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Jeans: algodão foi suficiente para produzir quase
9 bilhões de pares de jeans, ou seja, pelo menos um para cada pessoa do
planeta.
Alfred Cang, da Bloomberg
Não são apenas os metais que foram pegos pela febre das commodities da China.
Em um único dia na semana passada, foi negociado na Bolsa de Commodities
de Zhengzhou o equivalente a 41 milhões de fardos de algodão, a maior
quantidade registrada em mais de cinco anos, suficiente para produzir
quase 9 bilhões de pares de jeans, ou seja, pelo menos um para cada
pessoa do planeta.
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Os preços, que haviam atingido o preço mais baixo da história em
fevereiro, subiram quase 19 por cento nos quatro dias que anteciparam o
pico das negociações de sexta-feira.
Os traders entraram com força nos mercados de commodities chineses,
ampliando os volumes de tudo, do aço ao carvão coque, e levando as
bolsas a aumentarem as margens e as comissões ou a emitirem alertas aos
investidores. O aumento das negociações recorda a alta das ações no ano
passado, que deu impulso ao mercado acionário antes da forte queda que
eliminou US$ 5 trilhões. A China é a maior consumidora e a segunda maior
produtora mundial de algodão.
“Os níveis mínimos recorde em fevereiro e março fomentaram o interesse
comprador tanto dentro quanto fora do setor do algodão e também geraram
especulação, o que resultou em crescentes apostas nos futuros em
Zhengzhou”, disse Liu Qiannan, analista de algodão da Galaxy Futures em
Pequim.
“Com um investimento massivo e o alento desse mercado insano do
aço e do minério de ferro na China, o sentimento passou do pessimismo
para o otimismo”.
Mais de 3,6 milhões de contratos de 5 toneladas cada foram negociados em
Zhengzhou na sexta-feira. Como as bolsas chinesas calculam o volume
duplamente para contar os lados comprado e vendido de uma operação, a
cifra chega a 9 milhões de toneladas, ou 41 milhões de fardos. Um fardo é
suficiente para produzir 215 pares de jeans, segundo o Conselho
Nacional do Algodão dos EUA.
No mesmo dia, cerca de 1,6 bilhão de libras-peso foram negociadas na ICE
Futures U.S. em Nova York. O total equivale a cerca de 3,3 milhões de
fardos, ou mais de 700 milhões de pares de jeans, quantidade suficiente
para vestir EUA, Brasil e Japão.
História do algodão
As aquisições de algodão pela China já estiveram sob os holofotes antes.
Em 2011, o governo estabeleceu um preço mínimo e começou a estocar a
commodity para respaldar os produtores locais. A estratégia os encorajou
a acumular o material e provocou um salto nos futuros, que atingiram
uma alta histórica em março daquele ano. O contrato para setembro foi de
12.705 yuans (US$ 1.955) a tonelada, alta de 11,5 por cento neste ano.
Em resposta ao frenesi de negociações, nesta semana a bolsa de Zhengzhou
elevou a comissão por transação para os futuros do algodão de 4,3 yuans
para 6 yuans por lote e disse que aumentará as exigências de margem e
as faixas de negociação diária de todos os contratos futuros para o
próximo feriado do Dia do Trabalhador. Ninguém respondeu aos dois
telefonemas ao departamento de notícia e propaganda da Bolsa de
Commodities de Zhengzhou fora do horário comercial.
As medidas de Zhengzhou e de outras bolsas, incluindo a Bolsa de
Commodities de Dalian, estão tornando mais cara para os investidores a
negociação de futuros de commodities na China. O Morgan Stanley disse
que o aumento da negociação especulativa havia deixado os mercados
globais surpresos, citando o salto da atividade no caso dos ovos, do
algodão, do minério de ferro e do aço.
O Goldman Sachs expressou preocupação com o aumento da negociação
especulativa em contratos futuros chineses do minério de ferro, dizendo
que os volumes diários são tão grandes atualmente que em alguns momentos
excedem as importações anuais.
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