terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Exportações de calçados tem alta de 4% em 2016




O último trimestre do ano alavancou os números do setor
Da Redação
redacao@amanha.com.br
 Exportações de calçados tem alta de 4% em 2016

Se o mercado interno brasileiro não ajudou os calçadistas ao longo de 2016, o mesmo não se pode dizer dos compradores além-fronteiras. Com um câmbio favorável na maior parte do ano, apesar da instabilidade, os calçadistas fecharam 2016 somando 126,1 milhões de pares embarcados que geraram US$ 999 milhões, números superiores tanto em volume (1,7%) quanto em dólares (4%) no comparativo com 2015.
Segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, o último trimestre do ano passado alavancou os números das exportações do setor.

“Vínhamos registrando incremento dos embarques desde agosto, com as vendas das coleções de primavera-verão, mas foi a partir de outubro que registramos os incrementos mais significativos”, explica. O dirigente ressalta que, além do câmbio, foram essenciais para o resultado as participações nas feiras internacionais por meio do programa Brazilian Footwear. “Hoje estamos presentes em mais de 150 países e essa qualificação e pulverização das exportações são devidas à atuação do programa mantido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)”, avalia Klein, ressaltando que somente em dezembro foram embarcados 18 milhões de pares que geraram US$ 128 milhões, número 62% maior do que o registro de novembro e 7% superior que o mesmo mês de 2015.


Destinos
 


O principal destino de 2016 foram os Estados Unidos, país que importou 13,2 milhões de pares por US$ 221,3 milhões, 15,4% mais do que em 2015. O segundo destino seguiu sendo a Argentina. No ano passado, os hermanos compraram 9,4 milhões de pares por US$ 111,6 milhões, 65,4% mais do que em 2015. O terceiro destino do ano foi a França (9 milhões de pares por US$ 56 milhões, 2,1% mais do que em 2015) e o quarto o Paraguai (14,53 milhões de pares por US$ 47,4 milhões, 4,7% mais do que no período anterior). “O grande revés do ano foi a Bolívia, que perdeu uma posição no ranking, justamente para o Paraguai, após adotar licenças não-automáticas para a importação de calçados brasileiros”, comenta Klein. Para a Bolívia, as exportações caíram 8,3% em 2016.
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IBGE prevê maior safra da história em 2017






Colheita deverá ser 5,8% maior na região Sul 

Por Agência IBGE prevê maior safra da história em 2017Brasil

O Brasil poderá registrar em 2017 a maior safra de sua história: 213,7 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas. As previsões, se confirmadas, indicam que este ano a safra poderá ser 16,1% superior ao total do ano passado: 184 milhões de toneladas – uma queda de 12,2% em relação ao recorde de 2015 (209,7 milhões). Os dados fazem parte do terceiro prognóstico para a safra deste ano e constam do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de dezembro, divulgado nesta terça-feira (10), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o instituto, a queda de 12,2% na safra de 2016 foi a primeira retração da produção agrícola desde os 8,3% da retração da produção de 2009 e a maior desde a contração de 13,3% da safra de 1996 na relação com a de 1995. Sobre o crescimento previsto para a safra deste ano, o IBGE destaca que o aumento da produção deverá se dar em todas as regiões do país, com destaque para a previsão de crescimento de 73% para a safra do Nordeste; 20,5% para o Centro-Oeste; 13,4% do Norte; 11,1% do Sudeste; e 5,8% da região Sul do país.


Números da safra 2016

 
Os últimos prognósticos do IBGE em relação à safra 2016, e que apontam para uma produção de 184 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas – resultado 12,2% menor que o de 2015 – revelam que a área a ser colhida na safra do ano passado é de 57,1 milhões de hectares, representando queda de 0,9% em relação a 2014.O arroz, o milho e a soja, principais produtos deste grupo, representaram 92,2% da estimativa da produção e responderam por 87,8% da área a ser colhida. Em relação a 2015, houve recuos na produção da soja (-1,8%), do arroz (-14%) e do milho (-25,7%).

Para 2016, a distribuição regional esperada da produção de grão é de 75,1 milhões de toneladas no Centro-Oeste; de 73 milhões, no Sul (as duas regiões respondem juntas por 80% de toda a safra brasileira de grãos); 19,6 milhões de toneladas, no Sudeste; 9,5 milhões, no Nordeste; e 6,7 milhões, no Norte.

