quinta-feira, 5 de outubro de 2017

BB reduz atuação vai assessorar estrangeiros em projetos de infraestrutura



BB reduz atuação vai assessorar estrangeiros em projetos de infraestrutura

O Banco do Brasil está reduzindo o atendimento ao varejo em mercados como França e Portugal, passando a priorizar o atendimento a grandes empresas, dentro da estratégia de enfatizar operações mais rentáveis, disseram executivos do banco nesta quarta-feira.

Após ter desativado nos últimos meses escritórios em mercados como Venezuela, Uruguai, Seul e Hong Kong, o BB está fechando agências físicas em Portugal, maior operação de varejo na Europa, onde as unidades de Lisboa e do Porto atendiam somadas cerca de 8 mil correntistas, e em Paris.

Parte do time de cerca de 800 funcionários do banco hoje envolvidos no atendimento ao varejo no exterior será direcionado para assessorar grandes empresas e clientes estrangeiros interessados em projetos de infraestrutura no Brasil.

A maioria das 19 regiões onde o banco tem escritórios está sendo avaliada e algumas podem ser fechadas nos próximos meses. As operações de varejo do banco em Miami, nos Estados Unidos, e do Japão, serão preservadas. No país asiático, entretanto, o número de unidades do banco foi reduzida de sete para três.

“Só vamos manter agências onde pudermos ter alguma escala e sermos rentáveis”, disse à Reuters o vice-presidente de negócios de atacado do BB, Maurício Maurano.

Clientes de regiões onde o atendimento ao varejo está sendo desativado, como em Portugal e na França, serão encaminhados pelo BB a outros bancos parceiros, disse o executivo.

Em alguns mercados, o BB manterá escritórios de negócios com foco no atendimento a grandes empresas, especialmente filiais de companhias brasileiras no exterior. Além disso, o banco manterá parte da equipe atendendo clientes private, disse o diretor de Corporate Bank, Márcio Moral. Na Europa, por exemplo, esse atendimento será feito a partir de Lisboa.

Unidades de varejo fora da estrutura orgânica do banco, como o BB Americas, em Miami, e o argentino Banco Patagonia, manterão suas operações normalmente, disse Maurano.

O movimento marca uma virada na campanha de internacionalização implementada em 2010, quando o BB comprou o Patagonia e uma operação nos Estados Unidos. O BB chegou a negociar parceria com Bradesco e o Banco Espírito Santo (BES) para montar uma operação na África.

Mais recentemente, precisando melhorar a rentabilidade para organicamente fortalecer seus níveis de capital, o banco tem tomado medidas agudas para reduzir de tamanho e cortar custos.

Sob comando do presidente-executivo, Paulo Caffarelli, o banco anunciou no final de 2016 plano de fechar ou reduzir cerca de 800 agências no país e um programa de demissão voluntária de aproximadamente 10 mil funcionários, o que já foi concluído.

Segundo Maurano, o redimensionamento das operações no exterior obedece a mesma diretriz de aumento da eficiência. Além disso, ele afirmou que o custo regulatório da atividade bancária cresceu muito nos últimos anos de forma global.

“Para nós, o custo de manter 200 ou 10 mil contas é o mesmo; então só vamos ficar onde tivermos condições de sermos minimamente competitivos”, disse Maurano .

(Reuters, 4/10/17)

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Internet das coisas pode gerar US$ 200 bilhões para o País em 2025

Internet das coisas pode gerar US$ 200 bilhões para o País em 2025
Carlos da Costa, diretor de crédito, TI, planejamento e pesquisa do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)


Estimativa é parte do estudo contratado pelo BNDES para nortear o Plano Nacional de Internet das Coisas; levantamento de R$ 17,5 milhões foi revelado nesta terça durante a Futurecom.

As tecnologias da chamada internet das coisas – revolução que vai conectar todos os objetos à nossa volta – poderão gerar entre US$ 50 bilhões e US$ 200 bilhões por ano para o Brasil, em 2025. A estimativa, que está no estudo contratado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para embasar o Plano Nacional de Internet das Coisas, foi apresentada na Futurecom, principal evento de telecomunicações da América Latina, realizado em São Paulo. 

Feito por um consórcio formado pela consultoria McKinsey, o escritório Pereira Neto Macedo Advogados e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o estudo teve custo de R$ 17,5 milhões e foi desenvolvido ao longo de dez meses. Ele definiu 76 ações, entre iniciativas de fomento à inovação e mudanças regulatórias, em quatro áreas prioritárias para o Brasil: saúde, cidades inteligentes, indústria e agronegócio.

