Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A melhora da economia já reflete no dia a dia das pessoas, e
um indicativo disso é a queda no preço da cesta básica por 14 semanas
seguidas, destacou nesta terça-feira, 3, o ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, em seu perfil no Twitter. “A queda no valor dos alimentos
aumentou o poder de compra do salário mínimo”, disse o ministro,
ressaltando que esse ganho foi de 16,7% em um ano.
“Isso mostra que, após reverter a pior recessão da história do
Brasil, estamos ajudando a melhorar a vida de que ganha menos”, afirmou
Meirelles.
O ministro ressaltou também o aumento no nível de confiança
das empresas na retomada da economia. Segundo ele, o Índice de Confiança
Empresarial (ICE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que reúne
resultados de sondagens de setores como indústria, comércio e serviços,
está no maior patamar desde dezembro de 2014.
“Mais confiantes na melhora da economia, as empresas tendem
aumentar investimentos e contratar mais trabalhadores”, anteviu o
ministro.
China e Índia têm grandes diferenças e muitos problemas, mas ainda seguem em ritmo acelerado de desenvolvimento
Por Milton Pomar
A tradicional análise sobre competitividade, elaborada pelo Fórum Econômico Mundial (The Global Competitiveness Report 2017-2018),
divulgada no final de setembro, traz dez países asiáticos, mais a
Rússia, em destaque no ranking geral: Cingapura (3º), Hong Kong (6º),
Japão (9º), Taiwan (15º), Malásia (23º), Coréia do Sul (26º), China
(27º) Tailândia (32º), Indonésia (36º), Rússia (38º) e Índia (40º). O
Brasil alcançou a 80ª posição entre os 137 países estudados. A nossa
realidade está colocada agora de maneira inequívoca, comparada com a dos
demais países do mundo. Estamos atrás na média geral até do Uruguai
(76º). E comparar a situação do Brasil, China e Índia, item por item, é
chocante, tão distantes estamos dos dois maiores em população (veja tabela completa com as posições de cada país ao final deste post).
O
único no qual o Brasil supera a China e a Índia é o da “Formação
tecnológica” – e, no ritmo diferenciado em que os três países caminham, é
bem provável que seremos ultrapassados também nesse item nos próximos
cinco anos. Em relação à infraestrutura, perdemos feio para a China,
quando se compara a malha ferroviária dos dois países – ambos
continentais: lá são 120 mil quilômetros operacionais, dos quais 19 mil
quilômetros de alta velocidade (310 km/h), e aqui não chegamos a 30 mil
quilômetros operacionais. A meta chinesa para 2025 é de 175 mil
quilômetros, dos quais 38 mil quilômetros de alta velocidade. Todas as
cidades chinesas são ligadas por ferrovia (cargas e passageiros) e as
províncias mais importantes, do ponto de vista econômico, são servidas
por trens de alta velocidade.
Apesar
das conhecidas diferenças entre o desenvolvimento da China e do Brasil,
que explicam a enorme competitividade das empresas chinesas, ainda hoje
ouço afirmações categóricas dos participantes nos cursos e palestras
que apresento sobre a China, de que ela vende muito mais barato porque
utiliza “mão de obra escrava” e “graças aos baixos salários”. Sobre esse
tema, sugiro aos céticos lerem matéria a respeito da revista Forbes, de 16 de agosto de 2017. Há análises comparativas dos salários na China e na Europa, publicadas pelo Euromonitor em março deste ano, que não deixam margem para dúvidas: a China hoje está muitíssimo distante daquela que iniciou reformas em 1978...
A
verdade, principalmente no caso da China e da Índia, é que se não
fizermos urgente a “lição de casa”, ficaremos na poeira. Os dois
gigantes asiáticos têm grandes diferenças e muitos problemas
(demográficos, étnicos, ambientais, energéticos, produção insuficiente
de alimentos, falta de água), mas ainda seguem em ritmo acelerado de
desenvolvimento, com a previsão, no caso chinês, de crescer 5,7% anuais
em média até 2024 – o que significará, na prática, a sua economia chegar
quase 50% maior em 2025.
Detalhe importante: o Brasil
aproxima-se da condição de país idoso, assim como a China, ambos devendo
começar a diminuir a população em 2030, enquanto a Índia segue
trajetória inversa, de “bônus demográfico”, antes de atingir seu teto
populacional de 1,7 bilhão de habitantes, segundo projeções do Fundo das
Nações Unidas para População.
