Anúncio de presidente do BC pode ficar para amanhã; preços de commodities avançam
Valor: Henrique
Meirelles adia anúncio do novo presidente do Banco Central (Marcello
Casal Jr/Agência Brasil)
Apito Inicial
A notícia mais esperada desta segunda-feira (16)
foi adiada. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixou para amanhã o
anúncio dos membros de sua equipe e do novo presidente do Banco Central, de
acordo com o Valor Econômico.
Tarcísio Godoy foi confirmado na sexta-feira (13)
como secretário-executivo e o mercado tende a ficar em compasso de espera
pela confirmação de Ilan Goldfajn na presidência do BC, enquanto Carlos
Hamilton, Marcos Mendes e Mansueto Almeida devem compor a equipe do novo
ministro.
Enquanto isso, a missão de Meirelles de recuperar a
economia já começa a enfrentar obstáculos. Segundo o jornal O Estado de S.
Paulo, o ministro da Fazenda e o presidente em exercício Michel Temer recebem
pressão de centrais sindicais e de empresários devido ao pacote de medidas que
a equipe econômica pretende anunciar nos próximos dias.
Aliados de Temer no processo de impeachment como o
presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo
Skaf, e o deputado Paulinho da Força, da Força Sindical, são contra a volta da
CPMF e a reforma da Previdência.
A ausência de planos de se candidatar em 2018 é uma
vantagem, disse Temer em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo. Ele
declarou que isso lhe dará, inclusive, mais liberdade para tomar medidas
duras para reestruturar a economia. “Posso até ser impopular”, afirmou.
O processo de impeachment segue em andamento. A
Comissão Especial volta a se reunir nesta semana, já na condição de Comissão
Processante, para começar a definir os próximos passos da ação contra a
presidente afastada Dilma Rousseff.
Nesta terça-feira (17), o presidente da comissão,
senador Raimundo Lira (PMDB-PB), e o relator do processo, senador Antonio
Anastasia (PSDB-MG), se encontrarão com o presidente do Supremo Tribunal
Federal, Ricardo Lewandowski, e assessores jurídicos, para tomar conhecimento
dos detalhes legais do procedimento.
Sem novidades no campo político e em dia de agenda
fraca, os investidores tendem a olhar para o ambiente internacional.
No mercado internacional, as bolsas chinesas
encerraram em alta após o regulador do mercado negar notícias da mídia de que
estaria se opondo a captações de recursos e aquisições em certos setores, o que
ajudou a compensar indicadores econômicos fracos.
Os preços das commodities avançam, com destaque
para a alta de mais de 1% do petróleo devido aos problemas na produção na
Nigéria e após avaliações positivas para seus preços.
As bolsas europeias recuam e os índices futuros
norte-americanos oscilam próximo da estabilidade.
“Enquanto os investidores aguardam o anúncio da
nova equipe econômica, que deve ocorrer até amanhã, os mercados domésticos
tendem a continuar fracos”, afirma a LCA Consultores.
O poder e a economia
Chega? - O ministro de Minas e Energia Fernando Bezerra
Filho afirmou que a conta de luz dos consumidores não suporta mais reajustes.
Ele disse que esse é um posicionamento unânime em toda a pasta. O ministro
também expressou sua preocupação para apresentar os balanços da Eletrobras de
2014 e 2015, para evitar o resgate de bônus de dívida antecipado, algo em torno
de R$ 40 bilhões que seria arcado pelo Tesouro. A informação é do jornal O
Estado de S. Paulo.
Conferindo - O governo interino de Michel Temer iniciou na
última sexta-feira (13) uma revisão de todos os atos do governo da presidente
afastada Dilma Rousseff adotados a partir do dia 1º de abril. Entre as ações
estão a criação de áreas indígenas, desapropriação de terras e reconhecimento
de comunidades quilombolas. A revisão definida pela Casa Civil observará até o
dia 2 de dezembro de 2015, quando o processo de impeachment foi aberto. A
informação é do jornal O Globo.
Racha - O PT está dividido sobre qual estratégia de oposição
irá adotar ao governo de Michel Temer. Integrantes da sigla buscam um discurso
que vá além do “golpe” contra Dilma Rousseff. O partido poderia até mesmo
apoiar a proposta de antecipar as eleições presidenciais. As divergências se
estendem a possíveis propostas anunciadas pelo novo governo, como a criação da
CPMF. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
Pode ficar pior - O governo em exercício de Michel Temer trabalha
com um cenário onde o rombo nas contas públicas pode ser superior a R$ 120
bilhões, número bem acima dos R$ 96,7 bilhões que a equipe da presidente Dilma
Rousseff admitia. Com isso, a revisão da meta fiscal se torna urgente e caso
não seja aprovada até o próximo domingo (22), a nova gestão terá que fazer um
bloqueio no Orçamento, ameaçando paralisar a gestão. A informação é do jornal
Folha de S.Paulo.