A expectativa era de que o Plano Nacional de Internet das Coisas, que vai definir os objetivos do governo na área, também fosse anunciado ontem, mas isso não aconteceu. De acordo com Maximiliano Martinhão, secretário de Política de Informática do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o governo vai divulgar a versão final do plano, com metas e previsão de orçamento, até o final do ano, em forma de decreto.

Em entrevista ao Estado, Martinhão disse que o Plano vai trazer metas que podem ser realizadas até o fim do governo Temer, e prever iniciativas para a gestão seguinte. Uma das prioridades, diz o secretário, será a criação de polos de inovação, formados com o apoio de institutos de pesquisa de referência na área, como o Centro de Estudos e Sistemas Avançado do Recife (Cesar), o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (CPqD) e o Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI), da Universidade de São Paulo. “Vamos colocar as ações prioritárias dentro do orçamento existente”, diz Martinhão, “em áreas nas quais consideramos que há uma oportunidade única para o Brasil.” 

Segundo Carlos da Costa, diretor de planejamento do BNDES, o volume de aportes a ser feito pela instituição para viabilizar o plano ainda não foi definido, mas o banco possui os recursos necessários, mesmo no cenário de crise fiscal atual. Ontem, o banco anunciou um acordo de cooperação técnica com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para apoiar startups focadas em desenvolvimento de tecnologias de internet das coisas. “Queremos ser exportadores de soluções para o setor rural”, afirmou Costa. 

O estudo foi bem recebido pelos analistas presentes no evento. “A definição das áreas prioritárias está em linha com as possibilidades do Brasil”, destacou Marcia Ogawa, da consultoria Deloitte no Brasil.

Para Mário Lemos, líder de internet das coisas da consultoria Accenture, agronegócio e indústria têm potencial para andar sozinhas, com aportes de empresas. “Cidades inteligentes, porém, vão depender de aportes governamentais”, diz.


Irrigando o campo ‘à distância’
 

O instituto Cesar, do Recife, apresentou na Futurecom um monitor de irrigação como um dos principais exemplos de aplicação de internet das coisas na agricultura.

Desenvolvido para monitorar a irrigação em grandes plantações, o dispositivo opera por meio de tecnologias sem fio, como redes 3G/4G e rádio, e envia informações sobre a irrigação para um centro de dados, e, depois, para um painel de controle acessível via internet. Além disso, é possível acionar o equipamento à distância.

Segundo os pesquisadores, os sistemas tradicionais de irrigação não fornecem todo o potencial de produtividade, pois é difícil monitorar a quantidade de água usada e detectar falhas é complexo e caro. Com o uso do novo sistema, a expectativa é de multiplicar a produtividade do agronegócio em quatro vezes.
 

Trator se conecta à internet
 

Em parceria com a Usina São Martinho, de Pradópolis (SP), e com apoio do BNDES, o CPqD instalou sensores em máquinas agrícolas, que enviam dados sobre posição e desempenho dos equipamentos via rádio em frequência de 250 MHz para as estações instaladas nas torres da fábrica.
 
Todos os dados sobre equipamentos como tratores e caminhões são enviados para uma plataforma que pode ser acessada por meio de dispositivos móveis.
 
“O projeto atual começou em 2016. No primeiro ano, desenvolvemos os equipamentos e agora no segundo estamos corrigindo e melhorando os produtos”, disse Rafael Moreno, diretor de sistemas sem fio do CPqD.
 
Por enquanto, 20 terminais foram instalados na usina. Até o fim do ano, o total de unidades deve chegar a 108

(O Estado de S.Paulo, 4/10/17)

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Norte e Nordeste querem ficar com todas as cotas do etanol

Norte e Nordeste querem ficar com todas as cotas do etanol

Os usineiros das regiões Nordeste e do Norte defenderam que são os únicos do setor produtivo brasileiro que devem ocupar as cotas de exportação de etanol para a União Europeia, que está sendo debatida entre o bloco e o Mercosul, como determina a legislação.

Pela Lei 9362, de 1996, o acesso a mercados preferenciais – ou seja, com cotas de importação com tarifas reduzidas ou sem tarifas – de produtos derivados da cana-de-açúcar deve ser atribuído ao Norte e Nordeste.
 
A justificativa é que, garantindo mercados a essas regiões, fomenta-se seu desenvolvimento socioeconômico.
 
Porém, nos debates diplomáticos que estão em curso, a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as usinas do Centro-Sul, tem feito fortes críticas à proposta agrícola dos europeus, que estão avaliando propor uma cota de 600 mil toneladas de etanol com taxas menores.
 
