Agência Brasil/Gervásio Baptista
O advogado Antonio Carlos Mariz de Oliveira: após entrevista, Temer descartou a nomeação do amigo para o Ministério da Justiça.
São Paulo - A Folha de S.Paulo afirmou nesta quarta-feira (27) que o vice-presidente Michel Temer já desistiu de nomear o amigo e advogado criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira para o Ministério da Justiça em um eventual governo.
Segundo o jornal, que ouviu pessoas próximas a Temer, o vice teria
considerado "ruim" e "errática" a entrevista de Mariz, na qual ele fala
praticamente como ministro e critica o mecanismo de delações premiadas.
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Para Michel Temer, esse tipo de declaração é ruim neste momento por dar
munição aos que tentam acusá-lo de tentar parar a investigação da
operação Lava Jato.
O vice-presidente tem insistido em não admitir posições até que a
abertura de um processo de impeachment seja autorizada pelo Senado, e o
advogado teria quebrado esta regra.
Além de Mariz na Justiça, pessoas próximas de Temer falam nas nomeações
de Henrique Meirelles para a Fazenda, José Serra para a Educação e
Romero Jucá para o Planejamento.
Entrevista
Em conversa publicada pela Folha na edição desta quarta, Mariz afirmou
que defenderia que a Polícia Federal, subordinada ao Ministério da
Justiça, tivesse outras prioridades além da corrupção.
"O crime organizado está tomando conta do país e as polícias estaduais não dão conta", defendeu.
Além disso, fez críticas incisivas ao mecanismo de delação premiada,
bastante usado na operação Lava Jato, afirmando que quem está preso "não
tem vontade, a vontade é de sair da cadeia".
O advogado foi mais longe e comparou a delação premiada à tortura: "na
tortura, fala-se mais depressa porque a pessoa está apanhando, mas fala.
Na delação, demora mais um pouco, mas acaba falando também".
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