Depois de sofrer por duas décadas
com a invasão dos produtos chineses, a marca ícone de brinquedos quer
recuperar seu brilho. Saiba como
No jogo: a flexibilidade na
produção é uma das estratégias do empresário Carlos Tilkian para reduzir
custos e fazer frente aos rivais asiáticos (Crédito: Karime
Xavier/Folhapress)
Instalado no sétimo andar de um prédio da zona oeste de São
Paulo, o pequeno show room guarda uma parte da história da indústria
brasileira de brinquedos. Nas prateleiras, produtos que povoaram os
sonhos de crianças de diversas gerações: Genius, Ferrorama, Falcon e
Susi, entre outros nomes que proporcionam ao visitante uma viagem no
tempo. Parte do escritório que abriga a sede da Estrela, a sala é apenas
um retrato do que foi a empresa, fundada em 1937, e que, até os anos
80, liderava com sobras as vendas do setor. Na década seguinte, essa
zona de conforto ficou para trás com a abertura do mercado e a invasão
dos produtos chineses, de baixo custo. Mas enquanto muitos dos seus
pares locais ficaram pelo caminho diante dessa reviravolta repentina, a
companhia conseguiu, a duras penas, resistir.
Depois de percorrer um longo e tortuoso caminho, a Estrela quer agora
recuperar o seu brilho. “Estamos cada vez mais fortes e preparados para
enfrentar a concorrência internacional”, diz Carlos Tilkian, presidente
e, desde 1996, acionista majoritário da companhia, com uma participação
de cerca de 33%. Ele assumiu o controle da empresa ao comprar a fatia
de Mario Adler, herdeiro de Siegfried Adler, fundador da fabricante. Na
época, Mario vinha tentando sair da operação, diante do cenário crítico
que se apresentava. “A Estrela é uma marca forte, icônica. Apesar dos
desafios, eu vi que a empresa tinha uma saída”, afirma Tilkian.
Essa retomada parece ter, enfim, um cenário mais propício para se
concretizar. Em 2016, o mercado de brinquedos movimentou R$ 6,1 bilhões
no País, um salto de 10% sobre 2015, segundo a Associação Brasileira dos
Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Para esse ano, a entidade prevê um
crescimento de 12%. “As famílias adiam a compra de um imóvel, a troca de
um carro, mas não deixam de presentear suas crianças”, diz Synésio
Batista, presidente da Abrinq. E, nesse contexto, as empresas locais
estão recuperando, gradualmente, sua participação. Se, em 1996, os
produtos chineses abocanharam 62% da receita, no ano passado, esse
índice ficou em 45%. A divisão das etapas da produção nos países do
Mercosul é um dos fatores que começam a contribuir para esse
reequilíbrio de forças. “As fabricantes brasileiras estão buscando
alternativas para tornarem seus produtos mais competitivos”, diz
Batista. Hoje, em média, um brinquedo produzido na China é 35% mais
barato que o seu equivalente fabricado no Brasil.
Reduzir essa lacuna é uma das prioridades da Estrela. Recentemente,
a empresa investiu em uma fábrica no Paraguai para substituir a
importação de brinquedos da China, que hoje representam 15% do seu
portfólio. Com a unidade, prevista para entrar em operação em
2018, o plano é aproveitar os benefícios da Lei de Maquila, que dá
isenções fiscais para quem importa matérias-primas e monta produtos no
país, destinados à exportação. A Estrela quer importar 60% dos insumos
da China, conforme permite a lei. Os 40% restantes dos componentes serão
fabricados nas unidades da empresa no Brasil, em Itapira (SP), Três
Pontas (MG) e Ribeirópolis (SE). “Nós construímos um modelo que nos dá
capacidade de produzir no Brasil e na China, de acordo com o momento do
câmbio”, diz Tilkian. “O projeto do Paraguai amplia essa flexibilidade.”
Para o empresário, a nova fábrica fortalece a retomada das
exportações, com foco inicial nos países do Mercosul. O governo
paraguaio cobra um imposto de 1% sobre o faturamento gerado nas vendas
de produtos para o exterior. Com a perspectiva de custos mais
competitivos, outra oportunidade é a fabricação de brinquedos mais
sofisticados e com melhores margens, que seriam inviáveis no modelo
atual da Estrela. Um primeiro teste nessa direção foi a montagem de 500
patinetes elétricos, batizados de Dareway. Vendido a R$ 1.999, o item é
uma novidade no portfólio da companhia, que conta com 550 itens.
Responsáveis por 70% do faturamento, os jogos, bonecas e linhas de massa
de modelar são os carros-chefe das ofertas, que incluem ainda, entre
outras categorias, bichos de pelúcia da Peppa Pig e de outros
personagens licenciados da Disney.