A proposta da União Europeia feita em 2004 era de uma cota de 1 milhão de toneladas. Na semana passada, a entidade divulgou uma nota reclamando do volume que seria proposto.

Segundo Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco e vicepresidente do Fórum Nacional Sucroenergético, a entidade representante do Centro-Sul tem feito críticas à possível proposta da UE sem discutir com os representantes do Norte e do Nordeste, que são os diretamente envolvidos no assunto.
 
“Acho um equívoco e até um certo amadorismo desconhecer a lei do Brasil”, afirmou Cunha.
Diferentemente da posição mais veemente da Unica contra a nova proposta, o presidente do Sindaçúcar/PE evitou dar uma opinião sobre a cota que os europeus acabaram propondo e disse que as discussões ainda estão “muito no início”.
 
“Temos que ter calma para ver como fica a discussão sobre as outras commodities”, afirmou Cunha, lembrando que o açúcar também deve entrar no debate de cotas.

Procurada, a Unica-SP não comentou o tema. Atualmente, as usinas do Norte e Nordeste têm acesso a uma cota de 412 mil toneladas de açúcar para a União Europeia. Segundo ele, o Itamaraty procurou os produtores da região desde o início das discussões sobre o acordo entre os dois blocos e que tem debatido o tema com os diplomatas (Assessoria de Comunicação, 4/10/17)

Usinas do Nordeste apostam em etanol

 
Ferrenhas defensoras da taxação das importações de etanol neste ano, as usinas do Nordeste e do Norte esperam agora colher como fruto dessa pressão uma melhor remuneração pela produção do biocombustível, que deverá crescer nesta temporada 2017/18 também impulsionada pela expectativa de uma rápida implementação do RenovaBio.

Algumas usinas do Rio Grande do Norte e da Paraíba começaram suas operações já em setembro, mas é nesta semana que as unidades de Pernambuco e Alagoas, que respondem por 66% da produção das duas regiões, estão começando a ligar as máquinas.

Desde que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) acatou a proposta de isentar de imposto de importação apenas uma cota de 150 milhões de litros por trimestre, taxando o excedente em 20%, as usinas passaram a trabalhar com um cenário mais previsível para o mercado, diz Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco, principal entidade do segmento nas regiões Norte e Nordeste.

O estabelecimento da cota, afirma, garantiu um limite para a oferta de etanol importado, o que impedirá que a região seja surpreendida com navios encostando no litoral com cargas e mais cargas do biocombustível a preços bem mais competitivos que os da produção local, como aconteceu ao longo da safra 2016/17. Antes do estabelecimento da cota, as usinas da região temiam uma repetição da prática neste novo ciclo.

Agora, o Sindaçúcar/PE estima que as usinas das duas regiões produzirão nesta safra 1,8 bilhão de litros de etanol, ante 1,6 bilhão de litros na safra passada – um aumento de 12,5%. Afora a taxação, Cunha projeta essa alta também motivado pelo RenovaBio, que promete assegurar ainda mais previsibilidade para a participação do etanol na matriz energética brasileira. O programa, entretanto, ainda está parado na Casa Civil.

A maré mais "alcooleira" no Norte e Nordeste acompanha a recente tendência no Centro-Sul, onde as usinas passaram a ver mais vantagem em produzir etanol depois que o governo alterou as alíquotas de PIS/Cofins, o que melhorou a competitividade do biocombustível nos postos.

Se as usinas do Norte e do Nordeste mantiverem a aposta no etanol, poderão até se beneficiar de uma possível alta dos preços nos próximos meses, quando as unidades do Centro-Sul – que já têm um perfil mais alcooleiro – estarão em entressafra, observa João Paulo Botelho, analista da consultoria INTL FCStone.

Além desses fatores, o etanol também tem a vantagem para as usinas de oferecer mais liquidez que o açúcar – ponto importante para aquelas que estão com uma situação de caixa mais apertado.

É certo, porém, que a nova dinâmica do mercado de combustíveis, da qual o etanol vem se beneficiando, não será o único fator para garantir esse avanço de produção. A própria safra de cana, que no ciclo passado foi fortemente afetada pela falta de chuvas, também deverá crescer. O Sindaçúcar/PE calcula uma moagem de 44 milhões de toneladas, 4,7% a mais que o total processado na última temporada.

O desenvolvimento das lavouras nos últimos meses ocorreu sob poucas adversidades climáticas, e as previsões de tempo firme durante o dia e chuvas noturnas indicam condições ideais para que a cana alcance rapidamente o ponto de utilização industrial. Apesar da perspectiva de recuperação, o volume ainda deverá ser muito inferior ao observado em anos recentes, quando a moagem na região chegou a 61 milhões de toneladas.

