Ueslei Marcelino / Reuters
Temer e Aécio: “Se ele [Temer] procurar cargos no PSDB, reitero que não
vamos criar dificuldades para que forme um governo de qualidade"
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) se reuniu hoje (27) com vice-presidente Michel Temer
com quem disse ter conversado sobre uma agenda emergencial para o país,
a ser adotada caso o impeachment da presidenta Dilma Rousseff seja
aprovado pelo Senado, o que implicaria no afastamento imediato dela do
cargo por 180 dias.
Presidente nacional do PSDB, o parlamentar afirmou preferir que qualquer
apoio de seu partido a um eventual governo Temer se restrinja ao
Congresso Nacional, mas não descartou a possibilidade de que quadros
tucanos ocupem ministérios, caso o vice se torne presidente com o
afastamento de Dilma.
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“Se ele [Temer] procurar cargos no PSDB, reitero que não vamos criar
dificuldades para que forme um governo de qualidade, mas não
condicionamos, em nenhum momento, o apoio a essa agenda emergencial para
o Brasil a uma participação no governo”, disse Aécio. “Não vamos vetar
nomes”, disse.
PMDB
Lideranças tucanas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, já manifestaram publicamente
que não se opõem a que quadros do PSDB componham um eventual governo do
PMDB.
O senador José Serra (PSDB-SP) é um dos cotados para assumir um ministério.
As declarações foram dadas por Aécio após ele deixar uma reunião com o
senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na residência oficial do presidente
do Senado, no Lago Sul, em Brasília.
O ex-governador de Minas Gerais negou ter debatido, durante o encontro, a possibilidade de novas eleições.
Para o tucano, neste momento não há via constitucional que permita a
volta às urnas, uma vez que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não
deve julgar o processo de impugnação da chapa Dilma-Temer antes do ano
que vem.
Segundo Aécio, o presidente do Senado “ficou feliz” com a escolha do
senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) para a relatoria da comissão que
analisa o pedido de impeachment de Dilma Rousseff.
Questionado se o PSDB articula junto a Temer para que algum parlamentar
tucano seja eleito para a presidência do Senado ou da Câmara, Aécio
respondeu que “não é a Presidência da República ou o Poder Executivo que
deve determinar as coalizões que vão eleger as presidências das duas
Casas”.
A agenda emergencial preparada pelo PSDB, a ser lançada na próxima
terça-feira, inclui, entre outros pontos, a preservação de inquéritos da
operação Lava Jato, que investiga irregularidades na Petrobras, e a
redução de ministérios.
Renan
Renan Calheiros recebeu hoje pela manhã, em sua casa, o vice-presidente Michel Temer.
Ontem (26), o presidente do Senado havia recebido o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, com quem negou ter conversado sobre uma Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a antecipação das eleições
presidenciais para este ano.
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