Para se adaptar às mudanças de hábito dos consumidores, a Estrela
também vem incorporando recursos digitais aos seus produtos
tradicionais. Jogos clássicos como Detetive e Banco Imobiliário já
contam, por exemplo, com o apoio de aplicativos. O radar inclui novos
produtos. Para o Natal, um dos principais lançamentos da marca será o
Selfmic. O brinquedo é um pau de selfie com microfone e um aplicativo de
karaokê, que dá a acesso a mais de 3 milhões de músicas e permite que a
criança compartilhe sua performance com amigos. O uso das redes sociais
para dialogar com o público é mais uma vertente da repaginação da
Estrela. Ela tem sido aplicada para inspirar o desenvolvimento de
produtos e para resgatar a força da marca, com o relançamento de
brinquedos que marcaram a infância de muitas pessoas. Nos últimos anos, a
emprea trouxe de volta ao mercado produtos como o Ferrorama e o Genius,
primeiro brinquedo eletrônico do Brasil. Em 2017, foi a vez do boneco
Falcon.
Nessa nova fase, apenas um fator tira o sono de Tilkian. Com R$ 355
milhões em tributos a pagar, a Estrela ainda espera a homologação da
Receita Federal para a sua adesão ao Refis da Copa. Excluindo esse
passivo fiscal, que contribuiu para o prejuízo de R$ 62,4 milhões em
2016, ele destaca o bom desempenho da companhia, que fechou o ano com
uma receita de R$ 141 milhões.
“Somos uma empresa com um Ebitda entre
18% e 25% nos últimos anos, o que para um negócio sazonal é bastante
saudável”, afirma o empresário, que, calejado com os maus momentos das
duas últimas décadas, faz uma projeção otimista. “Tenho certeza que
nossos próximos vinte anos serão muito mais fáceis.” Se depender da
determinação de Tilkian, o futuro da Estrela está garantido.
A suspensão de uma determinada oferta inicial de ações (IPO,
na sigla em inglês) por conta de demanda é algo natural em um mercado
ativo e que não irá afetar as ofertas que estão nos bancos de
investimento neste momento, de acordo com o presidente da B3, Gilson
Finkelsztain. “A desistência de um IPO não afeta o pipeline”, disse,
após participar do “Guia Sustentabilidade: Oportunidade de Negócios no
Setor de Intermediação.”
O executivo afirmou que o interesse dos estrangeiros segue
alto em relação ao Brasil, e que essa foi também sua percepção depois de
encontros com investidores não residentes.
Na semana passada, dos dois IPOs programados para serem
precificados, o da Camil saiu após redução de preço e o da Tivit foi
cancelado. Finkelsztain disse que nas emissões de ações a dinâmica de
preço é algo normal, com vendedores puxando os valores para cima e os
compradores, para baixo.
Dessa forma, quando essa equação não fecha,
ofertas acabam sendo suspensas.
No mercado, segundo ele, a expectativa é de que as emissões de
ações devem alcançar um volume de R$ 50 bilhões, mas ressaltou que essa
não é uma previsão da B3. Citou, ainda, que na fila estão IPOs
relevantes, como BR Distribuidora e Eletrobras, sendo que esta última
deve ficar para 2018.
A Embraer anunciou pedido firme da SkyWest para 20 E-Jets no
valor de US$ 914 milhões (preço lista), o qual será incluído na carteira
do terceiro trimestre deste ano.
Serão 15 jatos E175 SC (do inglês “Special Configuration”), de 70
assentos, e cinco com 76 assentos, como as aeronaves que a companhia
área americana já havia feito pedido no mês passado, de 25 jatos.
Portanto, a encomenda total da SkyWest à Embraer é de 45 novos aviões.
“Com este novo contrato, a Embraer acumula vendas de mais de 380
jatos E175 para companhias aéreas na América do Norte desde janeiro de
2013, o que representa mais de 80% de todos os pedidos na categoria de
jatos até 76 assentos”, segundo comunicado da fabricante brasileira de
aeronaves.
Nova York, 2/10 – A Unilever anunciou nesta segunda-feira, 2,
sua terceira aquisição em menos de um mês, com a compra da empresa
brasileira de alimentos naturais e orgânicos Mãe Terra, por um valor não
divulgada.
A Mãe Terra foi uma marca de rápido crescimento no Brasil, oferecendo
o consumo consciente de alimentos orgânicos e nutritivos desde que foi
criada, em 1979. Ela atua em várias categorias com um portfólio que
inclui cereais orgânicos, biscoitos, snacks e produtos culinários.