Da mesma forma, o volume de etanol esperado para esta safra ainda está distante do potencial, avalia Cunha. Para ele, as duas regiões poderão produzir 2,3 bilhões de litros de etanol na temporada 2019/20 se o mercado continuar favorável. A produção já foi melhor no passado: chegou a 2,28 bilhões de litros em 2014/15.

Além disso, por mais alcooleira que seja a produção do Norte e do Nordeste, o volume ainda muito aquém do que se produz no Centro-Sul, que deve encerrar esta safra com volume de 24 bilhões e 25 bilhões de litros, segundo as principais projeções do mercado.

Essa tendência mais alcooleira deverá limitar a fabricação regional de açúcar, embora com diferença pouco relevante ante a safra passada. A estimativa do Sindaçúcar é que a produção seja reduzida em 3,2%, para aproximadamente 3 milhões de toneladas (Assessoria de Comunicação, 4/10/17)

 
Negociações do acordo Mercosul-União Europeia devem ficar para novembro


Ficou para novembro a abertura das negociações de acesso a mercados dentro do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, depois que uma oferta frustrante dos europeus nos setores de carne e etanol impediu que se levasse adiante, nesta rodada em Brasília, as conversas centrais sobre mercados, disse à Reuters uma fonte próxima das negociações.

“O que fica no ar agora é o acesso a mercados. O Mercosul transmitiu para a União Europeia que a oferta (de etanol e carne) estava abaixo do combinado e que era preciso a gente sentar e combinar um processo que permita uma negociação final”, disse a fonte.

Os negociadores confirmaram nesta quarta que a oferta final europeia para os dois setores é de 70 mil toneladas de carne e 600 mil toneladas de etanol por ano. Os números são inferiores aos oferecidos em 2004 - de 100 mil toneladas de carne e 1 milhão de toneladas de etanol - e foram considerados decepcionantes pelos negociadores e pelo setor privado do Mercosul.

O acordo entre os dois blocos era de que a oferta desta vez teria que ser melhor do que a de 2004.

Os negociadores europeus defendem que demais pontos da proposta poderiam compensar a oferta pobre de carne e etanol. Sandra Gallina, negociadora-chefe da UE, afirmou, em um encontro na terça-feira na Agência de Promoção a Exportações (Apex), que já havia sido muito duro chegar nessa oferta, dada as divergências internas do bloco.

“Entendo que é difícil, mas para mim também foi duro com setor automotivo, com setor de máquinas. Isso não é argumento”, disse a fonte.

Nesta quinta, os negociadores vão sentar para acordar pelo menos um método de trabalho - limites para que as ofertas sejam melhoradas para a próxima rodada de negociações, no início de novembro. Será mais uma tentativa de evoluir e começar realmente a conversar sobre acesso a mercados, ponto central do acordo.

“Para melhorar disso tenho que ter algum critério. Não é qualquer um coloca o quer”, explicou a fonte. “Mas não tem drama nenhum, ninguém disse que acabou.”

Os europeus haviam colocado como prazo a intenção de fechar o acordo até dezembro. Do lado do Mercosul, o prazo nunca foi colocado como determinante. Com essas dificuldades, a possibilidade de se chegar ao acordo nos próximos dois meses diminuem, admite a fonte .

(Reuters, 4/10/17)

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

O refúgio do Wyndham


O maior grupo hoteleiro do mundo vai acelerar a expansão na América Latina, com um novo comandante para a região. O Brasil terá um papel central nessa estratégia

O refúgio do Wyndham
Moreno: assumindo o posto de CEO para a América Latina e Caribe em outubro, o executivo vai conduzir a abertura de 13 hotéis em menos de dois anos (Crédito:Gladstone Campos)
Em sua primeira visita ao Brasil, o mexicano Alejandro Moreno chegou, em 1992, ao Rio de Janeiro. “Em Copacabana, vendo a névoa subindo, pensei: meu Deus, que lugar lindo”, diz. Depois de uma carreira de 25 anos no setor hoteleiro, ele assumiu no dia 1º de outubro a posição de presidente do grupo Wyndham para a América Latina e Caribe. E diz que ainda não se acostumou com a beleza da Cidade Maravilhosa. “Ela nunca deixou de me impressionar.” À frente da região que mais cresce do maior grupo hoteleiro do mundo em número de hotéis, com mais de 8,1 mil unidades e US$ 5,6 bilhões de faturamento em 2016, ele tem a difícil missão de ajudar a estimular o Brasil a cumprir parte de seu imenso potencial turístico. E, claro, trazer mais receita para empresa. “O Brasil deveria ser um dos principais destinos do mundo”, diz. “Mas, infelizmente, a insegurança é o maior problema.” É verdade. O Rio de Janeiro, que ele tanto aprecia, está vivendo uma crise de segurança aguda, com guerras entre traficantes e a presença de militares nas ruas. Mas Moreno, olhando para a frente, quer ajudar a virar esse jogo a favor do turismo.

