Quando se trata da própria empresa, apesar de
parecer menos pessimista, a percepção negativa se mantém
Por Agência Brasil
Um levantamento
realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que a maioria dos empresários
brasileiros que atuam nos segmentos do comércio e de serviços está sentindo os
efeitos negativos da atual crise econômica. Segundo a pesquisa, 86,9% desses
empresários disseram que seus negócios estão sendo afetados pela crise em algum
grau. A principal consequência do momento de instabilidade sobre as empresas,
na percepção dos entrevistados, tem sido a diminuição das vendas (82,7%),
seguida pelo aumento do pagamento de impostos (51,0%), medo de investir (40,4%)
e dificuldades para pagar as contas em dia (34,7%). Apenas 10,5% avaliam que o
negócio não está sofrendo com o atual momento político e econômico.
Na
avaliação do empresariado brasileiro, a economia tem mostrado sinais evidentes
de deterioração: 86,7% consideram a crise econômica grave e para 85,3% as
condições econômicas do país pioraram nos últimos seis meses. Apenas 5,0%
disseram que as condições econômicas melhoraram e para 8,8% a situação
permanece a mesma. Embora generalizada em todo o país, a sensação de piora é
menos intensa nas regiões Norte (69,8%) e Nordeste (71,0%), ao passo que os
índices mais altos de insatisfação foram observados nas regiões Centro-Oeste
(85,1%), Sul (86,4%) e Sudeste (93,0%).
Quando se trata da própria empresa,
apesar de parecer menos pessimista, a percepção negativa se mantém preocupante:
64,0% disseram que as condições gerais de seu negócio pioraram em algum grau no
último semestre.
A
pesquisa mostra também que três em cada dez (27,8%) empresários dos ramos do
comércio e serviços estão enfrentando dificuldades para manter postos de
trabalho em função do atual momento econômico. Apenas no último trimestre –
entre janeiro e março deste ano -, cada empresário, que reconhece enfrentar
esse problema, demitiu, em média, 3,3 funcionários. No segmento de serviços, o
número de demissões é ainda maior: 4,3 dispensas. E 11,8% ainda projetam fazer
novas demissões este ano para readequar a empresa ao novo cenário.
“Em maior
ou em menor grau, a grande maioria dos empresários tem sido prejudicada pela
instabilidade econômica e acabam forçados a se reinventarem para manter a
atividade de seus negócios. Quem tem resiliência, experiência de mercado,
autoconfiança e criatividade pode conseguir atravessar o momento com relativa
tranquilidade ou até mesmo crescer na crise”, explica a economista-chefe do SPC
Brasil, Marcela Kawauti.
Sem
perspectivas de que haja uma reversão de tendências para o curto prazo, quatro
em cada dez (39,5%) entrevistados acreditam que a economia fechará este ano
ainda pior do que 2015 e quase a metade (49,2%) pensa que nos próximos seis
meses a situação econômica se aprofundará ainda mais.
Os otimistas somam 28,4%
e para 19,9% a situação deve continuar a mesma no período. Foram entrevistados
825 empresários de todos os portes. A margem de erro é de 3,4 pontos
percentuais para uma margem de confiança de 95%.
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