Em relação à safra de 2015, houve redução de 2,1% no Sudeste, de 12,5% no Norte, de 42% no Nordeste, de 16,3% no Centro-Oeste e de 3,6% no Sul. Na avaliação para 2016, Mato Grosso foi o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,9% no total do país, seguido pelo Paraná (19%) e Rio Grande do Sul (17,3%). Somados, esses três estados representaram 60,2 % do total nacional previsto.


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BRF assume a Banvit, maior produtora turca de aves


A Turquia responde por 10% do consumo halal de frangos no mundo

Da Redação

redacao@amanha.com.br
 BRF assumirá operações da Banvit, maior produtora turca de aves


Em mais uma etapa do processo de internacionalização da companhia, a BRF (foto) desembarca na Turquia, o maior consumidor de frango halal do mundo, para assumir as operações da Banvit, maior produtora de aves e líder de mercado no país. A operação será realizada por meio de uma joint venture formada entre a BRF e a Qatar Investment Authority (QIA), fundo soberano do Qatar, que terão 60% e 40% da participação societária, respectivamente. A conclusão da transação, que contempla em uma primeira etapa a compra de 79,5% da Banvit e, posteriormente, uma oferta pública aos 20,5% minoritários restantes, está sujeita ao cumprimento das condições precedentes dos documentos definitivos, incluindo as aprovações concorrenciais. O valor da Banvit foi avaliado em US$ 470 milhões (aproximadamente R$ 1,5 bilhão). 

A Banvit é uma empresa completamente integrada, com instalações que vão do controle da ração ao processamento final do alimento. São cinco fábricas de ração, quatro incubatórios e cinco plantas produtivas. “As unidades estão localizadas na região oeste do país, onde está concentrado o maior número de consumidores, e na região leste, que a posiciona como única empresa capaz de atender tanto o mercado interno quanto o externo”, ressalta Pedro Faria, CEO Global da BRF.

Os ativos da Banvit serão incorporados à OneFoods, subsidiária da BRF liderada por Patricio Rohner e dedicada ao mercado halal. “A aquisição da Banvit é o primeiro passo da agenda de aceleração do crescimento da OneFoods, que tem market share de aproximadamente 45% em produtos de frango na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Qatar e Omã, mercados nos quais opera com distribuição própria e amplo portfólio de produtos”, explica Rohner. 

A Turquia tem uma população de cerca de 80 milhões de pessoas, que responde por cerca de 10% do consumo halal de aves no mundo. Ainda assim, o consumo local de frango per capita é pequeno, cerca de 20 quilos ao ano, e o mercado de alimentos processados apresenta baixa penetração. Isso significa que o mercado turco oferece um grande potencial de crescimento. “Além das oportunidades de crescimento no mercado turco, principalmente em produtos processados, vemos sinergias comerciais e operacionais importantes na integração das operações da Banvit e da OneFoods, consolidando ainda mais nossa força e liderança no mercado halal de proteína animal”, ressalta Rohner. 


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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O que esperar do cenário político do Brasil em 2017

 

Cinco cientistas políticos e analistas compartilham suas previsões para o cenário político em 2017; confira





EXAME.com convidou cinco analistas para traçar previsões para o cenário político em 2017.  Veja o que eles disseram:



 

Não descarte a hipótese de eleição indireta


Quem diz:  Marcelo Issa, sócio-diretor da Pulso Público
Certamente, haverá ainda muita turbulência. A permanecerem as recentes e recorrentes divergências entre as instituições, em especial entre os poderes Legislativo e Judiciário, pode-se até mesmo vir a se estabelecer uma efetiva crise institucional. As perspectivas decorrentes dos conteúdos das delações premiadas que devem emergir em 2017 agravam e reforçam essa possibilidade. Esses conteúdos devem provocar também a substituição de uma quantidade expressiva de ministros ainda nos primeiros meses do ano.

Caso a conjuntura da economia não apresente sinais de recuperação, o setor produtivo pode vir a retirar o apoio às equipe econômica do governo Temer. Ademais, a proliferação de denúncias de corrupção contra o presidente e seus ministros devem intensificar a oposição da opinião pública à permanência do governo e pode fazer aumentar a frequência de manifestações nas ruas.

Nesse contexto, a fragilização do governo, a piora do cenário econômico e a insatisfação popular podem atingir tamanha intensidade que, embora resistente à renúncia, em função da proteção que o cargo oferece contra o processamento por crimes cometidos antes do mandato, o presidente pode ver-se constrangido a realizá-la.