O executivo promete dividir sua atuação, na maior parte do seu tempo, entre a sede regional, na Argentina, e o escritório principal, em São Paulo. Em 2013, a rede atingiu a marca de 100 hotéis na América Latina, e, neste ano, já superou 200. O ritmo acelerado continuará, com a previsão de 70 novas unidades e 9 mil quartos para a região nos próximos dois anos. No Brasil, a promessa é estar em todas as cidades mais importantes. Atualmente, são 34 hotéis das bandeiras Wyndham, Wyndham Garden, Ramada, Ramada Encore, Tryp, Super 8 e Days Inn, dentre as 18 que o grupo administra. No Nordeste, possui resorts em Maceió. No Sul, está em cidades turísticas, como Gramado (RS) e Foz do Iguaçu (PR).

Grand hotel: (foto inicial) unidade chinesa do Wyndham Grand, a mais sofisticada bandeira do grupo e que está em estudo para chegar ao Brasil, que já tem resorts em Alagoas (acima)
E, no Rio de Janeiro, são dois Ramadas na zona oeste da cidade. Mas o número de marcas vai aumentar em breve. A bandeira Baymont, de nível intermediário e com preços promocionais, deve aportar no País, começando por Brasília, ainda neste ano. Dentre os hotéis a serem inaugurados nos próximos meses estão um Super 8, em Guaíba (RS), o executivo Ramada, em Osasco (SP) e São Paulo, e um Wyndham Garden, em Ribeirão Preto (SP). Para 2018, estão previstos oito Ramadas, a serem construídos pela mineira Vert, uma das principais parceiras do Wyndham no Brasil. Está em estudo ainda trazer um Wyndham Grand, a mais imponente e luxuosa bandeira do grupo. Ou seja, pelo menos, 13 novos hotéis devem ser inaugurados até o fim do próximo ano. “O potencial do Brasil é muito grande”, diz Moreno.

Por enquanto, a empresa se beneficia das pessoas que, por causa da crise e da desvalorização do real nos últimos anos, deixaram de viajar para o exterior para fazer turismo interno. A receita por quarto disponível do Wyndham – medida usada pela indústria hoteleira pra medir o faturamento dos hotéis – cresceu 14% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2016. Uma leve recuperação no setor corporativo também tem ajudado, já que algumas cidades importantes como São Paulo e Belo Horizonte têm mais da metade de seu movimento por conta de viagens de negócios. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), o setor registrou crescimento de 10,2% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. “Sem dúvida, o cenário está um pouco mais animador, apesar da situação política”, diz Rubens Schwartzmann, presidente do conselho de administração da Abracorp.
Multiplicação: o grupo americano possui 34 hotéis no País, todos construídos por meio de franquias, incluindo os de Gramado (RS) e Foz do Iguaçu (PR)
A estratégia de expansão do Wyndham não prevê apenas a abertura de novas unidades. Na Argentina, o grupo adquiriu a rede Fën, em dezembro do ano passado, e começou a testar uma nova estratégia. A rede administrava alguns hotéis da marca Wyndham e isso vai dar início a um programa de gestão própria de certas unidades, uma novidade na região. Até então, o grupo atuava na América Latina apenas por meio de franquias, com construtoras locais que desenvolviam e administravam os hotéis. 

Agora, esse plano vai se espalhar para os principais países da América Latina, em especial, para o Brasil e para o México. E isso deve acontecer logo. Em especial, com os maiores hotéis. A expectativa é a de ganhar mais força e ajudar a divulgar os destinos no exterior. Até para que outros estrangeiros possam ter um dia, como Moreno, a surpresa de conhecer o lado maravilhoso do Rio.

Statoil estreia em energia solar no Brasil em projeto de US$ 215 milhões

Statoil estreia em energia solar no Brasil em projeto de US$ 215 milhões


A norueguesa Statoil, sexta produtora de petróleo e gás natural no Brasil, comprou por US$ 25 milhões 40% da participação da também norueguesa Scatec no empreendimento Apodi, de geração de energia solar, localizado em Quixeré, no Ceará. O investimento total do projeto é estimado em US$ 215 milhões.