A estratégia vai em linha com a tendência das grandes companhias de
alimentos, que passam por uma onda de aquisições de players menores para
complementar o escopo de produtos e atender a uma nova demanda dos
consumidores.
No ramo alimentício, em dia 9 de setembro, a Unilever comprou a
empresa de chás britânica Pukka Herbs também sem informar o volume
financeiro aplicado à operação. Fonte: Dow Jones Newswires.
Gina Gotthilf, do Duolingo: aplicativo passou de 3 milhões para 200 milhões de downloads
Ralphe Manzoni Jr.
Em 2013, o aplicativo de idiomas Duolingo tinha
apenas três milhões de downloads. Neste ano, o número ultrapassou os
200 milhões, sendo mais de 25 milhões no Brasil, seu segundo maior
mercado, atrás apenas dos Estados Unidos.
Por trás desse crescimento exponencial do aplicativo americano,
baseado em Pittsburgh, na Pensilvânia, está a brasileira Gina Gotthilf.
A executiva paulistana está há 4,5 anos na empresa e atualmente é
vice-presidente de crescimento e marketing da startup que foi fundada
pelo guatemalteco Luis Von Ahn, o criador do CAPTCHA (aquelas letrinhas
que são usadas para evitar spams ou robôs da internet).
O trabalho de Gina é encontrar estratégias que impulsionem a adoção
do Duolingo. Por esse motivo, ela não para nos Estados Unidos.
Geralmente, está viajando por países como Turquia, Índia, Japão, Coreia e
China.
Nessas viagens, ela dá palestras, apresenta o Duolingo à imprensa
local e busca parceiros estratégicos, em especial a Apple e o Google,
que são donas das duas principais lojas de aplicativos do planeta.
O Duolingo é um aplicativo gratuito para smartphones para ensinar
inglês e outras línguas. Geralmente usado por iniciantes, ele conta com
25 milhões de usuários que o acessam mensalmente para estudar, segundo
Gina.
São mais de 80 cursos, inclusive japonês. Até o fim deste ano, o plano do Duolingo é lançar cursos em mandarim e coreano.
Desde sua fundação, em 2011, a startup já captou US$ 108,3 milhões. O
mais recente aporte, de US$ 25 milhões, aconteceu em julho deste ano,
liderado pela Drive Capital.
Com a nova capitalização, o Duolingo foi avaliado em US$ 700 milhões,
segundo a companhia. Entre os seus investidores estão ainda os fundos
New Enterprise Associates, Kleiner Perkins Caufield & Byers e
CapitalG.
Em fase de crescimento, o Duolingo ainda busca uma forma de ganhar
dinheiro. A estratégia inicial foi usar boa parte das pessoas que
estudavam via o aplicativo para fazer traduções. Esse plano já foi
abandonado.
Agora, a startup americana concentra-se em duas iniciativas. O
primeiro deles é publicidade, que passou a ser mostrada no aplicativo.
Uma assinatura paga, sem os anúncios, começou também a ser oferecida.
A segunda forma é considerada por Gina a mais promissora: testes de
certificação em inglês. Com isso, o Duolingo passa a competir com o
tradicional TOEFL.
A vantagem, segundo a executiva brasileira, é que o teste do Duolingo
pode ser feito remotamente, a duração é do, no máximo 20 minutos, e o
preço, uma até um quinto do que é cobrado por entidades que oferecem o
TOEFL. Aproximadamente 80 universidades já aceitam a certificação da
Duolingo.
“Hoje, a publicidade gera mais recursos. Mas, no longo prazo, será a
certificação”, diz Gina. Nos planos está também um aplicativo do
Duolingo para crianças.
Gina nasceu em São Paulo, onde foi alfabetizada em inglês. Deu aulas
do idioma para uma comunidade carente do Jardim Irene, na capital
paulista.
Mudou-se para os Estados Unidos para estudar. Formou em filosofia e
trabalhou em um laboratório de neurociência. Teve passagens por uma
agência digital de Nova York, onde trabalhou com contas de modas.
Voltou para o Brasil para trazer o Tumblr, uma rede social de imagens
que depois foi comprada pelo Yahoo por US$ 1,1 bilhão em 2013.
Em 2012, retornou aos Estados Unidos, onde foi trabalhar no Duolingo,
um startup que dava os seus primeiros passos. Mora em Nova York e
colocou em contrato que não iria se mudar para Pittsburgh, onde está a
sede da empresa.