Não se pode descartar, portanto, a hipótese de eleição indireta para presidente no próximo ano nem tampouco, embora mais improvável, o chamamento de eleição direta pelo Congresso para chefia do Executivo por meio de emenda constitucional. Por outro lado, entende-se que a cassação da chapa Dilma-Temer pelo Poder Judiciário em caráter definitivo é variável verossímil apenas em caso de agravamento  substancial da crise econômica e que, de qualquer modo, não teria resolução provável em 2017.

 

Saudade do tempo em que pedalada era “crime de responsabilidade”


Quem diz: Carlos Ranulfo Melo, professor titular do Departamento de Ciência Política da UFMG
A essa altura tornou-se evidente que o afastamento de Dilma não foi o remédio para nossos males. O episódio contribuiu, é certo, para recompor as relações entre Executivo e Legislativo, mas seu impacto foi nulo se considerarmos a crise econômica, o fosso aberto entre a sociedade e o mundo político, e as tensões provocadas pela Lava Jato.

Na economia, as previsões otimistas foram abandonadas. O Congresso aprofundou seu desgaste. E o Supremo, ao relevar a afronta de Renan em nome da “governabilidade”, acabou também pagando o seu preço.

Pior ainda, o presidente da República foi envolvido, juntamente com seus braços direito e esquerdo, e todo o núcleo dirigente do PMDB, no caixa 2 e propinoduto da Odebrecht – pelo seu impacto, a delação vazada deixa saudade do tempo em que pedalada fiscal foi batizada de “crime de responsabilidade”.

Se antes do vazamento a rejeição ao governo havia subido, pode-se imaginar o que vem por aí. De um lado, a turma de verde e amarelo vai ficando sem ter para onde correr. De outro, aqueles que mais dependem do Estado e sua rede de proteção social vão começando a perceber, ao somar a PEC 55 e a proposta de reforma da Previdência, que a conta da austeridade lhes será enviada.

Pergunta óbvia: com que legitimidade políticos envolvidos em tenebrosas transações dirão ao cidadão que ele terá que trabalhar, se houver emprego, e contribuir muito mais para garantir sua aposentadoria?

A crise não vai passar em 2017. Nem sequer sabemos quanto irá durar o governo. Isso vai depender da Lava Jato e dos humores da sociedade, para não falar do TSE. Por isso já se ouve dizer que ruim sem Temer, pior sem ele. Mas se sobreviver, o governo será fraco. Mais ainda, será uma farsa.

 

2017: um ano decisivo para alianças políticas


Quem diz: Antônio Flávio Testa, professor da Universidade de Brasília (UnB)
Tudo indica que 2017 será um ano difícil para o cenário político do Brasil. Como os indicadores mostram que a economia não está reagindo e que o nível de recessão é profundo, a insatisfação social e dos servidores públicos deve aumentar no próximo ano.

Politicamente falando, o governo federal tende a enfraquecer por ter uma base de sustentação frágil, mesmo com maioria no Congresso. Além disso, é importante frisar que as delações dos executivos da Odebrecht e o avanço nas investigações da Operação Lava Jato devem amplificar a turbulência no mundo político e é possível que o governo de Michel Temer não se sustente. Muita gente ainda será presa e condenada.

O fato é que 2017 será um ano decisivo para se estabelecer alianças políticas. Nesse contexto, é possível prever a chegada de novos candidatos no estilo da ex-ministra Marina Silva, pretensos ao estilo “salvador da pátria”. Ainda assim, a situação estará muito indefinida e teremos sérias crises pela frente.

 

A base aliada do governo será posta à prova já em fevereiro


Quem diz: Thiago Vidal, consultor da Prospectiva
Os grandes destaques de 2017 serão as eleições para a presidência das duas casas do Congresso, que ocorrerão em fevereiro. No Senado, a disputa parece caminhar para um consenso em torno do senador Eunício Oliveira (PMDB/CE), líder do partido e braço direito de (PMDB/AL).

A eleição na Câmara, por sua vez, colocará à prova a capacidade do governo de manter sua base coesa. Quatro parlamentares despontam como favoritos: (PTB/GO), um dos principais expoentes do “centrão” e relator do impeachment de Dilma Rousseff; Rogério Rosso (PSD/DF), líder do partido na Câmara; Marcos Montes (PSD/MG), correligionário de Rosso e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA); e Rodrigo Maia (DEM/RJ), atual presidente e nome preferido do Palácio do Planalto.