Com capacidade de 162 megawatts (MW), Apodi terá capacidade de fornecer energia para cerca de 160 mil residências. Esta é a primeira incursão da Statoil na energia solar no Brasil, que pretende, a partir de agora, investir junto com a Scatec no País.

As duas empresas fizeram um acordo exclusivo de cooperação técnica, que inclui, no preço de compra da participação, 50% da empresa que irá executar o projeto. A Scatec Solar é uma produtora independente de energia solar da Noruega, com usinas em operação produzindo 322 MW de energia.

“O Brasil é um país estratégico para a Statoil, onde nossa ambição é promover um crescimento seguro e sustentável num mercado de energia que é significativo. Entrar no segmento de energia solar no Brasil reforça nosso portfólio de atividades, que inclui o Campo de Peregrino, além das descobertas de Carcará e Pão de Açúcar, a serem desenvolvidas”, disse, em comunicado, a vice-presidente executiva da área de Novas Soluções Energéticas da Statoil, Irene Rummelhoff.

O início da construção está previsto para este mês, com previsão de ser concluído no final de 2018. O projeto solar de Apodi será financiado por empréstimo financeiro (65% do valor) e por recursos próprios dos acionistas (35%), dos quais US$ 30 milhões correspondem à parcela da Statoil, informou a companhia.

Apodi foi adquirido em um leilão do governo em 2015, com preço de energia equivalente a US$ 104 por megawatt-hora (MWh) em 2017. “O empreendimento tem total permissão para conexão à rede elétrica. O ativo possui um contrato de compra de energia com duração de 20 anos (power purchase agreement – PPA)”, segundo a Statoil.

Com estratégia internacional na área de energia renovável voltada para geração eólica, este é o primeiro passo da Statoil em energia solar, que vai usar o Brasil como piloto para entrar no segmento.

“O projeto Apodi é um primeiro passo para entrarmos no mercado solar e avaliarmos como este segmento pode apresentar oportunidades de crescimento lucrativas e com possibilidade de expansão”, complementou Rummelhoff.

No Brasil, ao longo dos últimos anos, foram leiloados cerca de 3 gigawatts (GW) de projetos solares em três leilões consecutivos. Outros 7 GW deverão ser ofertados até 2024.


 https://www.istoedinheiro.com.br/statoil-estreia-em-energia-solar-no-brasil-em-projeto-de-us-215-milhoes/

Campeãs da Inovação do Sul se encontram em Joinville


Antes da premiação e da visita na fábrica da Whirlpool, líderes acompanharam palestra de Hitendra Patel, do IXL-Center

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Campeãs da Inovação do Sul se encontram em Joinville


A sede da Associação Comercial e Industrial de Joinville (ACIJ) foi palco na terça-feira (3) do evento que premiou as Campeãs de Inovação do Sul (veja as fotos das premiadas aqui). A pesquisa, em sua 14ª edição, é uma iniciativa de AMANHÃ com a parceira técnica do IXL-Center (Center for Innovation, Excellence and Leadership), de Boston, entidade referência mundial na investigação das melhores práticas de gestão da inovação. 

“O estudo publicado por AMANHÃ é importante para formar um benchmark que oriente as empresas. O projeto está conscientizando as empresas sobre a importância da gestão em inovação”, reiterou Hitendra Patel, líder global do IXL-Center. Na solenidade também foi anunciada a parceria entre o Instituto AMANHÃ e o IXL-Center para aceleração da inovação em empresas e instituições. 

Juntas, as duas organizações utilizaram como referência o índice e metodologia do GIMI (Global Innovation Management Institute) – organização global sem fins lucrativos, criada por um grupo de executivos, acadêmicos e consultores especializados em inovação. O programa GPA (Growth Path Analysis) será disponibilizado ao mercado a partir da segunda quinzena de outubro.  

Patel foi a atração principal do evento. “Em uma grande companhia, a minoria inovadora precisa fazer muito barulho para vencer a resistência da maioria conservadora”, declarou Patel, logo no início de sua apresentação. Ele citou a Kodak e a Motorola, que tinha a liderança até ser suplantada pela Nokia, e posteriormente, pela Apple, como exemplos de companhias que não souberam notar as mudanças em seus negócios. Os exemplos mais recentes da velocidade com a qual as transformações ocorrem são a Amazon, que transformou a indústria de livros, e o Netflix, que mudou a TV a cabo. “O lado positivo é que o conhecimento está se espalhando mais facilmente. Todas as ferramentas que precisamos para empreender estão acessíveis”, ponderou. "Como estará a Google daqui a 20 anos?", questionou o pesquisador.

