltar é muito, muito mais complicado. Então não vale a pena”, calcula.

O conselho dele é seguir o mesmo que aconteceu no Japão, há 5 anos, quando a baixa do mercado atingiu o coração das vendas de luxo. “Se eu fosse CEO, presidente de alguma das marcas, eu diria: vamos segurar, tem algum outro lugar em que a gente possa achar lucro e vai voltar um dia. 

Esperamos que vai ser o mais rápido possível.” Nós também.

 http://blog.jovempan.uol.com.br/radioatividade/2016/04/07/exclusivo-ha-18-meses-o-brasil-deixou-de-ser-um-mercado-maravilhoso-para-as-marcas-de-luxo-afirma-phillippe-de-rotschild/

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