Ainda que parte dos nomes abandonem a disputa, a fragmentação da base governista a dois meses do pleito evidencia as dificuldades que Michel Temer deve enfrentar. Para evitar uma cisão ainda maior entre seus aliados, é possível que o presidente aloque insatisfeitos do “centrão” e dos partidos tradicionais (PMDB, DEM, PSDB, PPS, PSB) em cargos ministeriais, como já fez ao convidar o deputado Antonio Imbassahy (PSDB/BA) para a secretaria de Governo, no lugar de Geddel Vieira Lima (PMDB/BA).

A acomodação de forças não será fácil e caso não consiga estabilizar sua base aliada, Temer deve atravessar 2017 com turbulências políticas. O maior impacto, neste caso, tende a ser a votação da reforma da previdência.

Alguns fatores agravam esse cenário. A delação premiada dos executivos da Odebrecht, por exemplo, deve envolver onze ministros, além de cem congressistas, muitos dos quais aliados importantes do Executivo. O desgaste político de Temer somado a sua baixa popularidade e ao pessimismo em relação à economia pode levar o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] a cassar o mandato do presidente, provocando eleições indiretas, o que ainda não ocorreu por causa da acentuação da crise política que isso geraria.

 

Prepare-se para fatos que não estão no radar


Quem diz: Lucas de Aragão, sócio da Arko Advice
Vai ser um ano truculento. A Lava Jato não vai parar. Podemos esperar a queda de ministros e situações bem constrangedoras para o governo Temer. Mas, de forma geral, a tendência predominante é de que Temer termine o mandato.

Temer não irá recuperar sua popularidade no ano que vem, mas isso não significa que ele irá perder o controle de seu mandato. O principal risco para a governabilidade continua sendo a Lava Jato e as ruas.

Eu acredito que vai ser um ano muito tenso politicamente. Vão existir muitos problemas que não estão no radar de ninguém, como a questão o Marcelo Calero e do Geddel. Ninguém esperava.

No primeiro semestre, a delação da Odebrecht vai produzir poucos fatos, mas muitos rumores que deixarão a situação muito intranquila.

A Reforma da Previdência não vai ser uma vitória tranquila como foi a PEC do Teto. Ela vai provavelmente sofrer mudanças, principalmente na Câmara. No Senado, tende a ter uma tramitação mais tranquila. Já a reforma política não deve trazer grandes mudanças. Afinal, reforma política é que nem carnaval: tem todo ano.

Nubank pode fechar as portas se BC confirmar mudança amanhã


Cofundadora afirma que medida, como vem sendo ventilado em Brasília, vai representar o fim do negócio.




Brasília – Um dos emissores de cartão de crédito que mais crescem no País, o Nubank ameaça fechar as portas se o Banco Central confirmar, nesta terça-feira, 20, uma mudança drástica no prazo de pagamento das vendas aos lojistas.

A cofundadora da empresa, Cristina Junqueira, afirma que reduzir de 30 para 2 dias o prazo, como vem sendo ventilado em Brasília, vai representar o fim do negócio.

A intenção de mudar o prazo foi oficializada na quinta-feira pelo presidente Michel Temer e pelo Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante lançamento do pacote para impulsionar a economia.

Atualmente, quando um consumidor paga algo com cartão, o lojista leva 30 dias para receber – prazo maior que o visto em outros países, como os EUA, onde a demora é de dois dias. Para o governo, o encurtamento do processo vai favorecer o varejista e contribuir para a retomada da atividade.

O problema, segundo Cristina, é que a mudança trará um custo adicional para todos os emissores de cartões de crédito, do Nubank aos bancos maiores, que dominam o mercado.

A diferença é que o Nubank e os emissores menores não têm a mesma capacidade de financiamento de gigantes como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander.

“Atualmente, um cliente que usa o cartão pagará a fatura, em média, 26 dias depois. Assim, o Nubank, como emissor, receberá o dinheiro apenas após este prazo”, explica Cristina. “Com o dinheiro, pagamos o adquirente (operador do cartão), que leva mais dois ou três dias para pagar o varejista. Isso dá o prazo de 30 dias”, descreve.

A receita do Nubank, que já emitiu mais de 1 milhão de cartões desde 2014, vem de um porcentual descontado do valor repassado ao lojista, de aproximadamente 5%. Cerca de 1,5% fica para o Nubank e o restante para a adquirente (como Cielo, Rede e GetNet) e para a bandeira (como Mastercard e Visa).

Se o prazo for encurtado para dois dias, alega Cristina, o Nubank terá de pagar o adquirente antes mesmo de receber o pagamento da fatura pelo cliente. Para isso, será preciso pegar recursos no mercado.