O líder global do IXL-Center listou uma série de tendências que mostram como os negócios devem se transformar nos próximos anos. Entre elas, estão a Greenovate (a inovação terá de se preocupar com a sustentabilidade), o Big Data e a Internet das Coisas, os negócios da saúde e o Robovate (a transformação social resultante do uso massivo de robôs). O fim da propriedade e a consequente ascensão definitiva do compartilhamento, tanto em âmbito pessoal quanto industrial, é outro marco muito importante que já está se consolidando. Por fim, Patel recomendou sugestões para que companhias possam inovar em sua rotina. “A primeira lei da Inovação depende da interação com pessoas diferentes. É preciso inputs de jovens, velhos, profissionais, amadores, clientes, competidores, etc. A segunda lei é como conectar esses pontos. Quatro deles podem formar não apenas um quadrado, mas muitas outras figuras. O padrão é todos criarmos um quadrado, mas é preciso não seguir as regras para fazer diferentes conexões. Assim, você cria as regras, não as segue. 

Para conseguir ideias melhores e mais ousadas em suas companhias, é preciso buscar mais pontos, e mais formas de combiná-los”, detalhou (acompanhe aqui o vídeo completo do evento). 

Os resultados da pesquisa foram publicados na edição 323 da Revista AMANHÃ (acesse o ranking aqui). A programação também contou com um tour pela fábrica da Whirlpool, seguida da apresentação do case da companhia, primeira colocada na pesquisa. Veja neste link e também aqui e aqui algumas repercussões sobre o prêmio. 
http://www.amanha.com.br/posts/view/4586

O capitalismo não gera pobreza





Por Leandro Marcondes, publicado pelo Instituto Liberal

A ideia de que o capitalismo produz miséria, que a pobreza de alguns é justificada pela riqueza de outros e que o capitalismo apenas produz benefícios aos que detém capital financeiro tem sido muito disseminada atualmente. Mas isso é verdade?

Não, não é verdade. Esses argumentos partem de uma premissa errônea da pobreza e sua causa. A pobreza não é criada. Como bem disse o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), “a pobreza é a condição natural do homem”. A pobreza nunca foi uma exceção e sim a norma na história da humanidade. Aqueles que saíram do estado de pobreza foram aqueles que buscaram gerar riqueza de alguma forma. Portanto, a riqueza é gerada, não a pobreza.

A ideia de que o capitalismo gera pobreza se sustenta na errônea interpretação de que o capitalismo é um ‘jogo de soma zero’. Ou seja, para um enriquecer, outro terá necessariamente que se tornar mais pobre. Nessa concepção, o enriquecimento é maléfico, já que estará tornando outra pessoa mais miserável do que antes.

No entanto a própria história nos mostra como essa premissa está equivocada. A riqueza é possível de ser gerada e não necessariamente deslocada. Se o capitalismo fosse um jogo de soma zero, a riqueza existente no mundo não mudaria com o passar dos anos (como tem acontecido), mas se manteria inalterável. Como explicar que a população da Inglaterra aumentou de 16,8 milhões de habitantes em 1851, onde mais de 90% deles estavam abaixo da linha da pobreza, para mais de 50 milhões nos dias atuais, onde menos de 20% estão abaixo dessa mesma linha? Teriam eles sugado toda essa riqueza de outros países? Se tomarem como verdadeira essa afirmação, então por qual motivo a América, Ásia, Oceania e, até mesmo a África, têm um padrão de vida mais elevado que nos períodos precedentes? 


O argumento não se sustenta.


Mas o exemplo não se estende apenas para a Inglaterra. Há dois séculos, o mundo possuía sete vezes menos habitante do que atualmente, e praticamente toda a população vivia na pobreza. Por outro lado, pela primeira vez na história da humanidade temos menos de 10% de pessoas na extrema pobreza, segundo dados do Banco Mundial referentes ao ano de 2015. A redução da pobreza mundial avançou e tem avançado em passos largos. Ao mesmo tempo, a população mundial aumenta exponencialmente. É um fato inédito na historia da humanidade.
 Por que o capitalismo não gera pobreza


Portanto, a riqueza existente no mundo é gerada e não tomada de outros. Uma forma de visualizar isso melhor é quando um indivíduo utiliza matérias-primas, aplica seu trabalho no processo de transformação e obtém um produto novo. Esse produto foi criado e não tomado de outra pessoa.