Benefício - O novo ministro do Desenvolvimento Social e
Agrário, Osmar Terra, disse que estuda fazer com que as agências do INSS possam
atender programas sociais, como o Bolsa Família. Segundo o ministro, a medida
está sendo estudada junto com o Ministério do Planejamento. A informação é do
jornal Folha de S.Paulo.
Mudanças? - O novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes,
afirmou que o poder do Ministério Público é grande, mas não pode ser absoluto e
defendeu que a gestão do presidente em exercício Michel Temer não nomeie
obrigatoriamente o mais votado da lista tríplice para a chefia da
Procuradoria-Geral da República, algo que vinha sendo adotado pelos governos do
PT e que era elogiado por membros do MP. Sobre a questão de política públicas
pensadas para mulheres, Moraes disse que a área não sofrerá retrocessos, mesmo
com a secretaria que cuida do assunto sendo incorporada ao ministério. As
declarações foram dadas em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
O que acontece no mundo
corporativo
Oferta - O Itaú BBA recebeu nos últimos dias propostas pela
compra dos ativos da Liquigás, divisão de gás de cozinha da Petrobras. De
acordo com fontes ouvidas por O Estado de S. Paulo, o ativo da estatal,
avaliado em aproximadamente R$ 1,5 bilhão, tem sido alvo de diversos grupos,
como Supergasbrás, Ultra e Copagaz.
Estatais - O presidente em exercício Michel Temer deve se
reunir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para chegar a um consenso
sobre nomes para comandar estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil.
Segundo aliados do peemedebista, Temer e Meirelles estariam indecisos entre
dois nomes que, segundo eles, “agradariam muito o mercado”: Rodolfo Landim e
Jorge Camargo.
Crédito e débito - O BNDES obteve lucro líquido de
R$ 1,598 bilhão no primeiro trimestre, quase estável em relação ao R$ 1,585
bilhão em igual período de 2015. A despesa do banco estatal com provisão para
risco de crédito somou R$ 871 milhões no período, um salto de 122% ante mesmo
trimestre do exercício anterior.
Apagão - A estatal mineira Cemig fechou o primeiro
trimestre com lucro líquido de R$ 5,2 milhões, redução de 99,65% sobre o lucro
de R$ 1,5 bilhão no mesmo período do ano passado. A receita líquida da Cemig
caiu para R$ 4,5 bilhões, ante R$ 5,8 milhões um ano antes.
Passou da conta - A AES Eletropaulo projeta impacto negativo no
Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e
amortização) de R$ 320 milhões a R$ 375 milhões neste ano por sobrecontratação
de energia.
Padrinhos fortes - O Itaú Unibanco e a Microsoft
anunciaram uma parceria para desenvolverem empresas pré-operacionais de
tecnologia no Brasil. Além de um investimento financeiro de valor não revelado
no Cubo, plataforma de empreendedorismo tecnológico do banco em parceria com a
Redpoint, a Microsoft vai oferecer estrutura da companhia para as startups do
negócio.
Promessa - A estatal paranaense de energia Copel deverá ter
resultados melhores a partir do segundo trimestre, principalmente devido a
maiores ganhos nas divisões de geração e transmissão, afirmaram executivos da
companhia em teleconferência com investidores.
Anulando o problema - A Equatorial Energia teve efeito
negativo de R$ 13 milhões na geração de caixa do primeiro trimestre devido a
sobras de energia contratada em suas distribuidoras Celpa e Cemar, mas no
consolidado do ano o impacto da sobrecontratação deve ser zero ou próximo
disso, afirmou o diretor financeiro da companhia, Eduardo Haiama.
Sem crise - A BR Malls teve lucro líquido de R$ 130,7 milhões
no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 132,7 milhões um ano antes, informou
nesta sexta-feira (13) a administradora de shoppings centers.
Para comentar mais tarde
Para Moreira Franco, é preciso mudar tudo no
programa de concessões. Moreira Franco, secretário executivo do Programa de Parcerias de
Investimentos (PPI) do recém-empossado governo de Michel Temer, quer promover
uma faxina geral nas concessões públicas. Em entrevista a O Financista,
ele foi contundente ao afirmar que o atual modelo de parcerias com a iniciativa
privada não para em pé, afugenta investidores e levou à concentração do mercado
em poucos consórcios, muitos deles liderados por empreiteiras que hoje são
investigadas pela Operação Lava Jato. Veja mais na entrevista concedida a Márcio Juliboni, de
O Financista.
http://www.financista.com.br/noticias/espresso-financista-apos-discursos-mercado-aguarda-acoes-de-temer-e-meirelles