“Mudar dramaticamente, reduzir o prazo para dois dias, isso seria apocalíptico para a gente”, diz Cristina. Segundo ela, mesmo que o prazo fosse reduzido para 15 dias, e não dois, o Nubank não teria como sobreviver.

“Nós já fizemos algumas simulações. Com dois dias é apagar a luz e fechar a porta. Com 15 dias, a gente precisaria de quase R$ 1 bilhão de capital adicional do dia para a noite.”

Cristina afirma não ver espaço para conseguir, no mercado brasileiro, uma capitalização deste valor no curto prazo. “E, mesmo que os outros bancos emprestassem o dinheiro, eu não tenho margem para pagar o custo mensal da dívida”, diz. “Hoje, meu custo de capital é bem mais alto que 1,5%.”

Na terça-feira, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, deverá anunciar medidas ligadas ao crédito e a outras áreas de atuação da instituição. Questionado neste domingo, 18, pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a respeito das mudanças na área de cartões, o BC não se pronunciou.

No mercado financeiro, analistas acreditam que a redução do prazo de pagamento de lojistas pode ser fatal não apenas para alguns emissores, mas também para adquirentes menores.

Há ainda preocupação com a operação de cartões de alguns varejistas que não possuem parceria com grandes bancos, como a Renner. Questionada, a empresa não se pronunciou.

O Estado apurou que a questão do prazo para pagamento aos varejistas está sendo estudada e que o governo pode optar por mudanças nos juros do rotativo do cartão de crédito, e não necessariamente no prazo para pagar o varejista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Arezzo adota novo “estilo” para crescer



Enquanto a maior parte do varejo batalha para fechar no azul, a Arezzo continua exibindo expansão de receita






São Paulo – Há pouco mais de três anos, quando recebeu do seu pai o comando da Arezzo & Co., o maior desafio de Alexandre Birman era lidar com o próprio sucesso da rede de calçados e acessórios. Logo depois da abertura de capital, em 2011, a empresa virou uma “queridinha do mercado”, com crescimento acima da média e grande expectativa de valorização de suas ações.

Desde que assumiu – dado o contexto de retração da economia -, Alexandre tem resistido à prova de fogo. Enquanto a maior parte do varejo batalha para fechar no azul, a Arezzo continua exibindo expansão de receita (no terceiro trimestre, o avanço foi de 10%), aumento de lojas e forte geração de caixa.

Para fazer o grupo avançar, Alexandre transformou a empresa criada por seu pai nos anos 70. A estratégia reúne o reforço do modelo “fast fashion” (com coleções rápidas vendidas a preço cheio), a criação de novas marcas e canais de venda e ainda a aposta no mercado externo, considerado o grande desafio da companhia.

De 2013 para 2015, a Arezzo passou de 12 para 21 lançamentos ao ano. A maior agilidade foi alcançada com a adoção de um sistema de controle que permite à empresa saber o que cada franqueado tem no estoque. “Com isso, só abastecemos o que foi vendido e conseguimos aumentar o giro das coleções, ou seja, fazer com que os lojistas vendam mais, tendo menos estoque”, explica Birman.

“Ele tem a ousadia que o grupo precisa agora”, diz Guilherme Affonso Ferreira, conselheiro independente da companhia. “O Anderson (Birman) já foi muito longe, ao sair da garagem e criar uma empresa do tamanho da Arezzo. O Alexandre é o segundo salto da companhia.”

Para Alexandre, no entanto, é difícil separar a sua gestão da do seu pai. “Somos parceiros há muito tempo. E hoje, na presidência do Conselho, ele continua muito ativo na definição dos rumos da empresa.”

Entre os acertos do executivo, dizem analistas, está a transformação da Arezzo em uma companhia multimarcas, que engloba ainda Schutz, AnaCapri, Alexandre Birman e Fiever. Juntas, essas marcas já respondem por quase metade do faturamento.

O grupo ampliou também os canais de venda. Até 2013, só a Schutz tinha e-commerce. Hoje, todas as marcas estão no online e as vendas desse segmento passaram de menos de 1% para 7%.

Para analistas, o posicionamento das marcas no público A/B, menos suscetível à crise, e a postura cautelosa da Arezzo na hora de se endividar serve de proteção em momento de economia fraca. “Com mais dinheiro em caixa do que dívida, ela consegue focar no negócio, enquanto boa parte do varejo está tendo de gastar energia para driblar problemas financeiros”, diz um executivo de um banco.

Ambicioso na expansão, Birman não vê espaço para ousadia em assuntos financeiros. “Uma empresa de moda não pode trabalhar alavancada. A moda, por si só, já é um risco grande a correr.”As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.