A riqueza é criada através do trabalho, da produção, das trocas voluntárias, mas a forma como isso é feito varia de acordo com cada indivíduo, o que cria um problema denominado de desigualdade. Sim, a desigualdade é gerada no sistema capitalista, mas simplesmente pelo fato de cada indivíduo agir de forma distinta no mercado, buscando seus próprios interesses.

Os interesses de A não são os mesmo de B. Portanto A e B não agirão de forma igual no mercado. 
Cada um almeja bens e serviços diferentes, carreiras diferentes, possuem sonhos diferentes, lazeres e hobbies diferentes, e etc. Se cada indivíduo tem objetivos diferentes na sua vida, é natural que eles não busquem os mesmos trabalhos, as mesmas rendas e nem mesmo poupem da mesma forma. A desigualdade é natural e não é nem mesmo indesejável em muitos casos.

Outro ponto importante é que apesar da desigualdade se elevar em muitos casos, em países que adotam uma economia liberal a pobreza não aumenta. O fato de alguns se tornarem muito ricos aumenta a diferença entre eles e os mais pobres, mas não aumenta a pobreza em si, pelo contrário. A ex-primeira-ministra do Reino Unido Margareth Thatcher (1925-2013) era uma crítica dos socialistas que argumentavam que a diferença entre ricos e pobres aumentou em seu governo na Inglaterra. De forma correta, Thatcher se defendia dizendo que ouve uma melhora em todos os setores da economia. 

O problema é que muitos socialistas preferem todos igualmente pobres a todos mais ricos que antes, com uma parcela sendo ainda mais rica.

Outro exemplo é a China dos últimos anos, que passou de um índice de Gini (o Coeficiente de Gini é um índice de medição das desigualdades sociais e do nível de concentração de renda) de 0,3 em 1980 para um índice próximo ao dos Estados Unidos (0,49). Apesar do crescimento da diferença entre ricos e pobres, os chineses pobres hoje vivem melhor do que nos períodos precedentes de igualdade socialista. A renda chinesa hoje é equiparável à brasileira, algo inimaginável décadas atrás. A China possui diversos problemas que nós liberais condenamos, mas, de fato, a desigualdade não é o maior deles.

Nas concepções de que o capitalismo produz miséria e desigualdade (injusta) é sempre necessário um governo forte e interventor para equilibrar a riqueza mundial e impedir essas “injustiças”. De fato, essas ações são bem intencionadas, mas independente da intenção geram mal estar na sociedade e agravam problemas que seus ideólogos queriam resolver. O estadunidense Alexander Hamilton (1755-1804) em The federalist Papers enfatizou que a desigualdade econômica “existiria enquanto a liberdade existisse”. Por esse motivo, os ideólogos da visão igualitária se rendem ao totalitarismo para colocar suas idéias em prática.

O filósofo irlandês Edmund Burke (1729-1797) e o economista austríaco Friedrich Hayek (1899-1992) defendiam a visão de que a igualdade não deveria ser avaliada nos resultados humanos, mas sim nos processos. Como dizia Burke “todos os homens têm direitos iguais, mas não para coisas iguais”. Exemplificando, uma pessoa deve ser igual à outra perante as leis de uma sociedade, mas não produzir os mesmos resultados em suas ações.

No livro Free to chosse, o economista estadunidense Milton Friedman (1912-2006) complementou: “uma sociedade que coloca a igualdade – no sentido de igualdade de resultados – diante da liberdade, não terá nem igualdade nem liberdade. O uso da força para alcançar a igualdade destruirá a liberdade, e a força, introduzida para gerar bons propósitos, acabará nas mãos de pessoas que a usam para promover seus próprios interesses”.

Entendendo que o capitalismo não gera pobreza e que a desigualdade de resultados é natural em uma sociedade livre, a solução para pobreza consiste não na eliminação do sistema capitalista, mas sim, no seu fortalecimento. A criação de riquezas é o meio necessário para fugir da miséria.

Para um povo miserável deixar essa condição é necessário um ambiente onde o investimento privado e a criatividade empresarial seja favorável. É necessário um estímulo espontâneo à poupança, o respeito à propriedade privada e o respeito ao acúmulo de riquezas pelos indivíduos. Enquanto buscarmos incansavelmente a igualdade de resultados ao mesmo tempo em que buscamos a liberdade, não seremos nem iguais, nem livres.


Nota: Artigo publicado originalmente no Instituto Liberal de Minas Gerais.


Sobre o autor: Leandro Marcondes é Graduando Engenharia de Produção pela FIP-MOC, voluntário em causas em defesa das liberdades individuais e econômicas. Cofundador do grupo de estudos liberais O Quinto.

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